HAHAHAH ook, eu posto!
Ahm... lembram-se quando eu disse que a Samantha é bem bipolar? Então, eu não estava mentindo -Q
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Capítulo 9 Sábado, ainda cedo, e eu já estou de volta à Samantha. Como se um ímã me puxasse para ela.
Incrível.
Como sempre, parado defronte sua casa. Apenas esperando qualquer sinal de que ela estivesse ali.
Estava havia cerca de quinze minutos estacionado no outro lado da rua, tentando resolver se descia do carro e ia bater-lhe à porta ou se pisava no acelerador e seguia pela estrada.
Optei pela opção três. Não faria nada.
- Devo ter alguns doces aqui... – murmurei comigo mesmo.
Quase uma hora depois, resolvi tomar coragem e... Ir embora.
Girei a chave, e quando ia saindo, ela surgiu, vestida com um conjunto de moletom; parecia que me fez esperar de propósito, esperando o momento certo para aparecer.
Desliguei abruptamente o motor. Abri o vidro apressado, chamando por ela.
Ela me olhou com a expressão assustada. Fingiu não ser com ela e apressou-se pelo caminho na entrada de sua casa.
- Espera! – pulei do carro, correndo em sua direção.
Quando a alcancei, segurei-a firme pelo braço, fazendo-a me olhar.
- Por que fica fugindo de mim? – indaguei meio nervoso.
Ela riu.
- Não querido. A pergunta certa é por que você fica vindo atrás de mim? – levantou o queixo, desafiadora.
Arqueei a sobrancelha, igualmente curioso.
- É verdade. Por que eu venho até você? Que idiota, não?! – ironizei – Desculpe-me pelo incômodo – soltei seu braço, sentindo um leve formigamento nos dedos.
- Tchau! – acenou para mim, com um risinho de escárnio estampado na face.
Fitei-a descontrolado. Virei às costas e andei três passos. Mas algo não me deixou continuar, então fiz uma coisa que estava me consumindo por dentro há dias.
Voltei-me com ferocidade para ela, tomei-a nos braços e busquei sua boca com urgência.
Quanto mais ela tentava se desvincular, mais eu a apertava contra meu peito. Queria sentir-lhe inteira, tocar todo seu corpo e afundar-me no seu ser.
Enfim seu corpo esmoreceu, e ela passou a retribuir meu beijo.
Porém, para minha decepção, logo suas mãos me empurraram. Fitei-a ainda trêmulo, desejoso. Cada célula do meu ser palpitava por Samantha.
Seus lábios ficaram inchados e mais vermelhos. Uma tentação.
- Nunca mais faça isso – seu dedo indicador foi apontado ao meu nariz.
- Se não o que? – confrontei-a. Ao ver seus olhos crisparem de ódio, tive a certeza de que aquele jogo seria cada vez mais perigoso. E divertido.
- Por que está fazendo isso comigo? – replicou-me com outra pergunta.
- Porque você vale à pena. – confessei.
Seus olhos se arregalaram tamanho o espanto.
- Por favor, procure uma menininha inocente que acredite nas coisas que você diz e me deixe em paz. Eu te suplico. – cruzou os braços sobre o peito, empinando o nariz, a fim de não ser contrariada.
- Eu não estou brincando com você. – na verdade eu nem sabia o que aquilo era.
- Menos mal – bufou. – Agora, com licença... – girou os calcanhares, mas eu a segurei primeiro.
- Poderíamos, pelo menos, sermos amigos? – pedi.
- Para que eu precisaria de um amigo?
- Admito que as vezes você me surpreende com alguns comentários. As pessoas tem amigos para... Se divertir; sabe o que é isso? – provoquei.
- Não. Eu não sei – desvinculou-se de mim.
- Eu posso te ensinar... – propus.
- Não tenho tempo para babaquices. – sua voz assumiu um tom mais frio e calculado.
Pensei muito antes de responder. Queria desvendar-lhe os segredos; saber mais de sua vida e o que a tornou tão amarga.
Com muita insistência eu conseguiria chegar ao fundo de seu ser.
- O que fizeram para você que tirou sua alegria? – mandei no alvo.
Seu rosto endureceu por completo, assumindo um tom pálido e assustador.
- E pra que quer saber!? – disparou.
- Eu só quero te entender... – uma senhora surgiu no cercado da casinha ao lado, interrompendo minha fala com gritos desesperados:
- Seja lá o que estão fazendo, queriam ter a bondade de recolherem-se à sua casa, ouviu menina?! Não quero saber de brigas aqui nesse bairro! Onde já se viu... Esses jovens de hoje não tem mais respeito... – resmungou.
- Velha intrometida! Volte a amassar pão! – Samantha vociferou. Mirei-a, aterrorizado com sua reação.
- Vamos entrar – puxei-a delicadamente pelo braço até a entrada.
Empurrei-a para dentro da casa, fechando a porta atrás de mim, deixando-nos protegidos dos olhares curiosas da senhora.
- Por que você foi tão grossa? – perguntei.
- HAHA! Não faça piadas, Kaulitz. Eu não fui grossa coisa nenhuma – defendeu-se.
- Desrespeitou aquela senhora! – argumentei.
- E ela, com todo aquele doce, fez o que?! – replicou irritadiça.
- Certo, ela também estava errada... – cedi.
- Ótimo. – jogou-se no sofá, cobrindo o rosto com as mãos.
- Olhe, eu nem consigo conversar contigo direito... Dê-me uma chance – aproximei-me dela. Sentei ao seu lado, tentando ser simpático.
- Eu só não quero sofrer depois... – tive a impressão de que ela falou isso para si.
- Você não pode viver o agora pensando no depois – aconselhei.
- Posso, se eu quiser. Era o que eu vinha fazendo até agora... Mas já não tenho mais certeza de nada. – sua voz ficou trêmula.
Uma chama de esperança se acendeu em mim.
Meu celular começou a tocar desesperado. Busquei-o dentro do bolso da minha calça, lendo o nome do Bill no visor.
- É meu irmão – contei.
- Não vai atender?
- Claro. – afirmei, clicando no botão verde. – Alô!
"Tom, onde você se meteu?" - Resolvi dar uma volta, só isso.
"AH! Procurei você a casa toda e nada. E como você não avisou para onde ia, fiquei preocupado." - Eu estou bem, fique tranqüilo.
"OK. E posso saber exatamente onde você está?"- Sim, maninho, nós conversamos depois... – despistei. Ouvi seu riso abafado no telefone; logo depois a ligação foi encerrada.
Guardei o celular, logo procurando por Samantha. Mas ela não estava mais ali.
Olhei pelo resto do cômodo, contudo, não a vi.
- Que bom que não tem ninguém... Posso roubar algumas coisas... – brinquei, passando a ponta dos dedos pela mesinha atrás do sofá.
Estaquei ao ver algumas fotos. Peguei curioso, um retrato de uma menina de uns 16 anos, eu diria.
Reparei nos traços de seu rosto: face fina, com o maxilar meio quadrado; olhos cor de mel, penetrantes, e lábios rosados e cheios.
Linda, muito linda. E era Samantha, com certeza, pois parecia demais.
- Largue isso! – nem a vi se aproximar. Quando olhei para o lado, ela me fitava um tanto desconcertada.
- É você?
- Sim... Ainda bem que o tempo passa – ela sorriu.
Até pensei em aproveitar essa brecha para jogar charme, mas não iria adiantar e provavelmente ela me responderia com ofensas.
Samantha olhou de mim para a mesinha; fez sinal para que eu desse licença, e como eu obedeci, ela volveu o quadro ao devido lugar.
- Erhm, eu tenho que ir trabalhar agora... – sua expressão dizia-me para ir embora.
- Mas hoje é sábado – apertei os olhos, desconfiado.
- Só que eu tenho algumas coisas para arrumar – pelo tom de voz, podia jurar que ela disse no improviso.
- E o que estava fazendo quando te encontrei? – desviei o rumo da conversa.
- Eu voltava de uma caminhada matinal, só isso. Eu sempre freqüentei academias, porém aqui ainda sou nova e estou me adaptando, então não entrei numa ainda... E eu nem sei por que estou contando isso – segurou o ar.
- Porque está começando a confiar em mim – pisquei para ela.
- Pode ser – surpreendeu-me com a resposta. Olhei de esguelha em sua direção, e ela ria.
- É sério, Kaulitz. Eu sairei daqui a pouco, então gostaria que você estivesse bem longe daqui. – praticamente me empurrou para a saída.
- Posso pelo menos ter seu telefone?
- Não.
- E por que não?
- Porque eu não quero um maníaco me ligando, só por isso!
- Hey! – adverti.
- Hey nada, e agora vá. – empinou o nariz.
- E a certeza de que nos veremos novamente, posso tê-la?
- Você não viajava muito com sua banda não? – disse sarcástica.
- Por agora não. Estamos tentando começar um novo CD... É segredo, ouviu?! – assustei-me com minha indiscrição.
- Todo mundo já deve estar sabendo mesmo, nem se preocupe comigo. – ignorei esse comentário.
- Mas então: veremo-nos novamente?
- Qualquer coisa eu tenho o telefone do estúdio.
- Eu sei que você não ligaria.
- Eu também sei... Ah, não sei mesmo é se quero te ver de novo... – deixou escapar um riso de provocação.
- Eu sei que você quer. – afirmei convicto.
- Você pode estar errado... – enfrentou-me.
- Não estou.
- Tudo bem – empurrou-me até estar fora da casa – deixe nas mãos do destino... – entrou correndo, acenou rapidamente pela brecha na porta e a fechou.
- Destino? – balancei a cabeça, incrédulo.
- HAHA! Você ainda está ai? – fitei a porta.
- Se você ouviu minha voz significa que eu estou... – repliquei irônico.
- Engraçado... – eu ri.
Logo me despedi, descendo a escadinha e andando mais calmo até o carro.
Dessa vez foi diferente... Foi tudo... Bem.