U-A-L :O
Estou surpresa, estou realmente surpresa com a quantidade de pessoas que ignoraram meu aviso de que essa história é ruim, rs
mas falando sério, nunca imaginei que tantas pessoas fossem querer ler algo meu *-*
Enfim, vou parar de enrolação, porque afinal já enrolei demais pra começar isso... Mas eu só demorei porque não conseguia fazer uma capinha que me agradasse... sou muito exigente, isso me atrapalha as vezes, mas quem se importa com essa baboseira toda? '-' é, eu sei, falo demais xD
O primeiro capítulo é meio grandinho... quem me conhece sabe que isso é um fato raro. Minha única explicação é: eu estava empolgada, hehe
Bem, preparem-se para conhecer a pessoa mais estranha e contraditória do mundo -n
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Capítulo 1 O ar frio envolveu-me num abraço delicioso.
Acendi um cigarro e dei um trago, soprando lentamente a fumaça, deixando que ela deslizasse por entre meus lábios semi-abertos. Eu sei que isso vai acabar com meus pulmões, mas dissipa meu estresse.
Agora menos agitado, comecei a andar pelo quintal da minha casa.
- Toom! – Droga. Bill tinha que estragar meu momento de paz.
-Que foi? – gritei de volta.
- Onde você está?
- Aqui fora.
- OK. – logo a cabeça de meu irmão apareceu na porta. E seu corpo inteiro saiu da casa. – AI! Está frio aqui – disse esfregando os braços.
- Não muito – respondi. – O que quer de mim?
- Vamos dar uma volta pela cidade... Aproveitar enquanto estamos em casa.
- É, boa idéia. – não seria de um todo ruim passear pelas ruas de Hamburgo. - Quem sabe não encontro alguma menina legal pra aliviar meu tédio? – brinquei.
- Irmãos... – Bill resmungou revirando os olhos. Eu ri.
- Vamos logo. Você demora séculos pra se arrumar. – fui empurrando Bill porta adentro.
- HAHA! Nem vem com esse papo Tom, você sabe muito bem...
- Tá! Tá! – o deixei falando sozinho e corri escadas acima.
- Hey! – escutei seu grito antes de bater a porta do quarto.
Meia hora depois eu estava pronto, lindo e perfumado.
Desci até a sala e me sentei no sofá para esperar meu irmão. Por sorte não demorou muito e ele apareceu.
- Cada qual em seu carro? – perguntou.
- Acho melhor irmos juntos. – respondi – assim será um carro de bêbado a menos nas ruas – rimos feito duas crianças.
Já na garagem, Bill virou-se lentamente na minha direção, indagando:
- Meu carro ou o seu? – havia uma ponta de súplica no seu olhar.
- Meu bebe – é claro que eu não aceitaria ir no dele, mesmo que ele implorasse de joelhos.
- Tudo bem – Bill bufou.
- Não chore no meu estofado – provoquei; Bill lançou-me um olhar fulminante, mas logo cedeu ao riso.
Passamos na frente de vários bares, mas nada que nos interessasse. Não havia muito movimento nas ruas, o que era bom, pois as chances de sermos reconhecidos diminuíam.
- Tom, que tal entrarmos? – apontou para a boate do outro lado da rua.
- Estamos sem seguranças, Bill. – disse.
- Ah, por favor? Faz tanto tempo que não nos divertimos e...
- Tudo bem. – cedi. Afinal, eu também queria...
O estabelecimento possuía estacionamento livre, então deixei meu carro na vaga mais próxima à saída dos fundos.
Bill e eu entramos como quem não queria nada, e os ventos sopravam a nosso favor, porque a maioria das pessoas nem notou quem éramos, de tão bêbadas.
Conseguimos ir para o piso superior, onde sentamos numa mesa mais afastada do centro. De lá tínhamos a vista da pista, pois a parede era de vidro.
- Vou pegar uma bebida – Bill gritou no meu ouvido.
- Pra mim também – repliquei.
Estava atento às garotas lindas dançando na pista, quando vi meu irmão chegando ao bar; Não pude deixar de notar a deusa que estava sentada ao lado de onde ele parou, para fazer o pedido.
Com certeza a mulher mais encantadora que eu já vi. Tudo nela clamava atenção: os cabelos impecáveis, o corpo deslumbrante e até o modo como ela sorria.
De repente eu queria que o Bill chegasse logo com as bebidas, porque minha garganta secou. O ambiente ficou quente e eu comecei a suar. Minha respiração ficou pesada, meus batimentos cardíacos, disparados.
Minha mente começou a projetar mil cenas diferentes, trazendo aqueles lábios perfeitos para perto dos meus.
Senti um beliscão no braço, e algo gelado em meu rosto em chamas.
Olhei assustado para o lado.
- Nossa, cara, pensei que tinha morrido! – Bill gritou, e retirou o copo de bebida da minha face.
- E-eu...
- Entrou em transe, só pode. – seu olhar sugestivo me fez lembrar daquela mulher maravilhosa no piso inferior.
- Quem é aquela?! – perguntei ansioso, apontando para ela no bar.
- Não sei. Mas é muito bonita e... – Bill parou, olhando-me de cima a baixo com malícia – AH! Gostou dela, não foi?!
- Pode disfarçar esse risinho, mano. Sim, gostei dela... Mas foi tão... Tão... Diferente. – suspirei.
- Diferente como?! – deu um gritinho histérico, que me fez agradecer o som alto.
- Diferente... Eu... Do tipo de um encantamento.
- Sininhos tocando, que lindo – Bill apertou minha bochecha.
- Para com esse papo gay Bill! – retirei sua mão de mim.
- Vai falar com ela?
- EU. NÃO. SEI! – alterei a voz.
- Credo, não precisa ficar nervoso. Aliás, você nunca teve vergonha de investir em alguma aventura de uma noite antes... – ah, de novo com o olhar sugestivo, não!
- Eu sei. Mas eu estou tremendo – revelei.
- Awn – ele praticamente ronronou.
- Bill, por favor... – supliquei, e deixei a entender com meu olhar que queria que ele parasse.
- OK. Mas... AH! Você não tem noção do tamanho da inveja que eu estou de você nesse momento – choramingou.
- Por quê? – arqueei a sobrancelha.
- Ficar apaixonado com um simples olhar... Você sabe que é um dos meus maiores sonhos – seu queixo tremeu, como se ele fosse chorar.
- Hey! Eu não estou apaixonado. O que é isso. Aff... Que conversa mais besta. Vou lá agora falar com ela, ter uma noite maravilhosa e depois acordar como se nada tivesse acontecido – empinei o nariz.
- Tudo bem, mas... – fuzilei-o com o olhar – acalme-se garanhão! Só ia dizer: e eu vou ficar a pé?!
- Droga! Esqueci-me desse detalhe.
- Está bem, está bem! Eu pego um taxi – falou abanando as mãos.
- Obrigado Bill! Eu amo você – comemorei.
- Eu sei. E não sabe viver sem mim, sem eu não seria nada, essas coisas... – Bill piscou sorridente.
- Exatamente! Agora, se me der licença... – me afastei antes de deixá-lo responder.
Desci a escada confiante. Mas a confiança se esvaneceu quando seu olhar cruzou com o meu.
A mesma sensação de estar fora de mim me assolou, e eu só voltei à realidade quando me vi diante dela.
- Hallo! – cumprimentou-me com forte sotaque.
- Hallo – respondi antes de engasgar.
- Tudo bem? – sua voz suave chegou aos meus ouvidos por sobre a música alta.
- Melhor agora, e você? – cheguei mais perto.
- Bem. – respondeu simplesmente.
- Você não é daqui, certo? – puxei assunto.
- Aham – concordou. Tentei novamente:
- É de onde?
- Brasil.
- Ual! Já ouvi falar muito bem de lá... E eles têm razão: as brasileiras são mesmo lindas!
- Obrigada! – agradeceu com um breve sorriso.
- Como você se chama? – arrisquei.
- Samantha – respondeu após um olhar desconfiado.
Eu sentia como se houvesse um escudo à sua volta. Ou ela não estava interessada, ou não tinha sentimentos.
Fiquei desesperado.
- O que você quer? – ela tirou-me de meu transe. Respondi a primeira coisa que me veio na cabeça.
- Você.
- Como? – seus olhos se arregalaram, tamanho espanto.
- Desculpe...
De repente ela riu. Um riso de escárnio.
- Eu sei quem você é. E seu de sua fama. Então... – dessa vez ela apertou os olhos castanhos.
- Não me importa. Eu ainda quero você. E provavelmente vou querer a noite toda... – mexi em meu piercing, costume tão antigo que me assustei.
- Sinto-me lisonjeada – pôs uma mão sobre o peito.
- Vamos conversar lá fora. Aqui dentro tem muito barulho... – sugeri.
- Pode ser. – Levantou-se com graciosidade. Pagou a conta e saiu andando.
A segui.
Já do lado de fora, sentamo-nos num banco afastado das pessoas.
- E então, o que te traz à Alemanha? – iniciei novamente o diálogo.
- Trabalho, apenas – eu sentia como se ela estivesse escondendo algo, mas resolvi não comentar nada.
- E trabalha com o que...? – insisti.
- Prostituição. – ao ver minha expressão de terror ela riu alto e com vontade; – Trabalho para uma firma renomada de importação e exportação. Eu e meu chefe estamos aqui para fechar contrato pessoalmente com uns produtores.
- Que legal! Você sempre viaja? – tentei entender porque fiquei incomodado com o fato de ela estar com o chefe; mas desisti, pois tudo me levava apenas a uma resposta, que eu não queria admitir.
- Sim. Muito... – seus olhos tomaram um súbito brilho de satisfação.
- E não sente falta da sua casa, da sua família, no final?
- Não. Eu moro sozinha num apartamento perfeito, e realmente a vida que eu tenho é a que eu sempre sonhei. Portanto, não tenho nenhum tipo de reclamação.
- É bom quando conseguimos realizar nossos sonhos. – conversávamos como se nos completássemos. Totalmente estranho. Assustadoramente estranho. Será que apenas eu estou sentindo isso?!
- Eu tenho que ir – ela levantou-se de subido, me deixando tonto.
- Não! Por favor! – levantei-me também, segurando seu braço de uma maneira possessiva.
- Eu tenho que ir! – disse pausadamente, lançando olhares a minha mão em seu braço. – Vou aproveitar aquele taxi que acaba de parar... – olhou ansiosa para o carro.
- Eu te levo. – ofereci-me imediatamente – Não aceito recusas!
- Está bem... – deixou-se aceitar. E o alívio que senti foi tanto que suspirei.
- Meu bebe está logo ali – apontei na direção do carro.
- Vamos. – tomou a frente novamente, e eu a segui com prazer, me deliciando com o balançar de seu quadril.
- Em qual hotel você está? – perguntei já dentro do carro.
- Não lembro o nome... Mas consigo chegar lá porque lembro as ruas. É perto daqui.
- Ah, sim. – memória perfeita, que excitante.
- Siga reto. Isso! Agora vire a direita... - fui obedecendo seus comandos - Vire à esquerda e passe uma quadra, e estaremos lá. Eu acho. – levou a mão ao queixo, franzindo o cenho.
- Se acertar, será mesmo perfeita – arqueei o lábio numa insinuação de sorriso.
- Você é tão bobo – ela disse.
- Eu sei – pisquei.
- Oh, pare! É aqui – ela começou a pular dentro do carro, apontando o hotel com o dedo – pare...! – segurou minha perna, deixando-me em chamas.
- Si-sim – balbuciei; parei o carro no acostamento e então tomei seu pulso com carinho – Adorei te conhecer – beijei a palma de sua mão delicada.
- Também gostei de você - sussurrou. Tocou minha face com a mão livre, aproximando seu rosto do meu – Adeus – seu hálito quente misturou-se à minha respiração, me deixando louco; até que seus lábios bem feitos tocaram os meus, e uma explosão de sentimentos me arrebatou. Nossas bocas se moviam em total sincronia, nossas línguas se entrelaçavam e trocavam súplicas silenciosas, e um suspiro de satisfação fugiu de minha garganta. Nunca antes um beijo havia sido tão bom, tão completo.
Quando ela se afastou, foi como se houvessem jogado um balde de água fria em mim.
- Não me deixe – segurei-a.
- Você é insistente – ela riu.
- Sim! Ah se sou! – concordei. – E eu quero passar a noite toda ao seu lado, e vou conseguir. Você não sai desse carro sem mim – travei as portas, e ela se jogou com as mãos em punho no meu peito.
- Deixe-me sair, seu traste! – gritava enquanto me batia.
- Foi você quem me beijou, se bem me lembro.
- Um beijo é apenas um beijo – grunhiu.
- Não esse – murmurei.
- Tom... – ela sussurrou meu nome pela primeira vez. É, pelo menos tenho essa certeza: ela realmente me conhecia. – eu não posso... – choramingou.
- Por quê? – perguntei entre dentes.
- Porque não... – como se não agüentasse mais, beijei seus lábios com volúpia.
E ela me aceitou com abandono, o que me excitou ainda mais.
- Por favor, fique comigo – murmurei, implorei.
- Sim... – respondeu lentamente.
Separei-me dela a custo, para abrir o carro. Seguimos abraçados, trocando carícias, para o quarto em que ela havia se hospedado.
O caminho passou num borrão, só tornei a mim quando ela já estava abrindo a porta.
- Sam – suspirei ao pé de seu ouvido, para logo após segurar suavemente sua cintura. Inalei profundamente seu cheiro doce, rezando que nunca me esquecesse dele.
- Não me chame assim – ela grunhiu, então eu a beijei lentamente, para evitar que palavras destruíssem nosso encontro. Contudo, à medida que o beijo ia se aprofundando, minhas mãos passeavam avidamente por seu corpo.
E que corpo! Santas curvas! Estava me levando a loucura.
Comecei a ficar tenso, impaciente. Já não conseguia pensar em mais nada, apenas na musa envolta em meus braços, e em todo o prazer que estávamos prestes a desfrutar.
Incrível como estava me sentindo assim, com reações tão profundas em relação a alguém; sentindo uma necessidade crescente e avassaladora dentro de mim, sentindo como se o mundo girasse em torno de nós dois. Sendo desperto abruptamente das boas sensações toda vez que ela falava, pois havia desprezo em suas palavras, o que me deixava desesperado; mas logo após de fazer-me mal, ela se redimia e dava-me carinho, despertando novas e maiores sensações, fazendo-me querer apenas estar ao seu lado.
Eu não queria que aquilo acabasse nunca.