Cara, alguma de vocês já tinha reparado no clima entre Christine/Gustav? Enfim, algo acontece agora... eu estudei pra escrever este cap, eu gostei muito da escrita, espero que gostem também. Até o próximo, boa leitura!______________________________________________________________________________________________________________
53
Casamento
Aquele era o dia mais agitado de todo país. Pessoas convidadas a dedo chegavam das mais remotas partes do mundo para o casamento do príncipe herdeiro e da mais nova sensação da corte. Logo de manhã bem cedo, o Castelo fora todo aberto para receber os primeiros convidados.
Christine não descansou um segundo sequer. O sol ainda não havia nascido quando ela via as centenas de carruagens chegando pela janela. Ela suspirou pesadamente, fechando os grandes olhos cor de esmeralda.
Os abriu quando ouviu o bater na porta.
Entre Gustav.
Como sabia que era eu?
Era se virou, com uma sobrancelha arqueada.
Nada mais óbvio. Conheço vosso coração.
Tens razão – ele riu, sem graça.
Christine havia pensado sobre aquilo muitas vezes. Sabia que depois da cerimônia, e por certo período de tempo, teria de suportar um projeto de Rei que se achava muito homem para tê-la como mulher.
Não havia o que perder.
Ela passou por ele, e trancou a porta do quarto. Ouviu à distância o coração dele disparar.
Porque veio até aqui? Justo agora? - A voz dela estava irresistivelmente bela.
Só para saber como tu estás.
Ela cruzou os braços nos ombros dele, o sentindo se retrair.
Não tinha nem uma ideia de como eu poderia estar?
Co-como assim?
Vou ter que fingir que sinto desejo por alguém que sinto nojo. - Ela aproximou a boca dela em sues lábios. Gustav virou o rosto, constrangido. - Ora, por favor!
Não posso...
Porque não? É claro que pode, Wolf. É por isso que veio até aqui... me desejas há muito tempo, e já não pode escapar. Sua última chance, bem aqui.
L-logo vão chegar.
Estarão aqui em quatro horas. Até lá... - ela deixou o robe de seda cair, revelando seu corpo perfeito, branco, firme, trêmulo e gelado – eu estou aqui. Tenha-me.
Não posso...
Tenha-me – ela implorou, esmagando seus lábios nos dele – é o que quer. Consuma este desejo antes que ele acabe com ti.
É só algo passageiro...
E só vai ter um fim agora.
Nã...
Mas ela já tinha tomado da situação, da lucidez, e do controle dele. Ela sempre soube o que ele queria, o que tentava esconder lá no fundo da sua mente, para que nunca a lessem. Mas todos os sinais estavam lá. A forma que ele a defendia, que queria – mas evitava – tocar. Os olhares tremendamente intensos, e como ele ficava vermelho ao ser descoberto a observando.
A vida deles nunca era como desejavam. Ela também devia isso a ela mesma.
Gustav a tomou nos braços, e a jogou na cama com certa violência. Christine lhe ajudou com as roupas, voando acima deles, enquanto seus corpos finalmente se encontraram na ocasião tão esperada. Ele estremecia pelo frio dela, e ela gostava cada vez mais do calor que dele emanava. Tudo teve de ser devidamente contido, não puderam realmente se entregar, gritar, explodir.
Mas fora o bastante para que se deliciassem de cada segundo.
Ela cravou as unhas nos ombros dele, enquanto Gustav descobria o caminho para dentro dela. Os olhares dos dois se cruzaram, e sabiam que a partir daquele momento, não importasse o futuro, sempre seriam um do outro de uma maneira ou de outra. Gustav abafou o gemido mordendo o ombro dela.
Por pouco, mas por muito pouco, Christine não lhe cravou os caninos na jugular.
No fim, respiravam alto e curtamente, os dois haviam achado uma temperatura morna, a mistura híbrida de um humano e de uma imortal. Gustav a trouxe para perto de si, unindo as bocas num último beijo apaixonado, que lhe arrancou todo o ar de seus pulmões.
Com muito custo, ele se levantou, vestindo-se, tentando arrumar o cabelo. Olhou uma última vez para trás.
Ele podia ver os raios solares atrás da cortina, a luz invadindo a brancura da pele dela, o ritmo do corpo de acordo com a pulsação acelerada. Queria voltar, queria torná-la sua outra vez.
Mas fora só uma aventura. Era algo que ele sempre quisera fazer. Fora ótimo, mas já tinha acabado. Ele fechou a porta, voltando a enterrar todos os seus anseios e desejos o mais fundo possível.
Christine ficou por minutos estendida na cama, nua, sentindo o cheiro dele, sentindo seu corpo ficar frio aos poucos, sentindo o peso dele contra si, todo aquele desejo reprimido sendo liberto. Ela se recompôs, vestindo o robe novamente, com um riso travesso e incomum nos lábios.
O dia inteiro foi uma provação para Bill. Ele teve de sorrir, de fingir que estava feliz e ansioso, inventar um ou outro conselho para Andreas – que estava tão nervoso que ameaçava vomitar a todo instante. Ele vestiu-se inteiramente de preto. Pensou em retirar a barba, mas preferiu deixá-la. Não queria que ela... o reconhecesse.
Duas horas antes da cerimônia foi ver a prima. Ela estava de pé, analisando a si mesma em três grandes espelhos. Ele nunca a havia visto receosa e surpresa ao mesmo tempo. Ela viu seu reflexo e sorriu, o chamando para entrar.
Está linda – ele comentou, sinceramente.
Nunca pensei que fosse acontecer comigo. Mesmo que seja mentira.
Encare como verdade. Seja uma noiva feliz e se divirta, pelo menos uma vez. Nunca mais se repetirá.
Tudo está pronto para a minha morte?
Sim. Não se preocupe, serei muito gentil – ele deu um sorriso assassino.
Bill – Ela se virou. Ele ficou espantado em ver medo em seus olhos – se o plano não der certo, quero que me jure que levará Gustav daqui.
Christine...
Se eles descobrirem, o matarão por alta-traíção. Leve-o para o nosso mundo, onde ele estará seguro, não permita que ele vá embora.
Porque esta preocupação...
Me jure, Bill!
Tudo bem! Eu juro.
Ela pareceu um pouco tranquila, e voltou a encarar-se no espelho.
Me deixe um instante só, por favor.
Ele se retirou, sem entender. Ficou esperando a prima na saleta à frente, afinal, a levaria até o altar.
Tudo de ruim aconteceu pouco depois.
Georg surgiu no corredor, acompanhado de Jost. Os dois estavam rindo de algo, mas pararam assim que o viram. Usando de toda a sua concentração, Bill apertou os caninos para dentro da boca, mas os olhos ficaram escuros sem o seu controle.
Ora, vejam só. O homem que me humilhou em combate.
Não encare desta forma, Listing. Sempre haverá uma oportunidade de revanche. - Ele lhe transferiu um riso escandalosamente falso.
Espero que um dia me dê a oportunidade de um duelo amistoso, senhor Winslet – David comentou, com um ódio ferino nos olhos e na voz.
Será um prazer. Agora, eu lhes recomendo que voltem as suas prometidas, a cerimônia já vai começar, e... nunca se sabe os perigos que rondam estas paredes.
David fez menção para ir até ele, mas Georg segurou seu braço. Ele continuaram andando, e Bill passou a sonhar como seria trucidar cada um deles, de uma forma sofrida e bem lenta, para que aproveitasse todos os segundos.
Todos já estavam em seus lugares, à espera da entrada dos pais do príncipe. Louise estava na primeira fila – num local de honra – e havia enlaçado o braço no de David, que quase não se continha de felicidade. Ela estava nervosa no meio daquelas pessoas. Nervosa por sempre desempenhar um papel, de noiva feliz e ansiosa. Danielle estava ao seu lado, com Georg ao lado dela, os dois trocando recados nos ouvidos. Ela sorriu, olhando para baixo.
Estás encantadoramente bela esta noite – David lhe sussurrou.
Foi impossível não se lembrar de Bill.
Não foste o único a achar. Recebo tantos olhares que já estou encabulada.
Ora, deixem que a vejam. Eles não tem a honra que eu tenho.
Digo o mesmo – ela disse, sorrindo. Viu tanta felicidade nos olhos daquele homem, que teve de virar o rosto, constrangida por lhe transmitir tantas mentiras.
O Rei, acompanhado da Rainha apareceram no grande corredor decorado, ao som de uma orquestra pomposa. Vestiam as roupas mais honradas da corte, e se sentaram em seus tornos de ouro, olhando para a mesma direção que vieram.
O primeiro a aparecer foi o Príncipe. Como manda a tradição, ele estava de azul-marinho, e não conseguia apagar o sorriso do rosto, os olhos azuis brilhando, todos os rostos sorridentes em sua mesma direção. Ao chegar em seu pai, ele se ajoelhou, recebendo a benção, e indo em seu lugar para o altar.
Um véu imenso cobria o rosto da noiva, e a cauda de seu vestido tomou conta do corredor. Louise abriu a boca diante dos detalhes absurdamente incríveis, muto bem elaborados – um estilo de costura arrojado para a época. O rapaz que a acompanhava (segundo lhe disseram, era o primo, único parente vivo) estava sério, olhando fixamente para a gente, enquanto dava o braço para a noiva.
Ela viu uma ponta de tristeza naqueles olhos escuros e profundos.
Com sua visão periférica, Bill pôde vê-la claramente. Vacilava entre a razão e a loucura, prestes a arrancá-la de seu noivo, a levá-la dali, para o lugar mais longe que a sua mente pudesse imaginar. Sentiu uma pontada de dor ao ver que o braço dela enlaçava o dele. Tentou ficar anestesiado durante a cerimônia, como uma estátua de cera, alheia a tudo que acontecia à sua volta. Deu um beijo na testa de Christine assim que lhe abriu o véu, e a entregou para Andreas, indo para o seu lugar.
Manteve os olhos cravados nela.
Christine procurou, mas não achou Gustav entre os rostos. Afinal, ela desistiu. Ele não estava li, ela não o sentia por perto.
Gustav estava atrás do labirinto vivo, olhando para a luz que havia acabado de subir no céu, ainda amarela e imensa. Se perguntava se quando fossem ao outro mundo, algo além daquela loucura com Christine poderia acontecer.
Mas ela amava Bill, isso já era claro para todos. Só lhe fizera uma caridade.
Ele enterrou qualquer coisa que pudesse sentir por ela a partir dali.
Christine disse o sim. A eminência os abençoou. Tentou não olhar nos lábios infantis e cheios de saliva de Príncipe, e permitiu o beijo. Tentou fantasiar que era seu amante da véspera, mas Andreas não chegava nem perto.
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quem gostou levanta as mão!