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 Moça da Luz, Rapaz das Trevas

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MensagemAssunto: Re: Moça da Luz, Rapaz das Trevas   Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 14 Icon_minitimeSex Out 07, 2011 1:09 am

GEEEEMEA, QUE É ISSO??????
eu estou em CHOQUE! num choque PROFUUUUUUUNDO!
fico meio por fora de tudo por uns dias e quando volto ta tudo de ponta cabeça? TA TUDO ACONTECENDO??????
eu to MEEEEEEEEEEEEEEEGA animada, anda logo, POSTA MAIS GEMEA, NÃO SEJA MÁ!!!!!
\o/
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MensagemAssunto: Re: Moça da Luz, Rapaz das Trevas   Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 14 Icon_minitimeDom Out 09, 2011 7:35 pm

Olha aí quem está agindo =D

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61
Ela Será Minha


Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 14 Jardimsuspenso1

Praticamente todos os casais da pequena cidade-natal de Louise foram convidados.
O único salão da cidade estava cheio, e o calor entre os corpos somado as grandes quantidades de cerveja, deixavam a qualquer um com as bochechas coradas.
Era o caso de Louise.
Ela tentava dar atenção as tantas senhoras que lhe parabenizavam pelo excelente noivado. Na pista de dança, todos sob efeito de algumas canecas de cerveja, dançavam e pulavam em meio ao ritmo febril dos instrumentos de cordas e percurssão, e as velas dos inúmeros candelabros aumentavam o calor. Ela dava graças pela mãe ter prendido bem o seu longíssimo cabelo, de modo que a nuca estava livre para respirar.
Haviam tocado seis músicas, uma embolada com a outra. Os noivos, vendo o avanço da noite, pediram uma trégua, e anunciaram que o jantar começaria a ser sevido na sala adjacente. Todos saíram um pouco da pista, rindo, e tentando recuperar o fôlego.
Louise sorriu ao ver David vindo ao seu encontro.
Com seu lenço, ela secou o rosto dele delicadamente, se divertindo com o rosto feliz do noivo.
Como eu não queria te magoar...
- Não vai dançar, minha dama?
- A partir da valsa, prometo que sim. As senhoras não me deixaram um segundo sequer.
David a beijou sem aviso prévio, o gosto do álcool da boca dele se misturando à saliva da moça.
- Tudo bem. Eu a terei para sempre em breve, concedo este momento à elas, mas na valsa, tu serás minha.
Ela sentou-se ao lado dos pais, o belo e espontâneo sorriso de David a fazia sorrir. Georg propôs um brinde, em comemoração à vitória daqueles que realmente a mereciam. Ao baixar a taça, viu o curioso olhar de Louise pousado sobre ele. Os olhos dela, estavam num azul mais profundo que o comum, com muita inocência, mas algo mais estava ali.
Destreza.
Ele voltou a se sentar, dando atenção à Danielle, mas sem entender o que havia acabado de ver. Como caçador, tinha sido treinado para prestar atenção a qualquer coisa que fugisse da rotina. Georg percebera uma ligeira mudança em Louise, desde que ela voltara da escola. Havia momentos em que a moça parecia totalmente avoada, ingênua, e confusa com o que responder para qualquer um.
Mas ele notara também uma coragem nova ali. Em vez de se comportar como as moças de sua idade, ela sabia discutir sua opinião.
Falava na altura de um homem.
E aqueles novos modos certamente não eram da Louise que ele conhecera. Assim como também sabia que ninguém mudava de uma hora pra outra sem motivo. E porque diabos ela em mesmo chorava a morte de Bill - alguém que Georg tinha absoluta certeza que ela nunca esqueceria?
Está acontecendo alguma coisa.


A valsa cerimonial primeiro era dançada com os noivos, nos pares. Todos fizeram um grande círculo em volta deles, enquanto a suave música composta de harpas e flauta tomava conta do ambiente, fluindo de maneira graciosa. Os noivos giravam, somente com os dedos mindinhos cruzados, e Loiuse se forçava a dançar um pouco mais devagar do que seu itmo ormal. Na metade da música, os pais dos noivos entraram na valsa, seguidos dos parentes, amigos, e todos os outros convidados.
A troca da pares começara.
O ambiente da música e da dança era indutivo para distração. Louise trocava de par a cada cinco giradas. Nenhum dos rapazes que dançou com ela conseguiu acompanhá-la. Ela havia sido ensinada a dançar por Aría, e seu ritmo não entrava em sincronia com nenhum deles. Era frustante não ser acompanhada ao seu modo. Será que nenhum de todos aqueles rapazes podiam pelo menos acelerar o passo?, ela pensava. A ansiedade tomava conta de si, faltava pouco para a meia-noite, o cansaço começava a embalar em seus olhos, e nada de incomum havia acontecdio.
Ela mal notou o rosto do seu oitavo par, mas deu atenção quando este, espalmando a mão em suas costelas, a trouxe para mais perto. No segundo seguinte, sentiu que os pés dele acompanharam os seus da mesma forma, finalmente se encaixando na sincronia única da moça. O perfume que ele exalava, trazia lembranaças tão profundas, que estavam quase esquecidas. Um leve névoa cobriu seus ohos. Confusa, levantou o olhar para ver quem era.
Bill havia retirado toda a sua barba, e seu cabelo estava estranhamente mais escuro, quase negro. Louise logo percebeu seu disfarce, e tentou conter ao máximo sua surpresa, mas a agitação tomou conta dela. Ele havia se infiltrado no baile com toda a segurança possível - já que era considerado morto - e havia mudado a aparência.
- Fique calma, Louise. Não vou te morder...se não quiser. - Ele lhe mostrou seu sorriso brilhante de mil dentes. Curiosamente, seus caninos estavam de tamanho normal.
- Estou n-nervosa...
- Não é necessário. Continue dançando, e me permita guiá-la pelo salão.
- Vão nos ver.
- Não vão não.
Confiando totalmente no rapaz, ela deitou a cabeça em seu ombro, e deixou ser conduzida. Bill era tão rápido que ela mal pôde sentir o chão sob seus pés, ele não permitia que seus corpos se chocassem contra os outros. A sensação de estar de volta nos braços de seu amado era a melhor do mundo, pois levava para longe todos os anseios e medos da moça, enquanto pisava em núvens de um céu tão alto, que os encondia de qualquer outro olhar intruso.
Ela só percebeu que haviam parado ao escutar Bill rindo. A música agora estava mais longe, e sem perceber, havia sido induzida até a sala onde haviam jantado, e que agora estava vazia, com poucas velas ainda acesas.
- Por isso Aría me ensinou a dançar tão diferente dos outros?
- Sim. Somos um par perfeito um para o outro.
Ele a levou até a porta dos fundos. Uma lufada de ar gelado a fez com que se abraçasse imediatamente.
- Escute - Bill a fez olhar para ela - eu quero que ande em linha reta, até o início do labirinto vivo. Fique lá e me espere, eu já volto. Não saia de lá por nada, não importa o que aconteça ou o que veja.
- Eu entendo.
- Fique na sombra. Em minutos eu retorno.
- Bill, seus olhos estão ficando... avermelhados.
- Não se esqueça - ele aproximou seus lábios crispados nos dela, roçando-os enquanto falava - fique lá.
- Ficarei. Não vou sair enquanto não voltares.
Os dois iniciaram um beijo rápido e estalado. Ainda com a étera sensação dos lábios dominadores de Bill, ela andou até a porta do labirinto e esperou, bem escondida na sombra mais próxima.
E agora...

Bill havia sido discreto o bastante para qualquer outro olhar no salão, mas de propósito passara perto de Georg, e deixara claro que havia conduzido Louise para outro lugar. Ele apagou a maioria das velas, depois se recostou na mesa, os braços cruzados, e esperou uns poucos minutos.
Georg, David, e mais outros cinco apareceram. Seus rostos bravos logo mudaram para um ligeiro espanto, por verem o ambiente escuro, as sombras que não deveriam estar ali, e principalmente, a silhueta da figura perto da mesa, de cabeça baixa.
- Onde está Louise?! - Jost foi o primeiro a se manifestar, vociferando.
- Muito bem. Como sempre esteve, e como sempre estará - a voz alterada de Bill soava como uma lâmina banhada no veneno.
Seu caninos cresceram, projetados para fora da boca, o brilho inconfundível de um sorriso de víbora fez os homens ali estremecerem. Ele permanecia com a cabeça inclinada para o chão.
- Porque não mostra os olhos, meu caro?
- Desculpe, Georg?
- Acha mesmo que eu não o reconheço, não é?
A silhueta começou a tremer levemente, um riso longo e medonho tomou conta do ambiente. Mesmo depois de cessada, o som continuou ecoando dezenas de vezes nos ouvidos de todos.
Georg ouviu um silvo agudo do lado esquerdo. Um brilho de uma lâmina passou por seus olhos, e foi parar exatamente no feixe da janela, quebrando-a, a abrindo com um impulso. O vento que entrou na sala terminou de apagar todas as luzes, e só o brilho lunar ainda definia o que era objeto, do que era pessoa. A lâmina dobrada ao meio voltou exatamente para o lugar de onde havia sido atirada, nas mãos de Bill. Georg não conseguiu identificar que tipo de arma era.
- Sei que me reconheces. Mas seu maior erro foi nunca reconhecer o tamanho da ameaça que eu lhe represento.
Bill finalmente levantou o olhar. Duas gemas em vermelho sangue, tão profundas quanto a morte, estavam no lugar dos seus olhos.
- Só espero que seus belos olhinhos verdes também brilhem, meu caro.
A luta entre eles foi rápida, e ao mesmo tempo, severamente intensa.
Bill lançou-se contra Georg em meio segundo, aplacando qualquer contra ataque. Apavorado, Georg viu o brilho incisivo daqueles dentes, e se defendeu da mordida com o braço, a pele e os músculos sendo imediatamente rebentados. David tentou revidar, mas Bill foi quase dois segundos mais rápido para desviar do seu golpe. Ele voou até o encontro das paredes, no teto. De lá, via os homens assustados, sem saber como agir, seu inimigo ao chão segurando o braço, que sangrava copiosamente por entre seus dedos.
- Desça! - Jost ordenou.
Foi o que ele fez.
Os homens em volta não tiveram coragem o bastante para interromper a luta. David conseguiu pegar uma estaca do bolso, mas Bill a estraçalhou com um aperto de suas unhas. Ele prendeu David no chão, rosnando, a boca aberta, impossível de ser fechada.
- N-não a terás... eu não vou permitir - David tentou ameaçar.
- Achas mesmo? Pois tu a entregará a mim em três dias.
- Eu prefiro morrer.
- Juro-te que teu desejo será concedido em breve.
Bill o lançou cinco metros adiante, David se chocou contra a porta adjacente ao salão principal. Mal conseguiu ver o vulto de Bill voando pela janela.


Louise tomou um grande susto quando ouviu gritos, enquanto as pessoas saíam correndo do salão, o esvaziando em segundos. De longe pôde ver a mãe sendo colocada pelo pai numa carruagem. Chegou a dar dois passos, mas voltou.
Ela já tinha tomado sua decisão. Sabia as consequências que estas implicavam, mas as havia aceitado.
Bill veio correndo até ela um minuto depois. Ela permaneceu petrificada ao ver seus olhos e suas presas.
- Me perdoe por fazer vê-la isso.
Louise quase não o escutou. Estava impressionada demais por Bill conseguir falar sem se cortar com os dentes.
- O que aconteceu...?
- Três dias. É tudo o que eu lhe peço.
- David vai me entregar?
- Vai.
- Eu espero.
Os dentes deles voltavam no lugar aos poucos, mas os olhos continuavam da mesma forma.
- Chegou a hora de te marcar.
- Eu estou pronta.
Da forma mais delicada possível, Bill segurou seu pulso direito.
- Seu coração vai bater como nunca antes, mas tenho que ouvi-la, para a achar quando ele te libertar.
Bill ergueu a mão, a parte interna da unha do indicador tão negra quanto nunca.
- Vai doer?
- Infelizmente sim.
O corte foi imediato. A respiração de Louise foi bruscamente cortada por alguns segundos, e ela não teve controe sobre si mesma, caindo. Bill a segurou, deitando-a no chão. Ela voltou a respirar, os olhos se revirando, o coração duas vezes mais rápido. Bill gravou as batidas na mente. Deu-lhe um rápido abraço.
- Te espero do outro lado.
Ele saiu correndo, cinco passos antes de David chegar até ela.
Mesmo com dores intensas no corpo, David a pegou no colo. Louise chorava de uma forma agonizante.
- Vão atrás dele, peguem-no e o tragam vivo até mim, já! - Ele ordenou aos homens. - O que foi que ele fez contigo, meu anjo...
Ele teve a resposta ao ver o pulso direito dela.
Um corte negro e vertical que não vertia sangue, mas enegrecia todas as outras veias em volta, a mancha se destoando no pulso, aumentando de intensidade e de tamanho aos poucos.
David sentiu o sangue fugir do rosto.
Foi quando soube que era tarde demais.
Ela. Louise foi marcada, como a pessoa do século que seria tomada dos filhos da Luz.

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3 dias meus amores, e a Louzinha já eras, mwawawawaaa
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MensagemAssunto: Re: Moça da Luz, Rapaz das Trevas   Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 14 Icon_minitimeDom Out 09, 2011 8:34 pm

@.@

Aaaaaaaaah, MUITO ÓTIMO...
cheers

Quando mesmo que você falou que vai postar o outro capitulo que eu não escutei direito?
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MensagemAssunto: Re: Moça da Luz, Rapaz das Trevas   Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 14 Icon_minitimeDom Out 09, 2011 9:00 pm

UOU!!! Perfeito, como sempre!
Nossa! Eu adorei, adorei mesmo!
Espero que tudo corra bem para os dois!
Sei que David ama Louise, mas de certa forma
escolheu o caminho errado se juntando ao Georg.
Alguém vai ter que perder né!
Continua tia Susi!!!
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dudinha98
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MensagemAssunto: Re: Moça da Luz, Rapaz das Trevas   Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 14 Icon_minitimeDom Out 09, 2011 10:13 pm

muahahahhahahhahha ééé David e Georg,voces perderam
ririririri e Bill ganhou de lavada
hahahaha
amei o capitulo ficou muito bom mesmo
continua logo em Susi minha ansiedade é grande
kkkkkkkk
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MensagemAssunto: Re: Moça da Luz, Rapaz das Trevas   Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 14 Icon_minitimeTer Out 11, 2011 11:02 pm

Tiane Kaulitz escreveu:
UOU!!! Perfeito, como sempre!
Nossa! Eu adorei, adorei mesmo!
Espero que tudo corra bem para os dois!
Sei que David ama Louise, mas de certa forma
escolheu o caminho errado se juntando ao Georg.
Alguém vai ter que perder né!
Continua tia Susi!!!
Pois é! Smile
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MensagemAssunto: Re: Moça da Luz, Rapaz das Trevas   Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 14 Icon_minitimeSáb Out 15, 2011 4:03 am

gemea a única coisa que eu falo é pra você postar o próximo capítulo tipo pra ontem, porque eu me lembro bem do que você falou no skype aquele dia, e isso está me consumindo
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MensagemAssunto: Re: Moça da Luz, Rapaz das Trevas   Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 14 Icon_minitimeDom Out 16, 2011 12:12 am

Patty Back escreveu:
gemea a única coisa que eu falo é pra você postar o próximo capítulo tipo pra ontem, porque eu me lembro bem do que você falou no skype aquele dia, e isso está me consumindo

não, lembro... mas foi isso??

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62

A Passagem




"... e o que será dos homens sem sua honra?
Não, mas eles farão de tudo,
E matarão a todos,
Pela doce e inconstante vitória de mantê-la."


Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 14 Tumblrlkjnfqfceg1qbl6p5





Nos três dias seguintes, Louise permaneceu acamada, sempre indo e voltando na inconsciência.
Era difícil suportar um coração que batia de maneira tão veloz. Por vezes, ela tentou acalmá-lo, mas toda vez que tentava, a dor no peito se tornava mais esmagadora. Louise sentia as mãos da mãe sobre a sua, as orações que ela fazia constantemente ao seu ouvido, as compressas de água fria, trocadas de hora em hora da sua testa.
Nada surtia efeito. Ela continuava a piorar, assim como a marca negra no pulso, que crescia cada vez mais, já destacando quase todas as veias da moça sob a pele. A visão dava medo.
Somente quando a noite chegava ela se sentia melhor, conseguia comer um pouco, e se manter por quase uma hora acordada, mas ainda atônita demais para responder algo. Seus ouvidos se tornaram muito sensíveis, ela escutava com perfeição os segundos correndo no velho relógio na sala, o murmurinho de flocos de neve caindo, e o vento, gritando de vez em quando lá fora. A movimentação em sua casa era constante, caçadores iam e vinham conversar com seu pai em tom de luto. Por mais que discutissem, sabiam que o tempo estava acabando. Ela teria de ser entregue. Não havia uma solução, um segundo caminho, uma alternativa.
Louise já pertencia ao mundo deles. Tudo era uma questão de tempo para levarem-na até lá.
Na Divisa dos Dois Lados.
Poucas pessoas ousavam passar por perto da casa, onde alguém marcado ainda residia. As poucas amigas de Amélya se afastaram, e proibiram as filhas de tentarem ver Louise. Mas Danielle foi visitá-la. Ela não conseguiu dizer muito entre suas lágrimas. Disse que sentia muito pelo terrível e incerto destino que esperava Louise, e que se soubesse que tais coisas iam acontecer, teria ficado mais 100 anos trancafiada na Escola com ela. Lá estariam em segurança.
- S-se um dia puder voltar... não deixe de me visitar, Louise. V-vou orar por ti todos os dias...
Louise queria se despedir também. Havia tantas coisas que gostaria de dizer, por tudo que elas passaram. Quando os piores e melhores momentos da vida de Louise chegavam, Danielle sempre estava lá, com seu sorriso tímido vindo do fundo de sua alma. Ela sentiria saudades da amiga, de cada parte dela.
Somente conseguiu olhá-la, da forma mais intensa que pôde, antes de voltar a fechar os olhos. Sonhou com sua conturbada e difícil infância, percebendo que desde aquela ápoca, havia feito escolhas difíceis, que a haviam levado ao agora. Escolhas duras para uma criança.
Mas Louise jamais fora uma pessoa qualquer.
No terceiro dia, pouco depois do sol se por, ela recebeu um presente. Sua mãe colocou o colar de ouro mais uma vez no seu pescoço.
- Já lhe contei como o recebi, não?
- Sss...sim...
- Sabe, toda vez que olho para ele... eu me vejo como aquela menininha de antes. Eu volto a sentir o mar, a água gelada e salgada, as gaivotas... nunca a levei para ver o mar...
- É...
- Louise. Estavas prometida a Jost. Quando retornou de teus estudos, tentei mesmo... me convencer que havia esquecido o Trümper. Mas o amor de vós... superou o tempo, e todas as barreiras que apareceram. - Amélya se abaixou até o ouvido da filha - ele a merece, reconheço. E agora... tu pertencerá a um mundo que pouco conhecemos, e muito perigoso, tenho certeza. Mas ele vai estar lá, para continuar amando-a e protegendo-a, assim como eu. Diga - ela sentiu uma lágrima da mãe bater contra seu rosto - diga a ele que eu abençoo vossa união. E, por favor, Louise: vá ver o mar. E assim que teus pés tocarem a água, quero que ande dentro das águas. E quando a água bater nos seus joelhos, quero que jogue este colar na água. Deixe que ele se perca na profundidade. Deixe que ele leve nossas dores para sempre, e para tão longe, que nunca mais o encontraremos. Faça isso por sua mãe, está bem?
- A...ham... mããe... eu a amo.
Amélya beijou o rosto da filha.
- Eu sei, meu anjo.
Os pertences de Louise foram recolhidos. Amélya ajudou a filha a se sentar, e ficou com ela nos braços, embalando-a, sabendo que a cada segundo que passava, mais Louise ia embora para sempre, para nunca mais...
Ela a abraçou ainda mais ao ouvir a carruagem chegando, parando na frente da casa. Passos subiram as escadas, entraram no corredor, arrancando dos braços de uma mãe, sua única filha.
O pai de Louise, Georg e David entraram. Louise estava letárgica, mal focava algo à sua frente. Amélya tentava em vão pedir misericórdia por ela e por sua filha, como uma simples mãe que não desiste de salvar um filho jamais.
- Temos de levá-la, Amélya.
- Por favor, esposo... não.
- Não há outra escolha.
- Ela é nossa filha...
- Não é mais! - Ele vociferou - ela escolheu ser marcada, escolheu ser uma deles! Investimos nela, a apoiamos como pais, e é assim que ela retribui!... Pois que suporte as consequências de seus atos!
- NÃO!
Amélya se agarrou a ela. Georg e David tiveram de lutar para livrar Louise. Eles a arrastaram pela casa, os lamentos e gritos de Amélya bem atrás, tentando se desvincilhar de seu marido. Louise via borrões dos lugares que passou por tantas vezes, tentando guardar em vão uma lembrança, um detalhe. Algo dentro de si a alertava que nunca mais veria aquele lugar.
Não estava com casaco algum. O frio do lado de fora era arrasador, assim como o olhar repugnante de todos ali em volta. Todos, pessoas nas quais ela viu crescer e envelhecer, não perderam o espetáculo de horror. Seus braços erram agarrados sem dó, hematomas logo apareceriam, como sinais de extrema violência na pele da pobre vítima destas.
- Deixe-me despedir dela, SOLTE-ME! LOUISE!
- Mmmm - ela queria dar um último abraço na mãe. Guardar mais algum detalhe, sentir os braços protetores da mulher que lhe dera à luz uma última vez.
Não pôde.
Cordas amarraram seus pulsos com uma força incrível e desnecessária.
A última coisa que ela viu antes do capuz negro ser posto na sua cabeça, foi a entrada da casa onde nascera, e sua mãe aos prantos, seu pai a segurando, o rosto transformado num ódio intenso.
Ela foi jogada para dentro de um turbilhão de dor e incerteza.
Um dia e uma noite de viagem se passou.
Inerte num canto da cabine, ela permaneceu encolhida, sem saber para quê direção a levavam. A carruagem subiu os altos picos e montes, passando por estradas abertas nas rochas, à beira de precipícios, os solavancos jogando seu corpo. Reconhecia as vozes dos três que a tiraram de casa. Ela pediu comida e água. Sentia frio, e uma febre inclemente latejava suas têmporas.
Tudo foi-lhe negado.
Depois da longa descida, os cavalos finalmente pararam.
- Onde... estou?
No segundo seguinte, ela foi lançada para fora. Seu corpo bateu com força contra o cascalho, cortes se abrindo no corpo imediatamente, as palmas das maõs esfoladas por pedras afiadas, que entravam na carne. Ela tentou se levantar, mas uma chuva de socos e pontapés lhe jogaram no chão outra vez.
Ela nada pôde fazer, além de rezar para que a tortura passasse logo. Não pediu para que parassem, por medo das agressões aumentarem.
Pom fim, eles se cansaram. Os pertences dela foram jogados. Louise tremia, chorava, gemia pelas dores diversas em seu corpo.
- Eu a repudio como noiva - a voz irada de David ecoou.
- Eu a repudio como filha - seu próprio pai disse.
Ela nada respondeu. Aceitou todo seu sofrimento, mas aquela, seria a única vez que eles lhe fariam mal. Prometeu a si mesma que se vingaria. Lembrou-se de tudo o que David havia prometido à ela. Tudo tinha sido esquecido, pela honra.
Pela covardia.
- Vamos - Georg disse - logo, eles chegarão para buscá-la.
O choro dela aumentou ao ouvir a carruagem partindo. Quando finalmente estava só, ela conseguiu tirar o capuz do rosto, os cortes neste ardendo. Ela notou que seu coração voltava ao normal, assim como a marca negra, regredindo, até sumir por completo.
Ela percebeu que não estava tudo escuro. Na beira da estrada onde fora jogava, havia um poste de luz. Estranhamente, não havia uma vela acesa nele, mas somente um brilho irradiando.
Percebera que ali, a noite era muito mais escura. Não encontrou a lua, e mal se viam uma ou outra estrela. O ar estava frio e úmido, relâmpagos no horizonte medonho revelavam chuva, e a silhueta irregular das montanhas que separavam os dois mundos.
Não muito depois, ouviu cascos de cavalos vindo da direção do poste.
Louise voltou a se deitar no chão, sem forças para mais nada. Alguém desceu da carruagem e correu até ela, entrando em seu campo de visão. Um jovem de feição gentil, olhos escuros, e cabelos loiros, levemente ondulados. Ele a ajudou a se sentar, dando-lhe de beber. A secura da garganta foi secando as poucos.
- Pelos céus... o que fizeram contigo... covardes.
A voz. Ela conhecia. Mas... de onde?
- Quem... quem és tu?
O rapaz sorriu.
- Concordo que mudei com o tempo, mas tanto assim?
Ela demorou um pouco, até se lembrar daquele rosto, há muito guardado na sua memória, mudado com o tempo.
- Gustav?
- Sim, Louise. Faz muito tempo, não?
- O que faz... neste lugar?
- Aqui é o início de um mundo novo. O lugar onde tu sempre pertenceu. Está em casa agora.
Os primeiros pingos de chuva começaram a bater na terra. Gustav a ajudou a se deitar na carruagem, e recolheu seus pertences. Louise percebeu que não havia cocheiro, mas mesmo assim, os belos e fortes cavalos negros sabiam onde ir. Que incomum...
- Para onde vamos?
Ainda sorrindo, o rapaz colocou uma capa sobre os ombros de Louise.
- Vim buscá-la, iremos até sua nova casa. Não se preocupe com mais nada, receberá todos os cuidados necessários.
- E-eu tenho uma casa...
- Tem. Todos nos preparamos para a sua chegada há muito tempo.
Foram mais alguns minutos de viagem em dois tipos de profundo: o escuro e o silêncio. Mas a cada segundo a mais, ela podia ouvir lá ao longe, música. Um ritmo rápido e desconhecido para ela. Um gigantesco portal de pedra circundava a estrada. Luzes e sons passaram a encher o ar.
- Que lugar... é esse? - Louise falava bem devagar, pois os cortes dentro da boca ardiam a cada movimento.
- Aqui, é onde os do outro lado chamam de Reino das Trevas... preferimos definir como Alemanha. O início do nosso território. - Gustav a encarou, uma felicidade misturada a ansiedade brilhava em seus olhos. - Seja bem vinda ao outro lado, escolhida Louise.
Consegui. Por Deus, finalmente consegui.

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Fim da fase 2!!!!!

Fase 3 da fanfic a partir do próximo, atéh!
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MensagemAssunto: Re: Moça da Luz, Rapaz das Trevas   Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 14 Icon_minitimeDom Out 16, 2011 1:17 am

Susi Ficwhiter escreveu:
Patty Back escreveu:
gemea a única coisa que eu falo é pra você postar o próximo capítulo tipo pra ontem, porque eu me lembro bem do que você falou no skype aquele dia, e isso está me consumindo

não, lembro... mas foi isso??
EXATAMENTE! Você disse algo como "no próximo capítulo Louise vai pro outro lado"
sei que eu fiquei roendo as unhas! espero por isso há anos!!! yaya
FINALMENTEEEEE, FINALMENTEEEEEEEEE, AAH! \o/
sério, parecia que não ia chegar nunca! que agonia :S
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MensagemAssunto: Re: Moça da Luz, Rapaz das Trevas   Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 14 Icon_minitimeDom Out 16, 2011 3:15 pm

finalmenteeeeeeeeeeeeeeeeeeeee ela chegou lá
kkkkkkkkk
será que o Bill esta lá??
nossa,estou vendo como o pai de Louise a amava
que covardes
Gustav sempre fofo
adorei o capítulo
estou anciosa pelo próximo!!!!
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MensagemAssunto: Re: Moça da Luz, Rapaz das Trevas   Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 14 Icon_minitimeDom Out 16, 2011 5:28 pm

Patty Back escreveu:
FINALMENTEEEEE, FINALMENTEEEEEEEEE, AAH! \o/
sério, parecia que não ia chegar nunca! que agonia :S
Adorei o capítulo. AAH! *-*
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MensagemAssunto: Re: Moça da Luz, Rapaz das Trevas   Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 14 Icon_minitimeDom Out 16, 2011 6:30 pm

AAAAAAAHHHHH
Finalmente mesmo... @.@

ela passou pro outro lado Very Happy
mas que jeito mais covarde eles a trataram, achei que eles iriam, sim ignora-la mas não que seria desse jeito... Calma Louise, não serás a única a ter sua vingança
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MensagemAssunto: Re: Moça da Luz, Rapaz das Trevas   Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 14 Icon_minitimeDom Out 16, 2011 7:36 pm

vocês vão amar as coisas agora, tantas ideias na cabeça, tenho que ordenar tudo pra não revelar segredos antes do tempo!

aliás, favor crianças, entrar no link da minha ass, falow? é importante =D
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MensagemAssunto: Re: Moça da Luz, Rapaz das Trevas   Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 14 Icon_minitimeQua Nov 02, 2011 1:18 pm

Ah dona Susi, sempre deixando mistérios no ar.
To anciosa pela fase 3.
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MensagemAssunto: Re: Moça da Luz, Rapaz das Trevas   Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 14 Icon_minitimeSáb Nov 05, 2011 9:58 pm

minha gente lindan'!

Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 14 461863962vert


olha aí a Fase 3, meow, que orgulho!
Ainda bem que ninguém reclamou do meu sumiço, beleza, estão de parabéns. Não vou explicar N-A-D-A dessa capa, se matem pra descobrir (mwawawawawwaa), já tem duas personagens novas, e cara, são minhas favoritas, espero que gostem também =D
sooooooooooo, boa leitura, lieb's até

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63
A Primeira Noite



O palacete surgiu na névoa, como se tivesse acabado de se materializar sob seus olhos.
Louise prendeu a respiração ao vê-lo. Prestou atenção nos detalhes da riquíssima arquitetura, nas árvores nuas espalhando suas sombras sobre as paredes brancas e impenetráveis, no cuidado que o possível decorador teve em distribuir pelo ambiente da forma realista cada escultura, como se quase pudessem se mover. O local remetia a medo e curiosidade, uma fascinação na qual se devia ter muito cuidado.
- Que lugar é este?
- Vossa casa temporária até que seu lar definitivo esteja pronto para recebê-la. Venha, precisamos tratar desses ferimentos.
Ela caminhou pela estrada ladeada de árvores, as folhas secas fazendo um barulho farfalhante. Notou que Gustav se movia com familiaridade sob o ambiente, e tentou agir da mesma forma, mas tudo à sua volta ainda lhe parecia intrínseco demais. A sensação de estar sendo observada a incomodava mais que toda dor de seu corpo suplicante de cuidados. A grande porta da frente abriu-se sozinha quando chegaram a frente dela, como se sentisse a presença dos dois.
Louise sabia que ao colocar o primeiro pé dentro do hall, tinha deixado toda sua antiga vida para trás.
- Bem vinda ao lar dos Kaulitz-Trümper.
- Simone?
- Sim, ela é a Rainha eleita do palacete, mas quando saí para buscar a ti, ainda não havia chego. Entre.
O ambiente era muito parecido com a antiga casa de Simone, só que muito maior. As tapeçarias mostravam desenhos coloridos e geométricos, num estilo absurdo para a época. A mesma estranha e constante luz do poste também iluminava o ambiente, mas sem deixar de respeitar os limites das sombras. Diversos quadros de pinturas retratavam cenas do cotidiano. A única coisa anormal para Louise, é que todas eram cenas noturnas, por causa dos participantes delas. Imaginou que alguns daqueles ali agora também seriam parte de sua mais nova família.
- Sente-se - Gustav a sentou numa poltrona perto da gigantesca lareira de mármore negro - vamos tratar de seus ferimentos.
- Não há ninguém em casa?
- Eles já chegam. Mas há pessoas aqui, sim.
- Percebo, parece que estou sendo observada.
Na sombra que se projetava na parede da lareira, dois pares de olhos impossívelmente belos, verde-claros, surgiram. Louise quase pulou por tamanho susto. Duas risadas gêmeas e cristalinas tomaram conta do ambiente.
- Não se preocupe, Louise. São só duas meninas insuportavelmente irritantes e brincalhonas, até quando não se deve ser.
- Ora, Wolfgang! - As moças saíram da proteção das sombras - sempre estraga nossas brincadeiras...
- Estávamos só conhecendo-a - disse a outra.
Louise ficou paralisada. As moças deviam ser da sua idade, mas remetiam uma juventude e inocência que as deixavam mais jovens; eram gêmeas idênticas, vestidas da mesma forma e cor, e a pele tão branca e uniforme, que pareciam ser feitas de porcelana. Ela nunca havia visto um rosto com tamanha simetria e harmonia em cada um dos traços. Seus olhos eram grandes, de um verde bem claro. O curioso eram seus cabelos - eram metade brancos, metade alaranjados - de estilos de corte e penteado bastante incomuns. Uma delas sentou perto dos seus pés e esticou o pescoço para analisar o tecido do vestido dela, estreitando os olhos. A outra estendeu a mão, e tocou de leve em seu rosto, com receio e fascínio.
- E também são curiosas demais...
- Que quente! - A mais próxima de Louise comentou.
- Incrível... - ela finalmente disse.
- Os humanos são tão frágeis assim? - A outra moça se levantou, e pousou o queixo no ombro da irmã. Luzes e sombras provenientes do fogo tocavam aqueles rostos perturbadoramente perfeitos.
- Quem sois vós?
- Lisle. (foto)
- Alafair. (foto)
- Elas são Lisle e Alafair Kaulitz, primas de Bill.
- E suas também! - Lisle comemorou, ficando de joelhos ao lado de Louise - sempre ouvimos falar de ti.
- Bill nunca me disse.
- Estávamos terminando nossa instrução em Constantinopla - Alafair comentou. A única diferença entre elas é que Alafair tinha cabelos mais curtos. - Deve ter sido parecido convosco no Forte Spagnolla.
- Não sabia que havia este tipo de escola aqui.
- É provável que não saibas. Afinal, o que podes conhecer deste lado do mundo?!
As duas riram ao mesmo tempo. Era moças encantadoras, mesmo com seus olhos reluzentes e os caninos muito afiados.
- Certo meninas, terão tempo para conversas depois, tenho que cuidar de Louise agora.
Elas protestaram.
- Wolf... temos de ficar trancafiadas aqui, e nem podemos conhecê-la?
- Lisle, por enquanto não está sendo afetada pelo cheiro sanguíneo, mas não vamos arriscar. Vamos, vão procurar o que fazer!
Gustav praticamente teve de as empurrar pelos ombros para fora da sala, fechando a porta em seguida.
- São encantadoras.
- E enérgicas - Gustav começou a embebeder uma gaze com mercúrio - mas agora, vamos cuidar de ti.
- Porque Bill não está aqui?
O rapaz suspirou pesadamente.
- Enquanto estavas com a marca negra, Bill pôde sentir tudo o que sofrera. O ódio dele se tornou incontrolável. Gordon e Simone tiveram de levá-lo ao mestre dele, para que o ajudasse a voltar a ter controle. Ele quase pôs tudo a perder...
Louise ficou imediatamente angustiada.
- Quantas vezes terei de dizer pra que parem de espionar atrás das portas?!
A porta da sala foi aberta de uma vez.
- Saiam. As duas já para o quarto.
- Christine...
- Sem mais, Alafair. - A mulher fechou a porta atrás de si - essas meninas voltaram ainda mais impossíveis.
- Concordo. Louise, esta é Christine, é da família também.
- Minha futura prima?
- Sou prima de Bill Kaulitz.
Louise engoliu o próprio sorriso.
- Christine, não fale assim. - Gustav a repreendeu.
- Nós já nos conhecemos. - Ela o ignorou.
- Quando?
- Foi há muitos anos, quando ainda era uma criança. O episódio está apagado da sua memória. Eu ajudei Bill a libertar seu outro lado, no início da adolescência.
- Bem, é uma pena, mas realmente não lembro de ti.
- Cuidei para que não.
Louise não conseguiu suster o olhar dela por muito tempo.
- Simone me mandou uma mensagem, Gustav.
- E então?
- Ele já está sob controle, retornam dentro de algumas horas. Realmente... tu sempre causas em belo frenesi, Louise.
- Devo pedir desculpas por isso?
- Não que surtiriam muito efeito.
- Suspeitei que não.
Christine saiu da sala batendo os pés no chão, e Louise ficou sem saber o que fazer, mesmo estando satisfeita com si mesma de ter imposto sua opinião.
- Pelo jeito, não vais precisar de sutura.
- Ela não gosta da minha presença aqui?
- Não é bem isso... Christine tem opiniões fortes, pode ser meio rígida a princípio, mas logo se dará bem contigo. Então... está com fome?
- Muita!... Mas, não sei se... bem, não me alimento como todos aqui.
- Fique descansada, há alimento apropriado para nós.
Louise foi levada à sala de jantar, posta pela metade para os dois. Havia uma finita variedade em empadas de faisão, molhos para torradas, geleias de frutas silvestres, uma cesta de frutas da estação, e compotas de frutas cristalizadas, além de bombons de licor, e a deliciosa bebida aromática chamada chá que ela tanto gostava. Ela mal soube por onde começar.
- Fique à vontade, tudo aqui também é seu.
- Obrigada, Gustav...
Três batidinhas na porta os alertaram.
- Podemos ver como ela se alimenta?
- Alafair...
- Tudo bem, Gustav.
- Bom. Sentem-se, meninas.
As duas correram muito mais rápido que Louise pôde acompanhar. Em um segundo, estavam sentadas na frente dela, os olhos atiçados em curiosidade. Era estranho ver duas moças tão petrificadas, já que não dependiam da respiração para a sobrevivência.
- Como estava falando, Louise.
- Sim?
- Agora, será seu período de adaptação. O mais difícil no começo é trocar o dia pela noite.
- Imagino - ela sorveu o chá sendo velada pelas moças à sua frente - mas devo confessar, o cansaço está me corroendo.
- Pode ir descansar sem problemas depois que se alimentar. Quando chegarem, será avisada.
- Estou num misto de cansaço e ansiedade. Nem sei ao certo quanto tempo esperei para estar aqui.
- Foi um bom tempo, mas o que importa agora é que passou. Claro que, ainda há muitas pontas soltas a serem resolvidas, mas a peça principal do tabuleiro já está do lado certo.
- Gustav, no que serei de ajuda, afinal de contas?
- O mestre de Bill lhe informará.
- Certo. Agora, aceito seu conselho sobre ir dormir.

O quarto de Louise era quatro vezes maior que seu antigo, e munido de um luxo que a deixou tão entertida, que nem sabia pra quê direção olhar.
- No cômodo adjacente há um banho preparado para ti. Precisarás de ajuda? Posso chamar uma das servas da casa.
- Não será necessário...
- Então, é assim que decoraram o quarto - Lisle disse, entrando com sua irmã, que aproveitou para enganchar no braço de Louise - muito branco.
- Eu gostei das frésias - Alafair comentou.
- É maravilhoso, Gustav.
- Concordo, Simone sempre teve jeito para decoração. Meninas, vamos deixar Louise descansar.
- Não podemos ver como ela dorme?
- Lisle, já está bom de fazer testes com minha paciência.
- Bem, o dia mal começou para nós - Alafair deu um breve beijo na bochecha da moça - até breve, Louise.
- Até.
Lisle a beijou na outra bochecha.
- Vou pedir a Bill para que possamos passear amanhã. Um novo jardim de inverno foi inaugurado, tens de ver, é incrível!
- Boa noite, Louise. - Ele foi trazendo as meninas pelos braços.
- Boa noite Gustav. E para vós também, meninas.

Depois de se despedir, Louise entrou no cômodo adjacente. Uma banheira de água quente com sais aromáticos pedia para ser usada. Ela tirou suas peças de roupas, e mergulhou o corpo cansado. Sentiu um pouco de ardência em alguns ferimentos, mas se concentrou na quentura da água relaxando seus ombros tensos. Ao admirar a beleza e suavidade em torno de si, quase não podia acreditar que estava vivenciando seu sonho.
Mas a que preço?
Logo lembrou-se de todo o sofrimento e preocupação que a mãe deveria estar sentindo. Forçou o coração a se acalmar, no tempo certo, ela a traria junto a si. Segurou o pingente de concha, e fez uma breve prece.
Um robe de veludo cor de pêssego foi sua vestimenta. Da janela do quarto, analisava a belíssima cidade iluminada por cores e nuances antes nunca vistas. Seus residentes não estavam presos às formalidades de sempre, mas eram espontâneos, gargalhando, conversando, e brincando uns com os outros, como se um clima de festa sempre estivesse presente ali. Ela conseguia se ver vivendo daquela mesma forma, na liberdade que tanto desejara, desde que se entendia por gente.
O sono acabou vencendo. Ela não sabia como apagar as luzes do quarto, não eram velas que iluminavam tudo, mas sim a estranha luz que havia visto no poste, e por todo o palacete. Ela se deitou sobre os fofos cobertos imaculados, olhando intensamente para a estranha e suave luz, até que seus olhos arderam o bastante, para finalmente conseguir dormir.
Ela entrou num sono revigorante e pesado. Mas mesmo assim, sentiu claramente quando o ambiente em sua volta ficou mais frio. Braços gelados a envolveram, e ela se aninhou no abraço de inverno, ainda de olhos fechados.
- A acordei? - A voz de Bill ainda apavorantemente alterada soou no ar.
- Já o esperava.
- Tem medo do escuro?
- Como?
- Porque não apagou a luz?
- Gostaria de saber como.
Ele riu divertidamente, e Louise abriu os olhos. Bill ainda tinha a íris avermelhada e intensa, mas a expressão facial estava relaxada e bela, do jeito que ela conhecia. Ele lhe deu um beijo leve em seus lábios.
- Me perdoe por não ter impedido seu martírio.
- Ssshhh, já cessou, agora é o que importa.
- Está doendo muito?
- Não mais.
Ele acariciou seu rosto. Louise nunca antes se sentira tão viva.
- Eu o amo, Bill.
- Também a amo, Louise.
- Vela por mim esta noite?
- Assim como todas a partir desta.
Ela recebeu um beijo férvido e desesperado do rapaz, e estreitou ainda mais o pouco espaço entre os dois. Teve de interromper o beijo para conseguir respirar.
- Sempre me esqueço que tu precisas de ar... - ela riu, de um novo detalhe, de toda uma intensa e nova realidade.
A moça voltou a fechar os olhos, respirando de forma mais tranquila, enquanto era protegida por uma névoa fria e encantadora, que a relaxou por completo, a ajudando a dormir e descansar mais rápido. Sonhou com ela e Bill denovo na infância, os dois olhando para o por-do-sol no lago, sem precisarem dizer uma palavra, mas ao mesmo tempo, dizendo e descrevendo tudo o que acontecia no aqui e no agora.
Muitas coisas diferentes passaram a acontecer desde então.

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até, \o/
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MensagemAssunto: Re: Moça da Luz, Rapaz das Trevas   Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 14 Icon_minitimeSáb Nov 05, 2011 10:20 pm

wooooow

Tom deita assim comigo tambem como o Bill fez com a Louise, Bitte???
@.@
QUE LINDO

Oooh curiosidade do caramb@ hein ¬¬
Eu já tinha mandado elas caçarem o que comer lá fora... xD

TOOOOOOOM @.@
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MensagemAssunto: Re: Moça da Luz, Rapaz das Trevas   Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 14 Icon_minitimeDom Nov 06, 2011 8:09 pm

woooow que lindoooooo
muito fofo doce
gentinha curiosa
eu nao gosto muito da Christine
acho ela muito chata
o Bill como sempre muito fofo
continua logo Susi
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MensagemAssunto: Re: Moça da Luz, Rapaz das Trevas   Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 14 Icon_minitimeTer Nov 08, 2011 9:58 am

Wow que encantador e essas duas personagens que coisa mais graciosa.
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sha5fira




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MensagemAssunto: Re: Moça da Luz, Rapaz das Trevas   Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 14 Icon_minitimeTer Nov 08, 2011 12:20 pm

adoro essa fi nota 1000
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MensagemAssunto: Re: Moça da Luz, Rapaz das Trevas   Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 14 Icon_minitimeDom Nov 20, 2011 7:21 pm

demorei again, sorry!
sha5fira, seja muito bem vinda
boa leitura, liebes!
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64
Quando o Sol Nasceu


De acostumada a acordar cedo, Louise acordou um pouco depois do sol, mas não pôde vê-lo: Bill havia fechado as grossas cortinas do quarto, e o sussurro do vento indicava um dia nublado. Ela não quis acordar Bill, parecendo estar num sono tão pesado feito pedra, e se sentou na cama, sentindo a consistência fofa dos cobertores, a escuridão acolhedora em sua volta.
Tudo é mesmo real?
- Sim, é - a voz de Bill soou atrás de si, ela se virou.
Seus olhos voltaram a estar castanhos e intensos, e a voz calma. Louise voltou a se deitar, dando um beijo na clavícula gelada dele, recebendo um afago em seguida.
- Estou com tanto sono...
- Pode dormir, Bill. Só me diga onde devo ir agora.
- O palacete é grande. Venha, eu a conduzo.
Depois de lavarem o rosto, Bill vestiu um robe de veludo marrom, e sem fazer cerimônias, pegou sua moça no colo, a mostrando alguns cômodos pelo caminho. Louise quase gargalhava de felicidade, enquanto recebia beijos estalados e mordidas nos lábios de Bill, que sabia fazer cada momento, algo único. Ao entrarem na cozinha, somente Gustav estava ali, entretido em alguma leitura enquanto tomava chá.
- Oh, bom dia!
- Bom dia, Gustav. - Bill deixou sua amada sobre a bancada - alguma preferência?
- Desde que não seja regado a sangue...
- Que absurdo, já experimentastes?
- Como?!
Bill soltou uma risada cristalina.
- Não acredite nele, Louise - Gustav disse - é uma das piadas favoritas deles com pessoas como nós.
- Então, existem Filhos da Luz que moram aqui?
- Sim - Bill respondeu - nossas fronteiras sempre foram abertas para a paz e a convivência. Seu baile é daqui uma semana, vais ter a oportunidade de conhecê-los, são os mais ansiosos em vê-la. - O rapaz deu um longo bocejo, os olhos cansados.
- Se quiser, eu a conduzo daqui, Bill. Parece exausto.
- E estou. Posso lhe confiar meu maior tesouro?
- Sim, claro.
- Gustav vai lhe mostrar tudo por aqui. Nos vemos mais tarde - ele afagou seu rosto.
- Bons sonhos, Bill.
Gustav a ajudou a se servir, já que àquela hora do dia todos dormiam profundamente num sono tão pesado quanto a morte. No seu primeiro dia do outro lado do mundo, Louise via a curiosa cena pela janela, da qual se habituaria com o tempo: ruas vazias pela manhã. Em sua cidade-natal, era totalmente o oposto.
- Estranho, não? - Gustav comentou.
- Sim, demais.
- Depois que ver o mestre, vais poder andar por aí pelo dia, assim como eu e os poucos como nós também fazem. Mas tu ainda não estás protegida de um... ataque acidental. Esteja aqui sempre antes do sol se pôr, e a partir daí, só saia acompanhada.
- Quando serei protegida?
- Possivelmente na cerimônia de seu casamento.
- Gustav, o mestre que tanto falam... ele se chama Vlad?
O rapaz deixou um lampejo de surpresa passar pelos olhos.
- Sim. Como sabes disso?
- Minha instrutora no Forte Spagnolla.
- Oh, sim.
- Como ele é?
- Vlad Draculea? Bem, ele é o Rei deste lado do mundo, e líder de todos nós. Claro que, é estranho se habituar com eles, as atitudes são bem diferentes da que fomos educados. Não viste as gêmeas ontem?
- São mais... falantes.
- Para citarmos o mínimo. Ele tem uma posição elevada, e gosta de olhar fixamente, o que pode parecer constrangedor para ti de início. A figura deles em geral causa um certo medo e cautela, o que é natural para nós. Ele vai enchê-la de perguntas, mas tudo faz parte do procedimento quando um de nós atravessa as fronteiras. Só quem não vai parecer tão... simpáticas de início, são as noivas dele.
- Noivas?!
Gustav riu da surpresa dela.
- Sim, no plural. São três: Agnes, Lara, e Gisella. O que elas têm de belas, têm de ardilosas. Não é por algum tipo de preconceito de minha parte, Louise, mas limite o convívio com elas. Nunca se sabe até onde pode ir a confiança.
- Mas se ele tem três noivas... com qual delas vai se casar?
- Com nenhuma delas. O Conde já tem sua esposa escolhida, Pandora. Ela está para acordar de um sono centenário no qual está presa, e este é o principal motivo da sua vinda, Louise.
- Imagino que vou ter alguma participação neste caso.
- Tens toda razão. Olhe, eu gostaria mesmo de ficar, mas tenho compromissos.
- Pode ir, não se preocupe. Não vou sair de dentro de casa.
- É só os deixar dormir, apesar que as meninas costumam acordar perto da hora do almoço, então mantenha as cortinas fechadas, volto para te fazer companhia ao meio dia.
- Tudo bem, obrigada. Até depois.
Depois de terminar de comer, Louise subiu as escadas e voltou para o corredor onde dava o seu quarto. Todas as portas em redor eram dos moradores ali dormindo, e por medo de acordá-los, passou na ponta dos pés, e entrou rapidamente na escuridão do seu quarto.
Dois segundos depois o par de olhos luminosos de Bill se abriram.
- Podes acender a luz, se quiseres. Luz artificial não nos incomoda.
- E como faço isso?
- Ao lado da porta, tem uma pequena manivela, chamada interruptor. Empurre para cima.
Louise tateou as paredes até achar a tal manivela, e acionou-a. O quarto se iluminou aos poucos como na noite anterior.
- Que tipo de vela é essa?
- Não é vela, meu anjo. É uma lâmpada. E dentro dela, a eletricidade corre tão rápido, que o filamento de metal esquenta, e produz luz.
Louise o olhou como se estivesse falando em outro idioma. Bill deu uma gargalhada e se sentou na cama, Louise foi até ele.
- Sabes que não faço ideia do que acaba de dizer, não é?
- É um tipo de tecnologia que não existe do outro lado. Quando seu baile chegar, vou lhe apresentar ao inventor dessa maravilha, só o senhor Edison para te explicar melhor mesmo. - Ele tocou de leve no ferimento abaixo do olho, e Louise afastou-se - ainda está bem sensível.
- Eu melhoro com o tempo.
- Isso não seria cuidar de ti, Louise. Já chamei o médico da família, ele estava em viajem ontem, e virá examiná-la hoje a noite.
- Mas não precisa, eu estou bem!
- Sssshhh... - Bill a puxou para o seu colo. Louise escondeu o rosto no fino pescoço do rapaz. - Tu és o que eu tenho de mais valioso no mundo inteiro. Vou cuidar sim, mocinha, querendo ou não.
- Já vi que não terei chances contra seus argumentos...
Bill riu, e Louise fez menção para se levantar, mas os braços do rapaz estavam cruzados sobre ela.
- Tenho que ir me vestir.
- Para quê? Fique aqui comigo. Por favor.
- Está bem. Vou... desligar essa lâmpada. É só desativar o... inte..?
- Interruptor.
- Certo.
Louise se levantou e desligou o interruptor, todo o ambiente voltou a ficar escuro.
Num átimo, ela foi pega nos braços e colocada na cama. Bill riu no escuro, podia ver a expressão assustada dela.
- Como fizeste isso tão rápido?!
- Uma das vantagens de ser tão frio. Vamos dormir - ele abraçou-a - quero me acostumar logo a dormir contigo todos os dias pela eternidade que nos espera.
A questão da eternidade ainda era um mistério para Louise.
- Bill... sou mortal. Enquanto tu parou no tempo, eu continuo a envelhecer.
- Só até quando nos casarmos. Na cerimônia, receberás o direito da imortalidade.
- Como? - Ela sentiu o sorriso dele queimando seu pescoço, o nariz frio dele roçou sua pele.
- É uma surpresa.
Louise voltou a dormir aos poucos, somente o coração dela batendo, somente ela respirando. Era como dormir ao lado de morto, a temperatura dos dois se misturando, as diferenças gritantes entre os dois sendo como nada, enquanto ficassem unidos. Louise só foi acordar perto do almoço, e deixando seu amado ali, lavou o rosto, colocou um vestido simples de um rosa pálido, e prendeu o cabelo em camadas, como sua instrutora havia lhe ensinado.
Duas servas estavam começando a colocar a mesa. Gustav e Simone conversavam na sala adjacente, e a senhora iluminou o rosto ao vê-la, se levantando para dar um grande abraço em Louise.
- Não creio que realmente conseguiste! E olha só como o tempo a deixou tão bela...
- É muito bom vê-la outra vez, senhora Trümper.
- Gordon vai adorar te ver, ele teve de sair para um almoço com os amigos... que não dormem à luz do dia. Bem, vamos almoçar?
- Sim, vamos.
Os três conversavam quase ao mesmo tempo enquanto comiam. Louise ainda estava se acostumando ao fato de não aproveitar mais da luz natural para os ambientes, e sim depender das lâmpadas. Quando a sobremesa foi servida, as gêmeas Kaulitz apareceram, com rostos sonolentos, os cabelos soltos e um tanto amassados. Uma gêmea se encostou na outra depois de sentarem na mesa.
- Bom dia.
- Boa noite, Louise - elas responderam juntas, em voz lenta.
- Incrível! - Disse Gustav, brincando - onde está a agitação costumeira?
- Woolf! - Alafair reclamou, e Lisle debruçou-se na mesa, ressonando.
- Porque estão acordadas tão cedo? - Louise perguntou.
- Estamos tentando - um bocejo de Alafair a impediu que falasse - nos adaptar a ficar acordadas em dois horários. Metade à noite, metade ao dia.
- Estamos indo bem - Lisle disse, se esforçando para abrir os olhos.
- Já falei para elas que a natureza na qual pertencem não permite este tipo de mudança.
- Se tu consegues, conseguiremos também - Alafair cutucou a irmã. As duas se serviram dos pedaços de bolo.
- Então, Louise, e a adaptação?
- Assim como vós, Lisle, também estou tentando. - Ela sorriu, espetando o garfo de madrepérola mais uma vez no bolo, se deliciado do suave gosto adocicado do glacê branco com frutas.
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MensagemAssunto: Re: Moça da Luz, Rapaz das Trevas   Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 14 Icon_minitimeDom Nov 20, 2011 7:50 pm

Não vai ficar brincando com o interruptor da luz??? aaah eu fazia isso quando era pequena... yaya

Hehehe
essas gemeas xD

Imagina dormir e acordar com o Bill do seu lado e despertar com uma cara de sono fofa??? @.@
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MensagemAssunto: Re: Moça da Luz, Rapaz das Trevas   Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 14 Icon_minitimeSeg Nov 21, 2011 7:53 pm

Gii Way escreveu:
Não vai ficar brincando com o interruptor da luz??? aaah eu fazia isso quando era pequena... yaya

Hehehe
essas gemeas xD

Imagina dormir e acordar com o Bill do seu lado e despertar com uma cara de sono fofa??? @.@


verdade,eu iria achar que ainda estou dormindo e que estou tempo um lindo sonho
kkkkkkkkkkkk
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MensagemAssunto: Re: Moça da Luz, Rapaz das Trevas   Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 14 Icon_minitimeTer Nov 29, 2011 12:11 pm

---- TÓPICO MOVIDO ----

Motivo:
Problemas pessoais impedem que a autora possa continuar essa fanfic. Ficará em Abandonadas até que a Susi (autora) possa retomar sua fanfic normalmente, assim como seu perfil aqui dentro do Fórum.
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MensagemAssunto: Re: Moça da Luz, Rapaz das Trevas   Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 14 Icon_minitimeSáb Dez 03, 2011 7:38 pm

aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah...
Fazia tanto tempo que eu não lia essa fanfic *-*

To a cada dia mais apaixonada sério Very Happy
Continuaaaa pleasseee
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MensagemAssunto: Re: Moça da Luz, Rapaz das Trevas   Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 14 Icon_minitimeSáb Fev 25, 2012 2:28 pm

nha leitora nova nha posta pf =] to adorando a fic mto boa e bem criativa aplausos doce
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MensagemAssunto: Re: Moça da Luz, Rapaz das Trevas   Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 14 Icon_minitime

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