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 Moça da Luz, Rapaz das Trevas

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MensagemAssunto: Re: Moça da Luz, Rapaz das Trevas   Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 13 Icon_minitimeSex Set 02, 2011 7:49 pm

nossaaaaaaaaaaaaa vai Georg
Chrintine é uma atriz que merece oscar
e o Bill tambem
quero só ver oque vai acontecer com o Georg
hahahahaha acho que coisa boa que nao vai ser
continua o mais rapido que puder estou muito anciosa
hehehehe quero ver o Georg quebrar a cara
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MensagemAssunto: Re: Moça da Luz, Rapaz das Trevas   Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 13 Icon_minitimeDom Set 04, 2011 11:07 pm

Há, se ferrou Georg...o David também não escapa u.u
Cara, a Christine e o Bill são ótimos atores! :}
Continua Susi! What a Face
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MensagemAssunto: Re: Moça da Luz, Rapaz das Trevas   Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 13 Icon_minitimeQua Set 07, 2011 1:45 am

Gii Way escreveu:
._.
Bem, querendo ou não o princepezinho salvou a "vida" da princesa! Na verdade o sangue dele xD

Você é só um pouquinho má assim... |__________________o___________________|
bah, como tu é modesta Gii! A gemea é MUUUCHO mais má do que isso... HOHOHOHOHOHO

wow, chris........ PARABÉNS garota!!!! arrazou na atuação affraid
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MensagemAssunto: Re: Moça da Luz, Rapaz das Trevas   Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 13 Icon_minitimeQua Set 07, 2011 5:21 pm

Uma certa autora me prometeu fic essa semana... Só estou procurando pelo capitulo perdido agora!
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MensagemAssunto: Re: Moça da Luz, Rapaz das Trevas   Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 13 Icon_minitimeQua Set 07, 2011 5:43 pm

Gii Way escreveu:
Uma certa autora me prometeu fic essa semana... Só estou procurando pelo capitulo perdido agora!
¬¬
tens sorte, só por causa dessa chuva que não passa que não pude ir pra São Paulo
boa leitura, lieb's!
___________________________________________________________________________________________________________________________

57
Funeral


Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 13 Lakel



A notícia da morte da Princesa caiu como uma bomba.
Num dia, o Príncipe Herdeiro apresentava ao mundo sua eleita em seu maior momento de felicidade. No outro, ela já não existia mais.
A primeira nevasca atingiu o chão naquela semana. As bandeiras - antes todas em azul e tão alegres - estavam negras e a meio-mastro, quase não tremulavam. O vento estava parado, mas o ar frio e cortante. Os flocos de neve caíam de um em um, e até o final daquele dia, rastros brancos eram vistos pelas ruas.
Como antes, o Castelo estava cheio - de pessoas e de tristeza. Era como se a tragédia fosse um sonho - ninguém ainda conseguira assimilar tudo. Fora tão rápido, tão repentino...
As vestes brancas foram substituídas pelas negras.


Andreas quis vê-la antes do enterro começar oficialmente. A haviam vestido com um belo vestido de veludo verde, assim como ele lembrava que fossem seus olhos. O tecido ia até o pescoço, escondendo o ferimento que a matara. Seus belos cabelos castanhos e longos exalavam sândalo. A expressão do rosto marmóreo não era morte, e sim, um sono profundo.
O Príncipe olhou para o lado. Bill também estava de luto, olhando para baixo, desolado. Sua única parente viva... ele foi até Bill, e tocou em seu ombro. Antes que pudesse falar algo, o rapaz o abraçou fortemente, se entregando a um choro descontrolado.
- Eu juro a ti - disse Andreas, com a voz trêmula - juro com a minha palavra, minha vida, e minha honra: matarei quem fez isso a ela. O matarei tão lentamente como ele fez, e o esfolarei vivo até que a vida abandone seu corpo. Juro.
- Eu confio em teu juramento.
Andreas se afastou, o olhando nos olhos, os dois chorando copiosamente.
- És meu irmão agora. Sangue do meu sangue. Poderás ficar, se quiser, não precisas partir.
- Mas eu tenho. Já era minha intenção partir. Tínhamos nossa vida lá.
Andreas confirmou com a cabeça, fungando.
- Saibas que meu Reino e minha casa sempre estarão abertos. Aqui é a sua casa.
- Obrigada, irmão.
Andreas o abraçou mais uma vez, tendo uma nova crise de choro.
Não pôde ver o sorriso de satisfação de Bill por cima do seu ombro.
Os dois voltaram a ficar junto do corpo. Andreas tocou no rosto de sua amada, a mesma textura de sempre.
- Parece que ela vai abrir os olhos a qualquer instante...
- Eu sei. Também espero isso.
Com a permissão de Bill, ele se abaixou, e deu um último beijo em seus desejosos lábios.
- Te amarei para sempre.


A noite quase caía quando o grande cortejo acompanhava o caminho do corpo. Na frente deste, a família dela. O Rei e a Rainha seguravam o filho pelos ombros, que mal conseguia dar um passo. Bill vinha ao lado dele, e parecia anestesiado ao andar. Eles foram até o final da estrada de pedras - que dava para um afluente do rio. O corpo foi cuidadosamente colocado no barco. A família o decorou com flores, como um último adeus.
A ordem foi dada. Os guardas empurraram o barco na margem, e este seguiu o fluxo das águas lentamente. Todo o cortejo foi subindo a encosta, pois quando chegassem ao topo desta, veriam o barco de novo.
Assim que o barco voltou a aparecer, a guarda real - que já esperavam todos no topo - acenderam suas flechas. Das oito, cinco acertaram o barco. O fogo logo tomou conta deste, que percorreu mais alguns poucos metros antes de afundar nas águas
turvas. Andreas soltou um grito de dor, e seu pai o amparou. A neve finalmente começou a cair com força.
Georg a David acompanhavam tudo de longe. O medo de serem descobertos agora os perseguiam como uma sombra - não podiam se livrar dele, não importasse onde fossem. Eles prestaram suas condolências à família.
Georg analisou bem os olhos de Bill. E tudo que viu neles foram tristeza, e sede de vingança.


O afluente daquele rio fazia uma imensa curva - e por isso, todos tiveram de subir a encosta para ver o barco. Quando tornaram a vê-lo, este já estava distante. Ninguém conseguiu ver que ele estava vazio.
Christine havia pulado do barco na curva. Se aproveitando de sua rapidez, ela nadou dentro das águas turvas até à margem posterior, já na floresta. Gustav a esperava lá.
Ele trouxe a grossa capa de lã até ela, envolvendo-a. Christine aceitou o gracejo, com seu imperial sorriso.
- Fiquei com muita pena de ti quando chorou. - Ela comentou. O cabelo molhado pingando.
- Eu acreditei que era verdade. Como Bill sempre diz, tu és uma excelente atriz.
- Ele também não fica para trás...
Ela se aproximou dele, tão cautelosa como uma víbora, o surpreendendo com um beijo incrivelmente intenso. Ficaram ali por um grande tempo, até que Gustav a forçou a parar voltando a ter controle. Eles caminharam por quase uma hora dentro da mata fechada, até chegarem na cabana. Lá, Christine finalmente vestiu roupas secas. Comeu o jantar que Gustav havia preparado para ela, na frente da lareira de pedra. Os dois permaneceram ali, compartilhando o silêncio, somente os sons da floresta passando pelas frestas, os galhos batendo-se uns nos outros quando ficavam pesado demais de neve.
Eram três da manhã - e Gustav já havia colocado lenha seis vezes - quando Bill finalmente apareceu.
- Me perdoem pela demora - ele estava respirando alto, uma fumaça saía de sua boca - o choro lá está a níveis insuportáveis, não tenho tantas lágrimas assim.
Rindo, Christine se lançou nos braços do primo.
- Nem acredito que conseguimos!
- Acalme-se, ainda falta a minha parte.
- E quando vais voltar para... aquela vilazinha esquecida no mundo?
- Amanhã. De acordo com o planejado, Louise chegará em casa no máximo em cinco dias.
- Então... - Gustav se levantou, indo até eles. - Eu o vejo em breve, grande amigo.
- Sabes o tamanho da minha dívida com ti.
- E sabes bem que deves esquecê-la.
- A carruagem vos espera, vamos.
Os três voltaram a entrar na floresta, mas na direção contrária. Numa estreita estrada, uma bela carruagem os esperava, com dois cavalos negros. Christine deu um beijo de despedida no primo.
- E tome muito cuidado. Agora estarás sozinho.
- Será a parte mais fácil e mais deliciosa do plano. Acredite.
Bill ficou os olhando sumir na noite fria. Ainda tinha uma última coisa a ser feita. Olhou para a parte interna da sua unha, do indicador direito. Ainda estava negra. Pronta para marcar a pessoa que seria roubada da luz.


Era de tarde quando Bill se despediu da família real. Todos ainda tinham olhos vermelhos e inchados. Ele prometeu que assim que pudesse, tornaria a vê-los, nem que fosse para uma breve visita.
E não fazem ideia de como quero voltar...
Georg havia acabado de fazer suas malas. David ainda estava na janela, o queixo trincado, vendo a carruagem de seu inimigo partir. Não era certo, mas pouco podia fazer. Em sua mente, Bill estava fugindo, porque sabia que sem a prima era fraco.
Nos encontraremos em breve, ele prometeu a si mesmo.
Mas nem ele sabia que o reencontro se daria em tão pouco tempo.

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MensagemAssunto: Re: Moça da Luz, Rapaz das Trevas   Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 13 Icon_minitimeQua Set 07, 2011 10:17 pm

to sentindo que as coisas estão começando a se encaminhar prum grande desfecho... to certa?
e por isso minha curiosidade está aumentando muito :S
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MensagemAssunto: Re: Moça da Luz, Rapaz das Trevas   Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 13 Icon_minitimeQua Set 07, 2011 10:24 pm

Fiquei com peninha do Andreas, pelo jeito amava ela mesmo =/
Mas, vamos nessa senhor Bill \o/
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MensagemAssunto: Re: Moça da Luz, Rapaz das Trevas   Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 13 Icon_minitimeQui Set 15, 2011 10:34 am

O que acontecerás daqui pra frente?????
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MensagemAssunto: Re: Moça da Luz, Rapaz das Trevas   Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 13 Icon_minitimeQui Set 15, 2011 6:36 pm

Gii Way escreveu:
Fiquei com peninha do Andreas, pelo jeito amava ela mesmo =/
Mas, vamos nessa senhor Bill \o/

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MensagemAssunto: Re: Moça da Luz, Rapaz das Trevas   Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 13 Icon_minitimeQui Set 15, 2011 6:50 pm

dudinha98 escreveu:
Gii Way escreveu:
Fiquei com peninha do Andreas, pelo jeito amava ela mesmo =/
Mas, vamos nessa senhor Bill \o/

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MensagemAssunto: Re: Moça da Luz, Rapaz das Trevas   Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 13 Icon_minitimeQui Set 15, 2011 7:31 pm

Devo dar meus mais sinceros parabéns ao Bill e a Christine!
Fala sério, são dois perfeitos atores! Nem eu fingiria tão bem!
E agora, o que acontece, hein, hein??
Continua tia Susi!!
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MensagemAssunto: Re: Moça da Luz, Rapaz das Trevas   Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 13 Icon_minitimeQua Set 21, 2011 12:14 am

aiai...só de pensar que por enquanto, o próximo cap. é o meu favorito... mas esse também ficou bom, espero que gostem... a música que eu deixo vai servir para este e para o próximo cap, então escutem, ajuda a imaginar o cenário >> sem falar que eu amo de paixão esse filme, Sucker Punch. Quem já o viu?? Cara se não viram, vejam, a melhor história de garotas de todos os tempos<< boa leitura!


__________________________________________________________________________________________________________________

58

Volta para Casa


Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 13 12327negra

A última semana da turma de moças na Escola do Forte Spagnolla fora no mínimo apavorante.
Primeiro, a notícia em que a Princesa recém-coroada tinha sido torturada, e brutalmente assassinada. Fora algo tão repentino, que assim que foram comunicadas, ficaram praticamente sem ação.
Mas não havia mais tempo para luto.
Todas tiveram de arrumar seus pertences, e se preparar para a volta pra casa, onde seus noivos as esperavam.
Depois de tantos anos juntas, finalmente iriam se separar, cada uma com uma nova vida as esperando.
Enquanto todas se arrumavam, Louise estava afastada das outras, sentada no parapeito da janela. Via o topo dos gigantes muros que as cercavam, o sol de inverno em cima destes. O mundo tinha mudado tanto... e agora, ela voltaria pra ele.
Voltaria para um casamento honroso e uma vida de esposa.
Não que achasse aquele destino totalmente fútil, só não se sentia tão atraído a ele, assim como todas as outras. Talvez, fosse as chamas que trazia dentro de si, a impelindo-a a pensar de modo diferente.
Ou talvez fosse a culpa que trazia dentro do peito, pelo seu erro fatal, que a afastara de Bill para sempre.
Ela suspirou pesadamente, e fechou os olhos. Tentou formar outra vez o quadro mental da imagem dele. O tempo e a falta de vê-lo haviam feito-na esquecer de muitos detalhes, e com certeza muitas coisas haviam mudado. Mas certas coisas ela tinha certeza que o tempo havia conservado.
O toque rápido e gelado.
O olhar brilhante e incisivo.
O sorriso perfeito e encantador.
O coração, que não tinha deixado de amá-la, mesmo com... tudo.
Se arrependimento matasse, eu já estaria morta e enterrada.
Aría deu seu treinamento a Louise como encerrado, e logo após, anunciou Chio como sua mais nova aprendiz. A menina estava radiante pelo anúncio. Ficaria com a mesma cama de Louise quando esta saísse.
- Olhe só, você... cresceu tão rápido! - Louise comentou, bagunçando o fino cabelo da menina. - E tem a senhorita Bordeuax como sua tutora.
- Ela disse que no futuro, eu usarei meus dons a favor do meu noivo.
- O... já tens um noivo?
- Sim - ela respondeu naturalmente.
- E quem é?
- Ainda não sei. Mas a senhorita Bordeaux disse que é a melhor pessoa para mim. E ele precisa de mim.
Até onde Louise sabia, Aría não podia prever o futuro, o que sabia, alguém já havia previsto e a comunicado.
Deveria ser o mesmo caso.
Mas em que ponto Chio se ligava a tudo?
- Vai ser... difícil ficar longe. - Chio comentou, sem jeito - me acostumei com todas vós.
Louise sorriu, e trouxe a menina para perto de si.
- Eu vou escrever sempre.
Ela prometeu, mas sabia que a maldosa Hatsumomo abria todas as cartas que chegavam ao forte, e queimava as que quisesse. Louise imaginou quantas cartas havia escrito para mãe, mas que nem mesmo saíram do forte.
E quantas a mãe lhe mandou mas ela jamais leu.
Aquele ciclo - e seus pensamentos - foram quebrados quando um grito altíssimo e angustiado foi dado.
- O que foi isso? - Chio perguntou, os olhos azuis claros arregalados.
- Venha.
Elas saíram do quarto, e seguiram a multidão de alunas, que olhavam para o pátio interno. Uma a uma foi soltando um grito, desviando o olhar ou perdendo os sentidos. Louise, ainda segurando Chio pelo pulso, foi desviando por entre as alunas até conseguir ver o pátio.
- Oh, não! - Chio disse, em choque. Louise não suportou olhar por muito tempo.
Danielle estava chorando, sendo amparada por duas servas que a tiravam dali. Alguns flocos de neve começaram a cair, e a lufada de ar frio doeu até a sua alma. Os pedaços dos papeis voavam por ali perto, e alguns paravam ao entrar em contato com o rio de sangue, que tomava cada vez mais conta do intervalo das pedras.
Os olhos de Hatsumomo permaneceram abertos, assim como seu dorso, estraçalhado. Alguns dos papeis e envelopes haviam sido enfiados na vítima, como se as palavras - outrora sufocadas por um corpo de maldade - fossem finamente libertas.
- E-eu escutei ela gritar - Danielle choramingava - eu fiquei com medo, não vi como... fizeram. Porquê?! Porquê...
Louise respirou fundo, e fez de tudo para ter controle sobre si mesma, e começar a afastar as colegas de classe, para que parassem de ver a cena de horror.

Doces sonhos são feitos disso
Quem sou eu para discordar?
Viajar pelo mundo e os sete mares
Todo mundo está procurando por algo
Alguns deles querem te usar
Alguns deles querem ser usados ​​por você
Alguns deles querem abusar de você
Alguns deles querem ser abusados

Ela ficou com Danielle até que esta ficou cansada por chorar, e adormeceu. A nevasca tomava conta da paisagem do lado de fora. Elas voltariam para casa sob vigoroso inverno.
Três batidas na porta fizeram com que desviasse o olhar da janela. A serva responsável pela ala leste lhe avisou que Aría a esperava. Ela cobriu a amiga com uma grossa manta de lã, e seguiu o caminho que tantas vezes fizera, e subiu a escadaria proibida a todas as outras menos ela.
A porta estava entreaberta. Ela logo sentiu o calor da calefação. Os novos canários estavam aprumados, dormindo em suas gaiolas reluzentes.
- Como estão todas as alunas? - Aría perguntou, lhe oferecendo uma xícara de chá.
- Assustadas. - Louise pegou a xícara, ainda tremendo - como tudo isso aconteceu?
- Estranho, não? - Aría olhava para ela fixamente, enquanto tomava o líquido quente, e absurdamente perfumado - logo vocês vão partir para sempre, e isso acontece.
- Sim - ela não resistiu, e tomou um gole. O incrível sabor adocicado e novo inflamou sua garganta, ela pôde sentir cada gota dele sendo despejada dentro de si. - É delicioso!
- É de fabricação especial. Uma combinação única d tudo o que é doce no mundo. Dizem que quem toma uma xícara deste chá, recebe uma benção no inverno seguinte - Aría sorriu, e olhou para a janela - e olhe só! Inverno! Mas que sorte a sua, Louise.
- Bem, se me trouxer liberdade, já estarei feliz.
Louise tomou até a última gota. Sentiu-se instantaneamente inebriada, tão tonta que deixou a xícara cair sobre o fofo tapete.
- Ahn... Deus...
- O que foi, querida?
- Está tudo girando...
- Respire. Passa logo.
- É normal?
- Precisamente.
- Senhorita Bordeaux... porque Hatsumomo foi morta?
Aría permaneceu em silêncio por um bom tempo. Quando voltou a falar, quase sussurrava.
- Pelo tempo que ficou aqui, lembra-se de ter recebido alguma carta de sua mãe?
- Não... não estou sentindo o chão.
- E sabe o porquê não recebeu?
- Não consigo... ter certeza.
- Era ela.
- Como?
- Hatsumomo. Ela escolhia certas alunas de quem não gostava, e queimava todas as suas cartas.
Louise conseguiu focar sua visão em Aría. De repente, não queria mais saber.
- Eu lutei com ela por anos. Anos tentando-a transformar numa boa pessoa. Mas existem pessoas que simplesmente não são capazes de fazer o bem. Ea era uma dessas...
- Não...
- Descobri o que ela fazia há pouco tempo. Foi a gota d'água que faltava. Ela recebeu o julgamento pelos próprios atos.
- Foi...
- Sim, fui eu.
Louise começou a chorar, sem ter controle das próprias lágrimas. Ela já não tinha domínio sobre o corpo quando Aría a levou até sua cama.
Tu tomaste o líquido negro. Ele já está no seu sangue, nas suas veias. Agora, ele só precisa marcá-la, Louise. E serás livre deste julgamento, e de todos que virão.



Três dias depois, dezenas de carruagens esperavam as alunas. Elas se despediram entre choros e risadas, prometendo manter contato umas com as outras. Antes de partirem, foram reunidas no salão principal por Aría.
- Fico imensamente feliz de ver mais uma turma ser formada. São anos de trabalho, prática, e muito estudo. Cada uma de vós se dedicou ao máximo,e alcançaram o resultado: todas estão se formando hoje, com seus ansiosos noivos à espera. Parece que foi ontem que todas eram apenas meninas assustadas, não? - Elas concordaram, rindo - Mas hoje, já são moças. Moças prontas à nova vida. Então, minhas queridas, saiam destas muros. Vão para casa. Conquistem seus próprios mundos.
Louise deu mais um abraço em Chio.
- Sinto que a verei em breve.
- Tenho certeza disso, Louise.
Ela olhou mais uma vez para a instrutora, que deu um breve sorriso, e desapareceu em quatro passos.

Eu quero usar e abusar de você
Eu quero saber o que está dentro de você

De início, a enorme comitiva de carruagens seguiu pela mesma estrada, mas conforme as bifurcações, elas foram se separando. Louise estava feliz apesar de tudo. Tinha saudades de casa, mas principalmente da mãe. Somente Danielle estava
em sua companhia, o cocheiro cantarolava, conduzindo os cavalos. Danielle olhava para a paisagem cada vez mais fria do lado de fora, e mesmo com as insistências de Louise, ela não deu um sorriso, ainda vestida de preto. A noite se aproximou com rapidez, roubando a luz do caminho.
- Hei - ela se sentou ao lado da amiga - Não fique assim.
Danielle suspirou, olhando para a floresta, vários metros abaixo da estreira estrada de pedra.
- Queria que ela tivesse ido ao meu casamento.
- Ela estará lá, Danielle. No seu coração.
Louise teria acrescentado mais se fosse possível.
Algo muito forte se chocou contra a carruagem, a fazendo virar. O som de um grande estalo da madeira se partindo deixou Louise sem ação, enquanto seu corpo era lançado na direção oposta, assim como tudo à sua volta. O cocheiro e os cavalos ficaram na estrada, mas as amarras da cabine não suportaram o sobrepeso, e sucumbiram morro abaixo. As duas moças gritaram com o susto, e quase foram
lançadas para fora. Louise segurou com força a cortina da janela com uma mão, e Danielle com a outra. Pela janela, ela via o chão e o céu, girando cada vez mais rápido, assim como sua cabeça.
A queda não devia ter durado dez segundos, mas haviam descido quase 60 metros encostada abaixo. As duas permaneceram paradas, acalmando a respiração. Neve, terra e folhas estavam misturadas com suas bagagens, eu seus corpos, dentro de seus pensamentos.
- Oh meu... Deus!
- F-fique calma, Danielle.
- Você está sangrando!
Louise finalmente sentiu o filete de sangue na testa, e segurou o talho com a mão para que o sangue não fosse ao olho. Engoliu a dor o mais rápido que pôde, mas sabia que se não recebesse cuidados em breve, desmaiaria.
- Venha, vamos sair.
Elas pularam a janela, já que a porta havia emperrado com o impacto. A única luz era a da lua, o ar parado e congelante faziam com que fumaça saíssem de suas bocas. A imponência da florestas as ameaçava, jogando suas sombras de galhos nus sobre as duas moças, trêmulas de pavor, ainda agitadas pela adrenalina.
- Acha que conseguimos voltar para a estrada?
Louise olhou para cima, vendo a cascata de folhas que ainda caía por causa da queda.
- Não... é íngreme demais! Não vamos conseguir...
- OLÁÁ! - Danielle gritou para a direção da estrada - como o cocheiro não nos ouve?!
- Deve ter se ferido, ou está desacordado lá em cima.
- Ou saiu correndo como um covarde!
- Desde que traga ajuda...
Elas ficaram petrificadas ao escutarem árvores próximas estalando, juntas, mexendo com seus nervos e o último resquício de controle.
O barulho se repetiu cinco vezes, uma vez mais alta que a outra. Danielle quase gritou, mas Louise segurou sua boca, e pediu silêncio.
- Escute - ela sussurrou, tentando manter a calma - já estamos perto de casa. É só andar em linha reta mais vinte minutos, tu vais conseguir achar pelas luzes.
- Não, eu não vou conseguir.
- Tem que conseguir! Nós duas vamos morrer se ficares.
- Sabe quem faz esses barulhos? - Danielle estava quase chorando - é um filho das trevas!
- Eu estou sangrando. É a mim que ele quer.
- Lou...
- Vá! Vá e chame os caçadores!
- Louise!
- VÁ! - Ela a empurrou. Danielle saiu correndo, ela podia escutar seus soluços.
Louise procurou controlar a próxima respiração. Os barulhos de galhos se quebrando se repetiam de minuto em minuto, como se a criatura que a observava estivesse movendo-se, bem perto. Ela já podia sentir sua presença, e a única coisa que se permitia ouvir era seu coração.
Foi quando uma massa de folhas secas voou bem atrás de si. Ela sentiu as pernas fraquejando. Logo depois, ouviu o grunhido vindo da criatura. Forçou a si mesma a se acalmar. Tudo estava frio à sua volta, mas o frio que emanava atrás de si era uma sensação única e diferente. Ela sentiu os olhos começarem a arder.
Agora, sim.
- Não se vire - a voz alterada ordenou. Ela enrijeceu a cintura por ouvir a vibração da voz na sua espinha.
E tremeu ainda mais ao sentir a mão gelada em seu pescoço.
Mas ele a soltou logo em seguida.
Como em certo tempo antes, ela pôde sentir a pele fervendo.
Só por girar, todas as folhas à sua volta se incendiaram, enquanto a criatura voava para o topo das árvores, se refugiando nas sombras.
Louise não teria medo.


Eu vou te usar e abusar de você
Eu vou saber o que está dentro
Vai te usar e abusar de você
Eu vou saber o que está dentro de você
_________________________________________________________________________________________________________________

MUAWAWAWAWAWA
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MensagemAssunto: Re: Moça da Luz, Rapaz das Trevas   Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 13 Icon_minitimeQua Set 21, 2011 4:10 am

Nossa, como você é má.
Bem eu já vi esse filme é um máximo mesmo, mas o título em português é "Um mundo surreal" e bota surreal nisso.
Continua logo...
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MensagemAssunto: Re: Moça da Luz, Rapaz das Trevas   Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 13 Icon_minitimeQua Set 21, 2011 12:49 pm

Eu já não me espanto com as famosas paradas dela...

AMEI a música @.@
como é o nome do filme em português?

Vou esperar o próximo pra comentar... @.@
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MensagemAssunto: Re: Moça da Luz, Rapaz das Trevas   Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 13 Icon_minitimeQua Set 21, 2011 7:40 pm

nossa,maldosa nem para postar um pouco mais mimimimimi
será que era o Bill
tomará que sim
posta logo para eu fazer um comentário maior
e continue com seus belos e ENORMES capítulos porque eu os amo muito
riririri
continua logo
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MensagemAssunto: Re: Moça da Luz, Rapaz das Trevas   Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 13 Icon_minitimeQua Set 21, 2011 7:56 pm

AAAHHHHH SUSI!!!
Por quê? Por que parar bem aí!
Estou quase sem unhas já!
É eu ainda não me acostumei, mas deveria!
Continua, please!!!
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MensagemAssunto: Re: Moça da Luz, Rapaz das Trevas   Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 13 Icon_minitimeQua Set 21, 2011 10:39 pm

Sacanaagem tia Susi!
Porquee paro bem aii? :")
Ah, será que era o Bill?
Contiinua! *-*
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MensagemAssunto: Re: Moça da Luz, Rapaz das Trevas   Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 13 Icon_minitimeQui Set 22, 2011 11:45 pm

Cessando sua dúvida Gisele, o nome do filme em PT é Mundo Surreal, como a Lillian disse, mas é mais conhecido como Sucker Punch mesmo. Minhas crianças, escutem de novo e música neste cap. Aliás, este cap. é +18 (afinal, ninguém na fic é santinho), ou seja: as de menor, ficam a critério de vocês, mas eu não recomendo a leitura se você não estiver acostumada com "aquele tipo" de cena (calma, eu nem peguei pesado. Eu acho) Até a próxima, só posto agora porque vou estar ocupada no fim de semana. Carreguem a música do cap anterior denovo, boa leitura
__________________________________________________________________________________________________________________________

59

Depois de Tanto Tempo...



Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 13 Rrot


- Quem és tu? - Ela perguntou em direção às sombras. Uns poucos estalidos indicaram que a criatura se inclinou em direção à ela.
- É realmente importante saber quem sou? - Ela olhou nas várias direções que a voz pareceu vir, mas não identificou a direção correta.
- Sim.
O fogo em volta de Louise começou a se apagar, o cheiro de turfa e folhas tomou conta de seus pulmões.
- Para alguém com um ferimento tão vertente de sangue, até que não demonstras medo.
O sangue tomava conta de metade do rosto dela, e Louise fazia de tudo para não demonstrar dor.
- Por favor, não faças mal a minha amiga.
- Não o farei... ela já está quase em casa. Quanto a ti...
Ela engoliu o medo à seco. O fogo dentro de si havia voltado a sumir, deixando-a invulnerável e fraca.
- Faço-lhe uma promessa. - O chão tremeu quando ele saltou da árvore, ainda protegido elas sombras - prometo que a devolvo antes da alva do dia. Mas até lá, serás minha.
- V-vai me matar?
- Não.
- Me torturar?
Uma risada breve e anasalada surgiu.
- Não deveria eu perguntar o contrário?
- Não sei lhe dizer.
- Vire-se. Feche os olhos.
Louise o fez, sem protestar. Sabia que se tal criatura quisesse matá-la, já o teria feito. Ela só teria de segurá-lo ali por mais alguns poucos minutos.
As mãos dele seguraram seus cotovelos. De modo gentil, ele a puxou, fazendo andar de costas, até onde o brilho da lua não alcançava.
- O que...
- Ssssssssssshhhhhhhhhhh...
Louise lutou, mesmo ficando imediatamente presa no encantamento dele. Ela sentiu ele levando sua mão ensanguentada à boca.
A língua gelada e ágil lambeu-a, até deixá-la limpa. Depois, ele a virou, fazendo com que ficassem imoralmente próximos. Era estranho entrar em contato com alguém tão frio.
Mais uma vez, a língua, limpando seu rosto. Ela começou a resfolegar com o ritmo frenético e rápido demais para ser acompanhado. A vontade falou mais alto quando suas bocas de repente se encontraram. Ela se agarrou ao seu pescoço, e ofereceu a nuca, esticando-a, como uma presa ao se render.
Para a sua surpresa, recebeu um terno beijo.
- Venha - ele a pegou no colo em um átimo, e ela escondeu o rosto no pescoço dele, sentindo o mesmo perfume do último chá que tomara exalando dele. O sono tomou conta de si.


Ela foi liberta desse aos poucos. Ao abrir os olhos, viu um teto abobadado de mármore branco. A lareira à sua direita ardia uma fogueira grande. Assustada, apoiou os cotovelos no grosso tapete branco. Não entendia porque estava nua. O ferimento na cabeça já estancado causava-lhe tonturas.
- Vire-se para o fogo - a mesma voz de antes, vindo de algum ponto próximo.
- Por favor, não me machuque...
- Não seria capaz de fazer isso contra ti.
Tremendo de vergonha, ela virou-se. Sentiu o corpo frio deitando ao seu lado. A mão gelada de antes a fez deitar de bruços, e desenhou trilhas imaginárias em suas costas. O sangue deixou-a de bochechas coradas quando ele apertou-lhe a nádega esquerda.
- Pare - ela implorou.
Ele a virou sua direção.
Ela arregalou os olhos e escancarou a boca.
- Depois de tanto tempo... - ele brincou.
- Bill!
Ela abraçou-o imediatamente, sem se importar com o fato que estavam sem roupa. A emoção tomou conta dela, que não segurou o choro, tremendo de felicidade. Mas eu jamais deveria vê-lo outra vez! E ali estava o impossível, voltando a sua vida da mesma forma arrebatadora que havia entrado. Sorrindo, Bill secou suas lágrimas com os polegares.
- Me perdoe por tê-la ferido. Não foi a intenção.
- Pensei que não o reconheceria mais...
- Mudaste bastante também, minha Louise. Está linda.
Ela se afastou dele se lembrando do fato.
- Estás tão frio...
- Sou um deles agora. Completamente.
- Porque não apareceu? Porque não me salvou antes?
- Não tinha permissão de me aproximar. E pretendo começar a salvar a ti agora.
- Como?
- O líquido que Aría lhe deu está em suas veias agora. Ele não é apenas um chá, mas sim vai destoar seu sangue entre os outros para que eu a encontre na próxima lua cheia. Receberás duas marcas. Quando receber a segunda, eles a entregarão a mim.
- Mas estou noiva...
- É a marca negra.
Louise ficou muda.
- Não há o que temer. Assim que a segunda marca aparecer, eles irão libertá-la.
- M... mas e a primeira?
Numa pose ameaçadora, Bill a agarrou pela cintura, e a sentou em cima dele, na direção do baixo-ventre. O longo cabelo de Louise tomava conta de metade do rosto. Bill afastou o cabelo e lhe afagou a face.
- Se fores minha... jamais serás de outro. Mas tem que me aceitar, agora.
Com os olhos semicerrados, ela jogou a cabeça para trás, e confirmou.
- Relaxe. E não se preocupe, ninguém vai nos ouvir aqui.
A primeira estocada lhe cortou um grito. Louise sentiu algo dentro de si se romper e doer, ela trincou os dentes com força, seus lábios quebradiços, sua garganta muito seca. Os hábeis dedos de Bill puxaram seus quadris para baixo, enquanto ele procurava uma posição confortável dentro dela, amenizando sua dor. Ela podia sentir o suor escorrendo por seu rosto e suas costas. Aliviou a tensão quando percebeu que ao fazer isso, sentia prazer.
A segunda estocada veio quando ele estava sobre ela. Os poderosos caninos de Bill morderam-lhe o ombro. Como vingança, ela passou a arranhar-lhe as costas sem dó. Ela sorriu ao ouvir o gemido de satisfação de seu amado.
Depois, um conjunto completo e ritmado, que a fez arquear, e quase perder os sentidos. O olhar amendoado de Bill a fazia querer cada vez mais. Foram duas longas e inesquecíveis horas que a ligaram com ele para sempre.


O fogo estava quase se extinguindo. Bill a beijava diversas vezes na nuca, enquanto Louise tentava recuperar um pouco de forças. No passado, ela via que todos os sentimentos dela por ele eram tão fortes quanto agora. Ela havia enterrado-os por anos, para suportar a distância. Agora, eles voltaram num turbilhão. A amizade se tornou num amor profundo, numa paixão arrebatadora, e numa luxúria incontrolável. Bill voltou a erguê-la, para que se deitasse sobre ele.
Nunca pensara que ser ardentemente desejada por um homem fosse tão bom.
- O sol já vai nascer.
- Eu não quero ir.
- Não se preocupe, é só fazer seu papel. Não conte a ninguém sobre esta noite. E o mais importante: irão lhe contar uma coisa terrível sobre mim. Pareça bastante abalada. E não importa quantas provas a mostrem, não acredite neles. Faça tudo o que tiver de fazer normalmente. Eu volto pra te buscar.
- Bill. Eu não quero que David me toque.
Ele mostrou seu sorriso perfeito e cintilante.
- Ele não vai. Será ele que a entregará a mim. Não precisa ter medo,eu vou estar por perto.


Ele a levou até 20 metros da entrada da cidade. Bill havia rasgado seu vestido, para mostrar as ranhuras de mordidas. Ela estava com o cabelo solto, revolto e cheio de folhas, o rosto com marcas de terra. Treinava choro.
- Diga a eles que foi atacada, mas não conseguiu identificar quem.
- Certo.
- Mas minta sobre sua pureza.
- Afinal... ela lhe pertence agora.
- Assim como eu sempre pertencerei a ti.
Eles deram-se um último beijo. Bill entrou na floresta, e Louise passou a fingir choro, mancando falsamente.


Na noite anterior, Danielle havia entrado na vila aos gritos, pedindo socorro. Ela caiu perto da fonte central, ardia respirar, e cada músculo do seu corpo tremia. As pessoas correram para acudi-la.
- NÃO! - Ela pôde escutar a voz de Georg por perto antes de desmaiar. Ela sentiu que ele a pegou no colo.
- Ggggrrrr...
- N-não tente falar, por favor! Eu preciso de um médico!
- Gee.. ah! Louise...
- MeuDeusondeelaestá...
- Ele... ela estava sangrando...
- Onde Danielle, onde?!
- Em linha reta. Na clareira da floresta.
David não falou absolutamente nada. Assim que ouviu a localização de Louise, saiu correndo, e os caçadores ali perto o acompanharam. Georg levou a noiva até os pais, selou seu cavalo, e foi na mesma direção.
Ao chegar lá, viu os diversos homens em volta de uma cabine de carruagem tombada. O pai de Louise analisava um conjunto de galhos partidos, o rosto marcado pela idade mais tenso que nunca. Os caçadores lhe informaram que Jost havia subido a encosta com dois homens, estava na estrada. Georg foi até lá, e viu um dos homens voltando, conduzindo os cavalos da carruagem ainda selados. O corpo do cocheiro estava no lombo de um destes.
David estava mais à frente, olhando para o céu, enquanto o outro caçador analisava as amarras que haviam restado, que prendiam o eixo dos cavalos à cabine.
- David.
- Devo estar pagando por todos os meus erros mesmo.
- O que concluíram?
- Foi ele, Georg. Ele a levou daqui. Ele esperou por anos por uma chance que demos à ele!
- Se controle.
- COMO?!
- O Trümper é obcecado por ela, mas não é capaz de lhe fazer mal. Ela vai pedir pra voltar, e ele vai obedecer.
- Como sabe disso?
- Louise ama demais a mãe. Não viveria sem ela. E quando ela voltar, vamos saber que ele está por perto. E te prometo que vou terminar o que comecei e vou aniquilá-lo para sempre.

Todos os homens permaneceram em alerta por toda a noite. Ninguém conseguiu dormir, esperando que a cada ruído que a noite trazia, a morte viesse acompanhado deste. A madrugada passou lentamente.
David ficou sentado na fonte, que dava para os portões da cidade. Não pregou o olho por um minuto sequer.
Apareça, Louise. Apareça... por favor, volte.
A névoa se tornou ainda mais espessa conforme o dia vinha se aproximando.
O cansaço não lhe permitiu a reconhecer de longe, no início, mas assim que a viu, correu com a mesma velocidade de antes. Pôde escutar os gritos estrangulados dela muitos passos antes de finalmente alcançá-la.

______________________________________________________________________________________________________

e a Louise falando da Danny.... Twisted Evil
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MensagemAssunto: Re: Moça da Luz, Rapaz das Trevas   Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 13 Icon_minitimeSex Set 23, 2011 12:08 am

Susi Ficwhiter escreveu:
[color=green]Cessando sua dúvida Gisele, o nome do filme em PT é Mundo Surreal, como a Lillian disse, mas é mais conhecido como Sucker Punch mesmo.
...
e a Louise falando da Danny.... Twisted Evil

Danke susi ^^
Hehehehehe
woooow
A Louise está virada numa gatinha de unhas compridas pra arranhar o Bill deste jeito...

E você, hein dona Susi, de onde você tirou inspiração pra essa ceninha?
Twisted Evil Twisted Evil Twisted Evil
Que invejona da Louise agora
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MensagemAssunto: Re: Moça da Luz, Rapaz das Trevas   Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 13 Icon_minitimeSex Set 23, 2011 5:28 pm

nossa agora a Louise que mostrou quem realmente é
hahahaha
esse Georg é muito esperto
mas vai cair do cavalo
riririri
continua logo em

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MensagemAssunto: Re: Moça da Luz, Rapaz das Trevas   Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 13 Icon_minitimeTer Set 27, 2011 9:16 pm

Louise não é boba nem nada né!
Espertinha ela!
David e Georg vão se ferrar mesmo!
Por mais que ele goste da Louise, não quero ver os dois juntos!
Continua tia Susi!
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MensagemAssunto: Re: Moça da Luz, Rapaz das Trevas   Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 13 Icon_minitimeSáb Out 01, 2011 10:35 pm

okokok esquecendo a safadeza... PRÓÓÓÓÓXIMO ASSUNTO!
cara nem sei o que colocar de comentário...enfim, sem embromação, a fic ta aí, aproveitem, boa leitura, até mais
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60
A Farsa


Spoiler:


Para Louise, acordar em seu quarto de menina em sua casa, foi como acordar depois de um sonho muito longo.
A cama ainda era a antiga, e um pouco pequena para ela que havia crescido. Tudo havia sido deixado conforme sua infância. Ela se levantou bem devagar, ouvindo vozes na sala. Foi até a janela, e contemplou a paisagem branca e fria lá fora, fumaça azulada saindo das chaminés, se perdendo no céu branco e bem claro. Ao olhar pro lado, encontrou a antiga casa de Bill, já em ruínas. Lembrou-se do dia em que a mãe dele a chamou para dentro. Quase podia se ver naquela sala ao lado de Simone, Bill e Gustav ainda crianças, dividindo a mesma poltrona. Os olhos doces e curiosos de Bill brilhando na direção dela...
Seu denaveio cessou quando sua mãe abriu a porta. Ela correu até a mãe, recebendo um abraço fortíssimo.
Ainda não acreditava que estava em casa, que sua mãe estava ali. O tempo havia sido clemente com Amélya, algumas poucas marcas no rosto, e mechas brancas reluziam em seu longo cabelo castanho. Louise havia ficado muito parecida com a mãe, mas os olhos azuis bem claros e o cabelo loiro transparente, com algumas mechas em amarelo queimado, denunciavam de quem era filha..
- Descansou bem?
- Sim, mamãe.
- Não teve pesadelos, não é?
- Não... é como eu disse... não me lembro de muita coisa. - Ela fugiu do olhar da mãe.
Era seu segundo dia em casa. No mesmo dia em que chegou, foi intensamente interrogada por Georg, mas David estava presente, como que controlando as perguntas. Toda a vila foi colocada em alerta. Ninguém entrava ou saía sem autorização.
Mesmo presa, Louise podia sentir Bill por perto, principalmente à noite. Quase podia jurar ver os olhos dele brilhando em vermelho por entre as árvores.
- Seu ferimento está melhorando - comentou Amélya, enquanto trocava o curativo - vamos ter que moldar o penteado do seu cabelo para cobrir esta parte da testa.
- É mesmo.
Em 48 horas, o baile de apresentação de Louise e Danielle aconteceria. Neste, as duas seriam oficialmente reconhecidas como noivas, e na primavera seguinte, estariam casadas.
Louise sabia que até a primavera, já não estaria mais ali.
Ela olhou para a mãe, que estava numa felicidade inebriante de voltar a ter a filha em casa. Louise sabia que ela era a única pessoa que --- amava no mundo. Que tipo de filha seria ao deixar a mãe para trás?
Mesmo que não pudesse levar sua mãe naquele momento, assim que alcançasse o outro lado, pediria pela salva da mãe também.
- Prontinho - a mãe lhe deu um beijo na testa - quando estiver pronta, venha fazer o desjejum.
- Vou logo.
Ela soltou o ar que prendia nos pulmões assim que ficou só. A curiosidade e a incerteza também a deixavam com os ossos trêmulos. Como seria viver do outro lado das montanhas? Ela teria de se acostumar a dormir de dia e acordar a noite? Teria e conviver com os olhares famintos de sangue de todos à sua volta? Ela agradeceu mentalmente à sua instrutora por ter-lhe ensinado alemão - a língua proibida, somente usada num mundo que a esperava, mas que ela desconhecia totalmente.
Ela tratou de se tranquilizar, e desceu as escadas. Bill teria todas as respostas para suas perguntas.
Seus pais a esperavam na mesa.
- Bom dia - ela cumprimentou o pai.
- Bom dia, Louise. Parece estar bem restabelecida hoje.
- Tenho de estar, afinal... em pouquíssimo tempo, serei uma noiva oficial.
- Está ansiosa, filha?
- Até que bem tranquila, mamãe. Mas para a cerimônia em si, aí sim estarei tremendo! Vai ser um momento... - ela parou ao analisar o rosto dos pais. Sua mãe sorria abertamente, mas seu pai conservava um esboço de riso nos lábios finos e bem juntos - inesquecível. - ela completou, alcançando o pão.
- Isso. É importante que se alimente bem. Quem sabe não consegue lembrar de mais coisas do ataque.
- Esposo...
- Quieta, Amélya.
Os maus tratos do pai de Louise para a esposa não mudaram conforme o tempo. Ela engoliu a raiva à seco, mantendo sua postura retíssima.
- Sim senhor, é possível - Louise respondeu da forma mais fria que pôde.
- Georg e David estão atrás de uma pista desde a madrugada.
Aquele comentário a abalou completamente por dentro, mas ela continuou no seu papel por fora.
- E aqui, bem perto. - Ele continou - acham que quem a atacou está rondando-a.
- É bem possível.
- Não está com medo, Louise?
- De forma alguma. Confio em David, ele fará o que deve ser feito.
Seu pai não conseguiu disfarçar a surpresa.
- Incrível o que uns poucos anos fora não lhe fizeram.
- Me perdoe senhor. Mas o tempo que fiquei fora abrangeu o fim de minha infância, e toda minha adolescência. Foram muitos anos. Foram muitas mudanças.
Eles terminaram o desjejum em um silêncio sepulcral.

Louise foi visitar Danielle. Ela ainda estava em choque com o ocorrido, se recusava a sair de casa. Foram duas ocasiões traumáticas na vida dela acontecendo em pouco tempo.
- Não vou sair de casa enquanto Georg não me disser que está tudo bem. - Ela comentou, enquanto dava o último ponto no seu bordado.
- Eles vão resolver isso, tenha um pouco mais de confiança.
- Eu tenho... mas fico tão preocupada com ele.
Louise pegou as mãos da amiga. Ela queria muito abrir-se com ela, mas não podia. Queria ter alguém como Danielle para contar os segredos, mas estaria até mesmo arriscando a vida dela se o fizesse.
- Danielle, eu... ah...
- Fale. Eu sei que quer me contar alguma coisa.
- Sabe?
- Posso ver nos seus olhos. Te conheço a tempo bastante pra isso.
Ela poderia contar parte da história, ou dar a conversa por encerrada?
A conversa acabou nem sendo encerrada por ela. A porta da casa abriu-se num chute, trazendo um vento gelado tão imediato, que fez a espinha de Louise vibrar.
- Georg! - Danielle correu até ele. Os olhos do rapaz estavam brilhando, e ele sorria.
Mas Louise conhecia aquele sorriso há muito tempo, e ele só podia dizer uma coisa.
- Nós o pegamos!
- O que?! - Louise e Danielle disseram ao mesmo tempo.
- Seu noivo ainda está lá, Louise.
- Lá aonde?
- No bosque. Ele estava mesmo por perto. Todos estão indo até lá, vamos!
- Não, Georg. Não gosto de ver isso... - Danielle pediu.
- Se eu falar para ti quem era, não acreditarás.
Ele olhou pra Louise, que ficou ligeiramente pálida.
- V-vocês o mataram?
- Obviamente.
Danielle olhou para a amiga, sem entender.
- Se quiser fique, Danielle. Eu tenho que ver.
Ela não seguiu Georg, e sim a multidão, todos correndo na mesma direção. Seu coração batia com violência no peito, ela sentia suas têmporas pulsando. Não podia ser. Bill não seria descuidado, ele sempre soubera exatamente onde pisar.
Louise parou ao ver o círculo que todos faziam, contemplando a morte. Ela olhou os galhos e troncos em volta: ranhuras, galhos quebrados, a seiva cor âmbar correndo, como se fosse sangue.
- Não vai até lá? - Georg lhe perguntou, ficando ao seu lado.
Ela o encarou sem o medo do passado.
- Tens prazer na morte, Georg?
- Principalmente na dele.
- É Bill.
- Sim. Ele ficou durante todos estes anos te esperando, nos rondando... ele foi quem a atacou, e só por causa da obssessão por ti que não a matou. Mas ele voltaria a te atacar até perder o conrole e tirar sua vida. Bom, no fim das contas, eu a salvei.
- Serei eternamente grata.
Ele susteu o olhar dela.
Louise foi se aproximando da multidão. Não tinha certeza do que veria, mas uma coisa era certa: não era seu Bill. Não podia ser ele. Ela foi se preparando para ver restos mortais, ou algum corpo com a cabeça mutilada...
Seu choque foi maior do que pôde administrar. Ela piscou várias vezes, e depois olhou em volta. Todos ali estavam hipnotizados pela cena, e muitos fazendo cara de dor ou de nojo. Mas ela não conseguia entender o porquê.
- O que está vendo? - Sussurrou a uma senhora idosa e roliça ao seu lado.
- Está cega, mocinha? Não vês que é um dos filhos das Trevas morto, com uma estaca bem fincada no coração?
- É...
Ela voltou a olhar para o chão. A descrição dos seus olhos não batia com a descrição dos outros em volta.
Tudo o que via era um monte de folhas secas, parcialmente queimadas.
- Então, é ele? - A voz de David a tirou do transe.
- S-sim... David, isso...
- Venha, não fique olhando.
Ele a afastou da multidão. Na mente dela, somente a frase de Bill ecoava.
"Vão contar uma mentira sobre mim. Não acredite neles. Pareça abalada..."
Bill estava fazendo com que todos vissem aquilo que ele queria. Menos ela.
- Fique calma. Agora, todas as ameaças contra ti cessaram. Vamos poder nos casar em paz.
- Sabe quem ele era, David?
- Listing me contou. Mas Louise, entenda: ele não era seu amigo. Ele era uma ameça contra ti, e contra todos à sua volta.
Louise o encarou, triste. Não odiava David, mas não era capaz de amá-lo, e o estava enganando. Isso a fazia se sentir mal.
Principalmente por agora saber que ele também havia sido envenenado por Georg.


Todos comemoraram a "morte" de Bill, indo até as ruínas da antiga casa dele. Lá, eles ajuntaram folhas e madeira seca, estouraram garrafas de vinho, e atearam fogo no que havia restado da estrutura. Louise sentou-se no parapeito da janela, e ficou olhando o fogo, quase sem piscar, até que todo o seu foco ficasse nele. Ela parou de ver as pessoas dançando e gritando em volta, a fumaça negra que subia, a fuligem que se misturava a neve derretida, escoando para todos os lados. Ela só via as "chamas da vitória", destruindo uma parte do seu passado que muito amava. Lembrou-se de quando Bill aprontava pelas ruas, um pouco antes dela partir. O ódio que ele tinha por todos, impossível de disfarçar. Na verdade, ele queria deixar bem claro a todos o quanto odiava tudo aquilo, e até onde ia sua sede de vingança pelo que haviam feito a ele e sua família.
Nunca o havia entendido tanto como aquele momento.
Ela fechou as duas mãos em punho, rapidamente. Na mesma velocidade, todo o fogo se apagou, sendo consumido por si mesmo. As pessoas em volta correram, medrosas. A noite muito escura se fechou num céu de estrelas escondidas por núvens carregadas. Somente o uivo do vento corria pelas ruas, se chocando contra as casas, tingindo de medo a noite em que todos esperavam pela paz.
Tudo estava prestes a mudar.
Finalmente foi se deitar, sentindo o corpo febril. Seus olhos eram da cor das chamas.


O vestido de Louise era claro, dourado, sem muitos acessórios. Sua mãe a arrumou com todo o orgulho possível, e ela procurava corresponder a mesma alegria.
- Tome - Amélya lhe colocou seu colar com a concha de ouro.
- Mamãe, não posso aceitar!
- Lembra-se, que a prometi que o daria se fosse aos seus estudos e voltasse pra casa? Cumpriste tua parte da promessa. Devo cumprir a minha.
- É... mãe, é uma honra.
- A honra é minha de vê-la usando.
As duas foram para fora, já com capas de veludo branco por cima do vestido, para se protegerem do frio. O pai de Louise ofereceu-lhe a mão para sair.
- Está uma bela noite, não?
Foram 48 horas transcorridas num velocidade que Louise mal pôde calcular. Ela não olhou mais para o céu desde então, e não percebeu que as núvens tinham ido embora. Uma lua cheia escancarava seu brilho no céu, tão intenso, que apagava as estrelas em volta.
Ela soube que seria marcada em poucas horas.
Assim que a lua alcançasse o topo do céu.
- Sim pai - ela concordou - uma bela e memorável noite.

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MensagemAssunto: Re: Moça da Luz, Rapaz das Trevas   Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 13 Icon_minitimeDom Out 02, 2011 1:37 pm

Que L.I.N.D.A.S...

AHHH QUE SUSTO X_X
eu pensei que fosse o Bill mesmo!
Ainda bem que a Louise ve diferente xD

Tiiiaa quando que vai ter mais mesmo??? @.@
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MensagemAssunto: Re: Moça da Luz, Rapaz das Trevas   Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 13 Icon_minitimeDom Out 02, 2011 8:08 pm

Amei a foto Susi!
São lindas... Mãe e filha!
Nossa, também fiquei assustada,
também pensei que tinham pegado ele!
Mas ele não seria tão idiota pra deixar ser pego.
Noite tensa, hein!
Continua, please!
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MensagemAssunto: Re: Moça da Luz, Rapaz das Trevas   Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 13 Icon_minitimeSeg Out 03, 2011 11:06 pm

Gii Way escreveu:
Que L.I.N.D.A.S...

AHHH QUE SUSTO X_X
eu pensei que fosse o Bill mesmo!
Ainda bem que a Louise ve diferente xD

Tiiiaa quando que vai ter mais mesmo??? @.@

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MensagemAssunto: Re: Moça da Luz, Rapaz das Trevas   Moça da Luz, Rapaz das Trevas - Página 13 Icon_minitime

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