Destinos traçados.( Quem poderia ter previsto isso? )

Os dias se passaram, cada minuto que ainda estava por vir fazia minha ansiedade de revê-lo aumentar. Não conseguia me concentrar nas aulas, me pegava várias vexes com o Sr Weber chamando minha atenção, para que eu voltasse ao mundo real. Manuela e Marie reclamavam do meu isolamento, eu só ficava deitada, ouvindo música e lembrando aquele beijo e quando não estava assim, me distraia facilmente da conversa delas.
Eu estava tentando entender o que está se passando comigo, eu precisava vê-lo, senti-lo, ouvir a sua voz. Sinto que tenho que conquistar a confiança dele, me aproximar dele.
Já pensei em todos os tipos de lugares que ele poderia me levar, no que eu faria em cada um deles, mas resolvi que seria o mais natural possível, nada de planos, seria completamente eu mesma e espero que ele faça o mesmo.
E hoje é o dia, sexta-feira. Eu e Manu estamos voltando do nosso curso, caminhando no inicio da rua em que se encontra a republica.

- Débora, Débora!

- Ham? O que foi? – Manu me olhava incrédula.

- Dá pra me passar as chaves? Você fica aí parada no meio do caminho, olhando para o nada...

- Foi mal... Aqui. – Lhe entreguei as chaves.

- Essa sua lerdeza já está me irritando. – Abriu a porta e entrou, deixando a chave ainda na parte de fora da maçaneta, para eu ter que tirar.

- O que é que eu fiz a ela? – Falei comigo mesma.

Entrei e fui diretamente para o quarto, Manu não estava lá. Peguei meu celular e vi que tinha uma mensagem... Do Tom:

"Passo aí às 19 h"

Fiquei olhando para o visor, fixamente e depois me joguei na cama, com um largo sorriso no rosto. Olhei para o lado e vi no relógio que já eram 17h30min.

- Mas já? Tenho que me arrumar, então!

Corri para o banheiro, jogando minhas roupas pelo quarto.

- Manu, amiga, vem aqui no quarto! – Gritei, assim que saí do banho. Demorou um pouco, mas ela chegou.

- Que é? – Perguntou com cara de tédio.

- Eu preciso que você me ajude a escolher uma roupa, a maquiagem e a arrumar meu cabelo. Eu estava pensando naquela blusa com decote...

- Não posso, estou ocupada, chama a Marie. – Ela me interrompeu e saiu.

Essa não era a resposta que eu esperava da minha melhor amiga, justamente agora, num dia tão importante assim.

- Oi, a Manu falou pra eu vir aqui. – Marie parou em frente à porta.

- Sim, eu quero que você me ajude a ficar linda para meu encontro com o Tom, só temos uma hora!

- Claro, mas nem vai dar trabalho. Você é linda! – Marie entrou no quarto.

- Valeu pelo elogio! – Espero que o Tom também ache isso de mim.

Reviramos todas as roupas que eu tinha levado, acabei escolhendo uma calça de jeans escuro, com alguns detalhes, uma blusa lilás claro, com um decote em V na frente e botas. Quase o que eu sempre costumava usar aqui, tirando a blusa. Meus cabelos estavam soltos, de lado e com leves cachos, feitos com o babyliss da Marie e o make estava natural, com um toque de lápis de olho e rímel.

- E acabamos! Você está perfeita! – Marie sorriu, me virando para o espelho.

- Não exagere Marie. – E me olhei atentamente, procurando alguma coisa pra ser ajeitada.

- Débi, já são 18h50min, vamos pra sala e ficar esperando.

- Já? Esse tempo voa... Vamos então.

Descemos e nos sentamos no sofá, Manu me olhou de cima a baixo e não disse nada.

- Ah, já ta quase na hora! Estou ficando nervosa. – Falei pra poder amenizar os nervos.

- Calma, Débi, é só um encontro. – Marie falou.

- Pra mim é muito mais que isso. – Eu não quis explicar mais nada, não gosto de falar sobre meus sentimentos, só com a Manu.

- Débora, você está aumentando demais as coisas, seja realista. – Notei que Manu não me chamava mais de amiga e nem pelo meu apelido.

- Amiga você é que está de mau humor esses dias. - Tentei fazê-la rir, mas ela só ficou mais séria ainda.

- Concordo Débi. – Marie completou.

- Poxa, Marie, você também? – Manu se levantou do sofá e subiu as escadas.

- Nossa, ela não está bem. – Marie falou.

- Você tem que tentar conversar com ela hoje de noite, por favor. – Falei.

- Vou tentar, mas por que você não conversa? Vocês são melhores amigas...

- Ela não quer me contar o que é e já estou ficando preocupada.

- Tá bom, eu vou sim, pode deixar!

- Obrigada, quero que você me conte tudo depois. – Isso é errado, mas eu preciso saber o que ela tem.

- Certo. – Marie sorriu pra mim, ela queria ajudar.

Depois de uns 5 minutos, ouvimos a campainha tocar, olhei as horas e eram 19:15, nada mau, isso é bom começo.

- Eu atendo! – Falei e fui correndo em direção à porta.