Despedidas– Aust, quero faça um favor a mim, ou melhor, por mim. Sei que voce tem suas diferenças com ela – disse desviando seu olhar a Simone – Mas se voce realmente voce gosta de mim... e dela, porque eu sei voce a ama... Por favor, de a ela um ultimo abraço, mas não um abraço frio só porque eu estou lhe pedindo que faça, de uma abraço como antigamente... de mãe e filha, companheiras, amigas...
- Bill, e-eu...
- Por favor, Aust... O ultimo.(...)
Ótimo o que eu iria fazer agora? Seguir o coração ou a minha cabeça dura?
- Bill isso é chantagem emocional – sussurrei baixo desviando meu olhar para o chão, mas ele tratou de segurar meu queixo levantando meu rosto para encará-lo.
- Pode até ser, mas é o único jeito de te convencer – explicou., franzindo as sobrancelhas e dando um meio sorriso. Droga! Isso é jogo baixo ele não podia ter feito essa cara. Eu dei um longo suspiro encarando-a novamente e voltando a ele.
- Somente um abraço? – perguntei ainda baixo para que somente ele ouvisse, ele sorriu vendo-me ceder e assentiu – Okay, eu faço!
O sorriso dele que já estava grande aumentou de forma exageradamente maior em segundos, vitorioso, lindo, eu adorava vê-lo sorrir... e vê-lo naquele momento da maneira que eu mais gostava, me dava coragem para o que estava prestes a vir. Bill soltou um gritinho estrídulo assustando a todos que estavam na sala, me puxando pra ele e abraçando-me.
- Obrigado, maninha, obrigado! – disse ele beijando o topo da minha cabeça e apertando-me ainda mais contra seu corpo.
- Bill, Bill, por favor, menos. Tá todo mundo olhando.
- ah pirralha voce me deixa tão feliz, nem sei como te agradecer, te amo sabia?
- Sabia – disse convencida – E me soltando seria uma boa forma de começar agradecer.
- Desculpe – ele sorriu sem graça me soltando e piscando pra mim – Vai lá!
Olhei toda desconcertada na direção dela – agora sem o Tom – que ainda chorava silenciosamente.
Mein Gott, como eu vou fazer isso? Ela estava com os braços apoiados no joelho e com as mãos no rosto, limpando as lagrimas que insistiam em cair de seus olhos.
Droga, isso só dificulta as coisas!Voltei meu olhar a Bill e ele assentiu me incentivando a continuar. Olhei novamente pra ela, fechei os olhos tomando coragem e fui calmamente até ela.
A cada passo que eu dava um sentimento estranho invadia meu corpo, talvez remorso por tudo aquilo que eu havia falado a ela quando descobri a verdade? Ou simplesmente medo? Nesse momento eu percebi o quão tola fui, em ter tratado-a daquela maneira, e o arrependimento veio em forma de lágrimas que inundaram meu rosto rapidamente. Bill percebeu que eu também começara a chorar e tentou vir até mim, mas não deixei, fiz um movimento rápido com as mãos e ele logo entendeu. Parei frente a ela e mais uma vez fechei os olhos criando coragem para fazer a coisa que eu mais tinha saudade depois do que tudo aconteceu.
- Mãe – chamei, abrindo os olhos lentamente, insegura, de que agora ela me rejeitasse. Encontrei seus olhos rapidamente que estavam estáticos e vermelhos na minha direção. Uma sensação de alivio passou rapidamente por meu corpo assim que disse a palavra mãe, mas a cada segundo que passava mais o sentimento de rejeição crescia e aquilo estava me matando internamente, fazendo-me acreditar que ela pudesse estar me odiando. Era demais pra mim! Comecei a limpar as lagrimas do meu rosto desesperadamente e a me desculpar.
- Desculpe, e-eu não devia ter feito isso...pra falar a verdade, eu nem sei o que estou fazendo aqui. Desculpe mesmo, eu prometo nunca mais lhe dirigir a palavra – falei desconcertadamente rápida chorando compulsivamente e virando-me pronta pra sair dali.
- Filha – ouvi sua voz embargada me fazendo parar imediatamente, virei-me e ela estava com um sorriso torto nos lábios, de braços estendidos para mim – vem, vem dar um abraço na sua mãe! – completou dando ênfase em sua.
A vontade de abrir um buraco no chão e me enfiar dentro, cresceu ainda mais. Como eu pude ter tão estúpida e ignorante com uma pessoa/mulher/mãe maravilhosa como ela? Confesso não pensei duas vezes e corri para seus braços, abraçando-a.
- Me desculpe! Me perdoe por tudo que eu disse a senhora, eu...
- Shh, fica quietinha, não precisa se desculpar eu devia ter dito a voce desde o começo...
- Precisa sim, me sinto na obrigação de te pedir por todos os absurdos que eu te disse... Sinto muito.
- Já disse que não é preciso. Só quero que me prometa uma coisa...
- O que?
- Promete que nunca mais vai ficar longe de mim?
- Prometo, sempre... – respondi mas uma vez me afundando em seus braços, como aquilo era bom, poderia ficar daquela forma pra sempre, com certeza não sentiria falta de nada, mas fazer o que? Nem tudo na vida são flores não é mesmo? Levantei meu rosto e depositei um beijo em sua bochecha, olhando-a nos olhos - Agora eu tenho ir, já tá ficando tarde... tenho que trabalhar amanhã.
- Mas voce acabou de me prometer...
- Eu sei e nem que eu quisesse conseguiria ficaria longe da senhora, mas é que agora eu preciso de um tempo, só pra mim, prometo que amanhã à tarde eu passo aqui pra te ver.
- Eu protesto! Mas eu sei que não te farei mudar de ideia então tudo bem – respondeu abraçando-me
- Obrigado, obrigado por tudo... mesmo. - ela apenas sorriu
- Quer que eu te leve?
- Não Bill, eu já chamei um táxi.
- Não seja por isso – disse ele saindo da casa e voltando minutos depois, saltitante.
- O que voce fez?
- Dei uma boa grana pra ele ir embora – respondeu como se fosse à coisa mais normal do mundo – Vamos?
- Vamos – disse rindo
Por sorte Tom não estava mais ali e facilitou minha ida, peguei minhas malas e sai junto de Bill, entrei no carro e acenei para Simone e Gordon que estavam na porta. Deslizei meus olhos automaticamente para as janelas do meu antigo quarto, que estava com as luzes acesas e pude ver de relance que havia alguém lá, mas não me importei muito e olhei para Bill que sorria.
- Pronta pra morar sozinha, pirralha? – como resposta eu apenas sorri e assenti, sabia que se eu abrisse a boca pra dizer uma palavra sequer ele notaria o meu tom destorcido e me perguntaria o que esta acontecendo, mas parece que o meu silencio não bastou – O que foi?
- Nada – falei rapidamente tentando disfarçar a voz que insistia em sair trêmula.
- Austine voce foi sempre uma péssima mentirosa! Ande, me conte o que esta acontecendo.
- Bill, não esta acontecendo nada. – grunhi passando as mãos rapidamente nos olhos e olhando novamente para as janelas do meu quarto que agora estava com as luzes apagadas
- Vocês brigaram não é mesmo? –
Por que ele ainda insistia nesse assunto?- Bill... – implorei baixo, mas ele continuou.
- Olha, eu sei que vocês brigaram, ele me contou, mas assim como voce ele não quis me contar o motivo...
- E voce espera que eu faça isso.
- Na verdade não, e eu também nem quero saber, mas qualquer que tenha sido o motivo da briga, eu tenho certeza que Tom não fez por mal, eu tenho certeza que ele jamais faria uma coisa de propósito para te magoar. – ele ficou quieto esperando por uma resposta minha, mas eu não a dei, apenas me ajeitei no banco e pedi bruscamente para que me levasse logo dali.
Ele também não me respondeu, ligou o carro e partiu até o hotel, em silencio. Chegamos rapidamente, ele ajudou a descarregar minhas malas e levá-las até o quarto em que eu iria ficar, nós despedimos e ele se foi.
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Não havia se passado nem dez minutos desde que Bill tinha ido embora e bateram na porta. Qual parte do “Não quero que me perturbem” eles não entenderam? Levantei irritadíssima da cama e da mesma forma abri a porta, assustando a pessoa que estava a minha espera, fazendo-a se virar rapidamente pra mim.
- Tom? O que voce esta fazendo aqui? Como sabia que eu estava aqui? –
pergunta idiota, mas é claro! – Bill, não foi? Eu pedi pra ele não te contar, por..
- Não se irrite com ele, na verdade ele não me contou nada, e-eu segui vocês assim que saíram de casa. – respondeu ele sem jeito, olhando pro chão.
- Por quê? – perguntei baixo com medo de sua resposta. Ele estava pálido, me olhando de uma maneira estranha. Pra falar verdade ele estava estranho. O que estava acontecendo?
- Er... eu vim te trazer isso aqui – disse pondo a mão no bolso e tirando-a em seguida.
- Minha pulseira?! – sorri pegando-a de sua mão
- É, er... eu vi que voce tinha esquecido-a no quarto e como eu sei que ela significa muito pra voce, eu resolvi trazê-la -
Era ele que estava no quarto?- Own, valeu – respondi sem graça, formando um silencio constrangedor entre nós durante alguns segundos, enquanto nos olhávamos fixamente.
- Bom, eu já vou indo – despediu-se dando um meio sorriso e indo em direção ao elevador.
Não podia ser somente aquilo. Ele até poderia ter vindo por causa da pulseira, mas nunca, nunca... exclusivamente por ela.
- Tom – chamei e ele prontamente se virou na minha direção, parecendo que esperava aquilo da minha parte – Você não só por causa da pulseira né?
Ele riu de canto e veio novamente até mim resmungando alguma coisa inaudível, parando perigosamente próximo ao meu rosto.
- Não, na verdade eu precisava fazer uma coisa, importante pra mim... Nem que seja pela
última vez. – terminou a frase em sussurros como se estivesse falando com ele próprio.
O que estava acontecendo?
Ultima vez, como assim? Ele estava querendo terminar comigo, era isso?...Não. Tom não podia fazer isso, terminar uma coisa que nem começou não é mesmo? Sim, nós nos pegávamos, mas era somente isso, não tínhamos nada sério e acho que nunca iríamos ter. Eu continuei encarando esperando que ele concluísse, mas pra minha surpresa o que eu recebi foi um beijo, lento, silencioso, e... sem segundas intenções (?)
O que ele tinha? Ele nunca foi assim, sempre ia com “sede ao pote” e agora esta todo amoroso? O que esta havendo?Eu tentei lhe perguntar o motivo daquilo tudo, mas ele não deixou que eu nos separasse.
- Por favor, não pare... Apenas continue.
Dor. Foi isso que senti em suas palavras.
Confesso, eu estava muito confusa, mas mesmo assim fiz o que ele me pedira e permanecemos daquela maneira por mais alguns longos minutos. Vagarosamente comecei a puxá-lo pra dentro do quarto de hotel, ele relutou um pouco, mas acabou cedendo, queria tê-lo em mim nem que fosse pela ultima vez, como ele próprio havia dito. Eu nos despi rapidamente e logo estávamos na cama, Tom parecia querer gravar tudo em sua memória, todos seus atos indicavam aquilo. Lento, era a palavra que definia o Tom aquele momento. Ele me tocava lentamente, me beijava lentamente, fazíamos sexo lentamente...
Ele definitivamente estava estranho!__________________________________________________________________________________________________________________
AÊ!
Voltei.
OKAY, OKAY , antes que me xinguem
Mil desculpas pela demora
Espero ser perdoada já que eu fiz um capitulo maior que os anteriores né?
Um aviso: RETA FINAL DE FRATERNAL, POIS É, POIS É ESTÁ ACABANDO!
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