Hallo everyone!!!
Desculpem a demora, não é por causa do natal alias eu detesto qualquer data comemorativa e não comemoro nenhuma delas.
Como eu expliquei na outra fic eu meio que fiquei sem computador e muitos dos capitulos que eu escrevi ficaram no caderno e só faltavam digitar^^
Bom o capitulo tá meio grande, mas não é tanto e nem sei se tá bom, antes de mais nada ele não vai explicar e nem tirar duvida da cabeça de ninguém, só para constar.
Boa leitura^^Aquela tarde ficou presa em minha memória!
O tempo parou e eu não consigo ver o sol lá fora!
Meus dias são cinzentos e meu céu perdeu a cor!
Sua sombra não pode me tocar!
Eu ainda sou assombrada pelos fantasmas que existem minha mente.
E a única coisa que eu preciso nesse momento é que você venha me salvar! Eu não queria acreditar na realidade avassaladora que batia a minha porta agora.
Meu mundo desmoronou, o chão foi tirado de mim. O céu azul caiu se espatifando sobre minha cabeça, despertando-me de meus devaneios.
Eu ainda olhava para direção que Aethel se encontrava cabisbaixa e amedrontada. Com certeza meu rosto espelhava muitos tipos de reações. Era impossível nesse momento definir aquela que apresentava a forma como eu me sentia.
Não era mentira.
Aethel é um desertor. O desertor do qual todos falavam há tempos. O qual todos corriam e ninguém em sã consciência ousava sequer falar. E quem se julgava corajoso a enfrentá-lo fazia papel de tolo e morria sem honra alguma.
Aethel é um homem que se esconde embaixo de uma simpatia que não tem e aniquila vilarejos e faz mal as pessoas sem pudor ou piedade alguma. Apenas por divertimento que para ele significa respeito. Ele nunca soube distinguir distintas palavras e seus significados.
È o homem do qual até mesmos os grandes dessa época tem medo. È o tipo de pessoa que todos desviam seu caminho quando o vêem na rua e ninguém o encara, só de ouvir o nome dele as pessoas tremem de medo e se trancam em suas casas.
Ele faz questão de humilhar suas vitimas em praça publica ou em multidões para que todos saibam o quão forte e indestrutível é ele e como ficam as pessoas que falham em sua confiança. Ele se julga acima de deus. Faz sua “justiça” usando suas próprias mãos que por fim estão manchadas de sangue inocente, tanto quanto o chão que sustenta seu corpo. Ele é o ódio revestido de uma casca oca cujo combustível para funcionar é a ambição e o medo que ele causa entre as pessoas. Não se machuca, não tem sentimentos, lembranças nem raízes para respeitar e honrar. Imagino eu que nem família ele deve ter tido.
Mais isso não significa e tampouco é motivo para agir assim.
Minha verdade agora é essa: è com ele que eu estou e isso é irrevogavelmente impossível de mudar. Não dá para voltar atrás e nem fugir. È a minha vida agora. Como ela vai ser daqui para frente, de momento, eu não faço idéia, mais eu tenho quase certeza que a partir de agora nada vai ser igual, nada vai ser bom. Eu vou sofrer muito mais do que posso imaginar. Pelo menos isso agora é o meu presságio.
Só queria entender em que parte disso o Eros entra. Porque ele anda com essas pessoas? Por que quis fazer parte disso? Talvez essas repostas eu nunca tenha para calar minha mente e esvaziar as perguntas que nela ainda persistem dar sinal de vida.
O tempo passou rápido depois daquele dia o qual eu me lembrava todas as noites quando me deitava na cama: à cena do homem sendo apedrejado e amaldiçoando Aethel não saia da minha cabeça. Eu era constantemente perseguida por ela dia após dia, noite após noite durante todo o tempo.
Durante esse tempo eu passei a ficar em casa com os vassalos, Aethel por intromissão de Eros decidiu não me levar mais com eles nas freqüentes idas a vilarejos na intenção de subornar ou acabar com as vidas que ali existiam. Ambos ficaram surpresos e perturbados por eu estar naquela situação. Eu havia virado uma espécie de morto-vivo, não dormia, não comia. Não falava, e isso por incrível que pareça preocupava o senhor coração gelado. Quanto ao Eros, meu fiel protetor, ele nunca saia do meu lado. Não fazia sequer menção de se irritar por eu me manter quieta na maior parte do tempo, às vezes eu até achava que ele preferia assim.
O tempo continuou correndo e já fazia dois anos que eu não ia a lugar nenhum com eles, agora eu me encontrava com dez anos. Minhas madeixas tinham ficado um pouco mais escuras, meus olhos ganharam um pouco mais de cor e meu corpo estava evoluindo e chamando um pouco a atenção dos homens do bando. Especialmente de Azarias. Coisa que eu não estava gostando. De roupas de menina; aqueles vestidos cinturados, coloridos e belíssimos que Aethel e Eros haviam comprado tantos para mim, eu havia adotado as calças e as roupas um pouco mais largas do que eu, na falha tentativa de afastar os olhares nada discretos por parte do velho gordo que não tirava os olhos de mim. Ledo engano. Não havia dado certo. Nada havia mudado como eu queria, ele ainda não desgrudado aqueles olhos esbugalhados do meu corpo. E isso estava me dando calafrios, mas por enquanto eu ainda estava segura, pois o chefe e seu bando havia dado trégua em suas andanças a fazer mal por ai, mas não por muito tempo.
Eu me sentia feliz em tê-los por perto, pois assim Azarias se manteria um pouco mais afastado de mim, mas ao mesmo tempo uma brisa gelada de medo me dominava, pois Eros não estaria por muito mais tempo comigo. Em breve todos voltariam a suas devidas rotinas, menos eu e provavelmente ele seria designado para ficar comigo quando os demais viajassem.
O dia que eu nunca quis que chegasse infelizmente bateu a porta do meu quarto naquela manhã. Era o dia em que eles iriam para um bairro longínquo de onde nós estávamos. Desci correndo pelas extensas escadas que davam acesso ao quintal, queria me despedir de todos e convencer o Aethel a deixar Eros ficar. Quando cheguei lá embaixo dei de cara com Azarias que ao me ver deu um sorriso rasgado.
-Onde estão os demais? – perguntei me escondendo dentro de meu enorme pijama numa tentativa de desviar sua visão de raios-X do meu corpo. Como esse velho me dava nojo.
-Já foram. – Disse ele aumentando ainda mais aquele sorriso amarelo, exibindo inúmeros dentes podres e quebrados. – Agora a casa é só nossa.
-Se os demais já foram, porque você não foi com eles? – Questionei-o ignorando o que acabara de falar e deixando-o sem graça por alguns segundos. Logo aquele sorriso asqueroso estava grudado na face enrugada dele de novo.
-Simples minha querida, eu vou ficar cuidado de você. – Ao dizer isso ele deu um leve sorriso de canto e sumiu mancando por entre os corredores.
Cuidando de você, minha mente repetia a última parte da frase dita por ele, eu não podia acreditar. Qualquer um do bando eu permitiria “cuidar” de mim, menos ele. Essa não. Ele não. Sim eu havia concluído o que suspeitara anteriormente e agora eu tinha mais esse problema para lidar, como se eu já não tivesse muitos.
Desde aquela noticia, eu andava com mais cuidado dentro da casa, evitando encontrá-lo por entre os corredores, vivia espiando as passagens e caminhos para sempre saber por onde ele andava, desta forma eu sabia por onde não passar e quando não passar. Queria evitar todo o tipo de aproximação vinda dele. Acho que se eu estivesse presa em meio a lobos não teria tanto medo e receio quanto eu tenho do lado daquele ser grotesco. À noite eu trancava meu quarto e não abria para ninguém que chamasse em minha porta. Não contava com nenhum dos vassalos para me auxiliar, pois todas as mulheres já tiveram caso com Azarias e a ele elas eram extremamente fieis. Eu estava sozinha em minha constante fuga do predador que insistia em seguir-me.
Os dias foram passando devagar e minha contagem regressiva era maior em cada um deles na esperança do bando regressar logo e eu me livrar de Azarias.
Era mais uma manhã linda como sempre quando eu acordei, sai espiando os caminhos cautelosamente para evitar a possível surpresa de vê-lo perambular por ai. Desci cantarolando alguma coisa e segui até a cozinha onde peguei uma maçã, ao mesmo tempo em que as quatro escravas me examinavam debaixo para cima. Uma delas começou a gritar e a única parte que eu consegui entender foi que eu estava proibida de sair do meu quarto sem meu vestido.
Eu gritei de volta que ela não mandava em nada e ela me disse que se eu desobedecesse iria ser punida por Azarias. Aquilo me surpreendeu, mas de uma forma negativa. Mesmo contra a minha vontade eu retornei ao meu quarto e coloquei um vestido vermelho, meu favorito.
Tornei a descer as escadas sem se importar se ele estava por ai ou não. Mesmo que eu não quisesse, eu sabia que ele me vigiava. Sabia que ele não desgrudava seus olhos de mim e que vivia contando os passos que eu dava indo para o jardim.
A partir daí eu passava meus tediosos dias lá fora sendo observada cautelosamente por Azarias, coisa que eu não gostava nem um pouco. Mas sob toda a calma possível eu me desvencilhava de seus olhares indiscretos.
Existia algo naquele homem que me dava medo, que me deixava mal... Ele causa certa repugnação em mim e eu nem ao menos sei por quê; sentia tudo isso simplesmente por ele passar perto de mim ou por ele estar no mesmo ambiente em que eu, mesmo que fosse distante ou por pouco tempo.
Era como se eu fosse um imã que atraía ondas negativas e conseqüentemente ele.
Os dias passaram se tornando meses que agora faziam parte do meu passado, um passado nem tão feliz, ainda havia lembranças tempestuosas e algumas enigmáticas, as quais eu nunca tive sequer pista ou resolução para elas.
Era um dia calmo, ensolarado, sem nuvens que deixavam o céu se exuberar em pleno azul. O dia em si estava lindo. Eu me encontrava no jardim, no meio das flores enquanto balbuciava uma canção que não tinha letra. Minha boca só emitia alguns sons, fazendo meio que uma harmonia melodiosa em forma de sussurro. Eros e os demais já haviam voltado há algum tempo mais mesmo assim Azarias insistia em me vigiar, mesmo sabendo que não era preciso. O clã do horror estava reunido em algum lugar daquela vasta casa trancafiados combinando alguma coisa.
Eu ainda seguia calmamente por entre as árvores e flores do imenso jardim, cantarolava agora um pouco mais alto e sorria sem parar. Acho que pela primeira vez em minha humilde vida eu estava tendo paz, sabendo como era ficar tranqüila no perigo e andando por ai sem ter medo.
O sol batia de forma acolhedora ao mesmo tempo em que me esquentava, o vento balançava meus cabelos levemente ondulados enquanto eu corria pelo mato. Livre. Feliz.
Pena que isso durou pouco.
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Críticas? Comentários?
Beijinhos e até o próximo.
dessa vez eu prometo que não demoro tanto xD.