Hallo everybody! Bem vinda Ana e Lady Spooky.
Bom algumas dúvidas de vocês vão ser esclarecidas nesse capitulo que por sinal está mais extenso do que os outros.
Obrigada a todas pelos comentários. Fico muito feliz que gostem da minha humilde história e obrigada também pelos elogios.
Aviso: se lembram da conversa dos pais dela que ela ouviu? Pois bem nesse capitulo vai aparecer um trechinho dela e vai estar sublinhado.
Desculpa a demora e boa leitura^^Uma parte de mim morreu ao conhecer o mundo!
Minha mente divaga a procura de algo bom para que as lembranças desse nefasto lugar não sejam completamente terríveis!
Minha alma foi aprisionada ao vento, pois somente assim ela poderia ser livre, a liberdade que eu não tenho.
E meu coração se afogou nas inúmeras mágoas devido a acreditar e confiar nas pessoas.
Os cacos do meu pequeno mundo de cristal permanecem intocados no chão.
A verdade é crua, fria e dura. È a realidade chocada contra meu conto de fadas imaginário.
Mesmo assim é inaceitável continuar vivendo deste jeito! Neste mundo!
O vento com pequenas partículas de areia continuava forte e estava desmanchando minha trança e bagunçando todo meu cabelo. Minhas vestes ainda estavam molhadas e o casaco do senhor estranho ainda estava sobre mim, mesmo úmido ele era a única coisa que estava me aquecendo naquele momento. A cada passo que os camelos davam, nós nos distanciávamos mais ainda daquele enorme deserto, mais distantes ainda da minha humilde casa. Mas porque eu estou tão calma? Não era para eu estar me debatendo, gritando aos quatro ventos e tentando inutilmente acertar o pé em lugares indevidos para fugir? Eu realmente não entendo, qualquer outra pessoa faria isso, mas porque eu não? Essa calma toda vinda de mim me assusta da mesma forma que eu me sinto bem com ele. Porque eu me sinto bem com uma pessoa que nem ao menos conheço? Os demais desse bando me passam uma estranha sensação de medo, já ele é tão calmo e afetuoso em suas palavras. Ele parece ser sincero e por enquanto ainda não me machucou. Por enquanto.
Essa quietude toda me incomoda já que eu não consigo fazer minha mente ficar calada. A voz dela é a única que eu estou ouvindo agora e sinceramente já está me irritando.
O silencio se fazia presente e nenhum ser que estava naquele bando ousava pronunciar uma única palavra. Não ouvi mais a voz do cara que me segurava, nem ouvi o tal chefe ao menos suspirar. Os outros homens a minha frente eram totalmente estranhos e calados, na verdade mudos desde o inicio não falaram nada.
Minha mente divagava e permanecia em casa, era lá que ela estava, não só ela como meu coração também. Por mais que meus pais não me amassem e tão pouco cuidassem de mim eu sentia falta deles, pode parecer estranho e masoquista, mais sim eu estava sentindo falta mesmo que aquele ambiente e as pessoas que nele moravam não fizessem nem um bem a mim.
Nós já estávamos nessa caminhada há horas e eu estava extremamente cansada por tudo que aconteceu na outra noite e apavorada por estar tão calma com gente estranha me levando sabe se lá deus onde e o que iriam fazer comigo quando nós chegássemos lá. Em meio a tantos pensamentos, a tantos conflitos internos, a tantos esforços mais mentais do que físicos, manter meus olhos abertos estava sendo uma tarefa árdua e impossível, então optei por descansar um pouco.
-Eu fui pescar com os outros moradores, mas nós não conseguimos nada. –Gritou meu pai bravo e minha mãe calmamente o puxou pela mão empurrou-o de forma suave fazendo-o cair sentado em cima de um banco de argila. Ela sentou-se ao lado dele e ficou por alguns segundos fitando a face carrancuda de meu pai.
-Conte-me tudo, não é só isso que te aflige! Tem algo mais e você está me escondendo. Perguntou minha mãe visivelmente preocupada.
-È você tem razão, tem algo que me incomoda um pouco. Não sei se você vai concordar com isso, mas nós não temos muitas saídas. Disse de forma seca e fria meu pai. Ele parecia não se importar por não ter saídas para o problema.
-Do que está falando? O que está acontecendo?
-Aethel Asker me procurou nesta manhã cobrando o acordo que fiz com ele.
-Você fez acordo com aquele homem. -Gritou minha mãe sem ao menos der tempo de deixar meu pai responder. – Como pode fazer um trato com gente daquele tipo? Você não tem amor a vida? Disse minha mãe gritando e puxando meu pai pelo pescoço através de suas vestes.
-Nós não tínhamos escolhas e eu fiz isso pensando em nós e principalmente em você. Devia ao menos me agradecer. Meu pai se desvencilhou das mãos de minha mãe que insistiam em apertar seu pescoço e a empurrou fazendo-a cair sentada no chão de terra.
-Qual vai ser a conseqüência dos seus atos por fazer um trato com aquele sujeito? Disse ela tentando se levantar e fingindo falsas lágrimas.
-Eles virão buscar Akantha! Ela vai ficar com ele.
-Você vendeu sua própria filha? –Perguntou minha mãe visivelmente ofendida, mas ao mesmo tempo em que estava triste ela mudou sua expressão adotando um sorriso diabólico em seus lábios. –Quanto Akantha vale? Quanto ele vai pagar por ela?
-Eu, eu...
Não! Não! Pai!-Acordei suada gritando com lágrimas escorrendo pelo meu rosto, a mão que me segurava apertou-me ainda mais. Abri meus olhos assustada pela força que apertava minha cintura e me encantei pela nova paisagem que enchia meus olhos agora. Era uma cidade, devia ser o centro, eram pilastras enormes brancas, grandes escadarias, uma área verde em circulo no meio da cidade dava graça aos templos dali. Era tudo muito bonito e bem... Quadrado.
-Calma criança! Está tudo bem, seu pai não está aqui. Ele não vai fazer-te mal algum. –Dizia ele afagando de leve meus cabelos enquanto enxugava minhas lágrimas com a ponta de seu polegar. Olhei ara cima em sinal de agradecimento já que as palavras se recusavam a sair de minha boca e vi um sorriso iluminar aquele rosto cansado. Definitivamente ele era um bom homem, só ainda não sabia o porquê de ele estar num bando daqueles.
Andamos mais um pouco naquela cidade e as pessoas que ali moravam paravam para nos ver passar. Eu até cheguei a cogitar a hipótese do que eles chamam de chefe ser uma pessoa popular por aí, mas eu me enganei. As pessoas paravam para nos ver passar e as reações de todas elas eram iguais, olhos arregalados e vidrados, bocas semi-abertas e uma expressão de medo tomava conta da face delas. Será que o chefe não era uma boa pessoa?
Continuamos a andar dentro daquela cidade enorme e notei que eram os mesmos tipos de casas, todas eram brancas com enormes pilastras em forma de mulher, com grandes escadarias e janelas arqueadas. Fui despertada de meus devaneios assim que o camelo parou em frente a uma casa que também tinha aqueles aspectos e era quadrada assim como as do começo da cidade, na verdade parecia mais um templo do que uma casa.
-
Eros pegue a garota e traga-a até aqui, nós já chegamos. -Gritou um dos homens que estava atrás de nós, senti a mão que me segurava soltar-se um pouco de minha cintura e antes que ele pudesse me agarrar para levar sei lá para onde, eu pulei do camelo fazendo-os descer rapidamente. Como acharam que eu ia fugir eles me cercaram, na verdade era justamente isso que eu queria.
Minha respiração agora era irregular e pesada. Eu havia pulado de uma altura não tão grande, mas considerada alta pelo tamanho que eu tenho. Voltei a olhar para os homens que faziam um círculo ao meu redor, eles me olhavam sem entender nada, impressionados pelo fato de ter pulado do camelo e pela altura que eu havia pulado, seus rostos continham expressões que eu não conseguia entender e distinguir. Tomei fôlego, eu ia precisar de muito para enfrentar o que eu ia fazer.
-Chefe o que nós fazemos com ela? Perguntou um loiro dos olhos verdes a um senhor de meia idade ruivo. - Essa criança desobediente queria fugir!
-Calado
Ikarus. -Gritou ele. - Nós não vamos fazer nada, deixe que ela nos diga tudo que ela quer dizer. Então criança tem algo para nos falar? Ele abriu caminho em meio ao círculo se desvencilhando de todos, caminhou em minha direção e ficou em minha frente.
-Isso já foi longe demais. –Gritei o mais alto que pude. – Eu preciso de respostas. Quem são vocês? O que querem comigo? Quem é o chefe? E o que eu estou fazendo aqui? Eu exijo respostas. - Parei de falar assim que a minha boca ficou seca e eu não tinha quase oxigênio em meus pulmões. Por um momento eu havia achado que ia conseguir todas as repostas que eu merecia, mas em troca só ouve risos e risos e mais risos vindo deles. Uma fúria tomou conta de mim e eu resolvi continuar com as minhas perguntas.
-O que tem de engraçado querer saber a verdade quando só se vive de mentiras? Disse friamente enquanto observava atentamente aquele misto de expressões faciais, inclusive a dele, que parou de sorrir e me encarou de uma forma que me gelou a alma. Os demais permaneceram rindo, será que nenhum deles tinha atitude para responder as minhas dúvidas?
-Minha criança, você só está aqui por culpa de seu pai. Se ele não tivesse feito nenhum trato comigo você ainda estaria com seus pais naquela vidinha medíocre. Disse aquele homem ruivo que permanecia em minha frente com um sorriso maléfico em seus lábios.
-Você deve ser
Aethel Asker, certo? Ou seria melhor chamá-lo de chefe? Perguntei ignorando o que ele acabara de falar.
-Me chame como quiser. Bem que seu pai nos avisou que você é geniosa. Disse rindo com desde, quebrou a pequena distancia que o separava de mim abraçando-me pelos ombros e puxando para mais perto de si que agora estava de joelhos ao meu lado.
-O que meu pai tem a ver com isso? – Respondi virando meu corpo e esquivando-me daquelas mãos fortes que insistiam em manter-me ao seu lado. Esse trato ao qual ele se refere será o mesmo que meu pai mencionou na conversa? Eu não estava entendendo o motivo de estar ali.
-Seu pai minha criança fez um trato comigo, eu poderia ficar com qualquer filho dele se ele descumprisse o trato. –Realmente era aquele maldito trato, mas o que será que ele prometeu a meu pai?
-O que você prometeu a ele? Eu realmente queria sanar essa dúvida.
-Nada, foi ele que me pediu ajuda para que vocês não passassem fome, eu fiz o que tinha que fazer, ma seu pai não soube investir tão bem a ajuda dada por mim. Disse dando de ombros.
-E em troca ele me vendeu a você, é isso?
-Não minha cara criança, ele não te vendeu para nós. Ele nos DEU você. Seus pais te odeiam, eles nunca gostaram de você, para eles você era um peso do qual queriam se livrar o mais rápido possível. As palavras foram duras, e eu não consegui fazer as lágrimas que insistiam cair se secar e sumirem. Elas desciam sem parar pelo meu rosto. Era difícil de aceitar, mas ele tinha razão. Era realmente assim.
-Aethel não fale assim, ela é só uma criança. Não merece ouvir uma coisa dessas. Pare agora com isso. Gritou Eros o homem “bondoso” que me segurava e me aturou a viagem inteira. Aethel vendo que suas palavras não foram muito bem aceitas por Eros, chegou próximo a mim e levantou meu queixo, fazendo-me olhar diretamente em seus olhos da cor de musgo.
-Eu sei que é muito duro para você ouvir tudo isso que falei minha criança, também sei que você é apenas uma pequenina de sete anos. Mas diante de tudo que aconteceu hoje posso lhe dizer que tenho novos planos para você. Bem vinda ao bando Akantha.
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Comentários? Críticas?
Eu aceito de tudo!
Beijinhos e até o próximo.