Cheguei aqui para postar novo capítulo ______ Alguns dias se passaram desde aquela tremenda conversa – no mundo dos imortais. Ver o rumo da minha ser decidido por seres de outro mundo como se fosse um simples jogo de cartas, não me doeu tanto quanto ter que me despedir da minha mãe. Julia podia não ser a melhor mãe do mundo, mas dos últimos meses para cá sentir sua falta era inevitável. Não que a convivência com Cristal fosse difícil, e que não pudesse substituir ela em alguns momentos. Eu sinto falta dela.
Ver ela passar pela porta de madeira da casa, carregando – tropeçando em cima – as malas, me dava uma sensação de solidão, de algo tirado de mim. “O trabalho é algo que requer muito de nós””O Brasil é logo ali”. Como se o Brasil fosse sua ultima parada. Muita coisa ainda vinha. Muitos lugares também.
Chorar não era a melhor forma de demonstrar o que sentia. Isso era difícil para mim. Sentimentalista. Ficar mais tempo sem minha mãe seria difícil principalmente diante das coisas que estava vivendo. Nos últimos dias meu único porto segura havia sido ela, e á quem eu correria novamente quando discutisse com o Bill, à quem diria que a cada dia que se passava eu estava mais apaixonada pelo Tom – e a cada dia mais dividida.
Entramos no saguão, o vôo de Julia demoraria um pouco, alguns minutos talvez – nada alem disso. Uma silueta masculina, e bem familiar, se entendeu diante dos nossos olhos. Rapidamente mamãe largou o carrinho com suas malas, e correu em direção ao ser. Sr. James. Que ótimo. Esse dia não podia ser melhor. E agora essa: Julia e James, o casal do século. Meu patrão e minha mãe. Procurei não entender – ou fingir – e fui em direção ao casal. Respire fundo.
- Bom, Renée querida. Sei que despedidas não é a melhor hora para se dar esse tipo de noticia, mas – Julia olhou para James e em seguida para mim – Eu e o James vamos nos casar!
-CCComo assim? – interroguei, desapontada. Uma parte de mim ficava feliz por ver que minha mãe estava esquecendo o passado, meu pai, separação, e tudo isso. E outra parte me dizia para ir embora, e nunca aceitar uma bobeira daquelas. Eles, eles não combinavam, não se encaixavam. Por que esconderam isso de mim? Por que, claro, todos já estavam á par de tudo, e eu, eu não.
-Eu e sua mãe estamos juntos há alguns dias, e – isso não era tempo suficiente para CASAR!! – resolvermos que...
-Somos grandinhos demais – segurou forte meu queixo – para ficar de namoricos – piscou para mim – e o nosso relacionamento tem que ser levado á serio.
Levado á serio? Por quem? Por mim que não seria.
-É ... eu não acredito – não pude terminar minha frase. Seria egoísta demais querendo privar Julia de viver a sua vida – por causa de mim. Ela tinha esse direito. Precisava seguir. E só de ver aqueles rostos apreensivos, a espera de uma resposta... Eu não queria feri-los – Parabéns – corri para um abraço.
-Oh! Querida, sabia que adoraria saber.
-Obrigado por nos apoiar Renée!
-Mas.. quando vocês se casam?
-Bem, o James vai comigo e
-E vamos casar no Brasil – a interrompeu – em uma cerimônia reservada.
-Só vocês dois? – balancei a cabeça tentando entender – Mas por que isso mãe?
-Ah, filha, minha vida está muito corrida, você sabe disso. Então foi a forma que encontramos.
-Adoraríamos ter todos vocês, mas prometemos que faremos algo simples, e simbólico assim que voltarmos. Mas queremos aproveitar cada momento juntos não é querida? – um cena patética passou diante de mim. Selinhos, um atrás do outro, me causou enjôos. E até beijinhos de esquimó – coisa que adorava fazer com meu pai – me deu embrulho no estomago.
___Sr.James um pouco invasivo não?