Patty, desculpa por colocar o tópico no lugar errado, eu ~sempre~ me atrapalho com isso KK e.e
E então gente, é nesse capítulo que o drama vai começar, hehe Espero que vocês gostem
Depois daquele dia, vários outros vieram. Após a primeira visita que fez à casa de Kadance, Tom prometeu que a visitaria todos os dias. E ele fez isso.
Todos os dias , não importando se chovia ou se ventava como se o próprio Deus estivesse anunciando o Apocalipse.
Ele sempre aparecia no mesmo horário, quando o pouco Sol que havia naquela época do ano começava a se despedir. Sentia que seu dia apenas valeria à pena se sentisse o perfume da mulher que amava.
E às vezes, ele surpreendia Kadance com atitudes aparentemente simples mas que faziam com que ela se sentisse comoventemente amada. Como por exemplo, um dia em que Tom apareceu à sua porta com uma pequena flor nas mãos, dizendo que havia se lembrado dela quando a vira na rua.
Quando o dia não estava frio, ele vinha busca- la para que pudessem passear. Ele, completamente apaixonado, levava- a para onde ela tinha vontade.
Até mesmo quando estava frio e a chuva simplesmente não dava sinais de que haveria uma trégua ele ia vê- la. Ficavam conversando, não raramente fazendo a conversa durar até de madrugada. Por muitas vezes, Marie juntava- se a eles para acompanha- los.
Quando estavam sozinhos no apartamento, Kadance ia para a cozinha preparar algo quente para beberem, para que Tom pudesse se sentir melhor após enfrentar tanto frio até seu apartamento. Depois, se juntava a ele no chão da sala, com um cobertor e muito assunto. Ela deitava a cabeça em seu peito quente e ouvia as batidas de seu coração, enquanto sentia os dedos de Tom deslizarem por seus cabelos.
Por respeito a Kadance, ele nunca a pressionava no que dizia respeito à parte física do relacionamento, mas sim deixava que ela ultrapassasse os próprios limites por vontade própria. Depois de um tempo, ela já lhe roubava beijos, e depois quando sorria de maneira tímida para ele, Tom se via completamente apaixonado. Queria estar com ela todos os dias, e quando ela não estava por perto, a imagem de seu rosto se mantinha sempre onipresente, tal qual a trilha sonora de um filme.
Bill, seu irmão, havia notado uma melhora significativa em seu comportamento. O irmão, antes promíscuo e pessimista, agora sorria por qualquer motivo mundano e ouvia música durante quase todo o tempo disponível que possuísse. Quando as mulheres que antigamente faziam parte de sua vida o procuravam, Tom limitava- se a olhar para a tela do celular e jogar a aparelho de lado. Não antes de sair correndo para atender o telefone, na sincera esperança de que fosse
ela .
Marie também havia notado uma melhora significativa em Kadance. A amiga agora sorria a todo o momento, não importando a razão. Até quando estava dormindo, uma nota de felicidade podia ser notada em seu semblante. Claramente, podia notar- se que sonhava com
ele .
Sua aparência havia melhorado, e sua face outrora pálida agora dava espaço a uma aura de saúde que a rodeava por inteiro. Os últimos exames que fizera constataram uma evolução significativa no desempenho de seu sistema imunológico, o que apenas serviu para que Kadance tivesse certeza do bem que aquele homem estava fazendo para ela. Tom fazia com que ela visse a vida como nunca antes, e que ansiasse pela mesma com fervor.
Entre tantos dias, dois meses se passaram.
E o primeiro raio de sol anunciou o dia que seria o estopim de todos os acontecimentos que se seguiriam.
Quando já era noite, Tom ligou a ducha de seu banheiro. O vapor da água quente enchia o ambiente enquanto ele se despia. Precisava se arrumar, pois havia combinado com Kadance que a buscaria em alguns minutos.
Quando ele entrou debaixo da ducha, o contraste da água praticamente fervendo em seu corpo frio por causa do clima fez com que sua pele se arrepiasse. Ele não sabia por que, mas estava com grandes expectativas para aquela noite.
Na verdade ele sabia.
Faziam dois meses que ele encontrava- se com Kadance praticamente todos os dias, e ele, mas do que nunca, sentia que já estava da hora de
aprofundar a relação. Conseqüentemente, hoje ele iria tentar dar o próximo passo.
Fechando a torneira e saindo de dentro do box embaçado, ele enrolou uma toalha em volta da cintura e foi se vestir.
Já se aproximava da hora em que Tom havia dito que iria busca- la, e Kadance estava se arrumando com a ajuda de Marie.
Aquela noite estava singularmente quente, então ela havia escolhido um leve vestido de cor sóbria. Enquanto Marie a ajudava a fecha- lo, ela se encarregava de sua maquiagem.
- Kady... Eu posso perguntar uma coisa? – Disse Marie, o tom de sua voz evidenciando uma preocupação.
- Claro. – Ela respondeu sorrindo, enquanto se ocupava com seu batom.
- É que... – Ela começou. – Tom não é virgem, é?
Kadance corou. Sabia a resposta, mas não entendia o porquê da pergunta.
- Não. Para falar a verdade, ele deixou de ser faz tempo. Mas... por quê?
Marie suspirou. Não adiantaria fazer rodeios, ela realmente precisava ser direta.
- Kadance, você sabe que uma hora ou outra, ele vai querer fazer sexo, não sabe?
Kadance olhou o próprio reflexo no espelho, e de repente todas as suas limitações passaram por sua cabeça. Se ele quisesse avançar no relacionamento com ela, precisaria ser sincera. E ela não sabia se essa hora estava chegando. Assentiu com a cabeça para Marie, que havia acabado de fechar seu zíper e agora sentava- se em sua cama.
- Eu só queria que você fosse sincera com ele. Por favor, não esconda os fatos sobre a doença. – Marie suspirou, e começou a tatear o espaço ao seu redor na cama, à procura de algo. – E se você não conseguir contar a ele... Por favor, use isso.
Marie encontrou sua bolsa em meio aos travesseiros e a abriu. Depois de remexer em seu interior, atirou um pequeno pacote em cima da estante repleta de maquiagens. Kadance baixou os olhos, e viu que era um preservativo. Apenas a visão daquele pequeno embrulho fez com que ela sentisse seu estômago se revirando. Não sabia se tinha aquela sensação apenas pelo fato de ser virgem e saber que poderia usar o objeto em cima da mesa mais cedo do que pensava, ou por pressentir que mais cedo ou mais tarde teria que contar a ele sobre ser soropositivo. Sentia um medo sincero da reação que ele teria.
- Você me promete?
Kadance não respondeu. Ainda estava absorta em seus devaneios.
- Eu preciso que você me prometa.
Por favor. – Repetiu Marie.
Kadance percebeu como a amiga estava preocupada. Por consideração a ela, assentiu, suspirando e pegando o pequeno pacote.
- Não se preocupe. – Disse ela, forçando um sorriso.
O interfone do apartamento tocou.
- Vou avisar a ele que você já está descendo. – Disse Marie sorrindo, ao ver que Kadance ainda estava terminando de se arrumar.
- Obrigada.
Assim que Marie saiu do quanto, Kadance baixou os olhos para o pequeno pacote que continha o preservativo. Parecia irônico como algo tão insignificante poderia salvar a vida de alguém. Mesmo assim, ela ainda sentia uma espécie de repulsa ao olhar aquilo. Ainda que se esforçasse, não conseguia imaginar Tom fazendo amor com ela com aquele pedaço de látex que agora jazia em cima de sua mesa de maquiagens.
Algum dia ela usaria aquilo.
Mas não hoje. Absolutamente convencida, Kadance pegou o preservativo e o enfurnou na gaveta de seu armário. Depois, calçando um delicado scarpin vermelho que havia pegado emprestado de Marie, e carregando sua bolsa que estava pendurada na maçaneta da porta, ela saiu. Quando estava abrindo a porta de seu apartamento, Marie apareceu.
- Está tudo certo, não está? Tudo aí na bolsa? – Ela perguntou sorrindo, fazendo alusão ao preservativo.
Kadance sorriu, e balançou a cabeça afirmativamente.
- Está sim. Tudo aqui. Agora eu preciso ir Marie, não quero deixa- lo esperando.
Fazendo um sinal afirmativo com a mão, Marie jogou um beijo para a amiga e desapareceu pelo corredor do apartamento.
Quando saiu de seu prédio, Kadance deparou- se com um carro parado embaixo de sua janela. Ao seu lado, Tom apoiava- se no capô do carro com a chave nas mãos, e sorria para ela apaixonadamente.
Kadance aproximou- se, e Tom a envolveu em seus braços, beijando- a. Dessa vez havia algo de diferente em seu beijo, algo que por causa da inexperiência ela não conseguiria explicar. Mas ainda assim, algo que a deixou um pouco insegura.
Quando entraram no carro, ambos pareciam satisfeitos por terem entrado em um lugar aquecido, porque a noite estava voltando a ficar fria. Tom, já com uma das mãos no volante, olhou para ela e sorrindo.
- Você está muito bonita hoje. – Ele passou os dedos da outra mão livre pelos cabelos de Kadance, que corou e disse:
- Obrigada Tom. Você também não está nada mal.
Incrível como depois de todo esse tempo, ele ainda possuía a capacidade de fazer com que ela ficasse facilmente vermelha.
Ele ligou a chave na ignição, e quando o motor do carro se acendeu, ela perguntou:
- E então, aonde nós vamos hoje?
Tom pareceu pensar por um segundo. E então logo depois, aparentemente já havia se lembrado de algum lugar.
- Eu sei de um lugar aonde podemos ver a cidade inteira, agora de noite. Se você quiser, eu posso te levar lá. – Ele disse, sorrindo e fazendo de tudo para que sua proposta soasse casual.
Kadance concordou com a cabeça, e sorriu para ele. E então, colocou seu cinto quando o carro de Tom saiu da rua onde ela morava. A chuva voltara a cair, e começava a ficar cada vez mais forte à medida que o tempo passava.
Eles seguiram pelo caminho conversando trivialidades e rindo. Kadance às vezes reparava na maneira como Tom olhava para ela. Toda vez que ele se virava para olhar em seus olhos, seu olhar vinha carregado com uma intensidade que a fazia sentir aquela mesma sensação de calor que sentira quando ele estava à porta de sua casa na primeira vez que fora vê- la. Aquela sensação boa, mas ao mesmo tempo esquisita, que começava trazendo borboletas em seu estômago e depois descia, tornando- se mais quente e constrangedora à medida que chegava
lá .
Quando ele finalmente estacionou o carro depois de alguns minutos, a vista à frente deles era incrível. Eles estavam no ponto mais alto da cidade, de onde se podia ver cada pontinho luminoso e cada pequena casa.
- Eu morei aqui a minha vida inteira e nunca soube desse lugar. – Disse Kadance rindo, realmente impressionada. Ela nunca nem ao menos havia visto de lá da cidade, o lugar onde estavam agora. – Como você descobriu isso aqui? – Ela perguntou, virando- se para ele.
Tom deu de ombros sorrindo.
- Eu venho aqui desde criança, quando eu preciso pensar.
Kadance não soube quanto tempo passou até ela se encontrar no banco traseiro do carro em que estava. Quando deu por si, estava beijando- se intensamente com Tom. Novamente, havia algo em seu beijo que a estava deixando inesperadamente insegura, como se ela voltasse àquele dia em que sentira vergonha por ser inexperiente.
Tom a puxava para mais perto de si, enquanto beijava- a com tamanha vontade que ela precisava apoiar- se para não pender para o lado que ele a empurrava. Ele mantinha uma das mãos em suas costas, pressionando- a contra seu corpo de tal maneira que ela pôde imediatamente perceber o que ele tinha em mente.
Quando ele se reclinou sobre ela, Kadance não soube o que poderia fazer a não ser ceder e deitar- se sob ele.
O peso de Tom sobre Kadance era sufocante, e ela percebeu que precisava perguntar se ele havia trago algum preservativo. Mas simplesmente não conseguia desvencilhar- se de sua boca, que praticamente engolia a sua.
- Tom... – Ela conseguiu dizer em meio a protestos ofegantes, enquanto ele deixava sua boca livre e começava a morder seu pescoço.
- Hm? – Ele questionou, sem retirar os lábios do lóbulo de sua orelha.
- Você trouxe... Você trouxe camisinha? – Ela disse, sentindo a adrenalina correndo por suas veias.
Tom retirou os lábios de sua orelha por um instante, e ainda sem levantar o rosto disse, achando um pouco de graça da situação:
- Não. Eu... Esqueci.
Kadance sentiu medo. Queria fazer aquilo, mas acabara de perceber que ambos estavam ultrapassando um limite. Mais um pouco, e a vida de Tom também estaria comprometida.
Por causa dela. - Tom. Não podemos fazer isso.
Ele olhou nos olhos dela e disse sorrindo, tentando convence- la:
- Claro que podemos. – Ele roçou os lábios nos dela. – Confia em mim, não vai acontecer nada.
- Mas Tom, eu... – Ela não conseguiu terminar a frase, porque Tom pressionara seus lábios fortemente contra os dela, empurrando a língua para dentro de sua boca. Ela tentava desvencilhar- se delicadamente de suas investidas, mas simplesmente não conseguia. Ele era muito forte, e o peso de seu corpo musculoso sobre o dela a sufocava.
Tom, que ainda beijava- a fortemente e possuía uma das mãos em seu rosto, começou a descer sua mão pela parte interna da coxa de Kadance. E então, por um segundo assustador, ela sentiu os dedos de Tom encostarem-se ao meio de suas pernas.
O tapa estalou alto.
Tudo ficou branco por uma fração de segundo, e antes que Tom se recompusesse, sua face começou a arder terrivelmente. Ele saiu de cima de Kadance e se sentou no banco do carro, tentando entender o que havia acontecido. Ela estava parada à sua frente, e ofegava com os olhos arregalados, parecendo completamente encurralada na ponta do banco do carro. Seu batom estava borrado, e ele pôde ver em seus olhos que ela estava com medo dele.
Tom já podia sentir sua face ficando vermelha, as marcas assumindo a forma dos cinco dedos de Kadance. Levando a mão ao rosto, ele olhou para ela sem entender porque ela o havia agredido.
- Por que você fez isso? – Quando essas palavras saíram de sua boca, ele percebeu como aquilo o havia machucado por dentro. Ele havia acabado de ser rejeitado pela mulher que amava.
Ela simplesmente o olhava de olhos arregalados, ofegando na extremidade oposta do banco.
- Kadance – Ele disse, se aproximando novamente dela. – Eu não ia te machucar, eu não ia...
- Não Tom. – Ela disse, se esquivando novamente quando ele tentou toca- la. – Só não... – Ela ergueu a mão para afasta- lo, e sentiu as lágrimas escorrendo por seu rosto. – Só não chegue perto de mim. Por favor.
Quando Tom não obedeceu, e mesmo assim tentou se aproximar para ver se ela estava bem, Kadance pareceu apavorada e abriu a porta do carro. Depois de fazer isso, desapareceu, correndo às cegas pela chuva.
Enquanto fugia de Tom, Kadance chorava e tentava identificar o caminho de volta para casa. Não conseguia enxergar direito por causa da chuva, que ofuscava quase que completamente sua visão. Seu salto alto a machucava, e ela o tirou.
Descalça e carregando seus sapatos, percebeu que havia deixado sua bolsa no carro de Tom.
Ela estava congelando, e seus pés haviam se cortado enquanto ela corria pelas ruas da cidade. Rezava a Deus para que não deixasse que ela pegasse uma pneumonia que simplesmente poderia mata- la.
Depois de meia hora, Kadance bateu à porta de seu apartamento, sentindo que gotas de água pingavam de todas as partes de seu corpo. As roupas completamente encharcadas e geladas estavam pesadas e desconfortáveis.
Marie abriu a porta sorrindo, mas assim que constatou que a maquiagem de Kadance escorria livremente pelo seu rosto, que seus pés estavam completamente cortados e que a amiga chorava copiosamente, sua expressão se desfez imediatamente.
Por causa do choque, ela apenas pode exclamar, com os olhos arregalados:
-
Mas o que foi que aconteceu com você?