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| Kadance's Flowers | |
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Autor | Mensagem |
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Tiane Kaulitz Fanática
Número de Mensagens : 1663 Idade : 31 Localização : Taubaté-SP Data de inscrição : 06/04/2009
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| Assunto: Re: Kadance's Flowers Sex Jul 08, 2011 8:36 pm | |
| Olha lá em dona Júlia! É pra postar mesmo viu?! Senão, você terá pesadelos comigo e uma faca! Run....
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| | | Júlia G. Ao extremo
Número de Mensagens : 2642 Idade : 28 Localização : Brasília Data de inscrição : 27/08/2010
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| Assunto: Re: Kadance's Flowers Ter Jul 19, 2011 11:26 am | |
| E então, diretamente de São Carlos, estou retomando a fic. Eu só espero que vocês ainda gostem da história )': E aguardem o epílogo, que vem logo em seguida, ok? Me perdoem pelo tempo perdido e pelos prováveis erros ortográficos. O teclado dessa lan house é terrível, na boa DDD:
Capítulo 17 Bill girou inseguro o botão do filtro de água do hospital, e o líquido cristalino e gelado escorreu por entre um orifício do aparelho e foi cair continua e ruidosamente no fundo do copo de plástico. Nervoso, perguntou- se quanto tempo mais aquele inferno duraria. Tremendo por causa do frio do ar condicionado ao lado do filtro cujo ar batia diretamente contra seu corpo, Bill enxugou com as costas das mãos mais uma lágrima que caía livremente por seu rosto. Chorava a morte de Kadance. Chorava o desespero e a decadência de Tom, que havia acabado de pedir para ver o corpo de Kadance uma última vez, mas não conseguia sequer levantar- se do chão onde desabara ao receber a notícia da morte. Chorava por Marie, que desolada, perdera sua melhor amiga. Kadance tornara- se uma irmã para todos, uma figura onipresente e agradável em toda a sua incondicional beleza e fragilidade. Por que ela precisava partir justo quando sua vida parecia estar tomando os rumos certos, livrando- a da tristeza e da solidão a que chegou a pensar que sempre estaria entregue? Sem reprimir um soluço, Bill perguntou- se amargo porquê o universo precisava ser tão irônico. Tantas pessoas viviam décadas procurando por um amor que chegasse ao menor perto de igualar-se ao que havia sido o amor de Tom e Kadance, em toda a sua plenitude. E ele sabia, que existiam pessoas que poderiam chegar a morrer incompletas, sem ao menos chegarem perto de alcançarem a felicidade. E agora havia acontecido justo aquilo. A vida dera a seu irmão e a Kadance o amor mais belo e puro que ele jamais pensara existir, para depois mata- la e atirar Tom às portas do desamparo. A sensação da água gelada escorrendo por entre seus dedos que mantinham- se firmes em volta do copo o tirou de seus pensamentos.Fechando o filtro, Bill levou o copo de água que quase transbordava até a sala onde todos se encontravam. Marie, Marta e a mesma enfermeira que estivera com Kadance pela última vez estavam agora em volta de Tom, sentado no chão com a cabeça apoiada na parede e os olhos fechados. Bill deu graças a Deus por seus olhos estarem embaçados o suficiente pelas lágrimas para que ele não precisasse ver muitos detalhes de seu irmão naquele estado. - Tom, a enfermeira quer saber se você já quer ir até o quarto de Kadance. - Sussurrou marta, afagando ternamente as mãos de Tom que repousavam sobre os joelhos dobrados à frente do peito. Ele virou o rosto para ela, fitando- a com os olhos inchados e vermelhos. - Por favor, eu preciso de um tempo. - Ele mal conseguiu dizer, tirando as mãos debaixo das de Marta e enxugando o rosto. A enfermeira sentou- se em seu assento, ligeiramente desconfortável e impaciente diante da situação. - Senhor, eu compreendo sua situação. Mas se me permite a indelicadeza, você não dispõe de muito tempo. O corpo logo será transferido para o... - As palavras da enfermeira minguaram até desaparecerem, enquanto ela tentava evitar dizer "necrotério do hospital". Pigarreando e recuperando- se, ela prosseguiu. - Você precisa vir agora. E há algo mais... Há uma coisa que o senhor precisa ver. Marie olhou furtivamente para Bill diante de tais palavras, e seus olhos orientais agora com aparência cansada, deixaram transparecer ansiedade. O último pedido de Kadance seria atendido. Tom levantou os olhos e fitou confuso a enfermeira, que evitou seu olhar ansioso e ajeitou o crachá. - Uma... coisa? - Ele repetiu, com a voz rouca. - Sim. Ao que me parece... Há algo para você no quarto onde a moça esteve todo esse tempo. Ela deixou algo. - Ela olhou ansiosa para Marie e para Bill, levando Tom a seguir seu olhar. - O que ela deixou Bill? - Ele perguntou, imóvel, com os olhos arregalados. - Vocês sabem alguma coisa? - Tom, apenas vá lá e veja. - Murmurou Marie, empurrando as costas de Tom gentilmente, incentivando- o a seguir até a porta do quarto à sua frente. O quarto de Kadance. Tom fez um esforço que pareceu descomunal para manter- se de pé, o tempo todo direcionando um olhar confuso para Bill, Marie e Marta. Sentia que os dois primeiros, seu irmão e Marie, tinham alguma coisa a ver com o que for que estivesse acontecendo. Apoiar- se novamente sobre as duas pernas foi estranho, considerando que passara a maior parte de suas últimas horas arrastando- se e lamentando pelos corredores do hospital. Suas juntas estalaram e seus joelhos rangeram, em protesto aos últimos dias de viajem e ao desgaste sofrido pelo esforço de correr com o peso de Kadance sobre seus braços, quando Tom chegou bateu desesperado às portas daquele lugar. Seu coração, que já parecia não ter a capacidade de aguentar mais uma nova emoção sequer, estava agora voltando a bater desvairado, movido pelo medo e pela expectativa. Em questão de segundos, todos os sons do hospital tornaram- se alheios a ele, e Tom só foi capaz de ouvir o barulho de sua própria pulsação acelerada em seus ouvidos. Seus primeiros passos foram cuidadosos, e também tensos. Tinha a impressão de falta de firmeza em seus pés, e a sensação de estar prestes a cair por causa da debilidade era constante. Sabia que os olhos de todos estavam colados às suas costas, mas não se importou. Todo o seu mundo, toda a sua atenção, agora giravam em torno da pequena porta branca à sua frente, para onde dirigia- se em uma rapidez progressiva inconsciente. Seus dedos envolveram a maçaneta. O metal estava frio, como se o sopro mórbido da morte que havia dentro daquele quarto houvesse congelado a porta por inteiro. Quando a maçaneta girou com um clique, Tom hesitou, sentindo uma mão em repousar em seu ombro. Olhou para trás imediatamente, assustado. E seus olhos encontraram os da enfermeira, a única que o havia seguido. Todos os outros permaneceram na sala de espera, respeitando o momento que era apenas de Tom. A enfermeira, que chamava- se Candy, como ele viria a saber mais tarde, sorriu pesarosamente. Tom não sorriu de volta, mas retribuiu o olhar, deixando transparecer por um momento todo o pavor que estava sentindo, todo o completo de medo de desabar quando erguesse os olhos para o quarto à sua frente. Uma brisa fria vinda da janela aberta envolveu ambos, e Tom sentiu os pelos de seus braços arrepiarem- se. Reunindo toda a coragem que um dia imaginou poder ter em toda a sua vida, ergueu os olhos. O quarto estava arrumado. Todos os pertences de Kadance haviam sido postos dentro da mala que ela trazia consigo, e esta foi posta sobre a pequena poltrona do quarto. Tudo estava vazio, silencioso e frio. O clima cruelmente impessoal, as malas arrumadas e todo o resto davam a sádica impressão de que o hospital desejava o quarto desocupado logo. E então, como se ainda esperasse ter a visão estarrecedora de sua Kady sentada sobre a cama, de braços abertos para ele e sorrindo ternamente, Tom ergueu os olhos. Com um último fio de esperança, que teimava em morrer. Mas tudo o que havia sobre a cama era um corpo. Um corpo frio e pálido. Tom deixou que seus lábios se abrissem em um sufocado grito de dor. Por um momento desorientador, sentiu como se seu sangue tivesse virado água gelada. Mas antes que ele pudesse seguir em direção a Kadance, Candy segurou seu braço, logo abaixo do cotovelo. Completamente contra seus impulsos, Tom virou- se, e se deparou com um envelope que repousava na outra mão da enfermeira. Demorou um segundo para entender que era aquele envelope que o esperava no quarto. Uma carta de sua Kady. - Estava nas mãos dela quando ela se foi.- Candy fungou. Tom pegou o envelope, perplexo, e baixou os olhos para o pequeno retângulo de papel. Em seu exterior, estavam escritas em uma letra tremida e aflita, porém ainda caligráfica, três pequeninas palavras. Ao meu Tom.Segurando o envelope contra o peito, Tom ouviu a enfermeira pedir licença e sair, fechando a porta atrás de si. Quando percebeu que não havia mais ninguém ali, Tom percebeu que nunca havia sentido- se tão sozinho em toda a sua vida. Novas lágrimas apareceram em seus olhos, turvando- lhe a visão. Ele tornou a andar, até parar exatamente ao lado da cabeceira da cama de Kadance. Seus lábios ainda ostentavam o gosto salgado das lágrimas, e por um segundo ele não conseguiu mover um músculo sequer. Apenas contemplar o rosto de Kadance. Seus fios loiros que tornaram- se ralos e sua pele, agora rígida e fria, que descansava com as marcas de sua fraqueza final. Tom baixou os olhos para suas proeminentes maçãs do rosto. Antes tão avermelhadas e com a vida a transbordar- lhe pelos poros. Ao ver seuslábios finos, tão pálidos quando todo o resto de seu rosto, Tom não pôde deixar de lembrar- se com um sentimento utópico da primeira vez que fizeram amor. De como aqueles lábios ficavam vermelhos e sorridentes, e os olhos de Kadance brilhavam de um jeito que ele nunca havia testemunhado em quaisquer outros olhos que tivesse visto em toda a sua vida. Eles possuíam uma luz única. Luz essa que passou a guiar sua vida, sua alma, e todos os seus pensamentos, e assim o faria até o fim de seus dias. E agora, os mesmos olhos estavam cerrados. E Tom não pôde evitar desejar profundamente que aquele fosse apenas mais uma das tantas vezes que ele a havia observado dormir. Sentiu uma falta terrível de seu sono agitado, de seus cabelos loiros que se espalhavam por toda a extensão do travesseiro. Das vezes em que suas mãos pequeninas o procuravam inconscientemente durante a noite. E mais do que tudo, sentiu falta das duas únicas vezes em que fizeram amor, onde , no final de tudo, o corpo da mulher que sempre amaria entrelaçou- se timidamente no seu e sua respiração ainda ofegante tornou- se um ressonar ritmado e profundo. E lembrou estranhamente da incrível sensação de quando Kadance fechava os olhos e repousava a cabeça nos contornos de seu peito despido, e seus cílios generosos faziam cócegas em sua pele. Tom debruçou- se sobre o corpo sereno de Kadance e beijou- lhe os lábios frios. Duas lágrimas suas foram cair sobre as faces sem vida abaixo de si. Ele repousou então, a cabeça entre seus seios, e envolveu seu pequenino corpo com ambos os braços. Odiou a sensação de abraçar um corpo tão rijo, tão sem calor. Especialmente se aquele havia sido o corpo da mulher da sua vida. O corpo da pessoa com a qual ele queria envelhecer, aquela pessoa que ele havia escolhido para ser sua e a mãe dos tantos filhos com os quais havia sonhado. Quantas vezes, enquanto Kadance repousava em seus braços, não havia fantasiado vê- la sentada sobre o sofá de seu pequeno apartamento, ninando com um sorriso um pequeno recém- nascido? Quando sua mente começava a convida- lo a fantasiar situações assim, já sabia que o pequeno ser teria os olhos dela. Olhos fortes, castanhos. E com o mesmo brilho. Junto com Kadance, todo o futuro que ele imaginou que teria foi- se embora com ela. Carinhosamente, como se ela ainda estivesse ali, viva, Tom afastou o cabelo de Kadance de seus olhos fechados, e colocou a mecha rebelde atrás da orelha. Sabia que ela preferia o cabelo assim, fora do rosto e domado atrás das orelhas. Suas mãos saíram de seus cabelos e foram deslizar serenamente por seus ombros e braços, que estavam posicionados junto ao corpo. O envelope direcionado a ele estava caído no chão, temporariamente esquecido. O manto branco que cobria o corpo de Kadance até abaixo dos seios possuía uma enorme mancha um tom mais escuro por causa das lágrimas que encharcavam o tecido. Tom envolveu a cintura de Kadance, fazendo com que o frágil corpo fosse ligeiramente erguido da cama, e voltou a enterrar o rosto em seu pescoço branco. E por um segundo eterno, achou que não sairia dali nunca mais. Mas a enfermeira voltou e bateu à porta. Sem esperar que Tom viesse recebê- la, abriu- a e entrou no quarto, acompanhada de outros tantos enfermeiros, destinados a remover Kadance para o necrotério. Não havia nada que Tom pudesse fazer, a não ser agarrar- se à mão de sua Kady e pedir para que não a levassem ainda. Que esperassem mais um tempo. Mas o quarto precisava ser desocupado. E então, sendo violentamente forçado a despedir- se, beijou- lhe os lábios sem vida apenas mais uma vez, antes de os intrusos naquele quarto levarem- na para um adeus eterno. Tom não compareceria ao enterro de sua Kady. Não suportaria vê- la sendo colocada sob dois metros de terra dentro de uma caixa de madeira. Preferia morrer a vê- la partindo de tal forma. Apenas dois meses depois seria capaz de ir pela primeira vez, inteiramente enlutado, depositar delicadas flores em sua lápide, acompanhado por Bill e Marie. E então, Tom ficou ali sozinho. Apenas ele, as malas de Kadance, uma cama vazia e o envelope. Tom abaixou- se para pegar o pequeno retângulo de papel caído ao chão. Suas articulações rangeram, e ele soltou um suspiro dolorido. Sentou- se sobre a cama onde outrora estivera Kadance, e reunindo todo o resto da força de vontade que ainda acreditava possuir, começou a romper o lacre lateral do papel. E enquanto o fazia, compreendeu tudo o que havia presenciado na noite anterior. Marie, com todas aquela sacola de papelaria para Kadance. Era, simplesmente, algo que ela havia comprado para Kadance, para sua amiga poder ter algo com o que escrever aquela carta para ele. Seu coração bateu rápido, emocionado. Ele não seria capaz de articular qualquer palavra sequer naquele momento. O lacre do envelope caiu aos seus pés, e junto com ele, um punhado de notas de cinco euros e algumas moedas. Tom demorou a compreender que aquele dinheiro vinha de dentro do envelope. Abaixando- se para pegar o valor no chão, ele tentou entender o porquê de Kadance ter deixado em torno de quinze euros para ele. Deixando o dinheiro ao seu lado na cama, enxugou uma lágrima solitária com as costas das mãos, e logo em seguida, retirou o conteúdo do envelope. Abrindo as diversas folhas de papel que existiam ali dentro, preenchidas com uma caligrafia feminina um tanto borrada e trêmula, Tom, estupefato, baixou os olhos e pôs- se a ler. " Querido Tom,
Primeiramente, espero que desconsidere qualquer coisa aqui que lhe pareça sem sentido ou desconexo. Eu estou um tanto nervosa, e você sabe, com medo. Não é fácil escrever nessas condições. Mas mesmo assim, escreveria para você a noite inteira, se eu não estivesse suficientemente exausta para precisar parar em algum momento. Mas, sem rodeios, eu tenho coisas a lhe dizer, e tanto a que lhe agradecer, meu Tom." Neste momento, Tom parou de ler. Manchando as últimas palavras que havia lido, havia duas lágrimas que já haviam secado a muito. Baixando os olhos para todo o corpo do papel, deu- se conta de que a folha inteira estava repleta de lágrimas de Kadance, que borravam diversas palavras por ela escritas, deixando ali pequenos círculos enrugados e escurecidos. Passando a ponta dos dedos por uma pequena mancha circular, que liberava uma pequena poeira fina e salgada, deixou que suas próprias lágrimas agora viessam cair e juntar- se às de sua Kady. "Nunca tive como lhe agradecer realmente por aquela carona, no dia em que nos conhecemos. Até hoje eu vou seguir me perguntando o que foi que te levou a ir falar comigo. Nunca tive coragem de lhe perguntar, tímida que sou. Sempre quis, mas realmente nunca consegui. Mas não importa. O que realmente mudou a minha vida foi a sua decisão. Aquela carona. E, a propósito, eu fiquei devendo algum dinheiro por aquela corrida, não é mesmo? Pois bem, eu já lhe paguei, e o dinheiro está aí em suas mãos. Se você ainda não o encontrou, está dentro do envelope, procure bem. Não fique aborrecido por eu ter te pagado, por favor. Você nunca deixou- me quitar a dívida, e isso me deixava tão aflita! Tive que aproveitar essa oportunidade, porquê se você receber essa carta e a estiver lendo agora, já será tarde para reclamar comigo, não é mesmo? Enfim, vamos continuar. Eu tenho mais coisas a falar, e infelizmente, sinto que meu tempo é curto. Isso me deixa triste, sabe? Como eu queria envelhecer ao teu lado, Tom. Como eu queria me vincular eternamente a ti. Mas tudo bem, isso não é um problema. O amor que eu sinto por você é tão descomunal e onipresente que eu sinto que pelo menos essa última parte é um desejo realizado. Independentemente do que acontecer, sempre haverá uma parte de mim em você, pois eu me entreguei completamente. De corpo, alma, tudo. E foi exatamente por esse motivo que eu senti que poderia eu mesma morrer a qualquer hora, naquela tarde no pequeno café The Vintage, você se lembra?" Tom estremeceu, e sua mente foi assaltada pela lembrança de que quase havia deixado Kadance para sempre. E fechando os olhos, agradeceu de todo o seu coração por Deus sempre escrever certo por linhas tortas. Aqueles tiros o fizeram ficar. Para sempre, e por toda a eternidade, ele estaria ligado a Kadance depois que seu sangue fora derramado. "Duaz vezes. Senti duas vezes que não aguentaria mais viver naquele dia. A primeira vez foi quando achei que você fosse me deixar. Como doeu, Tom. Pois desde a primeira vez que você olhou para mim, desde o dia de chuva em que você veio falar comigo, eu já o amo. O amo com toda a minha essência, desde o primeiro toque de suas mãos frias sobre o meu colo dentro do táxi. E depois de tudo isso, como poderia vê- lo saindo por aquela porta, abandonando- me? Mas logo em seguida, quando você estava prester a se levantar e me deixar ali, ainda tomada pelo amor por ti, algo aconteceu. Foi tudo tão repentino. Os tiros, a confusão, os gritos. Mas principalmente, o sangue. O seu sangue. E foi nesse momento que eu senti que poderia morrer pela segunda vez. Mas foi um sentimento diferente. Quando o vi naquele estado, pedi a Deus para morrer se isso pudesse mantê- lo vivo. E por mais incrível que isso possa parecer, eu o amei ainda mais, movida pelo apavorante medo de te perder. Quando nós estávamos na ambulância e você ficou delirando e me pedindo para beijá- lo, confesso que tive esperanças de que você tivesse mudado de idéia. Mas como eu poderia ter certeza? Apesar de tudo aquilo que você me falou ali, você realmente precisava ver a sua própria cara, Tom. Você parecia um drogado! Acho que eram os sedativos, a anestesia, não sei. Ah, droga, agora eu estou rindo. Rindo e chorando ao mesmo tempo. Isso é confuso. Mas não estou nem um pouco surpresa, pois apenas você teria a incrível capacidade de me fazer rir mesmo em estágio terminal, meu amor. E é por isso que eu te amo tanto. Se pudéssemos medir o amor, acho que você se assustaria com o tamanho do meu. Principalmente depois das suas palavras naquela sala de hospital. Quando você disse que me amava. Aquelas palavras foram demais para mim. Chocaram- se contra o meu ser de forma inimaginável, e eu juro, fiquei sem ar. Não sabia o que havia feito para merecer você. Logo eu, Tom. Quando viajamos, eu estava temerosa quanto a nossa primeira noite. Eu suava em bicas só pelo medo puro e terrível de lhe passar a minha doença. Ou então, ficava nervosa por motivos mais banais, como fazer algo errado, por não te agradar. Por não ser como você imaginava. Mas não, Tom. Você fez com que eu me sentisse tão imensamente segura, que eu sequer pensei antes de entregar- me completamente a você. Senti como se houvesse sido sua durante toda a minha vida. E além disso. Daquela noite em diante, eu fui uma mulher plena. Você foi o único homem que eu tive em toda a minha vida. Mas mesmo assim, não precisei de mais ninguém para ter a certeza de que você era o melhor de todos. Momentos antes de tudo acontecer naquela clareira, você disse algo como 'vamos fazer do jeito certo, dessa vez.' Para você, talvez tenha resumido- se apenas ao sexo, que estávamos prestes a fazê- lo com segurança. Mas para mim, aquelas palavras tiveram um significado muito maior. Referiram- se à segunda chance que havíamos acabado de ter, logo após aquela tarde onde quase perdemos tudo no The Vintage. Agora, iríamos nos amar da maneira certa. Viver da maneira certa, sem mentiras, sem qualquer medo do futuro. Só o amor pleno e onipresente, que eu sei que toma conta de nós dois. Exatamente por esse motivo eu preciso lhe pedir as mais sinceras desculpas. Eu não honrei a nossa segunda chance. Continuei a fingir ter algo que eu não tinha: saúde. E por esse mesmo motivo acabei sacrificando a minha vida. E junto com isso, os seus sentimentos. E eu vou seguindo inconformada com isso, apenas esperando que você algum dia me perdoe. De coração, Tom, você me perdoa? O meu maior medo é o de que você se culpe por tudo isso que está acontecendo agora. Por favor, eu nunca vou me perdoar se você o fizer. Você não sabia dos conflitos que assolavam meus pensamentos, e não era obrigado a fazê- lo. Eu não fui capaz de salvar a mim mesma, e sou unicamente responsável por isso. Você, ao contrário de tudo o que pensa, salvou a minha vida, que estava condenada antes daquele primeiro dia, daquela primeira carona. Você, meu Tom, me trouxe de volta à vida. Me trouxe paz, acima de tudo. E exatamente por esse motivo que, se eu partir, vou ir serena, por saber que uma parte de você sempre vai estar comigo. E não foi apenas a minha vida que você tornou incrivelmente mais bela. Bill e Marie só estão juntos porquê você decidiu ir falar comigo no dia em que nos conhecemos, pense nisso. Você é incrível Tom, e mesmo sem saber foi capaz de trazer a felicidade para tanta, mas tanta gente. E por falar em Marie, não se surpreenda se ela não chorar quando eu partir. Por mais que eu ache que ela chorará sim, embora eu tenha passado um tempão essa noite pedindo a ela que fosse forte. Nós já nos despedimos previamente, e eu já disse a ela tudo o que eu tinha de dizer. Mas mesmo que eu tenha dito o quanto a amo e o quanto lhe sou grata, não esqueça de dizer isso a ela de novo, todos o dias. E peça ao Bill para cuidar bem dela. Eu quero tanto que os dois sejam felizes. Eu vou sempre estar olhando por vocês três. Eu não quero morrer, Tom. Confesso que tenho um pouco de medo. Mas tudo bem, eu estou aceitando o meu destino. Eu sinto que a minha hora está chegando, eu só não sei o quão perto ela está. Por isso eu tive que me apressar em deixar algo para você. Seria tão bom se eu pudesse lhe dizer tudo isso pessoalmente, mas optei por lhe escrever porquê não quero que você me veja no estado em que estou agora. Pode ter certeza de que minha aparência não está muito melhor do que a última vez em que nos vimos, e eu quis te poupar de ficar mais ferido ao me ver assim. Eu sei que você ainda se culpa pelo que aconteceu, então... Só achei melhor não. E pare de se culpar, por favor. Eu preciso ir agora. Realmente preciso. Já passa da meia noite e eu estou ficando cansada. Até logo mais, meu Tom. Não sei se esse 'logo mais' ainda vai ser aqui, nesse hospital, nessa vida. Quem sou eu para saber do destino? Mas independentemente de tudo, eu sei de uma coisa a respeito dele. O amor que eu sinto por você é mais forte que o próprio destino. Nunca cheguei a sequer imaginar fazer parte de algo tão pleno. E sendo assim, vou seguir o amando. Por favor, não chore a minha perda, porquê você não me perdeu. Eu sempre vou estar aí, com você, permanecendo viva enquanto você me reacender em suas lembranças. E por favor, siga a sua vida. Te amando, a última coisa que eu quero é te ver sozinho, sofrendo por mim. A vida continua, apesar de tudo. Lembre- se disso, de que eu não iria gostar de te ver desperdiçando a vida, tão jovem que é. Eu estou indo agora. Vou dormir, e quero acordar depois para poder sentir de novo o seu beijo, o seu amor. Porquê cada vez que você me beija, é como se fosse a primeira vez, onde eu nunca fui tão feliz. Eu sempre vou me lembrar daquele primeiro beijo sob a minha porta, onde você disse que apesar de mal me conhecer, já sabia que iria ser perfeito. Assim como as lembranças das nossas duas noites, que sempre, sempre estarão comigo. Vou carregar para sempre, como presença onipresente na minha existência, o som da sua voz e o barulho das batidas de seu coração. Obrigada por tudo, meu Tom. Eu lhe devo a minha vida. Simplesmente por você ter me mostrado o amor em toda a sua essência. Boa noite. Durma bem, e não se preocupe com a sua Kady. Eu estou bem, onde quer que eu esteja quando você estiver lendo essa carta que eu escrevi, depositando aqui todo o amor que você me ensinou a ter." De repente, todos os músculos de Tom estavam relaxados. Ele não saberia dizer o porquê, mas agora encontrava- se inesperadamente em um estado de intensa serenidade. Suas lágrimas voltaram a enfeitar- lhe a face vermelha e inchada, mas não vinham acompanhadas pelos soluços devastadores ou por fraquezas súbitas. E então Tom sentiu a presença de Kadance. Não havia como explicar. Ele apenas soube que ela estava ali, junto a ele. Seu perfume doce e floral encheu a sala. As lágrimas de Tom caíam cada vez mais rápidas e sentidas. Tendo a certeza plena de que sua Kady estava ali, ele entreabriu os lábios, permitindo- se sorrir. - Eu te perdoo, minha Kady. E eu te amo. Sempre vou te amar. Eu sou seu para sempre, e você é minha por toda a eternidade. Minha mulher. Minha Kady. - Ele proclamou, com os lábios trêmulos. Como se redimida pelo perdão que tanto pedia em sua carta, a presença de Kadance envolveu Tom intensamente por um momento, e ele apenas pôde ficar imóvel, sentindo aquele perfume envolvê- lo em toda a essência. Aquele perfume doce que havia se tornado inesquecível desde a primeira vez. - Eu te amo. - Ele sussurrou novamente, mais alto do que antes. E então, pouco a pouco, o torpor foi esvaindo- se. Mas a aura delicada que fazia parte do ser de Kadance, juntamente com o seu perfume, não deixaram o quarto. Mas sim, acompanhariam Tom pelo resto de sua vida. Juntamente com aquele brilho que ela possuía no olhar. A vista de Tom ficou repentinamente embaçada, e depois de alguns momentos ele sentiu que iria desmaiar, tomado pela fraqueza dos diversos dias sem alimento e sem boas noites de sono. Chorara tanto, que parecia estar prestes a desidratar. Mas mesmo assim, recusou- se a sair daquele quarto e ir procurar amparo. Ao invés disso, levantou- se com os papéis ainda em uma das mãos, e com a outra apoiou- se no estrado na cama, para que a queda não fosse demasiado feia. E então, sentindo a visão falhar e os sentidos lhe traírem, desabou no chão. Ouviu Bill e Marie entrarem no quarto e o encontrarem caído, completamente desamparado. Não sentia mais o chão abaixo de si, não tinha consciência de mais nada. Exceto de seu coração batendo, acelerado. E agradeceu a Deus por aquele coração ainda ter um motivo para bater. Kadance ainda permanecia viva dentro dele, e este indigno órgão bateria por ela para sempre. Únicamente para ela. | |
| | | Darling-J Mega Fã
Número de Mensagens : 1161 Idade : 30 Data de inscrição : 31/05/2010
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| Assunto: Re: Kadance's Flowers Qua Jul 20, 2011 9:15 pm | |
| Eu não sei se fico triste pela morte da Kady, pelo o estado de Tom ou se tenho esperança que tudo isso não passa de um mal entendido por parte dos médicos e que ela continua viva, só que muito fraca D: Prefiro não pensar no que vai acontecer no epílogo. Só espero que não haja mais tragédias, por favor Jú. | |
| | | Tiane Kaulitz Fanática
Número de Mensagens : 1663 Idade : 31 Localização : Taubaté-SP Data de inscrição : 06/04/2009
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| Assunto: Re: Kadance's Flowers Qua Jul 20, 2011 9:15 pm | |
| OMG! Júlia estou chorando rios aqui! Isso foi tão lindo, tão profundo e tão... triste ao mesmo tempo que me deixou sem palavras! Eu nem sei o que dizer! Mas eu amei, amei mesmo, de verdade! Você merece muito mais do que um simples parabéns, é sério! E eu quero o epílogo rapidinho viu? Portanto, continua! | |
| | | Patty Back Admin
Número de Mensagens : 4279 Idade : 30 Localização : Curitiba Data de inscrição : 24/10/2008
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| Assunto: Re: Kadance's Flowers Qua Jul 20, 2011 10:04 pm | |
| palavras, onde estão vocês? voltem aqui suas feias e_e
caceeeeete, esse capítulo ficou perfeito, sem mais. e sério, acho que foi só eu, mas eu gostei que a Kady morreu.... tipo, bem feito. Ela não se cuidou, deu nisso... er... Mas fico feliz que ele tenha ficado em paz no fim, e sem pensamentos suicidas | |
| | | Janaína C. Ao extremo
Número de Mensagens : 4297 Idade : 30 Data de inscrição : 26/11/2008
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| Assunto: Re: Kadance's Flowers Qui Jul 21, 2011 4:07 pm | |
| - Patty Back escreveu:
- e sério, acho que foi só eu, mas eu gostei que a Kady morreu.... tipo, bem feito. Ela não se cuidou, deu nisso... er...
eu sabia que ia encontrar uma review sua desse jeito Patty, sabia! AHUEAHUEAHUEAHUE Agora tô aqui, rindo e chorando ao mesmo tempo, feito a Kady :'D É, chorando Julietz. Se essa minha review ficar gigante que nem tantas outras que eu já deixei pra você, vai ser algo totalmente sem pretensão. Eu estou sem palavras, e mal sei o que aconteceu comigo. Não é TPM, já aviso AHEUAHUEAHUEAHUEAHUE Mas eu estava chorando antes mesmo do Tom abrir esse envelope e ler isso tudo, sério. Antes mesmo dele entrar no quarto eu já estava com os olhos cheios de lágrimas, prontinhas para virem a tona. Se não acredita problema teu U_U KKKKKKKKKKKKKKKK Olha, eu admito que você duvide de tudo: Duvide de quando eu digo que você ecsreve bem, duvide de todos os elogios que direciono a você quando venho comentar em qualquer fic/one sua, duvide que eu chorei que nem-sei-l-ao-que com esse capítulo, mas eu não admito que você duvide da tua escrita. Nunca mais. Em relação ao epílogo, nem sei se tenho alma pra ler ele *aquelas dramáticas, rsrsrsrsrsrsrsrsrs q* Enfim... É, não sei o que eu escrevo mais, deixa eu limpar meu rosto e meu óculos agora KKKKKKKKKKKKK | |
| | | Fabyola Fanática
Número de Mensagens : 1278 Idade : 32 Localização : Curitiba Data de inscrição : 16/10/2009
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| Assunto: Re: Kadance's Flowers Qui Jul 21, 2011 4:43 pm | |
| Então né, eu vim aqui dar o meu depoimento desta história triste. Eu que imaginei que o que o esperava no quarto era ela, mas não era, era uma carta. Mas em lágrimas que lhe dou os parabéns, por está história magnifica, parabéns. | |
| | | Patty Back Admin
Número de Mensagens : 4279 Idade : 30 Localização : Curitiba Data de inscrição : 24/10/2008
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| Assunto: Re: Kadance's Flowers Qui Jul 21, 2011 6:57 pm | |
| - Janaah. escreveu:
- Patty Back escreveu:
- e sério, acho que foi só eu, mas eu gostei que a Kady morreu.... tipo, bem feito. Ela não se cuidou, deu nisso... er...
eu sabia que ia encontrar uma review sua desse jeito Patty, sabia! AHUEAHUEAHUEAHUE AYSGDYISDGIUSYDFSUYGUSAGDUAFD qualé, minha ruindade é tão na cara assim? | |
| | | Janaína C. Ao extremo
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| Assunto: Re: Kadance's Flowers Qui Jul 21, 2011 7:34 pm | |
| - Patty Back escreveu:
- Janaah. escreveu:
- Patty Back escreveu:
- e sério, acho que foi só eu, mas eu gostei que a Kady morreu.... tipo, bem feito. Ela não se cuidou, deu nisso... er...
eu sabia que ia encontrar uma review sua desse jeito Patty, sabia! AHUEAHUEAHUEAHUE AYSGDYISDGIUSYDFSUYGUSAGDUAFD qualé, minha ruindade é tão na cara assim? extremamente, se me permite dizer KKKKKK | |
| | | Laura B.
Número de Mensagens : 4 Idade : 27 Localização : Curitiba. Data de inscrição : 20/09/2009
| Assunto: Re: Kadance's Flowers Sex Jul 22, 2011 7:04 pm | |
| Não consigo parar de chorar depois de ler esse capítulo, só digo isso mesmo D:
| |
| | | Júlia G. Ao extremo
Número de Mensagens : 2642 Idade : 28 Localização : Brasília Data de inscrição : 27/08/2010
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| Assunto: Re: Kadance's Flowers Dom Jul 24, 2011 8:09 pm | |
| E então, KF acabou )': Eu to tão triste cara, eu gostava dessa fic. Prova disso foi que eu chorei escrevendo esse humilde trem aqui. Tô dedicando esse epílogo pra todas as minhas leitoras maravilhosas, na boa. Mas principalmente, a dedicatória aqui vai pras amigas incríveis que eu tenho aqui no fórum. Que eu sei que sempre, sempre vão tar aqui comigo. Definitivamente, o melhor presente que Tokio Hotel já me deu (': Amo vocês, ok? Não vou nem citar nomes nem nada, quem é com certeza vai saber HEUAHUEEUA Obrigada cara, é tão importante pra mim ver alguém lendo as coisinhas que eu escrevo <3'
Epílogo O vento morno que vinha da janela aberta acariciava a barba recém- aparada de Tom. Estava calor, então ele, sem qualquer pressa, pousou a maleta que carregava no banco do carona, entre os mocassins lustrosos que havia acabado de retirar dos pés agora prazerosamente descalços. E então, sem cerimônia, espreguiçou- se. Fechando os olhos, afrouxou a gravata e tirou o paletó que vestira a tarde toda, naquele momento parecendo tão pesado e abafado. Tom levou as mãos ao rosto, e seus dedos umedeceram- se com a fina e salgada camada de suor que porejava em sua face. Definitivamente, estava exausto. Pegou a chave no bolso de sua calça social preta e encaixou- a na ignição do carro. O rugido do motor novo, tão imediato e límpido, pouco lembrava a cacofonia de seu velho jipe 4x4, do qual já havia se desfeito há quase dez anos. Um sorriso nostálgico repuxou- lhe os lábios quando ele se lembrou da viajem que havia feito com sua falecida Kadance há tanto tempo, naquele mesmo jipe. E então, ergeu o rosto pasmo ao perceber que já devia fazer quase uma década. - Onze, onze anos anos... que minha Kady morreu. - Sussurrou ele com seus botões, passando a mãos pelos bastos cabelos, ainda negros porém agora curtos. Suas tranças já haviam a muito sido deixadas para trás, juntamente com seus piercings e sua rebeldia. Veio a responsabilidade e o trabalho. O destino finalmente havia encarregado- se de trazer- lhe outra vida, diferente daquela com a qual ele tanto havia sonhado uma década atrás. Ao lembrar- se do próprio destino, veio à tona também outra lembrança. A de uma carta. A carta que Kady havia deixado para ele em seu leito de morte, e que hoje repousava cuidadosamente na cabeceira de sua cama. "Não sei se esse 'logo mais' ainda vai ser aqui, nesse hospital, nessa vida. Quem sou eu para saber do destino? Mas independentemente de tudo, eu sei de uma coisa a respeito dele. O amor que eu sinto por você é mais forte que o próprio destino." Deus, isso era tão verdade. Como poderia Kadance ser tão sensível, tão pura, e tão sábia? Emocionado, não conseguia encontrar a resposta. A única certeza que tinha a respeito da verdadeira mulher de sua vida era que, poderiam passar- se quantas décadas quisessem. Sempre amaria sua Kady. Morreria amando- a, e sempre com a imortal esperança de que ela estivesse viva em algum lugar. E aquela carta, iria para o seu túmulo juntamente com ele. Túmulo esse que futuramente, quase cinquenta anos mais tarde, seria feito de modo que seu caixão descesse para fazê- lo repousar ao lado de onde Kadance dormia em seu sono eterno. Tom estacionou o carro em frente a uma agradável casinha de tijolos vermelhos, que tinha todas as luzes da frente acesas. Com o carro desligado, segurando em uma das mãos a pasta e o paletó, ele hesitou o tempo de uma pulsação antes de abrir a porta e sair para o ar húmido da noite de outono. Suspirando, tomado por uma fadiga prazerosa pela sensação de chegar cansado em casa sabendo que sua cama estaria ali, esperando- o, ele tocou a campainha. Juntamente com o som delicado de sinos que ecoou por todo o interior da casa, várias vozes animadas e altas fizeram- se ouvir atrás da porta, que se abriu com alegria. - Meu amor! - Disse Marta, recebendo- o com um sorriso e plantando um beijo sólido em seus lábios. Abraçando- o e pegando a pasta e o paletó de suas mãos, ela acariciou suas costas com os polegares. - Você deve estar exausto. Vá se deitar que eu vou levar o jantar na cama. - Obrigado. O dia realmente foi difícil hoje - Tom se livrou da gravata e a atirou no sofá, suspirando aliviado. - A agência de contabilidade selecionou alguns funcionários para fazer hora extra, e adivinha. - Ele revirou os olhos e sorriu para ela, passando os dedos por seus longos cabelos castanhos. Ela tinha apenas ficado mais bonita, agora que completara trinta anos. - Pai! Pai! Pai! - Uma voz fina e infantil ecoou pelos corredores, aumentando a cada passo de pezinhos descalços contra o assoalho. - Kady!- Tom agachou- se no chão, sentindo seus olhos brilhando e transbordando felicidade. Soltou um urro de surpresa ao sentir Kadance, na altura de seus cinco anos, jogando- se em seus braços, quase derrubando o próprio pai. Seus cabelos loiros, lisos e rebeldes, ofuscaram a vista de Tom por um momento, enquanto ele tornava a equilibrar- se e erguê- la em seus braços. - Vai contar uma história pra mim de novo hoje, papai? - Ela perguntou, acariciando a barba de Tom com suas mãozinhas diminutas. - Claro que vou - Ele sorriu para a filha, enquanto ela percorria os dedinhos por seus dentes e lábios repuxados, visivelmente entretida. - Kadance, seu pai está cansado hoje. Não quer deixar ele ir dormir? Mamãe conta uma história para você.- Ela sorriu, tentando persuadir a filha enquanto dobrava o paletó de Tom em suas mãos. - Mas eu goto das histórias do papai.- Ela disse, comprimindo os lábios rosados em uma linha pequenina. Então, agitando- se, abraçou Tom com a maior força que podia, enterrando o rostinho em seu pescoço e tentando disfarçar a risada que a barba de seu pai provocava- lhe ao roçar sua pele. - Deixa mamãe, deixa. - Mas fi... - Não tem problema, meu amor. Leva o nosso jantar para a cama, que eu já vou indo. Marta suspirou e abaixou os ombros, derrotada. Não havia como argumentar com aqueles dois. Ainda segurando Kadance em seu colo, Tom chegou mais perto de sua esposa. Inclinando- se, sussurrou ao seu ouvido, baixo o suficiente para que somente ela pudesse ouvir: - Te vejo na nossa cama. - Sorriu discretamente, erguendo uma sobrancelha. - Para isso você não tem preguiça. - Ela sorriu, batendo de brincadeira em suas costas com o paletó. Tom beijou- a ternamente, e depois seguiu com Kadance para o seu quarto. O quarto de Kady estava escuro, iluminado apenas pela luz do luar, e Tom acendeu a luz. Deixando a filha sentada em sua cama de cabeceira rosa, foi até o outro lado do quarto, até uma estante cheia de bonecas, pegar um livro de contos dentro de uma gaveta. Logo acima da estante, preso à parede, havia um quadro metálico de avisos, utilizado por enquanto apenas para colocar as fotos de Kadance. Tom olhou distraidamente para a foto em destaque, a mais recente de todas. Sua filha estava vestida com um minúsculo vestido de noiva, e tinha em suas mãos uma pequena cestinha lotada de pétalas de rosas brancas em seu interior. Ela aguardava sorridente a sua hora de entrar na igreja, a hora de ser oficialmente a daminha de honra do casamento de Bill e Marie. Suspirando e sorrindo, entretido em lembranças, Tom imaginou como o irmão estaria se saindo na lua de mel naquele exato momento. Brasil era um lugar bom para uma viajem. Os dois deviam estar aproveitando bastante. - Papai? - Chamou Kadance, e pelo tom de voz, ele soube exatamente como sua filha estaria; Com a cabecinha deitada sobre um dos próprios ombros e com os pezinhos balançando impacientes, curtos o suficiente para não conseguirem sequer tocar o chão abaixo de si. Tom sobressaltou- se, fechando a gaveta com força sem querer. - Já vou indo, já vou indo. Qual história você quer que eu leia hoje? - Ele perguntou sorrindo, enquanto desabotoava e despia a camisa branca, deixando- a sobre uma cadeirinha estofada rosa que era três vezes menor do que o tamanho de uma poltrona normal. Pegando o comprido livro com ilustrações coloridas de fadas, princesas e castelos, ele esparramou- se sobre a cama de Kadance, deitando- se de costas e abrindo o livro sobre sua cabeça. - Eu tenho uma pergunta, papai. - Disse ela, com a vozinha cansada. Tom ergueu os olhos para ela e sentou- se na cama, percebendo que a filha estava aturdida com alguma questão que não havia permitido que ela se aconchegasse a ele e ouvisse as histórias, como fazia toda noite. - Pode dizer, filha. - Ele sorriu, passando as costas do polegar delicadamente em seu diminuto queixo arredondado. Um breve silêncio se seguiu, e Tom pôde ouvir os passos de Marta seguindo em direção ao último quarto do corredor. O quarto deles. Provavelmente, ela estaria levando o jantar. Tom salivou só de se permitir pensar no tipo de comida deliciosa que o estaria esperando. Sua esposa era uma excelente cozinheira. Kadance remexeu- se entre os lençois da cama, e deitou a cabeça no colo de Tom. Esfregando os olhinhos com os nós dos dedos, ela bocejou. - Por quê meu nome é Kadance? - Ela perguntou, olhando para ele com os sonolentos olhos castanhos que transbordavam curiosidade. Tom sorriu. Levou uma das mãos ao rosto de Kady e afagou seus cabelos rebeldes. Por um momento, sentiu que seus olhos iriam marejar- se com as lágrimas comovidas que tanto queriam cair, por causa daquela pergunta que ele tanto imaginou um dia explicar para a filha. - Seu nome... - Ele começou, acariciando o rosto da filha, enquanto esta permanecia em silêncio esperando em toda a sua inocência pela resposta. - Seu nome é o nome de um anjo. Kadance virou o rosto de lado confusa, enquanto agarrava- se à mão do pai que acariciava suas bochechas. - Um anjo pai? - Ela perguntou. Tom assentiu, sorrindo ternamente. - Kadance é o nome de uma moça maravilhosa, que fazia o bem para muita gente. Quando ela morreu, Papai do Céu transformou essa moça em um anjo. Kadance refletiu por um momento, dando um tempo para digerir a resposta. E então sorriu, voltando a sentar- se e esfregando os olhos novamente. - Me conta a história dessa moça, papai? Uma lágrima escorreu pela face de Tom, e foi cair no travesseiro branco. Ele assentiu em silêncio, ainda mal podendo expressar- se, e voltou a deitar na cama junto com a filha, que aconchegou- se em seu peito despido e levantou os olhos para ele. - Você conta? - Ela tornou a perguntar. - Dessa história eu tenho certeza que você vai gostar.- Ele sorriu. Deixando o livro de histórias cair no chão, Tom voltou a abraçar sua filha. Antes de começar a contar a história mais linda que já tivera a oportunidade de conhecer em toda a sua vida, olhou diretamente nos olhos de Kadance. Aqueles olhos ostentavam o mesmo brilho capaz de mudar um ser humano. A mesma força que o guiaria nos próximos cinquenta anos, quando ainda estivesse andando por estas terras. Sendo um único coração batendo sozinho por duas pessoas. Meio século depois ele partiria, tendo até seu suspiro final a certeza de que nunca estivera sozinho. Iria embora para encontrar- se para sempre com o seu anjo. Com a sua Kady. Para todo o sempre, eternamente vivendo o amor imaculado que lhes foi concebido. Porquê no final de tudo, não existe uma alma viva capaz de negar com veemência o fato de que talvez as portas do fim se abram para uma nova eternidade. | |
| | | Convidad Convidado
| Assunto: Re: Kadance's Flowers Dom Jul 24, 2011 8:54 pm | |
| Ai minha Jú :') O que eu vou dizer dessa história perfeita, que junto com a sua escrita maravilhosa mexeu com a minha emoção. Eu estou tentando achar as palavras certas pra elogiar, mais não tem, já falei todas pra tu u_u Toda, toda a história foi perfeita, sem deixar nada a desejar, nada. O tema que ela abordou, tudo foi suficientemente perfeito pra se tornar não só minha, uma das fic's preferidas de muita gente aqui. Enfim, nunca pare de me alegrar com a sua escrita ♥ |
| | | Convidad Convidado
| Assunto: Re: Kadance's Flowers Dom Jul 24, 2011 9:05 pm | |
| - ~kiiine. escreveu:
- Ai minha Jú :') O que eu vou dizer dessa história perfeita, que junto com a sua escrita maravilhosa mexeu com a minha emoção.
Eu estou tentando achar as palavras certas pra elogiar, mais não tem, já falei todas pra tu u_u Toda, toda a história foi perfeita, sem deixar nada a desejar, nada. O tema que ela abordou, tudo foi suficientemente perfeito pra se tornar não só minha, uma das fic's preferidas de muita gente aqui. Enfim, nunca pare de me alegrar com a sua escrita ♥ +1 a Karine disse exatamente tudo o que eu queria dizer mas não estava achando palavras. Você escreve muito bem, e espero que continue e poste aqui Essa fic realmente emociona. Mais uma coisinha... Küsses e até logo... :]] |
| | | Janaína C. Ao extremo
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| Assunto: Re: Kadance's Flowers Dom Jul 24, 2011 10:57 pm | |
| Ah, que preguiça viu. NÃO TEM O QUE ESCREVER, OH SCHEISSE ._. Não tenho mais elogios pra te oferecer... E tu sabe que sempre me deixa sem palavras AHEUAHEUAHEUAHUEAHEU Ah Jú, você escreve tão perfeitamente bem que me faz desanimar da vida .QQ Sabe, as imagens vão se formando perfeitamente na minha cabeça, nossa... Vou te contar, a única fic que eu li na vida que me deixou com um capítulo na cabeça durante a semana inteira foi essa aqui u_ú E agora fique curiosa em saber qual capítulo foi esse AHEUAHEUAHUAHUE Enfim, só espero que você continue escrevendo e me fazendo feliz :') | |
| | | DesiiH k. Mega Fã
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| Assunto: Re: Kadance's Flowers Dom Jul 24, 2011 11:15 pm | |
| Juh, eu não sei o que dizer, e chorei lendo esse epilogo, assim como eu chorei lendo outros vários capítulos dessa fic. Nem preciso elogiar a sua escrita pela milésima vez né? mas vou elogiar assim mesmo: A sua escrita é incrivel! e essa fic também foi. não consigo acreditar que chegou no fim, eu acompanho ela desde o começo e agora nunca mais vou entrar aqui pra ler um capitulo novo que você vai demorar 23897894 séculos pra postar? HASIUAHSIU pois é, vou sentir falta das esperas interminaveis por um capítulo novo de KF, vou sentir falta da Kady, do Tom... enfim, vou seintir falta de tudo aqui. KF é uma das minhas fics preferidas, essa historia foi perfeita *-* enfim, continue sempre postando aqui no fórum, e alegrando todo mundo por aqui com essa sua escrita maravilhosa. >.<'' | |
| | | Patty Back Admin
Número de Mensagens : 4279 Idade : 30 Localização : Curitiba Data de inscrição : 24/10/2008
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| Assunto: Re: Kadance's Flowers Seg Jul 25, 2011 8:25 pm | |
| - Adri escreveu:
- ~kiiine. escreveu:
- Ai minha Jú :') O que eu vou dizer dessa história perfeita, que junto com a sua escrita maravilhosa mexeu com a minha emoção.
Eu estou tentando achar as palavras certas pra elogiar, mais não tem, já falei todas pra tu u_u Toda, toda a história foi perfeita, sem deixar nada a desejar, nada. O tema que ela abordou, tudo foi suficientemente perfeito pra se tornar não só minha, uma das fic's preferidas de muita gente aqui. Enfim, nunca pare de me alegrar com a sua escrita ♥ +1 a Karine disse exatamente tudo o que eu queria dizer mas não estava achando palavras. Você escreve muito bem, e espero que continue e poste aqui Essa fic realmente emociona. Mais uma coisinha... Küsses e até logo... :]] e - Janaah. escreveu:
- Ah, que preguiça viu.
NÃO TEM O QUE ESCREVER, OH SCHEISSE ._. Não tenho mais elogios pra te oferecer... E tu sabe que sempre me deixa sem palavras AHEUAHEUAHEUAHUEAHEU Ah Jú, você escreve tão perfeitamente bem que me faz desanimar da vida .QQ Sabe, as imagens vão se formando perfeitamente na minha cabeça, nossa... Vou te contar, a única fic que eu li na vida que me deixou com um capítulo na cabeça durante a semana inteira foi essa aqui u_ú E agora fique curiosa em saber qual capítulo foi esse AHEUAHEUAHUAHUE Enfim, só espero que você continue escrevendo e me fazendo feliz :') siiiim, concordo com cada vírgula das meninas :') e olha, até eu, que sou um tiquinho desalmada como a Janaah deixou a entender por aí, me arrepiei pra caramba enquanto lia esse epílogo. nunca, sinceramente, imaginei que o Tom fosse conseguir se juntar com outra pessoa, construir uma família... fiquei bem surpresa também, por o nome da filha dele ser Kadance. Cara, Júlia, você tem muito talento garota. Pago pau pra ti! | |
| | | Tiane Kaulitz Fanática
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| Assunto: Re: Kadance's Flowers Seg Jul 25, 2011 9:03 pm | |
| Nossaaaaaa!!!! Foi tão fofo ver o Tom colocando o nome da filha de Kadance! Own! Parabéns, parabéns, parabéns Jú! Essa história foi tão linda, mas tão linda! Uma das melhores que eu já li, é sério! Eu estou totalmente emocianda aqui. Foi incrível do começo ao fim. #fato! Já sou sua fã de carteirinha! Parabéns mais uma vez! | |
| | | Desagreg Big Fã
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| Assunto: Re: Kadance's Flowers Ter Ago 02, 2011 8:16 pm | |
| Janaah. escreveu: | Ah, que preguiça viu. NÃO TEM O QUE ESCREVER, OH SCHEISSE ._. Não tenho mais elogios pra te oferecer... E tu sabe que sempre me deixa sem palavras AHEUAHEUAHEUAHUEAHEU Ah Jú, você escreve tão perfeitamente bem que me faz desanimar da vida .QQ Sabe, as imagens vão se formando perfeitamente na minha cabeça, nossa... Vou te contar, a única fic que eu li na vida que me deixou com um capítulo na cabeça durante a semana inteira foi essa aqui u_ú E agora fique curiosa em saber qual capítulo foi esse AHEUAHEUAHUAHUE Enfim, só espero que você continue escrevendo e me fazendo feliz :') | A janaah disse tudo!!!! | |
| | | D'Julia kaulitz Fanática
Número de Mensagens : 1573 Idade : 28 Localização : Curitiba Data de inscrição : 13/08/2011
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| Assunto: Re: Kadance's Flowers Sáb Out 22, 2011 10:25 pm | |
| leitora nova,e atrasada (pra variar)....kkk mais agora sem brincadeira, QUE FIC FOI ESSA MEU DEUS ??!!!, foi mais do que perfeita, eu não sei nem o que dizer direto ..... primeiro que o assunto que a fic aborda foi demais, você escreve muito bem, segundo que eu sou emotiva, e chorei, chorei quando Kadence moreu, quando Tom tava lendo a carta eu não me contive e chorei mais um pouco( e pra ajudar eu tava ouvindo a musica someone like you-Adele,que é meio tristinha).... sem duvida essa foi a melhor fic que eu ja li, parabéns você escreve muito bem,e consegue mexer com os nossos sentimentos... mais nada a declarar.... | |
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| Assunto: Re: Kadance's Flowers | |
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