Georg como melhor amigo, dois gatos no colégio... sonho de consumo de qualquer garota *-* ou não.
eu realmente não tenho nada para escrever. então, desejo boas vindas as leitoras novas e vamos ao segundo capítulo
Chapter 2
You're the kinda guy a girl finds in a blue moon
Há muito o recreio havia acabado e mais uma aula chata de Geografia estava tendo seu fim. Não me pergunte o que tanto o professor falava, porque eu não saberia responder. Eu estava num outra dimensão. Numa dimensão na qual existia somente eu e o novato de boné. Ainda não sabia seu nome, nada sobre sua vida, mas eu estava encantada. Lembrava-me do sorriso tímido que ele deu lá no refeitório. Seus olhos encolhiam-se e ficava parecido com um oriental, além de suas bochechas ganharem um leve volume que dava vontade de morder de tão fofas que ficavam. Suspirei como uma boba apaixonada e apoiei minha testa na mesa. Eu, definitivamente, estava conhecendo duas coisas: amor à primeira vista e platônico. Era surreal.
- Ei, acorde Bela Adormecida – senti alguém me cutucar. Resmunguei alguma coisa e mexi minha mão tentando espantar o ser que me incomodava. – Alexandra, levante este corpo mole agora – ordenou e com a maior lerdeza do mundo, ergui minha cabeça e cocei os olhos. – Você dormiu a aula inteira, Lê.
- E poderia estar dormindo por mais duas se eu não tivesse um amigo chato que me acordasse – resmunguei e Georg riu. Enfiei minha cara entre as mãos sentindo meu sono voltar. – Aula de que agora?
- Educação Física – respondeu num desanimo contagiante. Praguejei todos os seres existentes e o olhei em súplica. – Somente esta aula, por favor. Você pode inventar que está cólica ou sei lá – rebateu. Não tinha como convencê-lo de não ir. Os hormônios de Georg Listing estavam aflorados demais e parecia necessitar de ver alguns pares de peitos para sobreviver.
- Vamos lá, garanhão – peguei minha bolsa e guardei meu caderno, levantando-me logo em seguida e sendo acompanhada por Georg, que sorria marotamente e comentava sobre uma ou outra garota aleatória. – Eu já entendi, Georg. Conheço este discurso há cinco anos.
- Assim você me magoa – mandei-lhe o dedo do meio e entrei no vestiário feminino. Todas as meninas da minha classe e mais as do segundo ano se trocavam animadamente, comentando sobre os novatos.
- Nós demos sorte. Eles estão na nossa classe – comentou uma menina ruiva.
- São gêmeos idênticos. Dá para acreditar? – perguntou outra de cabelos pretos. Gêmeos idênticos? Mas eles não são nem um pouco parecidos...
- O Tom é o mais bonito e o mais gostoso também – confessou outra, dando uma risadinha maliciosa. Nesta hora, eu havia aberto meu armário e pegava minha roupa de ginástica e guardava minha bolsa.
- Claro que não! O Bill é o mais bonito. Eu me ofereci para ser dupla dele – todas pareciam voltar a falar ao mesmo tempo e eu fechei o armário, trocando-me rapidamente. Sentei-me no banco para calçar aquele tênis desconfortável e disse distraidamente:
- Concordo com a loirinha disse: o Tom é o mais bonito. Vocês têm sorte em tê-los em sua classe – terminei de amarrar meu cadarço e saí sem dar explicações.
Eu estava sentada na arquibancada observando os meninos jogarem futebol, ou, pelo menos, tentando. Eu dava algumas risadas discretas quando davam algum passe errado ou tomavam alguma “caneta” por bobeira. Definitivamente, salve alguns alemães que realmente sabem jogar futebol, porque o resto era um fiasco total.
- É sempre futebol nestas aulas? – uma voz musical me perguntou. Virei minha cabeça lentamente e dei de cara com um garoto vestido de preto, com a exceção do casaco de cabedal, que era vermelho. Seu rosto tinha traços leves e delicados e seus olhos estavam adornados com uma perfeita sombra negra. Sorri levemente e confirmei. – Desculpe pela minha falta de educação, sou Bill – e estendeu sua mão. Ok, as unhas dele eram extremamente bem feitas e seus dedos eram longos e finos.
- Alexandra, mas pode me achar de Alex – apertei sua mão com um pouco de receio e recebi um sorriso desconcertado. – Você é um dos novatos, não é?
- Sim. Eu e meu irmão, Tom – sorriu e indicou seu irmão no meio daquela confusão na quadra. – É o de dreads – completou, sorrindo. Ergui minha sobrancelha e notei que ele se destacava de certa forma. De certa forma nada, de todas as formas possíveis.
- Ele parece um rapper – não pude deixar de comentar. Talvez o ofendesse, por mais que fosse a verdade. Mas, ao contrário que eu estava pensando, ele riu e concordou. – E você é bem excêntrico – agora sim eu estava pisando em um terreno duvidoso. Bill franziu o cenho e desviou o olhar para qualquer outro ponto daquele ginásio. Senti-me mal por ter dito aquilo. – Desculpa, Bill. Não queria ter dito isso e... Droga, desculpa mesmo – eu o olhava apreensiva.
- Tudo bem. Eu estou acostumado com isso – deu de ombros. Sua expressão tornara-se triste. Toquei seu braço levemente e Bill me encarou.
- Não pensei que você fosse uma menina, se é isso que está pensando – ele abriu um pequeno sorriso e continuei: - Você é excêntrico, mas tem personalidade e muita coragem. Eu admiro isso nas pessoas – foi a minha vez de sorrir. – Sabe aquele guri de cabelo preso e sem camisa? – apontei para Georg, que cobrava um escanteio. Ele balançou a cabeça. – O cabelo dele não é liso – sussurrei como se contasse um segredo. – É o poder da chapinha – Bill riu.
- Você é diferente das meninas da minha classe – confidenciou, olhando-as discretamente. – Elas pareciam um bando de periquitos na areia quente quando eu e meu irmão entramos naquela sala. Teve uma ou outra que se ofereceu para ser a minha dupla. O mesmo aconteceu com o Tom. Ainda bem que o professor de Biologia nos deu a opção de ficarmos juntos. Foi o que fizemos – respirou fundo. – Eu estava me sentindo como um objeto sexual – lamentou-se.
- Vocês são novos e bonitos – ele arregalou os olhos e nós ficamos vermelhos. – Claro que há muitos meninos bonitos aqui, mas a beleza de vocês é diferente. Não aquela beleza que vemos todos os dias, entende? Confesso-te que tive uma pequena queda pelo teu irmão – Bill riu um pouco mais alto e apontou o dedo acusadoramente.
- Mas e o teu namorado? Aquele lá que não tem o cabelo liso? – perguntou.
- O Georg? Não. Ele não é o meu namorado, por mais que a metade desse colégio ache isso. Ele é o irmão que não tive – disse-lhe sorrindo meigamente. Bill soltou uma exclamação. – Ele e a irmã dele foram os primeiros que me acolheram e me aceitaram verdadeiramente quando entrei aqui.
- Não é alemã? – questionou de supetão, olhando-me de cima a baixo.
- Inglesa legítima – lhe respondi com um perfeito sotaque britânico. – Pensei que desse para notar o meu jeito de pronunciar o alemão.
- Dá, mas eu estava com medo de cometer uma gafe – concluiu. Nesta hora, o professor apitou e chamou as meninas para também jogar futebol. Resmunguei um palavrão baixinho. Bill riu e me empurrou discretamente.
- Seu alemão traidor – o acusei bem alto enquanto descia as arquibancadas rapidamente. Pulei o último degrau e Georg me abraçou todo suado. Distribui alguns tapas pelos seus braços e o empurrava. – Georg, me solta! Você está nojento! – reclamei e ele apenas ria. Quando ele finalmente me soltou, acertei-lhe um tapa na cabeça. – Nunca mais faça isso, alemão imundo! – acusei enquanto tentava inutilmente me secar.
- Você fala como não fosse daqui – uma segunda voz, mais grossa, invadiu meus ouvidos e eu parei o que estava fazendo e o encarei totalmente sem jeito. Pode até parecer bobagem minha, mas eu me arrepiei involuntariamente ao vê-lo tão perto. Ele também estava sem camisa e com os dreads amarrados.
- Na verdade, ela não é e faz questão de lembrar-se disso – disse Georg dando alguns tapinhas amigáveis no ombro de Tom. – Esta que é a Alex. Alex, este é Tom – nos apresentou e eu olhei feio. Detesto quando falam por mim. Voltei minha atenção para Tom e lhe estendi a mão que fora completamente ignorada. Deu-me dois beijinhos no rosto e sorriu.
- Prazer em conhecê-la, Alex – a voz grave mas suave dele era sensual. Fiquei sem reação e ele pareceu gostar. Passou a língua pelo piercing que tinha no lábio inferior e o mordeu levemente. Algo dentro de mim gritava loucamente para devorar aqueles lábios carnudos e vermelhos. – Bom, eu vou me juntar com o meu irmão. Vamos, Listing – chamou meu amigo e foram até onde Bill estava distraído com suas unhas.
- Acorde para o mundo, Bennett. Escolha seu time – gritou o professor. Sacudi minha cabeça e sorri até o outro lado da quadra. Muitas meninas me fuzilavam com inveja. Já vi que vou ter alguns problemas enquanto estes gêmeos estiverem por aqui.
lembram-se de um episódio do THTV que o Georg diz que os dreads do Tom parecem um buquê de flores? então, imaginem deste jeito KKK e nem senti inveja da minha própria personagem. ela só viu o Tom sem camisa DDDD:
espero que gostem e exponham a vossa querida opinião :*