ai, que lindas vocês *--* li os comentários de todas e fiquei muito feliz, meeeeeesmo. que bom que vocês estão gostando da fic *-* enfim, vou parar de enrolar senão a Nanny me bate hoho e agradeçam à Mand, se não fosse a sinceridade dela esse capítulo não teria saído
Capítulo 10 – Beichte
"Hey, demonio, você pode ler minha confissão
E falar sobre ela com Deus novamente?"
- Quero que vocês elaborem em duplas, um ensaio sobre a célula animal e suas organelas. Com desenhos, esquemas e tudo bonitinho.
O professor de biologia tagarelava animado sobre o trabalho que valeria nota. Lígia afundou alguns centímetros na cadeira ao ouvir que o trabalho seria em dupla. Ela odiava trabalhos, mais ainda se fossem em dupla.
- Vou sortear as duplas pra que os senhores não pensem que houve alguma interferência minha na escolha – ele lançou um olhar desconfiado para a turma silenciosa. – Quando eu chamar os nomes, por favor um dos membros da equipe sente – se ao lado de seu parceiro. Terão o restante da aula para decidir os detalhes do trabalho.
O professor gordo e baixinho foi até sua mesa e pegou um saco plástico que estava dentro de sua pasta. Escreveu o nome de toda a turma em papéis, separou, colocou dentro do saco e agitou bastante. Indo novamente até a frente da turma, ele agitou o saquinho e tirou o primeiro nome:
- Andrew Jones.
Um menino com a típica aparência alemã levantou – se ao ouvir seu nome ser chamado.
- Seu par é... – o professor remexeu novamente em um saco e tirou mais um papel. – Justin Baxendale.
O garoto pegou a carteira e a levou até o outro lado da sala, onde seu par estava sentado. Eles sentaram – se juntos e começaram a conversar em voz baixa.
- Lígia – o professor chamou, fazendo a garota sobressaltar – se. – Seu par é... o senhor Kaulitz.
“Valeu, Força Superior!”, pensou Lígia enquanto arrastava sua cadeira pela sala sem ligar para o barulho alto. Ela colocou sua cadeira a uma certa distância da de Bill e sentou – se, emburrada.
- Pelo jeito você amou me ter como par – comentou Bill em um tom divertido após um tempo de silêncio.
- Vamos por favor, só fazer essa droga de uma vez? – Lígia perguntou em um tom controlado.
Bill deixou escapar uma risadinha.
- Eu posso ir na sua casa amanhã, já que é sábado. Ou você pode ir na minha. Ou a gente pode ir pra qualquer lugar, eu não me importo – disse Bill.
- Acho que... você ir lá em casa seria melhor – Lígia disse em um tom pensativo. – Não conheço muito de Magdeburg então fica ruim pra eu ir pra qualquer outro lugar, e na sua casa tem muita gente. Eu jamais conseguiria me concentrar em alguma coisa com o Kiro me fazendo rir.
- Certo. Me espere em sua casa a... – Bill começou, mas parou de repente e encarou o chão como se escutasse alguma coisa.
- Bill? O q... ?
- Shhhhh! – ele interrompeu Lígia. E continuou encarando o chão, com a sobrancelha franzida e uma expressão de concentração. – Mas o que esses idiotas estão fazendo?!
- O que tá acontecendo? – Lígia perguntou, preocupada.
- Anda, vem cá – Bill ignorou a pergunta de Lígia e levantou. Pegou sua mochila, a da garota e arrastou ela pra fora da sala pela manga da blusa.
- Senhor Kaulitz! Von D! Voltem! – Lígia ainda podia ouvir o professor chamar por eles enquanto Bill a arrastava rapidamente escada abaixo.
- BILL!
- Lígia – Bill falou em um tom mais alto. – Só anda depressa, por favor. Você vai voltar pra casa inteira... eu acho. Não se preocupe – ele continuou puxando a garota por vários corredores até chegar ao pátio.
O rosto da garota era uma mistura de expressões em que se podia ver raiva, confusão e ansiedade. Lígia odiava não saber das coisas, e ser arrastada pela escola por Bill sem motivo aparente, era mais do que ela podia agüentar sem se irritar.
Ela inspirou uma grande quantidade de ar e preparou – se pra gritar todos os desaforos que conhecia para o vampiro, mas antes que conseguisse decidir por qual deles começaria, eles chegaram ao pátio e todas as dúvidas que a garota tinha desapareceram.
Seu olhar de raiva mudou rapidamente para um olhar de confusão, depois para um olhar de reconhecimento e por fim para um de verdadeiro pânico, ao analisar a confusão que os garotos haviam conseguido armar no meio da escola.
Bill largou suas coisas e as da garota sobre uma das mesas da entrada do pátio, e a mão que antes segurava a manga de sua blusa desceu hesitante até tocar a mão da garota. Ao sentir aqueles dedos longos e frios entrelaçarem nos seus, Lígia se sentiu a garota mais segura do mundo. E viu que não se preocupar, como Bill havia dito para ela fazer, era algo quase involuntário.
Eles continuaram atravessando o pátio com pressa, até onde os outros estavam. Lígia agradeceu intimamente por todas as portas fechadas, e professores mantendo seus alunos bastante ocupados, pois se qualquer um saísse da sala e visse o que acontecia ali, todos eles estariam extremamente ferrados.
Kiro, era o que aparentava maior calma. Ele estava sentado sobre uma mesa, e uma de suas mãos estava no ombro de Yu, que estava encostado na mesa ao seu lado. Shin estava do outro lado, com a testa franzida em sinal de preocupação e os braços cruzados. Tom, estava de frente para Yu, e era preciso os esforços de Georg e Gustav para segura – lo. O rosnado profundo que saía de seu peito era alto até para Lígia, que não possuía os super sentidos de um vampiro.
- Para de ser idiota, Tom – Strify disse em um tom que seria alto para o vampiro, mas não para qualquer outro humano que presenciasse a cena. – Você está brigando por nada, e sabe disso.
- Deixe ele, Strify – Yu falou calmamente. – Quer bater em mim? Venha. Bata. Mas depois você explica pros humanos o que aconteceu.
Bill soltou a mão de Lígia, fazendo com que a sensação de segurança desaparecesse, e foi até onde estava o irmão.
- O que diabos você está querendo fazer, Cabeça de Minhoca? Não vê a confusão em que está nos metendo? – ele perguntou em um tom letal.
- Foda – se – disse Tom, sem tirar os olhos do vampiro alto de cabelos preto com vermelho.
- Você que vai se foder se não parar com essa idiotice agora – Bill continuou falando com o rosto a centímetros do irmão que ainda tentava se soltar do aperto conjunto de Georg e Gustav. – Isso não vai trazer ela de volta, pelo contrário.
- Para com essa cena, Tom. Você sabe que o Bill e o Strify estão certos – Gustav disse.
Tom parou de tentar se livrar de Gustav e Georg e eles o soltaram aos poucos. Lígia observava toda essa discussão atônita, e a mistura de medo e confusão a deixou incapaz de se mover um centímetro.
O vampiro de dreads, aos poucos pareceu se acalmar. Seus amigos também relaxaram, apenas Kiro ainda permanecia vigilante.
Então, antes que qualquer um pudesse prever, Tom correu de onde estava e acertou um soco no rosto de Yu, que jogou a tranqüilidade pro alto, revidando com mais força, o soco que havia recebido. O barulho do impacto parecia o de um trovão, que somado aos rosnados ficava alto a ponto de fazer Lígia tapar os ouvidos com as mãos.
- Idiotas – a garota pôde ouvir alguém falando bem próximo ao seu ouvido. Ela reconheceu a voz de Strify. Em seguida, sentiu que estava sendo erguida do chão e depois que se movia a uma velocidade impressionante.
- Me bota no chão, Strify! – a voz de Lígia saiu abafada pelas mãos que ela tinha colocado no rosto, para não sentir os efeitos da velocidade.
- Ainda não – ele respondeu e aumentou a velocidade.
A garota bufou irritada, mas não continuou discutindo. Ela precisava de algumas explicações e não queria deixar Strify de mal – humor e dificultar a saída de respostas.
Após algum tempo, ele parou abruptamente despertando a garota de seus pensamentos. Strify a colocou no chão delicadamente e riu.
- Pode abrir os olhos agora, medrosa.
Lígia tirou a mão do rosto e mostrou a língua para o vampiro, o que o fez apenas rir mais alto. Depois olhou em volta.
- Por que você me trouxe pro bosque? – perguntou ela, desconfiada. – Você vai me atacar, Strify?
O vampiro que antes apenas ria ruidosamente, agora estava às gargalhadas.
- Você acha que eu precisaria te trazer pra cá se realmente quisesse te atacar? – ele perguntou. – Ai Lí, as vezes você é tão... humana.
- Jura? Por que será? – ironizou ela.
Strify não respondeu. Antes que Lígia pudesse pensar em alguma coisa pra dizer e quebrar o silêncio, ele pegou impulso no chão e pulou para um dos galhos baixos da árvore mais próxima. Tudo isso sem tirar um único fio de cabelo do lugar. A garota precisava admitir: aquele vampiro tinha glamour.
- Você ainda não me perguntou nada sobre o que aconteceu – ele disse depois de se acomodar no galho. – Estou surpreso. Confesso que subestimei seu autocontrole.
- Com autocontrole ou não – disse a garota subindo para o galho em que ele estava do jeito humano. – Eu ainda quero saber tudo.
- Não tem muito o que saber, na verdade – ele começou, encarando a garota. – Era uma típica briga de garotos por idiotice.
- E essas
brigas por idiotice costumam acontecer muito?
- O tempo inteiro – respondeu ele. – Quando se vive numa casa cheia de garotos com o pavio curto dá nesse tipo de coisa. Outro dia o Bill quebrou uma cadeira na cabeça do Georg e depois a Simone sentou o cacete nele – o vampiro riu. – Mas isso não vem ao caso.
- E por que você me trouxe pra cá? – Lígia perguntou, curiosa.
- Pra te proteger caso as coisas saiam do controle e caso eles não consigam fugir antes que alguém apareça.
- E por quanto tempo nós vamos ficar aqui?
- Até o Bill aparecer com as suas coisas. Depois você vai pegar sua irmã, seu carro e vai direto pra casa – ele respondeu. – Vai inventar que está doente e pedir pra sua irmã ligar para o colégio usando isso como desculpa pra você e o Bill terem corrido da aula de Biologia. É essa a história que ele deve estar contando agora.
- E como você sabe de tudo isso? – perguntou ela erguendo uma das sobrancelhas. – Você e o Bill nem conversaram.
- Temos nossos meios de saber as coisas – respondeu ele.
Lígia não fez mais perguntas. Apenas olhou para o chão, balançando as pernas e gostando da altura. Sentia o olhar de Strify nela, mas não olhou de volta para o vampiro. Encarar as folhas no chão era infinitamente mais fácil.
- E então, acabaram as perguntas? – perguntou ele, após algum tempo de silêncio.
- Sim – respondeu a garota, sorrindo fraco para ele.
- Nossa! Bill me enganou. Ele me disse que você era uma coisinha pequena e chata que não parava de falar. E que não sabia como tanta habilidade pra irritar alguém podia caber em alguém tão pequeno – disse o vampiro, rindo. – Você não é assim.
- Isso é porque você responde as minhas perguntas, ao contrário dele – disse a garota, também sorrindo.
- Ok, parem de falar de mim – Bill apareceu, trazendo a bolsa de Lígia. – Está aqui suas coisas, pode ir pra casa. Amanhã eu passo lá pra gente fazer a droga do trabalho.
Lígia e Strify pularam ao mesmo tempo da árvore para o chão. A garota aterrissou de uma forma tão descoordenada que ficou com vergonha, e se fosse um pouco menos morena o rubor em seu rosto teria ficado evidente. Ela pegou a bolsa das mãos e Bill e perguntou:
- Pra que lado é a saída?
Os vampiros riram, deixando a garota ainda mais constrangida.
- Vem, sobe aqui – disse Strify virando de costas pra garota. Ela, sem hesitar, pulou nas costas do vampiro que disparou pra fora da floresta.
- Vejo você amanhã, coisinha irritante – Bill os alcançou uma fração de segundo depois e então acelerou. Deixando Strify e Lígia para trás.
Algum tempo depois, o vampiro parou de correr e Lígia entendeu que essa era a deixa dela para descer.
- Obrigada Strify... por tudo – ela agradeceu sorrindo.
- De nada Lí, quando precisar... já sabe – ele também sorria. – Dê mais uns passos pra lá – ele apontou algum lugar à frente deles. – E vai sair no estacionamento.
- Você não vem? – perguntou a garota antes de começar a andar.
- Você quer mesmo ter que desfazer a idéia errada que vai ficar na cabeça da escola toda depois que virem nós saindo juntos daqui? – perguntou ele, com uma das sobrancelhas erguidas.
- Até parece que você se importa com o que alguém pensa – a garota riu, e puxou o vampiro pela mão em direção à saída do bosque.