Bom, é o seguinte, eu vou postar a fic porque até ameaçada de morte eu fui né, então, ahn, é bom dar um jeito na minha vida AHEUAEAHEUAHEU Esse capítulo tá MUITO maior que o da semana passada
pro azar de todas vocês então, sei lá, espero que gostem. Ou não. Não sei AHEUAHEUAHEU E ah, eu estou meeeeesmo na fase final da escrita da HIAOA. Marianiani leu um capítulo derradeiro que escrevi, e bom, ela disse que chorou né, então, vai saber '-' MAIS HEIN, vou parar de enrolar e postar logo isso aqui antes que alguém viaje pra Minas com uma bazuca na mochila...
Capítulo 34 – POV em questão
Eu estava colocando as bagagens no porta malas do carro da Audrey, enquanto ela me ajudava com isso. Não era muita coisa, por isso a dondoca não se importou em carregar peso. Eu só precisava disfarçar minha preocupação por mais meros minutos.
Eu havia tido aquela visão a quase uma semana, e só estava voltando agora para casa. Fiquei orgulhosa de mim mesma por ter me saído tão bem como atriz e ter ficado aparentemente calma durante o resto da viagem, sem decepcionar meus pais fazendo-os pensar que eu estava aborrecida no Brasil.
- Como foi a viagem? Nenhuma novidade espetacular? – Audrey perguntou a caminho da minha casa com um sorriso de malícia enorme em seu rosto.
- Eu não agarrei nenhum surfistinha Audrey – ela bufou. Eu ri.
- Você desperdiça muitas chances. Bonita desse jeito... Até te imagino andando com shorts curtos pela bela praia de...
- Chega Audrey, por favor – eu ri de leve. – E não tem ninguém tão bonita aqui nesse carro além de você ok? Para de tentar levantar minha moral.
- Aham... Você não é bonita? Claro que não... Elefantes também voam não é verdade? – ela ergueu uma das sobrancelhas quando pôs fim a sua frase sarcástica.
Mais alguns minutos de conversas infames se passaram até chegarmos ao nosso destino.
- Pronto! – ela disse feliz quando estacionamos na porta da minha casa. Suspirei de alívio antes de fechar o vidro e sair do carro. Eu só queria pegar o meu próprio carro e ver como o Bill estava. Eu ansiava por isso a quase uma semana, estava ficando louca já, mal estava conseguindo encaixar a chave na fechadura da porta.
- Que bom que chegamos, eu...
- SEJA BEM VINDA! – gritos, assovios, palmas e balões coloridos soltos no ar.
- O que...?
- Chave reserva – a Audrey riu, se deliciando com a minha cara de espanto. Eu havia esquecido que ela tinha a chave da minha casa, assim como eu tinha a dela. Caso houvesse imprevistos, coisas de BFF. Enfim.
- Que saudaaaaaaaaaaaade! – Mike veio correndo e se atirou em meu pescoço. E assim foram com quase todas as 10 pessoas que estavam ali em casa. Mas que produziam decibéis equivalentes a umas 60 pessoas.
- Bom, o Bill não está aqui... Você já deve saber por que não é? Um descuido na escada – a Audrey deu de ombros.
- Claro... – um descuido na escada? É óbvio, e elefantes voam, essa havia sido a minha lição de vida do dia.
Depois de alguns meros minutos de exaltação com a minha chegada, dei por falta de uma pessoa barulhenta que deveria ter sido a primeira a vir em minha direção quando abri a porta. Vasculhei o ambiente e logo o encontrei.
- Quer dizer que agora você não fala com as pessoas mais? – perguntei, com um sorriso tímido no rosto.
- Ah, me desculpe – David olhou para mim de uma forma alarmada e totalmente desnecessária. Estranhei. – Como você está? – ele colocou um sorriso definitivamente estranho no rosto.
- Ahn... Bem, obrigada – sorri de uma maneira intimidada.
Depois de me afastar um pouco, chamei Giulia até a cozinha. Ela tinha algumas aulas junto com o David, e eu tive que perguntar o que havia acontecido.
- Ah Becca, eu não sei bem... – ela mexeu distraidamente em uma mecha de seu cabelo comprido, liso e num lindo e exuberante tom de mel – De uns dias pra cá ele tem agido de uma maneira estranha... Quer dizer, você sabe que o David é um cara anormal, só conversa rindo, brinca com as pessoas... E agora ele está normal demais, se é que você me entende, e é essa normalidade que o está fazendo ser estranho. E não sou só eu que notou essa mudança nele e...
Continuamos conversando por mais algum tempo, e quando fomos para a sala novamente, percebi que ele já havia ido embora. Sem se despedir de ninguém, segundo o Mike. Bom, eu tentaria falar com o David depois.
Quando a noite foi chegando, fiquei feliz pelo fato de todos estarem indo embora. Não é que eu não quisesse tê-los ali. Inclusive, agradeci demais a Audrey por ter montado aquela festinha de boas-vindas. A questão é que eu simplesmente queria sair de casa. Eu precisava ver o Bill. Isso não era uma vontade. Era necessidade.
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- Tom, dá pra mudar de canal?! – eu disse, já aborrecido por estar vendo desenho animado contra a minha vontade.
- Que tal vir aqui pegar o controle maninho? – ele gargalhou escandalosamente, deitado no sofá que estava no rumo da poltrona onde eu estava. Eu gostei do desafio, embora ele pensasse que eu não iria até lá.
Levantei-me rapidamente da poltrona, saltei no sofá maior que estava do meu lado esquerdo, mantendo minha perna quebrada erguida enquanto eu me apoiava ali com a outra perna apenas para tomar impulso e saltar sobre o sofá em que ele estava, imobilizando seus dois braços e pegando o controle remoto de sua mão. Isso não deve ter durado mais de um segundo e meio.
- Rá! – girei o controle acrobaticamente entre meus dedos, rindo com louvor da cara que ele havia feito. Eu não tinha dado um tempo para ele se preparar e tentar brincar de lutinha comigo.
- Vou ajudar o pessoal na cozinha... – ele resmungou, saindo da sala. Joguei-me no sofá maior, batendo minha perna sem querer ali. Reprimi um grito. Ainda não havia me acostumado com o fato de estar com um osso fora do lugar.
Comecei a rodar os canais distraidamente, enquanto o cheiro da comida invadia a sala. Meu estômago roncou um pouco. Os dias em que o Erich jantava aqui eram os dias em que a janta era mais caprichada.
Aliás, isso estava me irritando um pouco. Erich estava aqui com frequência agora porque ficou curioso com o fato de que tivesse sido a Becca que alertou ao Tom o que havia acontecido comigo. Ou metade do que havia acontecido pelo menos, porque ela só previu o ataque, e não viu as consequências que ele teria em meu corpo.
Quando Tom me pegou no dia do ataque, seus olhos se esbugalharam quando constataram que minha perna estava quebrada e torcida do jeito mais estranho possível e que o lado esquerdo do meu corpo estava praticamente todo arranhado. Lutar com alleatis femininas dava nisso.
De repente, ouvi um carro parando em frente a minha casa. Sorri de satisfação por já concluir quem havia chegado.
- Oi Rebecca! – Erich atendeu a porta de um jeito alegre. Ele havia se apegado demais a Rebecca, assim como minha mãe. Senti que os dois agiam como se fossem uma espécie de “segundos pais” para ela – Que boa hora você chegou, Simone está preparando um jantar incrível, lógico, com a minha ajuda – ele se gabou. Eu revirei os olhos. – Enfim, entre. – ele fez uma ridícula reverência, abrindo espaço para que ela entrasse.
- Obrigada Erich – um sorriso iluminou sua face. Como eu estava com saudade de ver aquela expressão! Um sorriso largo se abriu em meu rosto, e ela me encarou nesse exato instante. Isso fez com que seu sorriso diminuísse e seu rosto adquirisse uma expressão de preocupação contida.
- Vou deixar o casal a sós... – Erich murmurou rumo à cozinha enquanto cantarolava uma música romântica ridícula.
- O sorriso estava melhor – eu a encarei com censura.
- Claro, claro... – sua expressão era rígida. Ela sentou-se ao meu lado e cruzou os tornozelos, de modo a ficar em uma posição confortável. – Que arranhões feios esses na sua perna. E do lado esquerdo do seu abdome. – ela analisava calculadamente o que ela estava citando. Eu a olhei com espanto, me esquecendo momentaneamente o nível que seus poderes já haviam adquirido. Ela riu quando voltou a olhar o meu rosto, se ajoelhou de forma rápida no sofá e se enroscou em meu pescoço, me beijando.
Eu estava com uma clara abstinência daquilo. Ela enfim estava de volta, ela era minha de novo, e estava ali.
- Fiquei com saudades – ela sussurrou, ainda me abraçando e brincando com um pouco do meu cabelo.
- Digo o mesmo – fechei os olhos ao inspirar profundamente o aroma doce de seu perfume, que até meros minutos atrás era apenas uma realidade distante.
Ela me beijou novamente, dessa vez com certa urgência, e logo nossos lábios estavam separados. Eu já estava pronto para contestar quanto a isso.
- Com toda a sua licença... Você será minha cobaia agora. – ela disse.
Eu, sem entender, apenas a observei levantando-se e sentando-se do meu lado esquerdo agora.
Sem dizer mais nada, ela ergueu um pouco a camisa que eu usava e colocou sua mão fria em contato direto com a minha pele. Seus dedos tocavam com uma leveza absurda a linha exata dos ferimentos que eu trazia ali. Ela olhava aquilo de uma maneira absurdamente exata, como se eu estivesse sem camisa.
- Eu passei a semana inteira matutando se isso poderia dar certo... Eu sou humana ainda, mas eu já fiz isso outras vezes com a Simone e nas vezes em que eu me machuquei... Talvez pudesse dar certo – ela deu de ombros.
Nesse instante, Erich invadiu a sala com um andar apressado. Concluí rapidamente que ele havia ouvido a última frase proferida por ela. Aproveitando a liberdade que ele tinha por ser meu médico, ele ergueu minha camisa e fez a maior cara de incredulidade que lhe foi possível.
Fiquei o encarando, e depois olhei para minha própria barriga, tentando encontrar os ferimentos em carne viva que estavam ali a segundos atrás. Agora, eles não passavam de claras cicatrizes em minha pele.
Olhei atônito para a garota que agora estava de pé ao lado de Erich, e que parecia estar orgulhosa de si mesma.
- Mas... Ela é só uma humana... – Erich murmurou, como se estivesse falando consigo mesmo - Acha que pode fazer mais alguma coisa? – ele indagou um pouco mais alto, olhando a garota que estava ao seu lado.
Ela o encarou com incerteza, mas se aproximou de mim outra vez. Desta vez, a platéia era maior, e minha mãe e meu irmão também estavam ali.
Rebecca se ajoelhou em minha frente e acariciou toda a extensão da minha perna com a mesma leveza que havia feito em meu abdome anteriormente. Ergui a cabeça e fechei os olhos, tentando me convencer de que não estava me excitando com aquilo. Tom começou a rir e correu para a cozinha, mas sua gargalhada se tornou mais escandalosa por lá. Rebecca começou a rir e se sentou no chão como uma criança, com as pernas cruzadas uma sobre a outra.
- Pronto. – ela disse, ainda encarando minha perna, e depois erguendo o olhar para Erich. O silêncio foi interrompido por um estalo. Eu gritei.
- O QUE FOI ISSO?! – olhei aterrorizado para ele sem saber o que fazer com a irritação que havia surgido em minha perna. A vontade de coçar aquilo era insuportável. Mas a sensação estava passando rápido, assim como quando começou.
- Isso foi a sua perna sendo quase totalmente curada – ele disse baixo, num tom claro de adoração – Você poderia tirar esse gesso daqui a uma semana se quisesse, mas as pessoas normais iriam suspeitar... Ninguém está apto para correr depois de duas semanas com a perna quebrada... A não ser que a sua namorada dê conta de corrigir isso – ele olhou mais uma vez de forma paternal para a Rebecca, que agora definitivamente estava com um sorriso de glória em seu rosto. – Se você já fosse uma espectro – Erich continuou sua analogia – os machucados do Bill não teriam deixado marca alguma, e a perna dele estaria totalmente recuperada.
Depois de muita insistência, Rebecca jantou aqui em casa. De qualquer maneira, eu precisava conversar com ela.
Quando todos estavam reunidos na sala, pedi a ela que fosse comigo até meu quarto. Fiquei estranhando a sensação de poder me apoiar com a perna esquerda e subir as escadas utilizando-a também, mas mesmo assim, Rebecca ainda me ajudava, auxiliando-me com sua mão fixa em minha cintura.
Encostei a porta do quarto e me virei, constatando que ela me encarava com certo ar de ansiedade.
- Os alleati não estão na cidade por acaso. Jeremy estava aqui. - fui direto ao ponto.
- Onde? – ela perguntou, depois de certo momento de silêncio.
- Na sua faculdade.
Eu esperava que ela ficasse surpresa. Arregalasse os olhos, ficasse com um pouco de medo, ou com uma expressão de susto que durasse ao menos três segundos. Mas eu nunca pensei em ouvir o que ela disse.
- Eu... Já sabia. – ela me olhou, um olhar apavorado. Mas ela parecia estar era com medo de mim. E ela tinha certa razão em sentir isso agora.
- Como...? Você não está falando sério – balancei a cabeça negativamente, como se estivesse tentando me livrar daquela frase, tentando me convencer de que ela nunca existiu.
- No último dia de aula... O David passou e o cumprimentou, e logo em seguida eu perguntei se ele sabia o nome do professor, porque até então eu não fazia idéia de qual era... Ele me disse que era Jeremy, mas enfim, podia ser qualquer um... Só que...
Ela interrompeu sua explicação, como se tivesse chegado a um ponto que era obrigada a esconder mais alguma coisa de mim. Seus olhos se arregalaram e se encheram de lágrimas.
- Você devia ter me contado... – eu disse quase inaudível, reprimindo um ataque de nervos em pensar que aquele monstro esteve tão próximo dela, ao mesmo tempo em que afastava de minha mente toda e qualquer possibilidade fácil de ataque que ele teria caso soubesse que ela era a futura espectro que ele tanto quer achar, pensando em todo o mal que ele poderia causar a ela...
- Eu sei que devia – ela disse baixo.
- ENTÃO POR QUE NÃO CONTOU BECCA? VOCÊ PODERIA TER MORRIDO! – eu enfim me exaltei, gritando e expulsando todo o ar que antes estava presente em meus pulmões. Eu mal sabia como organizar a confusão que estava em minha mente agora.
- FOI EXATAMENTE POR ISSO! – ela me respondeu no mesmo tom, apontando o indicador para mim. Ela tentou se acalmar – Foi por isso... Por que... Eu sabia que uma hora ou outra os alleati atacariam alguém, e o Erich descobriria que o Jeremy estava na cidade e tudo ficaria bem... Mas eu não pensei que essa pessoa que seria atacada iria ser logo você! – ela olhou para minha perna e deixou que as primeiras lágrimas caíssem – Mas não é só isso – ela soluçou baixinho, enquanto eu a analisava com um certo ardor nos olhos. Deviam ser lágrimas também, não me importei – Se você soubesse que ele estava lá... Você iria até lá, eu tenho certeza... E o Jeremy quase te matou uma vez Bill e...
- Espera – eu disse com um sorriso sarcástico, ação que logo permitiu que minhas primeiras lágrimas fossem liberadas – Você não queria que
eu fosse até lá para que ele não me atacasse? Rebecca, eu sou uma criação do Jeremy, eu sou uma aberração criada por ele, e já se passaram quatro anos desde que nós dois lutamos quando ele ainda tinha seus poderes... Desde então meus poderes só aumentaram... E você... Você correndo risco de vida, e se preocupando comigo? – agora as lágrimas caíam deliberadamente por meu rosto. Eu não estava conseguindo assimilar os fatos. Ou simplesmente não conseguia tirar da cabeça a imagem da minha namorada sendo morta da maneira mais brutal que houvesse na cabeça daquele psicopata.
- Eu... Me desculpa tá ok? Eu devia ter contado, eu pensei em contar pra você e pro Erich logo no almoço no Flavors of Munich, mas... – ela atravessou meu quarto e se sentou na beirada da minha cama. Eu fiquei ali, parado, como se houvesse uma gigante goma de mascar me prendendo ao chão – Se eu vou ser a espectro mais forte, eu preciso dispensar algumas defesas... Preciso pensar que cedo ou tarde eu terei de ser independente pra lutar – aquelas palavras me atingiam como golpes na boca do estômago. Ela? Lutando? – Eu não quero que você fique sempre se preocupando com duas pessoas Bill, fique sempre preocupado em salvar a sua vida e salvar a minha ao mesmo tempo, como se eu fosse uma criança que ainda não soubesse dos perigos existentes em atravessar uma rua sozinha.
- Mas... Rebecca, é exatamente isso que você está fazendo, e foi exatamente isso que você fez ao omitir que sabia sobre o Jeremy. Você quis salvar duas pessoas ao mesmo tempo, sendo que mal dá conta de cuidar de si mesma. – eu disse de maneira áspera, fazendo-a se sobressaltar. Só depois fui perceber a besteira que havia dito, mas minha ira era um dos fatores que me impediam de me desculpar.
- É diferente tá ok? – ela ergueu um pouco o tom de voz, me encarando. Logo depois, ela falou com certa suavidade novamente – Você é um espectro Bill, o mais forte... E eu sou só uma humana... Nesse estado eu sou quase um peso pra você, e a única coisa que eu posso pensar em fazer é descobrir uma maneira de te livrar desse chip quando eu me tornar uma espectro, e eu não sei se esses poderes idiotas poderão me ajudar.
Foi aí que ela definitivamente esclareceu o que ela queria desde o início. Ela só pensou em me proteger, mesmo sabendo que eu sou o espectro mais forte e que não tem lá tantas coisas que existam e que precisem ser utilizadas para que eu possa me defender. E ela se achava um peso?
- Desde quando você é um encosto pra mim Rebecca? – eu perguntei, mais calmo dessa vez. Ela se limitou a me olhar, mas não respondeu. Sentei-me ao seu lado, ergui seu rosto úmido em minhas mãos e disse – Você percebe tudo que já fez por mim? Percebe que o simples fato de você ter nascido talvez já seja um motivo de comemoração a mais pra mim...? Se não fosse por você Rebecca, eu ainda seria o mesmo cara que não tem absolutamente nada por dentro, ainda seria o mesmo humanóide que comanda uma matança descoordenada e que não sentiria absolutamente nenhum pesar em relação a isso, e mais ainda... Se não fosse por você e esse seu poder que você julga tolo, eu não saberia o que é amar alguém.
As lágrimas em seu rosto se acumularam, e eu tive pressa em pressionar meus lábios contra os dela. Rebecca Dinkson era a pessoa que eu mais amava na vida, e mesmo que ela tentasse me impedir, eu faria o que fosse necessário para protegê-la. Nosso beijo adquiriu um ritmo feroz, como se naquele momento finalmente tivéssemos nos dado conta de que estávamos junto de novo, e que a distância insuportável já não existia mais, e que o contato dos nossos corpos provava isso para nós dois.
- Eu sempre vou estar com você, mesmo que você tente evitar – eu sussurrei, enquanto a envolvia em meus braços com cuidado.
- Eu vou tentar evitar que você arrisque a sua vida, e não tentar evitar que você fique longe de mim. Eu não conseguiria viver sem você.
Absorvi suas palavras em silêncio, fazendo delas as mesmas das minhas. Ambos sabíamos que ficarmos juntos já era perigoso. Jeremy queria nos matar e manter a fama de ser o espectro melhor e mais forte. Meu ponto fraco era ela, e vice versa.
Fui invadido por tudo que eu sempre temi, só que dessa vez numa onda mais devastadora. Ela era a primeira espectro que eu guiava que eu desejava mais que tudo que abrisse mão daquela vida. Que terminasse sua faculdade e fosse ser feliz com qualquer outra pessoa, sem ter a menor necessidade de correr risco de vida. Eu sabia que ela discutiria comigo se eu colocasse esse ponto de vista em questão. Então se for para colocar a vida dela em jogo dessa maneira, também colocarei a minha vida na brincadeira.