Está aí o cap prometido, e como já estão cientes da minha semana de provas, não fiquem me cobrando viu??
hoje é um dia especial para a vossa tia Susi
2 aninhos de fórum estou fazendo!!! cade meus presentes??
então, o post vai especial pra nossa amada (ataequedetosse) chefa Danny e de todas as administradoras e moderadoras que fazem desta casa, um lar! Vielen Dank por se matarem pra manter a ordem!
Lou, a Cris tá tão depressiva como você já que está prestes a sair do ninho, num liga!
beijões, boa leitura!música - How to Save a Life - The Fray
__________________________________________________________________________________
Capítulo 11 - Como Salvar uma Vida Primeiro, você diz que precisamos conversar
Ele anda, você diz: sente-se, isso é apenas uma conversa
Ele sorri cortês de volta pra você
Você o encara educadamente
Algum tipo de janela a sua direita
Enquanto ele vai para a esquerda você continua na direita
Entre as linhas do medo e da responsabilidade
E você começa a se perguntar porquê veio
Sem pedir permissão, Ester entrou na sala de cirurgia junto com Victor. Valen estava de costas para a porta, limpando pontos que havia dado no ombro direito de Glória.
- Quais foram as minhas ordens, doutora Reither?
- As coisas estão mais calmas agora – Ester deu a volta na maca, e conferiu a glicose, deixando-a mais lenta ao entrar no tubo intravenoso – ventilador? – ela apontou para o fino tubo transparente no nariz da paciente.
- Muito sangue coagulado, até nos pulmões, está dificultando a respiração. Vai ter um quadro de pneumonia pros próximos dias, mas já adicionei os remédios na glicose. Sem falar na fumaça e no pó que inalou por três dias.
- Valen, porque não me disse quem era ela? – Victor disse, ainda encostado na porta.
- Porque – ele finalmente retirou a máscara, se permitindo respirar – não achei tão necessário falar na frente de corpo clinico do hospital, mas
sua esposa já tratou de contar a verdade.
- Temos que contar.
- Agora, Ester?
- É claro, Victor! Já imaginou a família dela, o marido dela? Estão todos sofrendo muito por isso.
- Eu não posso permitir isso, agora não.
- Como?! – Victor encarou o irmão – ela estava indo até a minha clinica. Na mesma manhã do acidente, eu respondi o e-mail dela antes de tentar chegar em Viena. Eu disse que estaria de viajem naquela semana, mas ela poderia ir tranqüila que eu voltaria a tempo, e que eu comunicaria a você pra cuidar do caso enquanto eu não voltasse. Estava tentando te ligar quando o aeroporto em Viena explodiu, e eu quase morri. Quando vi o nome dela naquela lista... pensei na chance que ela poderia ter tido se tivesse ido a clinica me procurar... e ela foi. E por incrível que pareça, nós dois estamos cuidando dela agora.
- Victor, você não pode ter certeza disso.
- Eu sei, só vai dá pra perguntar quando ela voltar a abrir os olhos. Mas entenda: ela é tanto sua responsabilidade quanto é minha.
- O que estão querendo dizer com isso?
- Valen, nós acabamos de verificar o e-mail da clinica, e ela havia aceitado a internação. Portanto, ela não é sua responsabilidade.
- É mesmo, Ester?! Então vou chamar toda a equipe aqui de novo pra desfazermos o nosso trabalho!
- Valen, me desculpe. Mas assim que ela sair do CTI, ela vai ser transferida pra lá.
- Eu não vou deixar que vocês a levem daqui. Ela não pode ser movida de onde está!
- Seu hospital já está lotado, não tem pessoal suficiente! Ela precisa de cuidados específicos, de testes, de reabilitação com algum fisioterapeuta...
- Não!
- E acima de tudo – Ester continuou – descrição. Ela optou pela clínica do Victor porque todo ano centenas de pessoas famosas vão lá fazer cirurgias, plásticas, recuperações de traumas psicológicos e químicos, todo tipo de procedimento sem ser incomodado pela mídia. Ela não queria que ninguém soubesse que estava pra morrer.
- Pode até ser. E olha só, por ser uma das vítimas, acabou expelindo o próprio tumor!
- Não significa que esteja á salvo.
- Eu sei que não, Victor. Mas eu só vou poder fazer a primeira ressonância assim que ela melhorar.
- E como pretende esconder a identidade dela até lá?
A pergunta do irmão o pegou em cheio.
- Não vai conseguir. Alguém vai a reconhecer, e quando isso acontecer, em cinco minutos a mídia inteira da Europa vai estar aqui, e a família dela vai te acusar de seqüestro.
- E eles não te acusariam por que...
- Porque ela aceitou o tratamento que o Victor forneceu, e nós temos como provar.
Onde eu errei? eu perdi um amigo
Em algum lugar na amargura
Eu poderia ter ficado com você a noite toda
Saberia eu como salvar uma vida?
Uma onda de esgotamento e estresse percorreu o corpo de Valen. Ele largou o fio para fazer suturas e foi beber água, fora da sala. Ester veio atrás dele.
- Me deixa por um segundo.
- E você, por favor, me escute. Valen, o Victor quer que você vá com a gente, quer que você continue a cuidar dela.
- E deixar o hospital assim?
- Yen pode cuidar de tudo tão bem quanto você.
- Não.
- Deixa ela melhorar, e dá a autorização de transferência. Duas semanas, Valen. E esse problema sai das suas mãos. Quando ela estiver melhor vamos avisar a família sem alardes, e quando a mídia descobrir, ela já vai estar em casa e bem, e muito grata por tudo o que você fez por ela e pelo bebê. Você não odeia gente famosa, mesmo?
- Ela é minha paciente agora, não importa se a conhecem. Eu sou responsável pela vida dela.
- Então faça o melhor por ela. Me escuta só desta vez, ta? Você lembra o que houve da última vez que não me escutou, Valen?!
- Você tinha que lembrar, não é mesmo...?
- Quer que aconteça outra vez?!
- Não, porra!
- Então vai confiar no Victor.
Valen deixou o corpo cair no chão frio. Com uma das mãos fechadas perto da boca, ele continha o soluço, os olhos vermelhos e marejados.
- Tanto tempo forçando ser o que não é. Tentando ser forte quando não deve ser... quando vamos aprender, não é mesmo?
- Nem me fale...
Ester puxou o fino colar de ouro que ele trazia por baixo da camisa. Com cuidado, abriu o pingente em forma de coração, e sorriu de volta para a pequena foto ali guardada.
- Ela devia ser o nosso motivo pra ficarmos juntos... e em vez disso... o divórcio. – a voz dela saía esmagada.
- Vamos. Vocês têm razão, e-eu já me decidi. Ela fica aqui até eu ter certeza que suporta uma viagem até lá. Se eu não tiver certeza, ela não sai daqui, eu sendo processado ou não.
- Obrigada.
- Eu sei, eu... só estou morto de cansaço – Valen tentou massagear os ombros tensos há horas pelo trabalho arriscado.
- Fala pra Martha ficar de olho nela e veja se dorme, pelo menos uma hora. Senão, quem vai precisar de uma maca é você.
- Talvez eu faça isso.
- Bom mesmo.
Deixe-o saber que você sabe mais
Porque no final você realmente sabe mais
Tente acabar com o tempo da defesa dele
Sem conceder inocência
Estabeleça a lista do que está errado
As coisas que você tem avisado-o esse tempo todo
E ore a Deus para que ele te ouça
E ore a Deus para que ele te ouça
Quase 24 horas depois de ter dado as ordens para todo o hospital, Valen tomou uma ducha fria,e se deixou cair numa das camas para os médicos de plantão. Estava quase pegando no sono, quando lembrou da sua última conversa com Ester. E da promessa.
Eu prometi, não foi minha linda? O papai prometeu a você. E eu não vou quebrar a promessa, nunca. Eu vou salvar aquela moça e o filho dela, assim como eu salvei todo mundo que eu pude. Eu te amo, Lara.- Dr. Valen Reither, sala M-15... Dr. Valen Reither, stat!...- Hum?
- Hei, Doutor!
Valen acordou num pulo só.
- O –oque?!
- Estão o chamando na M-15!
- Droga!
Valen saiu correndo, ainda abotoando o jaleco. Deixou o elevador pra trás e subiu três lances de escadas o mais rápido que pode. Ao entrar na sala, Ester estava segurando a mão de Glória, enquanto Victor a ajudava a ficar curvada.
- Situação.
- Tudo bem – Ester o acalmou – o chamamos por precaução.
Victor a ajudou a ficar deitada, enquanto ela trincava os dentes. Havia vomitado bastante.
- É só enjôo de gravidez. Ela está bem – Victor colocou uma compressa fria em sua testa, e metade ficou no curativo que envolvia a cabeça.
Mesmo com Yen na sala, Valen não relutou em falar.
- Você pode me ouvir, Glória? É o doutor Valen Reither, eu estou cuidando de você desde que chegou. Eu imagino que esteja doendo muito, e é por isso que vamos te induzir ao coma, ok? Quando você acordar, a dor não vai mais existir. Mas o que eu te peço é pra que não perca a realidade, não perca minha voz, Glória. Você quer voltar pra casa, e bem. É o que eu estou lutando pra fazer por você. Mas me ajude também, ta? É só um sono pesado, você já vai acordar, eu prometo...
Enquanto ia falando, ele podia ver que Glória entendia, sua pulsação foi ficando mais lenta, e a expressão mais tranqüila. Ele olhou fixamente para o rosto - bem pálido, o lado direito coberto por uma gaze que começara a ficar vermelha, o olho direito inchado pelo contato com a fumaça, o lado esquerdo da cabeça quase todo raspado, e uma cadeia de pontos destacava a pele onde o crânio estava partido. O maxilar estava bem roxo. Não era a mesma pessoa que tanto aparecia nas revistas, sempre ao lado do marido. E mesmo assim, lembrava aquela mulher que sorria timidamente para as câmeras.
- Porque você a chamou de Glória?
- Temos que conversar, Yen. E sério.
A medida que ele começa a levantar a voz
Você baixa a sua e concede a ele uma útima chance
Dirija até você perder a estrada
Ou corte relações com o único que você tem seguido
Ele fará uma das duas coisas:
Ele admitirá tudo
Ou ele pode dizer que não é mais o mesmo
E você vai começar a se perguntar porquê veio
Os dois ficaram numa mesa afastada, perto da sacada. Valen sorveu um grande gole de café antes de ter coragem para olhar o amigo nos olhos.
- Quando você a chamou de Glória...
- É.
- É quem eu...
- É essa mesmo sim.
- Valen, meus parabéns. Eu não esperava mais do que eu sempre vejo de você, mas se superou desta vez.
- Danke.
- Nossa eu...
- Porque está rindo?!
- Pra não chorar! Você praticamente... a resgatou dos mortos. Já imaginou quando o mundo souber o que fez?
- Isso porque eu detesto mídia.
- Meu amigo, se prepare. Ela é a paciente da sua vida.
- Bem, já a mudou o suficiente pra que eu acredite nisso.
- Quem mais sabe? – Yen sussurrou.
- Eu, você, Ester e Victor.
- Diria que gente demais já sabe.
- Exatamente.
- Ok. Como vamos... proceder com essa situação?
- É até bem simples. Escondemos a todo custo quem ela é. A única enfermeira com autorização a entrar é a Martha, e vai continuar assim. Vamos induzi-la ao coma hoje de tarde, e terminar as micro-cirurgias. Assim que ela estiver estável... vai pra “clínica super secreta” do Victor. – disse, fazendo aspas com as mãos.
- Parece um bom plano.
- O único que temos.
- Sabe é até bom que não tenhamos contato com a família.
- Por quê?
- Ainda não viu os jornais de hoje? Parece que o marido dela está pior, entre a vida e a morte. Quanto ao irmão dele, fora de perigo. Por enquanto, ela é o nosso segredo.
- Yen, eu acho... que vou ter que ir junto pra fronteira com a Noruega, e...
- Pode deixar. Fique lá o tempo que precisar, eu cuido das coisas por aqui.
- Obrigada, Yen.
- Quem sabe não seja bom mesmo você sair um pouco dessas paredes brancas... muito tempo aqui deixa a gente um tanto louco, sabia?
- Eu sei. Me considero insano.
15:26pm
- Mais dois gramas de sonífero, Dr. Meitha.
- Certo... músculos reagindo... ela está indo dormir.
- Bpm’s?
- Tudo em ordem, 70bpm... ta caindo, mas é porque ela está relaxando.
- Isso, está indo muito bem. –Valen repetia no ouvido direito de Glória, já que o tímpano esquerdo havia sido perfurado e ela não escutava mais de um dos lados – pode ir dormir, deixa o resto com a gente. Quando você acordar vai estar nova em folha.
- E lá... foi ela. Sinal verde pessoal, a paciente não acorda até a gente terminar.
- Obrigada, Carl.
- De nada. Precisando, vou estar na ala 12 hoje.
- Não quer um dia de folga, não? Qual foi a última vez que viu suas meninas?
- Há uma semana atrás. Eu acho, perco a noção do tempo aqui.
- É sério, pode ir pra casa.
- Vielen Dank. Mas deixo o bip ligado, precisando, estou disponível.
Somente os 4 que sabiam do segredo estavam na sala, além de Martha Werlich.
- Martha, porque não vai dar um apoio pra Sonja? – Ester sugeriu – estamos indo bem aqui, e ela deve ter umas 50 grávidas pra cuidar.
- Tudo bem, mas cuidem bem dela, viu? Bill Kaulitz vai querer a esposa de volta sã e salva.
Todos ficaram quase petrificados.
- Eu não contei a ninguém, além de nós, ninguém mais sabe. Eu a reconheci pela tatuagem no pulso. Minha filha adolescente ama essa banda, e me mostrou a foto que tiraram do pulso dela, na hora que eu vi, eu me lembrei. Está fazendo a coisa certa. Dr. Valen Reither. Mas a levem logo daqui, quanto mais gente souber, pior.
- Que ótimo, agora já são cinco – Victor sussurrou, enquanto trocava a atadura do joelho.
- Vamos pessoal, sem perder tempo. Yen, dá uma força aqui.
E lá se foram mais 5 horas de cirurgia ininterruptas.
Onde eu errei? eu perdi um amigo
Em algum lugar na amargura
Eu poderia ter ficado com você a noite toda
Saberia eu como salvar uma vida?