Blood Against Love 2ª Temporada.

Elisa... era a unica coisa que eu sabia sobre ele, Elisa era o nome dela, mais eu tinha a impressão de já conhece-la, seu cheiro, sua voz, eram-me familiares, mais eu nunca a tinha visto antes, ao menos eu achava.

Em todos os momentos da minha vida eu nunca pensei que o amor pudesse doer tanto, aquele amor impossível, mais para cumprir minha sentença eu teria que vive-lo, ao menos completa-lo porque na outra vida não foi possível.

Minha mente que até o momento estava vaga, se encheu de pensamentos quando eu a avistei de longe. Eu a encarava descaradamente, mais ela não me olhou nos olhos uma unica vez. Sua figura não era comum, seu cabelo loiro platinado, sua pele extremamente branca, e ao passar por ela para chegar até o bar propositalmente fiz questão de esbarrar nela e pude sentir que sua pele era absurdamente fria.
Sua estranha figura permaneceu em minha cabeça, e quando eu pensava nela coisas absurdas vinham em minha mente, tão absurdas que eu sentia vergonha de mim mesmo por pensar em tais ''coisas'' . Por um momento parei de olha-la e quando eu fui voltar a olhar para ela a peguei de surpresa desviando seu olhar de mim. Ela havia me notado.
Quando a balada estava quase acabando eu a vi saindo de dentro da boate , e em um ato impensado corri atrás dela, a peguei pelo braço e em seguida falei:

- Você tem um número de telefone que eu possa te encontrar?

E novamente sem me olhar e sem dizer uma palavra me entregou um papel com um número. Quando ela estava saindo da boate eu gritei para ela:

- Eu vou te ligar!

Ela apenas olhou para trás e assentiu com a cabeça.

Eu iria ligar para ela, o que será estaria por vir?

Foi uma noite bastante inquieta, trancado em meu quarto passei a noite inteira revirando-me na cama relembrando das feições, do cheiro e da voz daquela bela da boate. Fiquei tão confuso. Quero dizer, como eu poderia saber o nome dela? Como eu poderia acreditar que já a conhecia? Não consegui fazer aquela estranha impressão abandonar meus pensamentos.
Durante o pouco tempo que consegui dormir foi ela quem reinou em meus sonhos. Elisa. Acordei com uma sensação estranha, uma sensação de entorpecimento total, como se houvesse sido esmagado por uma força irredutivelmente maior na noite passada. Tomei um banho quente e demorado a fim de colocar minhas idéias no lugar quando me lembrei do papel que estava no bolso de meu casaco, o número dela. Saí do banheiro o mais rápido que pude e, ainda de toalhas, liguei para ela, mas não obtive resposta.
Passei o resto do dia estirado em meu sofá encarando aquele papel e reparei que sua letra era particularmente rústica e suave ao mesmo tempo, pude sentir o seu perfume impregnado no pequeno pedaço de papel. Um cheiro adocicado e indiscutivelmente atraente. As horas passaram e resolvi tentar ligar mais uma vez.
_ Olá Tom, estava esperando por sua ligação. – uma voz que soava como sinos sincronizados numa perfeita sinfonia disse do outro lado da linha
_ Oi, ahm... Espere... mas... como sabia que era eu? – perguntei confuso
_ Bem, eu esperava por isso. – desconversou
_ Então... – como ela conseguia me deixar sem palavras daquela maneira eu não sei, só sei que quase beirava o pânico diversas vezes – eu queria saber se você tem planos para esta noite.
_ Não, não tenho nada planejado.
_ Gostaria de me encontrar no bar do Cross Club às 22h?
_ Às 22h está perfeito então.
_ Quer alguma referência para me encontrar?
_ Não precisa, saberei exatamente onde te achar.
Ela desligou antes que eu pudesse dizer qualquer outra coisa. Elisa me intrigava. Tão segura, direta e certa de tudo, isso me dava certa sensação de impotência, o que me deixava muito incomodado. Passei as horas que antecediam o encontro ensaiando como falaria com ela e me senti um completo idiota ao constatar o que estava fazendo, mas não pude evitar.
Quando faltavam apenas 30 minutos para as 22h saí de casa e peguei o carro. Cheguei ao bar exatamente na hora marcada e esperei, esperei, esperei, e nada. Comecei a me sentir rejeitado e pedi uma dose dupla de uísque. Passou-se uma hora e Elisa não deu as caras, conformado com o bolo que havia levado, comecei a me dirigir ao local onde havia estacionado meu carro quando vejo formas femininas muitos atraentes emergindo da escuridão de uma rua deserta. Pude sentir, era ela.
_ Olá bonitão, desculpe-me pelo atraso. Mas tive um imprevisto. – ela se aproximou de mim e chegou tão perto tão rapidamente que senti minhas pernas tremerem.
_ Tudo bem, seu atraso está perdoado.
Ela entrou em meu carro e sentou-se no banco do carona.
_ E ai, aonde pretende me levar? – ela me olhava como quem encara uma presa, me olhava com um desejo oculto e suas íris azuis
Debrucei-me na janela do motorista e encarei-a.
_ Bem, eu não pretendia te levar a lugar algum, mas já que insiste podemos ir a um lugar que eu particularmente gosto muito.
Entrei no carro e arranquei. Ela passou todo o percurso observando a janela, parecia satisfeita e tensa ao mesmo tempo. Levei-a num píer, um lugar onde eu costumava passar a noite a observar as estrelas, pensar na vida. Chegando lá ela rapidamente pulou fora do carro sem abrir a porta de uma maneira ágil e graciosa, um espetáculo.
_ Uau. Você é bem flexível e rápida.
_ Eu sei honey. – ela disse enquanto passava por mim esbanjando sensualidade e delicadeza. De longe se virou em minha direção e deu uma piscadela – Você vem ou não?
Segui seus passos a uma pequena distância e parei ao lado de Elisa enquanto ela observava abobada as estrelas que forravam o céu naquela noite.
_ Lindo não? – indaguei enquanto admirava a bela noite posta naquela paisagem
_ Isso é... Maravilhoso! É mais que demais, nem posso acreditar.
Fiquei imensamente feliz ao observar a expressão que se formou no rosto de Elisa, parece que minha escolha havia agradado. Sentamos-nos na beira no píer, e como ela era evidentemente mais linda sob a luz do luar, foi a imagem mais linda da noite com certeza. Conversamos por um longo tempo e ela parecia me conhecer bem, sabia em quais assuntos tocar e quais eu não suportava ouvir falar. Seus encantadores sorrisos que apareciam de vez em quando para iluminar mais ainda aquele rosto de porcelana me deixavam completamente desconcertado.
_ Feliz com sua vida de sexo por uma noite? – ela me pegou de surpresa com essa pergunta
_ Ahm... Bem, na verdade não muito. Sinto falta de algo entende? Só ainda não consegui descobrir do que se trata.
_ Olha, talvez eu possa te ajudar. - Ela disse e começou a aproximar seu rosto do meu, seu perfume tão perto me fez entrar em êxtase e, quase que por instinto, fechei meus olhos e pude sentir seu hálito frio em meu pescoço. Quando, de repente, ela se colocou de pé num movimentou brusco antes que seus lábios pudessem encostar-se a minha pele e desapareceu escuridão adentro.

Eu sem entender direito o porque dela sumir tentei ir atrás dela, mais na direção onde ela tinha ido, só havia escuridão, somente escuridão e nem um sinal dela. Eu voltei para o píer deitei no chão e enquanto observava as estrelas me perguntava o porque dela ter sumido, ela era tão estranha, não tinha motivos para ela ter feito aquilo, tentei ligar varias vezes para ela, mas ela não me atendeu. Eu devo dizer que me preocupei um pouco com essa atitude dela, qual o motivo para ela ter sumido, e pior, na escuridão.
Então eu resolvi vir embora, entrei no carro e tentei ligar novamente pra ela, dessa vez ela atendeu, eu pedi uma explicação:

- Elisa porque você saiu daquele jeito do píer?

- Desculpe Tom, mais eu não sei se conseguiria me controlar se te beijasse.

- Mas não era pra você se controlar – Falei isso e dei uma risada perversa .

- Não Tom você não me entenderia.

- Quando eu vou te ver de novo Elisa?

- Hum, amanhã Tom.

- Me promete que não vai fugir?

- Prometo.

- Amanhã eu te pego as 9:30 então?

- Sim, as 9:30 Tom.

- Tchau linda.

- Tchau Tomy.

Ela me disse que não fugiria, mais quem iria me garantir?

Liguei o carro e arranquei, eu estava acostumado a entrar no carro e ligar o radio, mais dessa vez eu preferi ir em silêncio, ouvindo apenas meus pensamentos, e quem mais uma vez reinou neles foi Elisa.
Seu rosto tão delicado, seu corpo tão frágil, sua sensualidade tão delicada. Eu já estava com saudade dela.

Da próxima vez eu não iria deixar ela fugir, nem que ela quisesse, eu queria ela perto de mim, eu precisa ver seu rosto de novo, sua imagem pra mim era intorpecedora, quando eu via Elisa, vinha coisas a minha mente, parecia memórias, eu tinha a impressão de já ter vivido outra vida com ela, parecia que eu já a conhecia, tanto que eu tinha certeza de que seu nome era Elisa sem ao menos conhece-la.

Cheguei em casa ainda sobre o efeito de dúvida que me havia ocorrido, não pensei duas vezes e fui direto para o meu quarto, deitei em minha cama e adormeci, sonhava com Elisa, quando acordei assustado com a impressão de ter sentido alguém tocar meu peito, então eu olho para frente do meu guarda-roupa e vejo Elisa, no susto me sentei na cama, esfreguei os olhos, olhai na direção onde tinha visto Elisa, mais dessa vez não vi nada apenas meu guarda-roupa.

Eu devia estar delirando, eu devia estar apaixonado. Eu precisava ver Elisa, eu sentia abstinência da sua presença. Tentei pegar no sono novamente do intuído da noite passar rápido, não aguentava mais a escuridão do meu quarto.

Amanheceu e eu fui até uma loja de sapatos, iria comprar um sapato para dar de presente para Elisa, quando olho para a rua e vejo Elisa passando, ela estava vestida de branco e com manchas de sangue perto na gola da sua camisa, e seus dentes estavam vermelhos.

Eu tinha certeza de que eu estava apaixonado por Elisa, e também tinha certeza de que humana ela não era.