AIIEEEEEEEEEEEE, garotas, sorry pela demora, eu tinha que dar atenção ao TCC da faculdade, tinha atrasado muito e me obriguei a ficar sem mundo FF até apresentar. Bem, tensão passada, hora de CCOVR, valeu por esperarem, estou imensamente feliz por saber que estão se divertindo, esse aqui eu também amei escrever, boa leitura!
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Capítulo 29 - Quase 4 Bilhões de Euros
Cristine
Era de tarde enquanto eu e Tom estávamos na casa dos Listing. Tom e Georg pareciam hipnotizados na frente do XBox, eu ajudava Danny a arrumar os gêmeos, que tinham acabado de tomar banho.
- Faz
tlança? - Laura me pediu, enquanto eu secava o cabelo dela com a toalha.
- Duas, meu bombom de chocolate branco? - Ela riu, mostrando os dentinhos novos e irregulares.
- Dois - e tentou fazer o número com os dedinhos.
- Ahn Cris - disse Danny - você vai ser uma mãezona!
- Você acha?
- Claro! Tem um maior jeito com crianças, olha só como trata o Tom? - Rimos.
- E você, Jú, como você gosta do cabelo?
Ele encostou o queixo no peito, me olhando de cima com os olhos verdes muito claros.
-
Ingual ao papai.
- Meeu Deus, mas é o xerox do Hagem!
- Ele imita o pai em tudo, até a personalidade deles é igual. Não quer mais deixar eu cortar o cabelo dele pra ficar igual ao do pai. É um menino muito bravinho, muito bravinho! - Danny começou a fazer cócegas nele até que ele não suportasse e começasse a rir. Ficou quase rosa de vergonha, e escondeu o rosto num abraço na mãe.
- Ooooohhnnn que fofooo! - Brinquei com ele, e Laura riu um monte, enquanto eu terminava a primeira trança.
- Para mana... mãe.
- Laura, não provoca seu irmão.
- Mas foi a tia! - Ela se defendeu, fazendo biquinho.
- Tia, não provoque o Júnior.
- Tá bem, eu obedeço!
- Bom - Júnior cruzou os braços e ficou me encarando. Eu mostrei a língua, e ele fez o mesmo.
- Hein, Dan, acabou que você não me mostrou as fotos do book deles até agora, sua tratante.
- Eu não te falei o que o Georg fez com o powerbook?
- Não.
- Hã, primeiro, ele instalou um vírus pela milésima vez que tinha travado o sistema, daí segundo o que ele me disse, tinha dado pro Tom consertar pra salvar pelo menos as fotos, e seu futuro marido maravilhoso deixou ele na janela do apartamento e derrubou sem querer. Agora a agência que tirou as fotos só conseguiu algumas no arquivo, e só tem horário pra daqui três meses, até lá as crianças já mudaram inteiras!... Cris?
Eu estava mordendo o lábio com o canino, tentando imaginar como aquela história que a Danny tinha me contado parecia com a noite que eu mesma havia jogado o powerbook da janela.
- Ficou surda, é?
- Não, não... bem, eu vou ver se procuro uma agência pra te ajudar a tirar fotos deles também.
- Se conseguir, valeu. Época de Natal elas ficam sem horário.
Terminamos de arrumar os gêmeos e chamamos os meninos pra nos ajudar a colocar a mesa pro lanche da tarde. Tom estava do jeitinho inocente dele, com os olhinhos rasgados brilhando.
Onde é que você guardou seu powerbook, seu franga?! - Toom - Georg o chamou - é pra ajudar a colocar a mesa.
- Sou visita - ele respondeu, com a Laura no colo, enquanto ela esticava o pescoço pra ver a mesa. - E quem fez essas tranças lindas na minha Princesa?
- Sua posa.
- Ah, minha raposa.
- Nãão! É... posa.
- Foi o que eu disse, raposa.
- Nãão! - Laura se irritou - tiio, não é essa posa.
- E esposa, amor - Danny o corrigiu, e Georg puxou uma das tranças de Tom.
- Aiii! Eu vou puxar seu cabelo.
- Tenta pra você ver.
- Tenta! - Júnior repetiu.
- Qual é! Vai ficar babando ovo pro seu pai, moleque?
Júnior colocou toda a língua pra fora e o Tom o imitou.
- Por isso que eu gosto mais da minha Princesa Laura.
- É, é, é! - Ela concordou, envolvendo os bracinhos no pescoço de Tom.
Deixei um pouco da minha raiva passar ao ver a cena. Tom amava aquelas crianças como se fossem dele, e depois que a sobrinha nascesse, ia ser a mesma babação que ele fazia com a Laura. Pensei no filho que ele havia perdido, que ele visitava o túmulo todos os anos. Tom nunca falava disso, e não sei se um dia ia se abrir comigo.
Mas eu precisava tentar. Um dia nós teríamos nossos próprios filhos, e não sabia até onde um trauma daqueles o tinha afetado.
Sentindo que eu o observava, ele ergueu o rosto e me encarou, estreitando os olhos e empinando ainda mais seu "nariz de Barbie", como se perguntasse:
o que foi? Eu pisquei pra ele, e me voltei pra garrafa de café, a colocando na mesa. Georg e Danny ajudavam os filhos a se alimentarem, Tom estava sentado na minha frente. Me deu um chutinho na canela pra chamar minha atenção, e rindo, comecei a cortar o pão. Mesmo que ele fosse o meu Tom, eu ainda ficava encabulada de vê-lo por muito tempo. O poder de atração daquele magricelo sobre mim me incomodava.
Por anos o imaginei como o Tom dos palcos, o inalcançável, engraçado e encantador guitarrista da banda que eu mais gostava. Às vezes me batia uma vontade imensa de agir como uma fã histérica, mas ele ia rir da minha cara.
Tom se levantou num pulo.
- Já volto.
Ele passou por mim e me puxou pelo braço, e fomos pra fora no playground das crianças nos jardins dos fundos. Como tinha deixado o casaco dentro de casa, fiquei imediatamente arrepiada.
- Bebeu ou o quê?
Ele cruzou os braços, me olhando de cima.
- Que foi?
- Que foi o que?!
- Porque tá me encarando, menina?
- Menina?! Ora, vê se te enxerga, moleque.
- Você tá linda hoje.
- Não precisa se esforçar tanto pra me ter na sua cama mais tarde.
- É sério! - Ele se sentou num dos balanços, pequeno e baixo demais pra ele, as pernas longas dobradas - hmm, fez alguma coisa diferente no cabelo?
- Lavei.
- Oh, Lord... que menina difícil.
Sentei no colo dele, quase entrando junto em seu moletom gigantesco.
- Eu estava... pensando em como consegui você.
- E achou resposta?
- Não.
- Imaginei, nem eu entendo. Só que quando eu comecei a falar com uma pirralhinha arteira com cara de fofa, eu amei.
- Ahn, Tomie.
- Sério, eu gostei de você na hora. Sabe qual foi a primeira coisa que eu pensei quando vi uma foto sua?
- Dá até medo de imaginar!
- Pensei: nhaaa, que amorzinho!
Eu ri até lágrimas saírem dos meus olhos, contraindo o abdômen até doer.
- Ahn, vai. Não vai me dizer que só tava me olhando porque pensava o quão sortuda é de ter Tom Kaulitz, O Incomparável, na sua vida.
- Ô balão cheio, devo lembrar que você tem um irmão gêmeo idêntico?
- Ele não é meu gêmeo! O Bill tem inveja da minha pessoa e faz de tudo pra imitar.
- Pois eu estava te admirando exatamente por isso. Acho que estou ficando apaixonada por você.
Eu realmente esperei que ele me agarrasse, ou engolisse minha boca num dos seus beijos desesperados. Mas Tom baixou o olhar, ficando imediatamente tímido, coradinho nas bochechas. Foi a coisa mais fofa do mundo.
- Posso confessar uma coisa? - Ele disse, encabulado.
- Fala.
- Eu sempre acordo antes de você. Eu gosto de abrir os olhos e ver que aquela pessoa que eu tanto lutei realmente está ali, e me dá um frio na barriga, tipo: Urru, sabe? Porque quando você está por perto, até as coisas mais impossíveis fazem sentido. Você não deixa que eu volte a viver como o perdido de antes. - Eu colei nossas testas, nossos corações literalmente aos pulos - você me salvou. Fiz o que fiz pra te proteger daquele monstro porque muito tempo antes, você já tinha feito o mesmo por mim. Te amo, minha menina. Estou total e completamente apaixonado por você.
- Cara, a gente vai transar muiito hoje, falou?!
- RRRWWAAWWRRR!
Dei vários gritinhos histéricos enquanto ele me enchia de mordidas no pescoço.
Depois da casa do Georg, passamos no supermercado para fazermos compras. Diferente de Bill e Glória, não tínhamos medo de gente, e se quisessem tirar fotos nossas... quem poderia impedir? Tom foi empurrando o carrinho, e usando meus óculos, via a lista de compras.
- Temos de comprar cenoura - disse Tom - amo seu bolo de cenoura.
- Calma Tom, ainda estou na letra B da lista.
- Porque você organiza a lista por ordem alfabética?! Não seria melhor por sessões?
- Relax... ahn... vamos pegar beterraba.
- Não, desse eu não gosto. Olhe - ele pegou umas cinco embalagens nas mãos -
biskohóito, né? - Ele tentou pronunciar a palavra em português.
- Nananinanão, já tem um monte em casa.
- Mas o de gotas de chocolate acabou!
- Se parasse de comer a cada cinco minutos! Vamos Tom, beterraba e brócolis.
Ele colocou o dedo na boca, ameaçando vômito.
- Você não quer que eu compre
biskohóito, porque senão vai comer também, e depois fica reclamando que tá inchada, cheia de espinhas, que na segunda começa dieta, blábláblá!
- Beterraba, brócolis e berinjela.
- Tá piorando cada vez mais?!
- Continua reclamando só pra ver uma coisa.
- Já sei, o próximo é bosta, né?
Girei os olhos e continuei andando. Depois de completarmos o B fomos para o C.
- Ahãããn! Aqui está, C de chocolate.
- Chocolate começa com S.
- Oooooooohhhhhh sériooooo?! Fiz a lista em português.
- Não, nie, proíbo.
- Mas eu gosto!
- Eu não pude comprar o que eu queria também porque você não deixou.
- Como você quer que eu faça bolo de cenoura sem a cobertura é de chocolate?
- Érm... mas só duas.
- Tom!
- Seem biquinho, duas!
Ficamos mais meia hora no supermercado como o casal incomum que sempre fomos. Algumas pessoas tiraram fotos nossas no celular, eu fingi não ter visto nada, e Tom tomou a mesma atitude. A caixa do supermercado ficou imediatamente corada o reconhecendo, e Tom adorava quando isso acontecia, só pra ter a oportunidade de torturar a coitadinha. Lhe dedicando uma atenção federal, até autografou a nota fiscal do cartão e deu a ela.
Eeei, como assim pagou no cartão? - Tomie - o chamei, enquanto levávamos o carrinho para o carro - você pagou com o cartão.
- Ja, era minha vez de pagar.
- Mas você tinha me falado que nem tinha pagado a fatura esse mês porque ela não chegou, até ia ao banco ver isso.
Ele parou de colocar as sacolas no carro, olhando para cima, como se buscasse uma lembrança em sua cabeça oca.
- Ah é, eu liguei pro banco. Disseram que não mandaram a fatura porque estava tudo O.K., o cartão não devia nada.
- Só se o seu cartão for débito em conta...
- Ele é - Tom voltou a colocar as sacolas no bagageiro - deve ser.
Fomos para o apartamento de Tom. A primeira coisa que ele fez foi alimentar seu cachorro lá fora, no jardim do estúdio, enquanto eu arrumava as compras nos armários. O vi pela janela brincando com o cão, e me diverti ao tentar imaginar quem estava mais magro. Quando ele entrou na cozinha a noite já tinha caído, se limpou com álcool em gel, e jogou o casaco na sala.
- O que eu guardo?
- Os produtos de limpeza.
- Falou.
Depois das compras guardadas, a gente colocava um CD qualquer (todos de músicas vindas do gueto de Nova York, esse era o gosto dele), e começávamos a cozinhar juntos.
- Tom, tira esse nariz da comida! - Bati nele com o guardanapo de pano.
- Eu preciso cheirar pra ver se está boa.
- Doença, a gente acabou de comprar esses tomates.
- Meu olfato devidamente equilibrado é quem vai decidir.
- Ahff, vou trocar de faixa do CD.
- Tá louca, mulher?! É a melhor faixa do CD do Eminem.
- O cara só fala palavrão. Olha só!
Give me, fuck you, fuck, fuck, motherfucker. Não, isso não é música de gente.
- Humpf.
- Não faz bico... Tomas Kaulitz Trümper.
- Nem sabe falar meu nome direito. - Ele encostou o corpo na bancada da cozinha e cruzou os braços, empinando o rosto pra cima.
- Amoree - fui até ele, mas Tom se aproveitou da altura pra não me deixar beijá-lo - não gosta que eu te chame de Tomas?
- Deve ser um dos caras que te comia no passado.
- Queira perdoar-me, mas na faculdade, eu não era toda essa galinha que você fala não. E você, permaneceu em celibato, né?!
- Quando você voltou pra cá, sim.
- Só porque tatuou meu nome.
- E quando vai tatuar o meu?
- HÃ? Não, tá? Não sou cavalo pra ter marca do dono.
Ele abriu a boca, indignado.
- Porra!
- O que quer que eu diga? Você me força a falar isso.
- Manda construir um estábulo e compra o feno, já vou ficar de quatro e relinchar aqui mesmo.
- Então eu sou sua dona? - Dei um impulso, e me sentei na bancada - nem eu sabia que estava podendo tanto.
- Sabe, essa história de ficar de quatro, give me... sabe, mexeu com meus pensamentos...
- Ahã. Vamos terminar o jantar - saí da bancada e voltei pro fogão, comecei a escoar a massa já cozida.
- Tô perdendo a fome, acho que vou ficar na aveia hoje.
- Deixa eu me alimentar e ter forças antes, ok? Porque você não vai brincar com seu powerbook?
- Eu vo... - ele quase mordeu a própria língua - q-quer dizer, eu tenho que comprar um novo.
- Óbvio, o Georg deve estar te pressionando contra a parede pra que o recompense.
- Hein?
- As fotos dos filhos dele, e você me deixa jogar o notebook pela janela! O que tem nessa sua cabeça?
Ele revirou os olhos, mordendo a boca.
- Danny?
- Ahã.
- Baixinha é foda!
- Olhaa a parte que me toca.
- Tá brava?
Desliguei o fogão já com o molho branco à pino, e o temperei com manjericão desidratado.
- Feliz por saber que te dou todo esse medo, e... ah, eu estava equivocada, admito. Tem fotos dela, mas sabe que é impossível. No meu caso é diferente, porque o cara que está no meu desktop é o meu noivo.
- Espera... - o escutei pegando alguma coisa na mochila, voltou com seu powerbook em mãos. - Vem aqui.
Tom ligou o sistema. Uma foto minha, era uma manhã e eu estava na cozinha do meu apartamento, sentada perto da janela vestindo um blusão de flanela com uma caneca de café na mão, o sol tinha acabado de nascer, os raios estavam contra mim, iluminando mechas do meu cabelo preso num coque.
- Eu lembro desse dia - disse - porque você tem esse costume de tirar fotos minhas enquanto eu não estou olhando?
- São as melhores.
- E porque não é a Jessica Alba aqui?
- Porque ela é um sonho de adolescente, uma distração. Mas minha realidade... e meu objetivo já está me deixandoloucosecontinuaramorderminhaorelhaassim! Cris...
- Desculpa. Não resisti.
- Tá, eu vou... brincar aqui com meu powerbook bem quietinho, tá?
- Tá bem, eu já termino o jantar.
Umas quatro vezes olhei para trás e o peguei olhando pra mim. Tom desviou a cara pro monitor, e me foquei em terminar logo aquele jantar, agora a vontade dele já era minha vontade, e fiz de tudo pra deixar os pensamentos perversos longe, mas estando a menos de 5 metros dele...
- Cris.
- Oi? - Me virei.
- Vem cá um pouquinho?
- Fale - fui até ele, também olhando para a tela.
- Eu acho que tem algo de estranho na minha conta do banco. Talvez por isso a fatura não veio.
Olhei a tela, e pisquei umas três vezes. Ri pelo nariz.
- Gott, não posso mais tirar os óculos.
- Eu estou usando minhas lentes de contato. É isso mesmo, todos estes zeros.
- Calma, vamos contar.
Um, dois, três, quatro, cinco, seis...
3 000 000 000 000
- Tom, tem algo de errado.
- ÓBVIO! Segundo este extrato online eu tenho 3 bilhões de euros numa conta numerada em Milão! Mas eu nem se que conta vinculada é essa!
Comecei a morder a unha, tentando pensar em alguma coisa.
- Tem ações por um acaso?
- Não que eu saiba.
- Tom, tem que ligar pro banco e avisar.
- Quee nada! Oras, se eles depositaram errado, eu vou é retirar tudo!
- Primeiro, o dinheiro está em Milão, e como é paraíso fiscal, você vai ter que ir até lá pessoalmente autorizar retirada, e se pensa que suas calças tem bolsos grandes o bastante pra trazer 3... bilhões de euros até aqui, então não faz ideia da quantidade de notas. Como passaria pela fiscalização federal? Com menos de 10% dessa quantia e eles vão te intimar, Tom!
- Mas...
- Tom. Liga agora.
- Já é noite.
- O serviço online está ligado.
- Não acredito nisso.
- Foi um engano, com certeza. Não ia ter como ter esse dinheiro, Tomie.
- Tá - ele entrou no serviço online.
<Euro Bank, boa noite.>
<Oi, meu nome é Tom Kaulitz, eu acabei de logar minha conta, e tem um depósito bem estranho aqui feito há um mês atrás. Queria saber se não houve algum erro.>
<Só um momento... não, senhor Kaulitz, no meu sistema consta uma vinculação de conta numerada em Milão, e o depósito de 3 bilhões de euros, feito há 33 dias atrás por órgãos do governo alemão e americano. Está tudo na legalidade, mas o sistema não diz que órgãos são esses, o senhor terá de entrar em contato com o governo e com a embaixada americana para maiores detalhes.> - Tom, eles, eles falaram de alguma recompensa pelo que você fez?!
- Não! Cris, eu juro, nunca me disseram nada... oh caralho... tá, espera.
<Então, o depósito de 3 bilhões está correto?>
<Correto, e como 55% já estão em aplicação, seu valor atual é de 3 bilhões, 874 milhões, 174 mil e 500 euros. 78 centavos.> - TOOM! Vo-vo... JÁ TEM QUASE 4 BILHÕES!
- Eu acho que eu vou vomitar - ele esfregou o rosto diversas vezes.
<O.K, muito obrigada pela ajuda.>
<Em nome do grupo Euro Bank, eu é que agradeço, tenha uma excelente noite, senhor.> Ele fechou o powerbook e o afastou, como se esse tivesse dando choque. Ficamos quase dois minutos mudos, olhando um pra cara do outro. Tom começou a rir do nada, e o acompanhei, como dois idiotas parados na cozinha, até que os risos se tornaram meio desesperadores, e voltamos a emudecer.
- Vamo comer?
- É - concordei, fazendo que sim com a cabeça - vamo.
Eu nem senti o gosto da comida. Tom estava na minha frente olhando pro nada, e umas duas vezes teve a capacidade de levar o garfo vazio na boca. Eu parei de comer na metade, nada mais parecia entrar em mim. Ele terminou a taça de vinho praticamente num gole, fechando os punhos com força.
- Pra quem eu ligo?
- Estados Unidos. Aquela agente... Wicler.
- Jill Wicler.
- Essa mesma.
Ele pegou o telefone e o deixou em viva-voz. Passamos por uns 10 departamentos, uma espera que em vez de nos cansar, só nos deixou ainda mais eletrificados.
-
Agente Wicler - ela finalmente atendeu - oi Tom, posso te ajudar?
- Pois é, Jill... eu vi minha conta bancária agora pouco, tem... sabe, uns zeros...
- Os 3 bilhões. "Eles sabem mesmo", disse, só movendo os lábios.
- Acho que você po-pode nos explicar melhor.
- Boa noite para você também, Cristine. - Oi.
- Bem, esta foi a quantia recolhida sobre alguns impostos que excederam dos dois governos. Com este saldo a mais, por assim dizer, só podíamos recompensá-lo por todo o esforço e toda a ajuda que nos deu. Mesmo que alguns atentados tenham acontecido, conseguimos evitar o pior mais uma vez, e reconhecemos que isso não seria possível sem sua ajuda. Então, vinculamos a sua conta uma conta vinculada num paraíso fiscal, e pra que o dinheiro não ficasse parado, o investimos em duas coisas fundamentais, para os vivos e os mortos - ela disse, com humor.
- Nos explica melhor essa última parte.
-
Água e cemitérios. São as maiores necessidades pra quem está vivo ou morto. Começamos por aí, então a quantia aumentou, uma parte está aplicada na Nasdaq e Dow Jones. Devo parabenizá-lo, o senhor já é dono de duas quadras de Wall Street. - Jill...
- Eu precisava ligar pra você mesmo, preciso que venha para Nova York em breve. Criamos uma empresa para o senhor, pra que essa... aparição do dinheiro não fique tão estranha para os civis, o seu prédio precisa de suas assinaturas para começar a funcionar. - Meu o quê?!
-
E para sua comodidade, o prédio vizinho é residencial. Precisamos acertar os papeis da sua compra da cobertura. - JILL! Cara... e-e-e-eu... tudo o que acabou de me dizer... não sei nem como administrar isso!
-
É por isso que sua equipe de 20 administradores já está a par do caso, todos prontos, esperando ordens. Pode vir aos Estados Unidos a partir do dia 2 de janeiro? - Jill, olhe, vamos ver se eu entendi. Eu tenho 26 anos e tenho quase 4 bilhões, um monte de ações bem valiosas, sou dono de duas quadras da Wall Street, um prédio, uma empresa inteira, e uma cobertura em Nova York?!
-
... senhor Kaulitz, entendeu tudo perfeitamente. Vá flexionando seus pulsos, tem uma papelada aqui esperando seus.. autógrafos. Agora eu preciso mesmo ir, mas entro em contato mais tarde para vermos a questão do voo. O governo americano, e também em nome do governo alemão, lhe transmite os cumprimentos. Até logo, Tom, até Cristine. - Tchau - disse em voz fraca, escutando a linha dar um clique de desligada.
Tom pegou minhas mãos, ele estava gelado e tremendo.
-
Mon bebê... eu nem sei o que te dizer. É uma responsabilidade... enorme!
- É, né?
- Esperamos a ligação dela?
- E-eu não teria condições de sair de casa hoje.
- Imagino. Tá, e agora?
- Tem bebida no armário?
- Uns litrinhos de vodka.
- Pega as bebidas, eu pego o limão e o açúcar.
- Porque vamos ficar bêbados?
- Porque desta vez, se eu ficar sóbrio vai ser perigoso mesmo.
Minha mente estava perturbada demais pra que eu pensasse numa réplica. De repente, estava concordando com a cabeça.
- É, concordo! Mas aqui, né?
- Ja... eu tô sem fôlego! Parece que eu corri metade do mundo, ss-sei lá! Cris, é muito dinheiro...
- É quase incontável - comentei, pegando os copos e abrindo a primeira garrafa - economia não foi minha matéria favorita na faculdade...
- Vou te mandar pra Harvard, Oxford... sei lá! - ele encheu os fundos dos copos de açúcar e uma rodela de limão.
Comecei a encher os copos de vodka, um riso bobo na face.
- Vamos poder fazer o casamento no Castelo!
- E comprar uma gôndola pra lua-de-mel em Veneza.
- Bolsas Louis Vuitton.
- Adidas, da cabeça aos pés!
- Cobertura em Nova York!
- UM PRÉDIO! - Tom tomou sua dose, e mastigou a rodela de limão - dois quarteirões de Wall Street...
- DOCEEEEEEEEEEEES! - Gritamos ao mesmo tempo.
- Caralho, eu vou comprar a fábrica do Willy Wonka! HAHA!
Coloquei as mãos no rosto. A ficha começava a cair.
- A gente tá rico... RICOS!
- Milionários!
- Muultimilionários!
- 4 bilhões... eu, o vagabundo de Leipzig.
- Não interessa o que falem! - Pulei no colo dele - Tom... o que a gente faz agora?
- Pega todo o dinheiro que está com você, tudo!
- Pra que?!
- Pega o dinheiro, leva uma garrafa, a gente se encontra no jardim dos fundos, vai, vai!
Corri até minha carteira, tinha 240 euros. Passei pela cozinha, peguei duas garrafas no caminho, e fui para os fundos. Tom estava limpando dois galhos da árvore, no chão um pacote de marshmallow e uma caixinha de fósforo.
- Tá e agora?
- Toma um - ele me deu um galho. Pegou o dinheiro que tinha no bolso, e jogou tudo na grama - faz o mesmo.
- Fogueira?
- A partir de hoje... - ele pegou uma das garrafas, deu um gole, e jogou um pouco de vodka em cima do dinheiro - sem remorsos! - Ele riscou o fósforo.
Tivemos de nos afastar de início. As chamas ficaram azuladas, e espetamos um marshmallow em cada galho, e comemos enquanto o fogo durou, depois terminamos o pacote do jeito que estava, a noite escuta em nossa volta só com estrelas azuis ocasionais, um frio que quase trincava os ossos, mas a vodka não nos deixava senti-lo.
- Foi um sonho realizado queimar dinheiro?
- Claro!
Lá pelas tantas da madrugada, trôpegos e gargalhando, entramos. Eu caí no chão da cozinha e Tom caiu em cima de mim, eu ri até lágrimas rolarem no rosto.
- Gááár... eu não aguento levantar, Criis!
- Depois de cinco garrafas e um pacote de
sssmalow, tu quer o quê?!
Tom arrotou pro alto, e dei um tapa estalado em sua testa gigante.
- Nós somos ricos, com a cara cheia de
vokda! - É vodka!
-
Shééi láh!... Ah, eu vou desmaiar aqui.
- Eim cima de mim?
- Vai me levar pra cama?
-
Deisssxxa eu conseguir levantar.
Tentei, mas o esforço só me fez apagar mais rápido.
Foi uma vontade imensa de vomitar que me acordou de manhã cedo. Tom estava com a cabeça na minha perna e o corpo esticado na cozinha, eu tinha dormido sentada, encostada no balcão. Tirei a cabeça de Tom de cima de mim, e botei pra fora todo o marshmallow e o jantar na pia da cozinha. Enxaguei a boca ali mesmo e coloquei a cafeteira pra funcionar, e fui acordar Tom.
- Tomieee! - O sacolejei quatro vezes - a gente dormiu no chão da cozinha.
- Mmmm? - Ele abriu um olho, metade do rosto marcado pelas pastilhas de vidro do chão da cozinha. - Se cama de bilionário for assim, eu vou comprar uma king size agora...
- Que vos arranhada. - Afastei as tranças do seu rosto.
- Do jeito que eu gritei e bebi ontem... - com o corpo estalando a cada movimento, ele conseguiu se levantar, se jogando em cima de mim - bom dia.
- Bom dia - suguei o piercing labial dele, demos dois beijos rápidos - parece que voltamos de uma rave de três dias.
- É, depois de termos sido atropelados!
- Muahahahahaa!
Nos servimos de café, o sol começando a aparecer por entre as árvores.
- Vou ligar pro Bill - ele foi até o telefone da cozinha - ... hallo maninho!... vá a merda você e calaaboca, tenho que te contar uma coisa, se prepara: Bill, eu sou milionário!... não, desculpe, bilionário, é que é dinheiro demais, saca?...que bom que acredita, porque nosso casamento vai ser no Castelo da Bavieira, e vai ter ovelhas-cor-de-rosa no coro!...heei. - Ele recolocou o telefone no lugar, emburrado - acredita que ele não acreditou?
- É que você tem O talento pra dar esse tipo de notícia, viu? Principalmente com essa voz de bêbado, né?!
- E agora, Cristine Podre-de-Rica?
- Bem, senhor Tom Podre-de-Rico, vamos tomar aquele banho, relaxar uma hora na banheira, e depois a gente planeja nosso voo pra Nova York.
- Pra que planejar voo? Vamos comprar um jatinho.
- Não sabemos pilotar...
- Um que venha com piloto.
- É. Pelo jeito a gente vai ter que conversar bastante com esse conceito do que é possível ser comprado.
- Ah, deve ter um à venda.
- Toma o café, Tom, e quem sabe depois do banho a gente consegue pensar.
- Tá, mas fala sério: você se sente responsável pra todo esse dinheiro?
- Claro que não! Por isso temos uma equipe de 20 administradores.
- Well... agente Wicler, dank shön por ter pensado em tudo!
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pesquisa básica, liebes:
se ganhassem esse dinheiro, o que fariam? Ajuda pra descrever o que Tom e Cris vão fazer, precisando de ideias
atéh!!