Pâmela e Janah, bem vindas
/Desculpe Janah, esqueci mesmo de te dizer D: *levatapa*Meninas, vocês são meio videntes, como assim? QQ
O Tom está sendo um canalha mesmo.
E sim, minha tapadeza fez eu esquecer de colocar a música no final do capítulo anterior. ¬¬
Mas enfim, fiquem com o 4º capítulo.
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IV
ABANDONED
Os dias passavam lentamente agora. Meu pai havia aceitado minha gravidez, mesmo que estivesse decepcionado comigo e querendo matar Tom com as próprias mãos. Minha mãe fazia de tudo para que eu me sentisse bem, mesmo sabendo que era extremamente complicado. E eu não tinha mais vontade de fazer nada.
A escola não era a mesma coisa. Sentia que todos os olhares estavam sobre mim, que todos falavam de mim, mesmo que ninguém soubesse meu estado. Eu estava me afastando cada vez mais das poucas pessoas com quem conversava, chegando a ponto de falar apenas com Martina.
Tom me evitava ao máximo. Se eu chegava ao mesmo lugar em que se encontrava, ele ia embora. Possuía certa fúria em seu olhar, principalmente se seus olhos paravam sobre mim. Eu não tinha coragem de falar com ele.
Bill, por sua vez, me olhava com tristeza e certa ternura. Era óbvio que ele sabia, não havia segredos entre ele e Tom. E eu sentia que ele queria falar comigo de alguma forma, porém, não sabia como. E não era eu que iria me aproximar; E se eu estivesse vendo coisas?
Finalmente, duas semanas haviam se passado, e Martina encorajava-me a falar com Tom.
- Vocês precisam se resolver logo! – ela dizia. – Daqui a pouco esse bebê nasce e vocês estão nesse chove não molha!
- Calma, Martina, nós vamos conversar.
- E quando? – ela perguntou, e eu me calei. Esse era o problema, pois nem eu mesma sabia. – Não vai arrancar pedaço você mandar uma mensagem para ele pedindo para que vocês se encontrem.
Eu nada disse, e quando ia me pronunciar, ela pegou meu celular e o tirou de meu alcance, mexendo em algo que não consegui ver o que era.
- Martina, me devolve! – pedia, tentando arrancar de sua mão, inutilmente.
- Pronto. – ela disse, após alguns segundos, me devolvendo o celular com um sorrisinho.
- O que você fez? – perguntei, assustada.
- Nada de mais. – ela respondeu. – Apenas o que você deveria ter feito há tempo.
Então, o celular vibrou. Olhei no visor, e vi que era uma mensagem de Tom.
“Tudo bem. Nos vemos na lanchonete, depois da aula.” - Mandei uma mensagem dizendo que queria falar com ele. Como o celular é seu...
Martina levantou-me uma sobrancelha, e o sinal anunciando o fim do intervalo soou. Levantamo-nos da escada onde estávamos sentadas, e seguimos para nossa sala, onde mais três tediosas aulas nos aguardavam.
Um frio percorria-me por dentro sempre que lembrava que em poucas horas iria falar com Tom. Não sei o exato motivo para eu estar daquele jeito, apenas sei que eu não queria falar com ele. Pensei em desistir, mas Martina ficaria furiosa comigo, e diante de tantas pressões psicológicas que ela estava me fazendo, preferi não dizer nada. E de fato, seria bom que eu falasse com Tom agora. Quanto antes, melhor.
O sinal do término no período soou. Meu material estava arrumado há tempo, então só fiz pegar minha mochila e sair da sala. Martina foi logo atrás de mim.
- Não fica nervosa. Diz o que você acha que deve dizer.
- O problema é esse, eu nem sei o que dizer.
- Ah. – ela fez uma pausa, pensando. – Bom, na hora você saberá.
Não pude reprimir um riso. Martina era engraçada mesmo quando não queria ser.
Saímos juntas pelo portão, andamos alguns minutos juntas, e então, ela me deixou na lanchonete que eu havia combinado com Tom. Despediu-se com um abraço, e eu aguardei até ela sumir de vista para entrar.
Havia vários alunos ali, alguns comendo, alguns conversando e rindo alto. O cheiro de hambúrguer veio diretamente até mim, e isso me fez enjoar. Segui para a mesa mais afastada da lanchonete, perto de uma janela, e sentei-me. O vento suave batia em meu rosto, e fez meu enjôo melhorar. Não iria demorar para que Tom chegasse. De fato, logo vi a forma com dreads e roupas largas adentrando a lanchonete, e meu estômago deu um pulo.
Observei-o enquanto vinha até mim, e então, Tom sentou-se em minha frente. Não me fitou de primeira; Deu uma olhada para os lados e para o teto, e só então dirigiu seu olhar a mim.
- Pode falar. – disse, e percebi que estava fazendo o máximo para que sua voz não soasse bruta.
Abri a boca, mas nada saiu. Respirei fundo, e percebi que estava trêmula.
- Quer água? – perguntou, vendo meu estado.
- Não, estou bem. – respondi rapidamente. – Eu te chamei aqui para... Saber de nós.
- De nós? – havia dúvida em sua voz.
- Sim. – respondi. – Se vamos continuar ou terminar tudo. Se é que já não está tudo terminado.
- Hm. – ele respirou fundo, olhou para baixo e fitou-me novamente, entrelaçando os dedos sobre a mesa. – E seus pais, o que falaram sobre isso?
- Eles aceitaram. – respondi. – E não tente mudar de assunto.
- Sophie, eu já disse que não quero essa criança! – ele olhara em meus olhos. – E não vou continuar com você se não tirá-la!
- Tudo bem, então podemos dizer que está tudo acabado! – minha voz foi firme. – Essa criança já é parte de mim, e eu não vou tirá-la por um capricho seu!
- Ótimo então! – ele disse, batendo na mesa com as mãos, chamando atenção das pessoas mais próximas. – Está tudo acabado.
Essas palavras doeram mais do que eu pensei que fossem doer; Eu já sabia disso, porém, ouvir saindo da boca dele foi pior. Peguei minha mochila sem dizer uma palavra e levantei-me. Quando estava saindo, senti uma mão em meu braço, e me virei. Dei de cara com Tom.
- Foi bom enquanto durou. – sua voz era quase um sussurro, e percebi uma nota de tristeza na mesma.
- Eu sei. – respondi, reprimindo as lágrimas. – Espero que você seja muito feliz, seja com quem for que você encontrar.
Olhamo-nos aos olhos pela última vez, e então, sem mais palavras, Tom soltou-me, e eu segui meu caminho.
Resolvi parar na praça que havia parado há duas semanas, e sentei-me no mesmo banco. Deixei que as lágrimas caíssem, pois talvez isso aliviasse um pouco o que eu estava sentindo. Apesar da tristeza, eu sabia que havia feito a coisa certa. Mesmo com tudo o que eu estava passando, eu sabia que já amava aquela criança, mesmo que não soubesse demonstrar esse sentimento corretamente.
"Por favor, entenda
Isso não é só um adeus
Isso é 'Eu não te aguento'"
(+44 - No It Isn't)
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É, o Tom está sendo um perfeito canalha.
P.S.: Gente, eu vou viajar amanhã (sexta), então eu não sei se conseguirei postar novo capítulo. Porém, assim que eu voltar, é certeza que terá, haha!