Capítulo 70 -A Formatura
Bem, como a formatura é minha, digo, da Cristine, eu posto, né? Oooooo vlw pelos coments, muitos deles estão certeiros. Que bom que algumas se identificaram com nossos pais, e se tiveram medo do meu pai, bem...é o jeito dele mesmo (pai não me mate por isso!) Vou deixar a foto do vestido da Cris e da Glória, e uma foto da rua onde foi a formatura. Escutem essa música nele, a melodia tem muito haver do meio pro final do capítulo http://br.youtube.com/watch?v=d5NUpLdNwkg Boa leitura.Cidade
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Vestido da Glória
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Vestido da Cristine
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Posso definir o dia da formatura com uma palavra: cansativo. Acordamos bem cedo para fazer as unhas, a maquiagem, os penteados...depois eu treinei pela milionézima vez o discurso, e toda vez que eu o terminava, esquecia cada palavra.
Como eu era a oradora, tínhamos que estar lá mais cedo que todo mundo, no máximo às sete da noite. E enquanto dávamos os últimos retoques, os meninos estavam lá em baixo nos esperando.
Sala, 18:02pm
Marcos e Richard já estavam na escada esperando. O pai das meninas estava com um terno todo preto, e Rick com um azul-marinho, um pouco mais escuro que a cor dos seus olhos.
-Elas estão demorando... -Disse Rick.
-Não são só elas. O rockstar também.
-O senhor realmente não foi com a cara dele? - Rick falou entre risos.
-Se você acha que eu fui com a sua está bem enganado. - Este comentário apagou o sorriso de Rick.
Bill apareceu minutos depois. Com um terno preto risca-de-giz, o cabelo baixo, dessa vez com a maquiagem carregada, e de gravata vermelha. Ele chegou em todo o seu estilo, mas se conteve ao ver os outros dois na sala, que o olhavam espantados.
-Oh, boa noite.
-Boa noite. - Responderam ao mesmo tempo.
-As meninas ainda não desceram?
-Se você está se referindo a Senhora Santos e as duas Senhoritas Santos; não, elas não desceram. - Bill não conseguiu encarar o olhar do pai das garotas.
Cada um deles estava com uma caixinha de plástico transparente, dentro delas, uma pulseira de flores geralmente usada nas formaturas. A primeira a descer foi Sara. O seu amrido foi até ela, e a beijou na mão, como uma cena de filme.
-Está linda, querida.
-Você também. - E Marcos colocou a pulseira nela.
-Estão muito elegantes rapazes. - Sara completou.
Os dois queriam dizer mais alguma coisa, além do obrigado, mas bastou um olhar de Marcos que não falaram mais nada.
Cristine foi a segunda a descer. Ela ainda fez pose para que vissem seu lindo vestido dourado, tomara-que-caia. Ricki foi direto a ela, e a beijou brevemente, sabendo do olhar do pai da moça.
-Você está simplesmente linda, minha formanda.
-Obrigada amor, você também está. -Ele colocou a pulseira nela.
-Bill, você está um arraso nesse terno! - Ela disse, brincando.
-E você então, esse vestido caiu perfeitamente para você!
-Ah valeu!
-E a minha acompanhante?
-Ah, a Glória é uma atrapalhada pra escolher que brinco vai usar!
-Eu já estou aqui, pode parar de falar mal de mim. - Glória estava no topo da escada.
Bill parecia ter “saído do ar” ao vê-la. Ela desceu as escadas, parou na frente dele, disse oi, mas ele simplesmente não se mexia. Só ficava olhando, de boca aberta.
-Kaulitz! - A voz de Marcos o despertou.
-O,o, me desculpe. - Ele colocou a pulseira nela.
-Uau, estou tão feia assim?
-Feia? Não diga esse pecado nunca mais!
Eles se dirigiam aos carros. Bill tomou um susto maior ainda ao ver que o vestido que ela usava tinha uma grande abertura atrás.
Cristine
Nós os divimos em dois carros: no carro do Rick foi ele, Bill, e meus pais. E eu e Glória fomos na Lambo, preocupadas com os meninos longe de nós. Pelo menos minha mãe estava lá. Assim que o carro chegou a 80 por hora, Glória quase teve um ataque e implorou para que eu voltasse a 60. Ás vezes dava raiva disso, mas sabia que ela tinha pânico de velocidade por causa do acidente, o jeito era não forçar. Quando chegamos lá, Teresa e Brian nos esperavam. E as nossas “suspeitas” foram confirmadas, já que os dois estavam de mãos dadas. Brian estava de terno cinza, e Tess com um vestido verde-oliva que ia até o joelho, com o cabelo preso para cima num coque, com alguns fios soltos.
Meu pai, como sempre, tratou Brian super bem. Na verdade, ele sempre teve esperanças que ele e Glória se acertassem, já que para meu pai, Brian era o homem ideal para minha irmã. Ele sorria de um jeito afetuoso, mas seus olhos o traíam, mostrando a decepção de Glória não ter sido "sua escolhida".
Primeiro havia a colação de grau. Uma chatisse, principalmente pela roupa e pelo chapéu ridículo que tínhamos que usar. Mas o pior fui eu, a última a receber o canudo, depois a medalha de "melhor aluna do ano", seguindo a tradição que começou com Glória. Sentia todos os centenas de olhares em cima de mim, meu discurso iria começar. É claro que na hora tudo o que eu havia treinado simplesmente se apagou da minha memória, então resolvi falar espontâneamente torcendo que as palavras voltassem logo. E foi o que aconteceu, quando me dei conta, aquela tortura já estava no final. E concluí:
-E mesmo com nossos queridos professores, uns tão queridos que tivemos vontade de matar, nós vencemos no final. Agora, é hora de mostrarmos essa vitória para o mundo!
Todo mundo aplaudiu de pé, por vários minutos. Achei que deveria estar bom mesmo.
Vick estava me esperando para ser a primeira a me parabenizar.
-Amigaaa!! Ficou muito mara!
-Devo acreditar que ficou bom?!
-BOM?! Ficou tudo! Ah, o final, destacando nossa vontade de matar certos professores...ficou tão...humano!
-Sabia aque você iria amar essa parte. - Ela me abraçou denovo. Mas senti que ela havia se paralisado no abraço.
Tentei por vários segundos me afastar, para ver o motivo de sua paralisia: Bill estava atrás de nós, com seu estonteante sorriso.
-Vick, fica calma e respira fundo. - Eu a virei para frente. - Este é o Bill.
-Oi. - Ele disse, simpático. Mas Vick só consegui dar o sorriso mais débil e infantil da sua vida. Era só um dos sintomas que Bill causava nas pessoas. Eu já estava mais acostumava, pelo menos imaginava isso.
-Tem certeza que ela vai se mexer hoje? - Disse Bill, arqueando uma sombrancelha.
Meus pais, Tess, Brian, Rick e Glória apareceram, todos me felicitando. Minha irmã fez o favor de colocar Vick em uma cadeira, enquanto ela olhava para o angelical rosto de Bill.
Depois de alguns segundos ela finalmente consegui se mexer e se lançou ao pescoço dele.
Isso aconteceu várias vezes na noite. Era alguém reconhecê-lo, que tirava uma foto, pedia um autógrafo, fingia um desmaio... não pudemos ficar muito tempo ali, a situação já estava ficando fora do controle, então resolvemos ir direto no local do baile.
As primeiras pessoas começavam a aparecer. O local era um salão no último andar de um prédio, ao lado da Calgary Tower.
Percebi que Bill estava retraído, e sabia bem o porquê. Fui até ele.
-Não fique assim, Bill. Tá tudo bem.
-Hã? Ah, deixa Cris, já devia estar acostumado. Sei que pra mim é praticamente impossível andar pelas ruas sem ser reconhecido. Devia ter trago o Saki. - Ele riu, em tom seco.
-Ei, pode ficando contente, escutou? Não quero meu presente de formatura com cara feia.
-Tá, pode deixar. - A voz dele divertiu-me. Esse era um dos efeitos que ele tinha sobre mim.
Logo achamos nossa mesa estava louca de vontade de dançar, mas primeiro fui tirar fotos. Pouco a pouco, as formandas iam chegando, e pedindo para tirar fotos com Bill. Ele, educado, permitia, e quem o conhecia ,conseguia perceber que ele esforçava pra sorrir. Bastou menos de uma hora para que houvesse uma multidão de rapazes da cara feia, esperando que seus pares desgrudassem um pouco dele.
Quando conseguiu se livrar das loucas, ele se deixou esparramar na cadeira, visivelmente cansado.
-Quer ir embora? - Glória sugeriu.
-Claro que não. É que cansa rir por tanto tempo. - Ele tentou diminuir o tom depressivo de sua voz dando um sorriso fraco. Ele deu uma olhada na mesa, e viu que somente eu e Glória estávamos ali. Meu pai, Rick e Brian conversavam no bar, minha mãe e Tess estavam no banheiro.
-Hora do meu presente! - Ele reassumiu o tom divertido da voz. - Toma.
E me entregou um envelope amarelo, que tirou de dentro da enorme bolsa que havia trazido.
-Valeu Bill, mas não precisa pagar proprina, tenho dinheiro suficiente. - Brinquei.
-Cristine! - Glória me deu uma cotovelada.
-Vai, abre!
Ainda rindo, vi que se tratava de um monte de papéis. Comecei a analizá-los com mais interesse quando vi o logotipo da Universal. Quando estava na metade da primeira folha, já sabia do que se tratava.
Com a garganta seca, vi que havia um papel dobrado lá dentro. Era uma carta de recomendação. Não sei o motivo, mas procurei desesperadamente a assinatura de Tom, que não estava lá.
-Ele não quis assinar. - Disse Bill, lendo meus pensamentos.
Como não escutei a voz de censura da Glória, vi que ela também estava envolvida. Sentia o olhar dos dois em mim. Só havia um resposta que matelava na minha cabeça, ela saiu pela minha boca antes que eu pudesse controlar.
-Desculpe, não posso aceitar. - E passei os papéis para ele.
-Nossa! Mas eu nem te expliquei nada!
-Não precisa. Não me formei para representar pessoas, e sim empresas.
-Considera melhor, Cris – disse Glória, tocando no meu braço – é uma oportunidade única.
-Que não serve para mim! - Fui mais severa do que planejava, e ela recuou.
-Desculpa, Glória...
-Tudo bem. Você vai ter tempo de analizar isso. Hoje é a sua noite, vai comemorar.
Segui o conselho dela. Fui até Rick, tentando bloquear ao máximo a imagem daqueles papéis e me forcei para ir à pista de dança. Logo vi que Brian e Tess também estavam lá.
Me concentrava na alta batida, nos meus passos, no perfume de Rick...mas nada ajudava. A droga que sempre incomoda que chamamos de passado havia acabado de me convidar para ser a próxima da lista para quitar as contas.
Bill apareceu do nada, dançando. Glória não estava junto, logo a avistei com meus pais, alisando o joelho, provavelmente com dor. Várias meninas o convidaram para dançar, mas ele só aceitou Vick, que em prantos, me agradecia.
01:26am.
-Quer parar um pouco? - A voz de Rick gritando me trouxe a realidade.
-Não, você quer?
-Deixa só eu tomar alguma coisa. Não sai daqui. - E fiquei só, no meio de um arco-íris de vestidos.
-Você viu o Bill? - A voz de Glória me assustou.
-Não. - Respondi gritando – Faz tempo que não o vejo!
Mal falei isso, e uma mão longa e branca com alguns anéis apareceu por entre os corpos dançantes e puxou Glória.
-Agora você vai dançar comigo! - Reconheceria aquele sotaque alemão em qualquer lugar.
Ela até que tentou dizer um não, mas se tratando de um Kaulitz era uma tarefa praticamente perdida. Ele sorriu para mim antes de sumir. E por um momento consegui reconhecer o mais velho dos gêmeos naquele riso.
A música que começou a tocar era Body, do JaRule. Dava pra entender que Bill falava para Glória se soltar, mas minha irmã sofria de “distúrbio de concreto”. Eu nem me lembrava da última vez que ela havia dançado. Aos poucos, ela até que estava 'aceitável' na pista de dança. Rick voltou para junto de mim, e uma música lenta começou, acho que era alguma do Evanescence. Enquanto estava abraçava em Rick, via que Glória e Bill faziam o mesmo, me continha para não rir, dava pra ver que Bill queria tocar as costas dela, mas se fizesse isso, tocaria direto na pele de Glória. E podia imaginar meu pai os olhando de longe.
Lá pelas 1 e meia tivemos de voltar, afinal, a cirurgia de Glória seria dali há algumas horas. Tive pena de ver Bill, dava pra ver a aflição nos olhos dele, afinal, ele teria de voltar para casa ao levantar do sol, e não poderia estar ali. Ele queria segurá-la pela mão, mas tinha medo do meu pai. E ele poderia ser bem mais educado com ele, com toda certeza.
Na volta para casa, segurando no volante, fiquei fingindo que escutava o que Glória falava. Minha mente estava longe. Por mais que eu lutasse, tinha somente uma imagem em minha mente: Tom, prensado contra seu carro, beijando uma garota.
-Olha o sinal! - Glória gritou. Eu parei bruscamente, cantando pneu, ofegante.
-Tá tudo bem? - Demorei algum tempo para responder.
-Sim. - Sabia que não a havia convencido. Eu apertei os olhos, e parti assim que o sinal ficou verde.
Me demorei lá em baixo, me despedindo de Richard. Queria muito contar para ele a proposta de emprego. Mas ao olhar para todos aqueles tons de azuis de seus olhos, eu percebi que não tinha o que discutir. Eu não precisava voltar para a Alemanha, ficar um ano vendo-o todos os dias para resolver o passado, já estava resolvido. Ele havia feito algo pior do que me trair. Ele havia destruído o que eu um dia fui, toda a minha inocência, e meus maiores sonhos. E tem casos que isso não é perdoável. O nosso caso era só mais um exemplo.
Tom Kaulitz
Ela já havia andando um milhão de vezes por todos os caminhos possíveis pelo apartamento. Até mesmo em uma delas ele esbarrou nas malas prontos perto do hall. Chegou a xingar pela dor que sentiu.
Tom iria pegar o vôo que Bill estaria. De Berlim, seguiriam para algumas de suas costumeiras praias, como Ibiza, Grécia e as Maldivas.
Ele se sentou no sofá, encostou a nuca nele, e ficou olhando para o teto, tentando contar as sombras dos faróis dos carros que passavam lá fora. Estava tremendamente arrependido de não ter assinado a carta de recomendação. Depois que pensou melhor, viu que talvez ela aceitasse se ele tivesse assinado. Pela vigésima vez naquela semana, sentiu raiva de si mesmo. Uma raiva tremenda; tanto, que sem perceber uma lágrima escapou de seu olho esquerdo sem pedir permissão. Ele levantou-se de súbito, assustado com aquilo. Chegou a se olhar no espelho, para ver se era mesmo real. Enquanto se via no reflexo, lembrou-se de uma frase que havia dito a Cristine, na noite que a pediu em namoro:
“Nossa Cris! Seus olhos ficam verdes quando você chora”. Essa era a maior lembrança que ele guardava dela, aqueles grandes olhos esverdeados, com cílios de boneca. Mas logo saiu dali, e foi direto na geladeira, tomar uma cerveja. Ele não era como Bill. Não conseguis explicar ou mostrar seus sentimentos, ao contrário, ele os reprimia. Mas Tom já estava cheio de segredos reprimidos. E um dia, eles iriam sair. E esse dia estava mais perto do que ele podia esperar.
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Esse é o antepenúltimo capítulo................. dessa fase da fic! Logo terá a última parte, e vamos deixar uns 'presentinhos' e dicas de como será essa fase. Mas não se preocupem, essa última parte também será grande. Muito obrigada por lerem!