Hallow! Então pessoas, ficou hiper grande, e com muiiitas emoções juntas, calma é essencial, viu? Como ta tarde amanhã eu edito respondendo aos comentários. Boa leitura!**EDT com os coment´s:
gabii h. - vai dizer, esses dois são umas figuras! FBI yah, você já já entende o porque. Grávida.... leia, está logo nas primeiras linhas =)
Gii Way - posteiii! Eia, leia esse, você entender a reação da Tess! Ela quem, pode mandando uma MP pra me perguntar! Baby? será será??
Gaby Cris - mas ele está tentando! Realmente tudo indica, mas amo surpresinhas!
Lillian - no que vai dar... de qualquer forma, leva ao pedido, podes crer!
Linne Kaulitz - também não creioo! Deixa que Cris te responda e o FBI ainda tem uns trabalhos pendentes... dank por ler ^^
Louise * - não fiz! Juroo! Ah, mas parte critica pra mim é quase uma "marca registrada", sacas??
Bella_Liebe TH - Olá Bella! ok, eu tenho que suportar mesmo! hoho' só você quer ela gravida filha! Quanto ao pai, aí é que mora o mistério....
Thaís -Mas fazer o que?! 0_0 Opa, gostei dos 49%, mas só lendo pra ti descobrir
heidi kuroyama - +2!!
Niiine - também rimos ao escrever!
Patty Back-K - ah é mesmo você não gosta! Não sabe o que tá perdendo gemea! Casamento... atchim!, tipo assim? xD!
Aproveitei essa rara folga agora de manhã para vos responder, até beijos!!! ____________________________________________________________________________________________-
Eu não poderia ter me preparado para esta queda
Destruída em pedaços curvada no chão
Amor sobrenatura conquista tudo
Lembra que costumávamos tocar o céu
E...
Um raio não atinge
O mesmo lugar duas vezes
Quando você e eu dissemos adeus
Eu senti os anjos chorarem
Amor verdadeiro é um presente
Mas o deixamos ser levado
Na tempestade
Toda noite
Eu sinto os anjos chorarem
Angels Cry - Mariah Carrey
...
- Não, ai nem diz!
- Deu azul!
- E isso é...?
- Respira filha, é negativo! - Foi quando abri os olhos.
- Tem certeza?!
- Sim, sim!
- Oh, graças a Deus!
Nos abraçamos e pulamos na sala umas cinco vezes. Só por causa do idiota do Tom... todo aquele nervosismo pra nada!
- O que vai fazer agora?
- Esfregar esse resultado naquela cara. Ah que raiva, tô tremendo até agora!
-
Me too. Bom, o pior já passou...
- Hum, quem me dera...
- Iii, lá vem bomba!
- E das grandes! Bill me contou antes de eu viajar: ele vai me pedir em casamento, aqui mesmo.
- Nhaa, parabéns! Você é um caso raro filha, conseguiu laçar alguém que todos consideravam como caso perdido!
- Até parece que casamento vai mudar ele... - sentindo exaustão, sentei no chão, tentando estalar o ombro - mas também não me importo muito, não se pode mudar uma personalidade, nem é certo. E também...
- Também...? - Vicky se sentou ao meu lado.
- Não sei se quero me casar.
- WAS?! Mas eu te bato e muito!
- Vicky!
- Qual é garota, olha há quanto tempo vocês passaram pra finalmente se acertar! Você ainda duvida que o ama?
- Isso nunca. Mas ele... tá me escondendo coisas... graves mesmo.
- Porque ele estaria fazendo isso?
- Se tem uma coisa que eu aprendi de como Tom me trata, e que em questão de ser protetor, chega a ser pior que meu pai: é um neurótico, se eu quebrar uma unha, ele encara como se fosse à mão toda.
- Isso é amor.
- Não. Isso é insegurança. E antes de dizer sim tenho que saber o que ele está me escondendo, isso está nos afetando.
- Ah amiga, conversa com ele, se abre!
- Ok - foi o que pude dizer. Se tratando da gravidade do problema, eu tinha medo até de tocar no assunto, mas a cada segundo, aquilo era mais necessário. - Então, vamos? Almoça com a gente.
- Sorry, desta vez não vai dar, meu amado vem me buscar pra almoçarmos fora.
- Hei e você, hein? Quando casa?
- Ah, nem pensamos nisso! Estamos na fase "se conhecendo e curtindo".
- Olha lá hein, não estica muito o tempo da curtição senão ele fica folgado!
- Tá falando isso de experiência própria?
- Vou desconsiderar a última frase por amizade.
Demorei mais do que o previsto pra chegar, por causa da nevasca, tínhamos de esperar caminhões de neve abrirem caminho. Foi só eu ligar o celular, e Tom já estava atrás de mim, querendo saber onde eu estava.
- Quer que eu vá aí te buscar? - A menos que tenha um helicóptero no bolso, não vai adiantar em nada. Estou presa mesmo no trânsito. Comecem a almoçar sem mim.
- Sem chance, eu te espero. - Não precisa.
- Sabia que estou com saudades? - A forma que ele disse me fez arrepiar.
- Não faz nem uma hora que me viu.
- Pra mim, não fazem nem décadas que te vi... - Porque do "lado romântico?”.
- Um dos vários sintomas que você causa em mim. - Sabe... tem vezes... que fica difícil entre a gente.
- Como assim?! - Ele quase foi histérico na voz.
- Pode falar, por favor - sussurrei - você não confia em mim?
- Falar o que? - Fiz um esforço descomunal para não ficar brava, ou demonstrar isso.
- Tom... como quer que levemos nosso relacionamento à frente se esconde algo muito sério de mim? Acha mesmo que eu não sei?
Escutei sua respiração mais alta por alguns segundos, como se ele estivesse pensando.
- Quero te contar uma coisa. - Quando? - Meu coração pulou.
- Hoje, depois que conseguirmos resolver tudo. - Tá... obrigada Tom.
- Vem logo. - Pode deixar, já estou chegando - desliguei.
Dei um grande suspiro, e me virei para Vicky, que ria enquanto prestava atenção no trânsito caótico.
- Já disse que te amo e que você é demais?!
- Hoje não...
- Oh, Dank amigaa! Você tinha razão, ele vai falar comigo.
- Viu só? E você ainda vem querer me dizer que a vida é complicada.
Mal eu sabia que Tom não queria me dizer toda a verdade...
Quase pulei do carro quando finalmente consegui chegar na casa de Tess, agradecendo a Vicky. Já era quase duas da tarde, e a porta foi aberta tão imediatamente quando pus os pés na calçada. Ele veio ainda mancando, mas firme, me abraçou pelo ombro, deixando que ficasse bem próxima dele, e sem dizer uma palavra, me pôs pra dentro.
- Que atitude estranha a sua...
- Você está gelada.
- Tá frio. Cadê a Teresa e o...
- Eles foram pra empresa, voltam de tarde, vamos pegar o projeto com o advogado de Glória hoje.
- Porque está tão nervoso?
- Nervoso?
- Você fica estalando os nós dos dedos e não consegue parar de tremer a perna quando está nervoso. - Quis deixar bem claro o quanto o conhecia.
- Vem, vou esquentar seu almoço.
Deixei o casaco no armário, e fui subindo as escadas. Em três segundos ele já estava me chamando.
- Perdi a fome, vou deitar. Me acorda quando eles voltarem.
Na verdade, meu estômago roia de fome, mas por pura teimosia e ódio, me enfiei debaixo das cobertas, rangendo os dentes. Claro, ele não me deixou em paz, e quando tirei o cobertor do rosto, ele havia trago meu almoço, com uma bandeja. Meu estômago me traiu roncando, e ele riu quando escutou.
- Nem tá com fome, né?
- Não!
- Deixa de ser teimosa, tem que comer.
- Eu não estou grávida! - Gritei.
- Me perdoe, mas como pode ter tanta certeza assim?
Rindo sarcasticamente, tirei o teste do bolso.
Tom o analisou de olhos arregalados, e também pareceu aliviado quando constatou a verdade.
- M-me desculpe, mas... ufa!
- É... ufa mesmo.
- Ah vai, come. Por favor.
- Só um pouquinho...
No final, eu devorei o prato, não resistia a macarrão com molho branco por nada no mundo, ainda mais acompanhado de vinho branco. Ele ficou me observando em silêncio, e notei pelo seu pulso direito que os batimentos cardíacos tinham acelerado. Me levantei, fui pro banheiro, pra escovar os dentes, mas não tranquei a porta.
Ele mal me deixou terminar. Como me conhecia muito bem (bem até demais), sabia exatamente o que fazer. Puxou minha blusa de uma só vez, enquanto eu me perdia em todo aquele pano pra achar o zíper de sua calça. Meu rosto queimava, a respiração era o único som, além do chuveiro que ele havia ligado.
- Não... - tentei implorar.
Sem piedade alguma, ele me empurrou pra ducha. Como era muito alto, me pegou no colo, e atravessei minhas pernas em sua cintura. Daí vinha a pior e melhor parte, quando ele me transmitia aquele olhar intenso demais pra que eu suportasse, me demonstrando em silêncio o quando precisava de mim. Era hipnotizante.
Ainda molhada em cima do edredom, ele encheu mais uma taça de vinho. Dividimos a taça, lançando os mesmos olhares travessos um pro outro.
- Se a Tess descobrir... ela me mata, e com toda a razão.
- Bem feito!
- Bem feito?! - Dei um soco de leve no sei queixo, e rindo, ele fez com que eu deslizasse pra cima dele. Ele afastou o cabelo grudado na minha testa.
- Que cabelo louco é esse, mulher?
- Diga você, que fez o penteado... quer saber, estou com saudade do seu piercing labial.
- Quando eu voltar eu coloco, vou ter que furar denovo.
- Hum, que dozinho do meu bebe...
- Bem que você também podia colocar um!
- Eu?! – Disse, enquanto contornava meu nome tatuado nele.
- Hum... eu fiz tatoo com seu nome.
- Porque você quis.
- Doeu, sabia?
- Devo fazer uma também?
- Sim, bem onde você abre o zíper da calça.
- HUM?! E escrever o que?!
- Este playground é propriedade particular de Tom Kaulitz, se afaste. - Muahahahahahahahhaaaa!
- Ah, achou engraçado?!
- E muito! Sabe onde você devia tatuar isso em você?
- Onde? – Ele se empolgou com a brincadeira.
- No... ai que merda.
- Que foi?
- Não escutou o ronco do motor? É o carro da Teresa!
- Nos lascamos, já era...
- Quee nada! - Pulei da cama, e fui o empurrando pra fora, jogando suas roupas no corredor. - Corre pro banheiro do andar de baixo e se seca, rápido!
- E você?
- Eu me viro, vai!
Nem sei por que, mas estava quase gargalhando, talvez fosse pelo nervosismo. Vesti qualquer roupa, e liguei o secador, como se estivesse tomado "apenas um simples banho". Do andar de baixo, escutei Teresa questionar porque as trancinhas de Tom estavam molhadas, ele disfarçou muito bem em dizer que estava no quintal, e um punhado de neve num galho caiu na sua cabeça, e ele estava tentando se secar. Cantarolando, eu desci só de roupão, ainda batendo o cabelo.
- Os dois molhados? – Tess perguntou.
- Oi? Ah, estava tomando um banho, ta louco esse transito, só serve pra se estressar!
- Não fez o que eu estou pensando que fez na minha casa, não é moçinha? – Ela perguntou em português. Tom e Brian se entreolharam.
- Eeeu?
- É.
- Poxa Tess... eu esperava mais de você.
- E eu digo o mesmo. – Ela voltou a falar em inglês – então, nos esperamos vocês usarem roupas mais quentes, ok?
- Ta, já volto.
- E eu.... vou buscar um casaco. – Fiquei chocada. Tom estava vermelho! Com vergonha ao notar que Teresa havia descoberto!
- Ta doente? – Sussurrei em alemão, enquanto vestia as luvas dentro do carro.
- Oi?
- Ficou vermelhinho!
- Ah... sei lá, fico sem graça perto da Teresa, ela é tão ameaçadora quanto sua irmã!
- Pois é, a profissão exige. As duas tem que dirigir uma empresa, e...
Parei de falar. Olhei para as minhas mãos, tentando entender o porque estava falando dela, como se... ela nunca tivesse partido. Como minha mente poderia ser tão cruel assim? Tom ficou mais perto de mim, unindo suas mãos com as minhas, mas estava inerte. Ele disse que estava tudo bem, que era normal eu ainda pensar daquele jeito. Tudo o que fiz foi suspirar profundamente, empurrando as lágrimas para depois. Disse dank em seu ouvido, e fiquei em total silencio, até chegarmos.
Nada era como um dia foi. O moderno telefone que Glória avia comprado uma vez numa viagem à França, um suvenir da
Telefônica, agora se resumia ao cabo conector posto de lado na mesa de cor mapple. Os porta-retratos não estavam mais lá, eram dezenas deles que ocupavam as prateleiras principais, assim como os vários prêmios de Empreendedora do Ano. Seu laptop também havia sumido, mas o aparelho Wi-Fi continuava no mesmo lugar. O sol frio lançava raios fortíssimos sobre a mesa principal de vidro, e os reflexos deixaram meus olhos mais claros, pude perceber isso na forma que Tom me olhava. Tocando tudo com a ponta dos dedos, fui até a vista da varanda, onde a brancura imaculada do parque logo baixo me cegou de início. Maxwell estava nesta mesma varanda, usando óculos escuros, com uma pasta em mãos, e um cano para guardar projetos. Ele sorriu de canto a me ver.
- Olá, senhorita Santos. Ou já é Kaulitz?
- Prefiro Santos por enquanto. Como vai, Max?
- Nervoso, pra ser sincero.
- Por quê?
- É... o último trabalho que irei fazer para minha mais fiel cliente.
- Ora, mas o que é isso – pousei uma das mãos em seu ombro – vamos precisar de gente tão capacitava quanto você para abrir as filiais.
- Obrigada – ele sorriu fracamente, e logo depois, mordeu o lábio por dentro. – Posso... fazer uma pergunta... que pode doer?
- Óbvio – afinal, o que poderia doer mais do que o agora?
- Quando... acorda pela manhã, e depois de alguns segundos de lucidez se lembra de tudo o que houve, e da forma que perdeu Glória... consegue acreditar, pelo menos de início?
Não respondi a princípio. Respirando uma boa quantidade daquele ar frio e puro das montanhas com cheiro de pinho e gelo, soltei o ar quente, fazendo uma chaminé na boca. Meus olhos finalmente cederam à claridade, e os fechei.
- Eu não consigo... aceitar. Nem um único segundo. Não é justo...
- Não mesmo.
- Sabe o que mais sinto?
- Raiva – ele leu o ódio na forma agressiva que falei.
- Exatamente. Do que adiantou ela ter lutado tanto? Ela mal pode aproveitar a vida!
- Nisso, você está enganada moçinha, sinto te informar.
- Como?!
- Quer saber o que eu acho? – Ele ajeitou o corpo por dentro do pesado sobretudo preto – para a sua irmã, foi melhor ter vivido alguns dias feliz, e ter realizado pelo menos parte de seus sonhos... do que ter tido a eternidade sem isso.
- Max, eu... – ele me estendeu o cano que guardava os projetos. Mesmo sem ter certeza o peguei. Ele foi até a pasta, retirou um maço de papéis e pôs sobre a mesa, enquanto me estendia uma caneta prateada, com suas iniciais cuidadosamente gravadas.
- Só preciso que assine algumas cláusulas, claro, vai ter as suas cópias para analisar melhor quando voltar. Quer voltar o quanto antes, não é? – Ele praticamente engoliu as palavras, sem me olhar.
Assinei os papéis sobre o seu olhar, e lhe entreguei as originais. Ele conferiu as assinaturas, e guardou os documentos na pasta, quando voltou a ter contato visual, permitiu que eu visse que ele estava com os olhos vermelhos.
- Maxwell, quer um conselho de amiga?
- Sim, por favor.
- Não cometa as mesmas tolices que eu. Guardar sentimentos pesa toneladas nas quais não podemos suportar.
- E ainda dizem... que não é parecida com sua irmã.
- Só por fora. E obrigada mais uma vez, espero te ver em breve.
- O mesmo.
- Abree!
- Não!
- Ah, qual é, não vai abrir?!
- Quando voltarmos pra Berlin eu abro, na presença do seu ilustre irmão.
- Ahnnn, eu vim até aqui, pra...
- Pra me ajudar a levar isto. É um presente, endereçado a ele.
- Que chatice!
- Fica quieto!
-Ah, será que eu vou ter que ir aí atrás bater nos dois?! – Teresa girou do banco do carona. Tom fez cara de assustado, e prendeu a boca para tentar não rir, mas isso fez com que seu riso saísse ainda mais engraçado.
- Ok,o que vão fazer agora? – Brian perguntou, enquanto estacionava.
- Pretendemos voltar... sei lá, no máximo em dois dias, Tom?
- Dois? Por mim... eu liguei pra mãe, ela disse que o bebezinho está 100% sem nós, não precisamos ter pressa.
- Não fala assim.
- Mas ele é o bebe.
- Eu sempre achei o Bill mais adulto que você...
- Verdade! Tess e Brian disseram em coro.
- Oh, really? – Ele puxou os documentos da minha mão, e correu pra dentro da casa. Fui até lá, correndo, gritando com ele...
E estanquei na entrada.
Um enorme buquê de rosas vermelhas, que faziam a forma de um coração rubro, estava colocado em um jarro de cristal, bem na mesa de centro da entrada. Escutei Teresa e Brian rindo enquanto me empurravam pra dentro.
- Ah! – Soltei o ar quando vi de que lado estavam, na verdade.
- Leia o cartão! – Teresa praticamente implorou.
Deus, como eu tremia! Meus dedos quase fraquejaram quando segurei o cartão em papel dourado em mãos. Não me lembrava de estar respirando, mas dois rios quentes já escorriam em minha face.
Eu não sou, nem nunca vou ser um cara romântico...
E isso você já sabe muito bem, né?
Mas quer saber por que eu vou tentar?
Vá para o jardim de inverno, nos fundos da casa, te espero.
Tommy
P.s.: não bata na Tess e no Brian, a idéia foi toda minha! xD depois pode elogiar minha esperteza que eu deixo!
- E-e-eu não sei se...
- Você sabe onde deve ir. – Teresa ficou na minha frente – Seu pai já sabe, ele pediu faz um tempo. Agora Cris, tudo o que eu te peço, é que finalmente dê uma chance de verdade a si mesma. – Ela me abraçou, emocionada. – Seja feliz. Eu te amo.
- O-obrigada. Ah, mas que... merda!
Gritei, rindo entre as lágrimas, enquanto andava até lá. Brian ainda gritou no caminho:
- Tudo estava planejado, viu?! Até a primeira tentativa nós tínhamos combinado pra te assustar mesmo!
Fechei os punhos, enquanto mordia o canto da boca. Ele havia deixado os projetos em cima da mesa, olhava pra frente, para o horizonte frio. Ele era um verdadeiro contraste de quase 1,90 de altura na neve, a perna tremia freneticamente. Passei a mão no cabelo, e ele notou minha presença. E estava sorrindo. Sorrindo verdadeiramente. E como há seis anos... ele estendeu os braços pra me abraçar.
Ficamos unidos por vários segundos, mas eu não conseguia parar de tremer, era como se o frio houvesse aumentado tanto... alguma coisa estava acontecendo...
- Tom...
- E-eu tenho que te dizer logo, se não vou morrer!
- Olha, eu acho que – pressentimentos ruins... ruins demais...
- Cris – ele colocou uma mão no bolso, tirou o anel.
- Espera! – Bati em sua mão no trajeto. Tudo o que deu tempo de ver foi o anel voando na neve com quase dois metros de altura, e o telefone tocando... parecia ferir meus ouvidos...
- Oh, não! – Ele correu até onde o anel tinha caído.
- Cris! – Teresa me gritou, de uma forma desesperada. Virei-me automaticamente, corri para o telefone, uma distancia interminável...
A voz no outro lado da minha era de uma mulher, que chorava, falava em alemão... Simone.
- O que houve?!... O QUE HOUVE?! – Mas as palavras dela estavam desconexas, incompreensíveis. Eu só entendi uma palavra, a palavra que fez com que eu deixasse o telefone cair, enquanto tampava a boca para conter um grito. Tom já havia voltado do jardim. Atendeu a ligação.
Foi muito pior do que eu pude imaginar um dia. Ele começou a falar da mesma forma rápida, descompassada e desesperada da sua mãe. Ele soltou um grito misturado à dor, em gemido alto que o fez ajoelhar no chão da cozinha. Ele vergou o corpo, repetindo inúmeras vezes que era mentira, só podia ser mentira...
Bill, ele...
Ele estava...
Morto. Ou prestes a isso.
E só fui saber o motivo muito tempo depois, quando pegamos a primeira conexão de vôos para a Alemanha, logo após a ligação ter sido cortada por causa do constante frio.
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volto depois, é melhor!