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 Cuidado com o que você sonha

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MensagemAssunto: Re: Cuidado com o que você sonha   Cuidado com o que você sonha - Página 26 Icon_minitimeSáb Fev 27, 2010 10:41 pm

Susi Ficwhiter escreveu:

Gihh ah inglês tá mara

garotas, parar em parte crítica é NECESSIDADE nessa fic Razz
e.... o ultimo cap que escrevemos pra essa fic vai ficar o começo da outra ou seja: menos tempo de vida da CCOVS

Obrigada tia Susi What a Face

mas mudando de assunto!!!

Sim isso já é normal e sei que vocês vão fazer isso (ou pior) na continuação!!! ò.ó
Essa já era de esperar... essa fanfic deveria ter terminado no começo desse mês,
SEI APOSTO QUE VOCÊS ESTÃO COM DÓ DE ACABAR COM ELA
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MensagemAssunto: Re: Cuidado com o que você sonha   Cuidado com o que você sonha - Página 26 Icon_minitimeDom Fev 28, 2010 1:10 pm

Susi Ficwhiter escreveu:

menos tempo de vida da CCOVS
acho que vou me matar com essa revelação...
sérioo Susi, eu achei que ia ter mais enrolation porque parece que não é só agente que não quer que acabe né, como a Gii disse:
Gii Way escreveu:

SEI APOSTO QUE VOCÊS ESTÃO COM DÓ DE ACABAR COM ELA

Bora acabar com a tortura né colegas!

quero logo uma fase mais feliz (não custa sonhar -q)
cheers
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MensagemAssunto: Re: Cuidado com o que você sonha   Cuidado com o que você sonha - Página 26 Icon_minitimeSeg Mar 01, 2010 2:57 pm

AAAAAH, neem to atrasada né ? Ta, eu supero...
Chorei de novo, nem vou dizer nada ! ¬¬
Tenho que dizer maaais uma vez : eu sou fã de vocês ! Sério, vocês são demais ! Arrasam ! Escrevem tão bem e a história é tão... bonita e envolvente e maluca e criativa e... enfim, ée perfeita !
Parabéns meninas, sério !
Tudo bem que vocês são muito muito malvadas, née ?
Nem to curiosa, magina... (Vocês que vão pagar a minha análise depois, viu ? )
POSTEM JAA !
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MensagemAssunto: Re: Cuidado com o que você sonha   Cuidado com o que você sonha - Página 26 Icon_minitimeSeg Mar 01, 2010 8:42 pm

aaaaaaaaah que agonia,preciso saber o que tem na carta .-.
bua bua
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MensagemAssunto: Re: Cuidado com o que você sonha   Cuidado com o que você sonha - Página 26 Icon_minitimeTer Mar 02, 2010 10:08 pm

CADE O CAPITULO DAQUUIIIII???
Ò.Ó
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MensagemAssunto: Re: Cuidado com o que você sonha   Cuidado com o que você sonha - Página 26 Icon_minitimeQua Mar 03, 2010 4:08 pm

Gii Way escreveu:
CADE O CAPITULO DAQUUIIIII???
Ò.Ó
morreu gn
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MensagemAssunto: Re: Cuidado com o que você sonha   Cuidado com o que você sonha - Página 26 Icon_minitimeQua Mar 03, 2010 5:43 pm

Vocês adoram fazer mistério neh.
Por acaso estão de luto ou é preguiça de postar. Cuidado com o que você sonha - Página 26 255736
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MensagemAssunto: Re: Cuidado com o que você sonha   Cuidado com o que você sonha - Página 26 Icon_minitimeQua Mar 03, 2010 8:43 pm

Lillian escreveu:

Por acaso estão de luto ou é preguiça de postar. Cuidado com o que você sonha - Página 26 255736

to rimd -qq
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MensagemAssunto: Re: Cuidado com o que você sonha   Cuidado com o que você sonha - Página 26 Icon_minitimeQua Mar 03, 2010 10:16 pm

Eu enterrei ela aqui nos fundos do quintal de casa Very Happy

ahh sim, já ia esqueçendo... Vivas é claro!!

E só tiro elas de lá quando elas me prometerem postar o capitulo aqui se não, não!!!
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MensagemAssunto: Re: Cuidado com o que você sonha   Cuidado com o que você sonha - Página 26 Icon_minitimeSáb Mar 06, 2010 12:34 am

Capítulo 151 – Aquele Dia


Viu gente não foi culpa nossa, a Giih nos enterou! Meninas, a Susi teve de fazer plantão no hospital, daí ela chegou tarde em casa todos os dias dessa semana, tá caindo de sono aqui, mas escrevemos! Esse cap é... intenso demais eu diria, pedi pra dona cobrinha (hahah Danny sua culpada) não pegar tãão pesado, mas... a música mais que perfeita - That Day. Billzinho, danke por tê-la escrito! Boa leitura! ^^

_____________________________________________________________________________________________________________
Cuidado com o que você sonha - Página 26 3317916932cbd82e5b2a

Para as duas pessoas mais especiais em meu tempo de existência.
Cris... eu sinto muito, você nem sabe o quanto... mas se está lendo isso minha irmã... é porque nada deu certo. Tenho que ser sincera com você, e, por favor, seja forte. Não eram só 53% de chances de morrer na cirurgia. Meu neurologista já havia me avisado: eu estava condenada. Os exames não alertaram a tempo, tudo se proliferou em meu cérebro de forma silenciosa... e quando apareceu, já era tarde. Eu teria mais 6 meses de vida se tivesse sorte. E nestes 6 meses, eu não estaria em casa com você e com Bill, relembrando coisas, dizendo as últimas vezes o quanto amo a todos vocês... eu estaria numa cama, em coma. Sei que fui embora pelo Bill, não pela tentativa de viver. Eu não queria ninguém perto de mim quando chegasse a hora de dizer adeus. Você pode me odiar por isso, eu vou entender... mas é a minha forma de lidar com isso.
Por favor, continue agradecendo a Deus por mim, afinal, ele permitiu que eu vivesse 25 anos, e você sabe que pra mim é muito tempo... você sabe o quanto perdi em minha vida em corredores de hospital, lutando por todas as complicações de saúde que nasci, e que ficaram piores depois do acidente. E mesmo assim, eu vivi muito. Eu não tenho como agradecer por todas as vezes que você me defendeu, que comprou minhas brigas, que ficou do meu lado em minhas maiores decisões. Sei que queria estar comigo agora, segurando minha mão, me dando força. Mas não precisa mais, tá legal? Você já me deu força suficiente para estar em paz agora.
Cris... do fundo do meu coração, seja feliz com Tom. Vocês brigam pela quantidade que se amam: muito! Fazem o casal perfeito. Seja compreensiva com ele, nunca deixe que dizer que o ama um único dia, o mantenha feliz, permita que ele te ame da maneira louca dele. O Tom já fez de tudo por você, e sabemos que faria tudo outra vez para ter você agora. Sempre se lembre disso: você tem a maior sorte do mundo por estar ao lado do único homem que vai te amar de verdade. Eu te amo, maninha, por favor, se cuide. Tom, eu sei que vai ler junto com ela: continue e olhar ela por mim. E a mantenha sempre sorrindo, ok? Sei que vai conseguir isso.

Bill. Lembra daquela adolescente louca que invadiu seu camarim para te entregar um anel? Ainda sou ela, por mais impossível que pareça. Me perdoe por ter parecido falsa, me perdoe por ter escondido a verdade. Mas eu não quero você no corredor do hospital. Não quero você se levantando quando o doutor aparecer, e quando ele disser que eu morri. É difícil de entender, mas eu quero você longe de mim agora, pelo seu bem, amor, entenda. Eu tenho de estar sozinha. Não vai ser fácil, estou tremendo de medo até agora, e quase grito seu nome, desesperada por te ver. Mas por favor, se afaste por agora, não venha atrás de mim. Eu tomei um destino muito diferente.
Vou fazer a cirurgia de olhos abertos, totalmente consciente. Mas meu coração, minha presença... vão estar aí do seu lado. Eu te amo! Não importa o que aconteça comigo, meu amor por você vai sobreviver. Só por favor, me prometa que vai fazer de tudo para se levantar, por nós dois. Eu te deixo uma última ajuda para isso, o projeto da minha vida, que nunca pude realizar, meu presente para você.
Aproveite o máximo que puder, eu vou estar viva em tudo neste projeto, eu vou estar viva entre as pessoas que se lembrarão de mim. E enquanto você existir, eu vou estar viva dentro de você. Me procure, por favor. Você ainda pode me achar... só você ainda pode me salvar.
Por favor, nunca se esqueça: muitos perseguem e felicidade, outros a criam. Seja inteligente por criar uma nova felicidade em que eu não vou estar presente fisicamente, mas sempre estarei em seus pensamentos.
Muito obrigada por tudo amor, minha vida, minha estrela.
Te amo, sempre e eternamente.
Glória.

A chuva cai
Ela não pode
tocar o chão
Eu me
lembro
de uma casa vazia.
Você disse que eu estou 'consertado'
mas eu ainda me sinto quebrado
Quebrado



Tom levantou-se quando disse a última palavra, e foi direto para a grande janela da sala. Fez de tudo para ser forte, mas foi impossível, ele ficou de joelhos no tapete, com uma mão apoiada no vidro, a cabeça entre os ombros. Ainda perturbada, fui até ele, e beijei de leve seu ombro ainda machucado. Ele estremeceu, e virou para mim, se jogando para me abraçar.
- N-não vai embora, por favor! - Disse, implorando.
- Não é pra sempre... no máximo um mês...
- Cris, por favor! Não, não!
- Tom...
- Eu não vou deixar, está me ouvindo?! - Ele segurou meu rosto entre as mãos - Eu não vou deixar, não vou soltar você!
- Amor, por favor...
- Ela pediu pra ficar de olho em você, e é o que vou fazer. Você só vai pro Canadá quando Bill estiver bem, eu vou te acompanhar.
- Eu não decido isso.
- Não, n-não fala - ele colou a testa na minha - diz que vai ficar... DIZ! Eu não c-consigo sem você...
Foi quando me preocupei de verdade com Tom. E se fosse mais de um mês? Que conseqüências poderia trazer para ele e para mim? Eu não poderia ir, não sem ele.
- Eu fico - sussurrei.
- Jure.
- Eu juro pela memória da Glória que eu fico até você poder ir comigo.
Ele respirou aliviado, me abraçando forte. Mas eu não sentia. Tudo o que conseguia pensar era naquela palavra.
Destino.
A Glória jamais acreditou nisso, sempre achou uma tolice quem acreditava que as coisas aconteciam porque estava predestinado. Para ela, tudo o que acontecia eram conseqüências de nossos atos, ou por estarmos no local errado, na hora errada... ela nunca citava a palavra, quanto mais escrever.
E ela... estava implorando para que Bill... a salvasse. O que isso teria haver com... destino?


Dois dias depois

Bill Kaulitz

Eu não senti nem a luz nem o calor solar quando a persiana foi aberta. Já estava cordado há muito, olhando fixamente para meu pulso tatuado, com o nome dela. Seria hoje. Eu teria de voltar à vida, enquanto ela permaneceria na morte.
- Bom dia, senhor Kaulitz. Ótimo dia, não?
- Porque ótimo, Mylenna?
- Porque hoje volta pra casa.
A olhei profundamente.
- Voltar para a casa que vai estar cheia de lembranças da pessoa que você mais amava e que morreu... o que tem de ótimo nisso?
- Me desculpe. Só estava seguindo as regras do hospital.
- Não precisa.
- Quer que eu seja sincera?
- Com certeza.
Ela respirou fundo, e olhou para a porta antes de dizer.
- Não venda sua casa. Por mais que queira, por mais que outros te aconselhem. As lembranças não são golpes para nos ferir. São ataduras para nos curar. Tudo depende de como a encaramos. Queria que alguém tivesse me aconselhado assim quando aconteceu comigo.
- Você vendeu?
- E me arrependo até o último. Sabe, às vezes eu... passo na frente do prédio que morávamos. Eu quase posso nos ver ali, saindo para a rua, abraçados por causa do frio, Markus sempre dizendo o quanto eu ficava linda de branco, como no dia que nos conhecemos, ou como no nosso casamento... as lembranças fazem bem, senhor Kaulitz. Só que são... tão reais que pesam.
- É ótimo ter você aqui. Você sabe exatamente como me sinto. Obrigada por estes conselhos.
- Desde que o senhor fique bem... sabe, Cristine vai vir hoje antes do senhor receber alta, com os pais dela. Ela pediu para avisar, eles querem te ver antes de voltar.
- Meu... Deus! Como vou conseguir isso?!
- Não se desespere. Eles só querem ver o senhor.
- Acha mesmo que eu tenho coragem de olhar nos olhos do meu sogro outra vez?! Eu prometi cuidar da filha dele, e olha só o que fiz.
- Bill. - Arregalei os olhos por ela dizer meu nome - não foi culpa sua, ok? Ela morreu, foi um acidente que você não podia prever, não foi culpa sua. Entenda isso, eles não vão vir aqui para lhe culpar, querem consolar você.
Ela passou a mão no cabelo nervosamente, havia ficado corada, porque não respirou antes de falar. Se despediu brevemente e saiu, e daquela vez, outra enfermeira me trouxe o café da manhã. Preferi ficar o mais calado possível.

Luzes acesas,
luzes apagadas
Nada funciona
Eu sou legal,
eu sou importante,
eu sou um idiota
Eu me alimento de mentiras
com palavras não ditas.
Ficará tudo bem,
ficará tudo bem
Um dia,
um dia


Era perto do meio dia quando Mylenna voltou. Tentei falar com ela, enquanto finalmente tirava a agulha intravenosa que me levava soro.
- Eles já chegaram - ela disse, imediatamente. - Tente ser forte, a mãe de Glória não está nada bem.
- Certo... ai!
- Doeu?
- Sim, muito tempo com isso no braço. - ela colocou um curativo redondo em cima da pequena picada vermelha.
- Quer que eu fique?
- Quanto menos pessoas, melhor. E não quero que você... me veja chorar.
- Sei que vai conseguir. - Ela sorriu - volto antes da sua alta.
- Espero que sim. E... muito obrigada... por tudo mesmo.
- Foi uma honra cuidar do meu vocalista preferido.
Fiquei sozinho, esperando finalmente entrarem. O céu voltou a ficar cinza, e trinquei os dentes, fechando os olhos, torcendo para que qualquer ilusão dela acontecesse... mas nada. Eu estava mesmo sozinho.


Cristine

Esperávamos Mylenna retirar o soro de Bill para entrarmos. Meu pai havia concordado de eu adiar a viagem para o Canadá, tinha de resolver as coisas por ali primeiro, teria tempo para descansar um pouco depois.
- Mãe... tem certeza? - Ela confirmou com a cabeça.
Mylenna saiu, e me levantei automaticamente.
- Dêem só um tempo pra ele e já podem entrar.
- Obrigada Mylenna.
- De nada. precisando, sabem o meu bip, eu e o doutor vamos vê-lo depois.
- Ok... dona Simone?
- Fale.
- Não quer entrar antes?
- Bem... eu posso ir sim. Vem comigo, Georg? - Disse, chamando o pai de Bill, que estava calado até agora.
- Posso mesmo?
- Vai, pai - senti o sangue gelar. Tom havia chamado o pai... de pai - ele precisa de você.
- Eu vou sim.

Entramos uns 10 minutos depois. Simone havia dado em beijo na testa dele, e Georg estava ao lado dela. Ele nos encarou com tristeza, como alguém fraco demais para permanecer de olhos abertos.
- Oi rapaz - disse meu pai - e o coração?
- Olá, senhor Santos...
- Pode me chamar pelo nome, Marcos. Não tem problema.
- Obrigada... bem, eu... vou receber alta, acho que está tudo bem. Vocês... vão embora hoje?
- Sim, temos de ir daqui a pouco, na verdade.
- E-eu queria... pedir perdão. Não fui capaz de... cumprir a promessa, de cuidar da Glória como prometi. O senhor me deixou essa missão e eu... falhei.
Meu pai ficou ao lado dele, o olhando nos olhos. Pensei que fosse usar de sua experiência no exército pelo modo de falar, mas foi um engano.
- Eu sei que você prometeu. E fez tudo o que pode para isso e é o que importa. O erro também foi da minha filha ao esconder, somente agora soubemos de quão grave era o estado dela... mas Bill, eu sei que ela jamais fosse querer que passasse sua vida se culpando.
- M-mas eu... nem consigo mais cantar... nem ajudar no projeto dela...
- Isso você pode fazer quando estiver melhor, agora eu imagino que seja impossível. Tudo ao seu tempo.
- O senhor me perdoa?
- E preciso? Sim Bill, eu perdôo. Sei que por mais que eu disesse não, você era a pessoa certa para Glória. E sei que ela foi muito feliz ao seu lado e agradeço por ter dado tanta felicidade pra ela.
- Eu queria... voltar no tempo. Sei que poderia ter impedido.
- E como faria? - minha mãe finalmente falou.
- Voltaria a seis anos atrás, quando a conheci. Jamais teria brigado com ela, a forçado a ficar... se não tivesse sido tão egoísta, assim como fui agora eu jamais teria me separado dela, o acidente de carro não teria acontecido, e eu não estaria num hospital agora pedindo perdão por ter matado sua filha.
- Eu entendo, mas as nossas decisões já foram tomadas. Ela viveu o tempo que teve de viver. Como mãe, é difícil aceitar, mas não me resta outra opção. E dou graças a Deus por ainda ter Cristine.
Senti Tom apertar minha mão, e sabia muito bem o que aquilo significava. Ele estava tomando a responsabilidade de me proteger de qualquer mal.
- A senhora me perdoa?
- Sim. E sei que a Glória teria perdoado também.
Bill não conseguiu mais falar. Seu cabelo escondeu o rosto quando ele envergou o corpo. Minha mãe se despediu dele segurando sua mão. Meu pai disse que era pra ele ficar bem, e que um dia ele pretendia voltar a Alemanha e ver Bill já restabelecido. Pedi para Tom ficar com o irmão, ele precisava. Deixei o quarto com meus pais a caminho do aeroporto, enquanto vi de relance Mylenna trazendo uma seringa com um sedativo.

Aquele dia nunca chegou
Aquele dia
nunca chega
Eu não vou desistir
Eu continuo persistindo
Todo mundo diz
que o tempo cura a dor
Eu estive esperando para sempre
Aquele dia nunca chegou



Me lembro de ter recebido um forte abraço coletivo de Vicky, Lukas, Teresa e Brian quando nos despedimos. Prometi ir logo pro Canadá, mas sabia que também seria ótimo para mim, sair um pouco da Europa... Tess fez força para não chorar quando me deu o cargo que pertencia a Glória - dama de honra de seu casamento. Fiquei feliz por ela ter feito isso, mas sabia que aquela era só um das muitas responsabilidades que receberia a partir de agora.
Minha mãe estava mais falante, e não chorou mais. Me deu aquele abraço de mãe, o mais confortável do mundo.
- Olhe só... minha filha mais desajuizada, cuidou melhor da mãe do que ela mesma faria.
- Que isso dona Sara! - Brinquei - só fiz o que a senhora me ensinou.
- Se cuide, é o que te peço. E venha ficar um tempo comigo, longe desse lugar que... lembra tanto ela. Vamos pra Parati na casa da praia, o que você acha?
- Com certeza, sol europeu não deixa bronze nenhum!
- Cris? - disse meu pai.
- Fala.
- Tome cuidado também do rapaz. Sabe, ele... parece tão frágil. Mais do que nós.
- Ele está mais frágil, nem faço idéia de como vai reagir ao voltar pra casa. Tenho que ir, para estar lá na hora da alta, o vôo de vocês chegou. Me liguem assim que chegarem.
- Pode deixar - ele me deu um beijo na testa - precisando... sabe que sempre pode contar com seus pais, não é?
- Com toda certeza.

Somente eu e Mike ficamos vendo o avião decolar. Ele fez a curva um pouco acima do prédio,e depois sumiu nas nuvens. Foi quando voltei a respirar de verdade.


Você disse que eu estaria
voltando para casa
Eles dizem
que ele está muito bem
sozinho
Os gritos em minha mente
Eu os mantenho em segredo
Um segredo


Bill Kaulitz

Não me via no espelho nem sabia há quanto tempo, mesmo assim tomei coragem, e pedi para me levantar, indo até o banheiro. A imagem que refletiu era desconhecida por mim. Um cara, que parecia ter 80 anos, de rosto encovado e mais pálido do que nunca, com manchas escuras ao redor dos olhos. Lábios brancos, olhos opacos e sem brilho algum, a barba recém-feita mostrava cicatrizes que demorariam para irem embora. A raiz do cabelo estava loira do tamanho de uns 4 dedos. Mesmo assim... Bill Kaulitz era... reconhecível naquele rosto. Tom estava atrás de mim, com um vinco entre os olhos.
- Poxa vida depois de tanto tempo num hospital, não esperava estar com o rosto do cara mais lindo do mundo, não é?!
- Olha só quem fala - tentei brincar. - e o seu piercing?
- O médico disse que é melhor eu não recolocar, pelo menos por uns 6 meses. Ficou cicatriz na minha boca - tinha uma linha vertical rosada cortando o lábio inferior dele.
- Tá doendo?
- Nie, Cris já curou pra mim! - Ele sorriu, mas logo ficou sério - desculpa...
- Não, por favor. Não deixe de falar da Cris... por minha causa. Está tudo bem, e estou muito feliz de vocês dois finalmente estarem juntos.
- Valeu, mais novo. Vem, vamos colocar seu casaco, já está na hora.
Assim que saí do banheiro, Cris apareceu na porta. Foi estranho, mas tentei procurar algo nela que me lembrasse a Glória... mas nada. Elas não eram gêmeas, e nunca tiveram nada haver uma com a outra. Os olhos verdes dela estavam mais claros, e eu sabia bem o porquê. Sempre chorava escondido, como Tom.
- E seus pais?
- Já voltaram, vão ligar quando chegarem. E você?
Suspirei e fui até a cômoda a cama. De lá, tirei três cartas lacradas em envelope branco da clínica. Fui até ela, e as entreguei.
- E-eu gostaria que... desse sua opinião... quando ler.
- Claro - ele olhou fixamente para os envelopes - pode deixar.

Meu médico veio logo em seguida, junto com Mylenna. Fez mais algumas checagens, perguntou se estava com dor, se estava bem... menti em todas as respostas ao dizer que sim.
- ... minha maior recomendação é que você não se esforce, sob hipótese nenhuma. Não esqueça de tomar todos os remédios, e quero o senhor aqui no mínimo uma vez por semana, até seu organismo nos dizer que está restabelecido.
- Não vão se livrar tão fácil assim de mim, prometo - tentei sorrir.
- Que ótimo! - Ele apertou minha mão - qualquer coisa de diferente que sentir... estou no meu celular sempre.
- Pode deixar. Obrigada doutor.
- Até semana que vem, senhor Kaulitz.
- Até, Mylenna, obrigada pelos conselhos. Não tinha hora melhor para te ouvir.
- Não foi nada. Estamos... esperando o senhor para os exames de rotina.

Médicos e suas
promessas
Videntes, curandeiros,
eu estava vendo o melhor
O que quer que eles vendam
sabendo como lidar com isso
Ficará tudo bem,
ficará tudo bem
Um dia,
um dia.


Fui andando pela porta dos fundos, em passos lentos demais para um adulto. Minha mãe e meu pai estavam ao meu lado, Tom e Cris vinham na nossa frente. Aquele grande carro preto que tanto conhecia já nos esperava. O portão que dava acesso à rua estava fortemente fechado, com vários seguranças do lado de dentro e de fora. Não fazia idéia de quantas pessoas e fotógrafos estavam ali, tirando fotos, gritando ao mesmo tempo... evitei olhar para eles.
Pingos grossos e espaçados caíam aos poucos das nuvens carregadas. Em breve tudo ia estar branco, gelado, e perigoso até para andar. Olhava o mundo lá fora com outra visão - como se finalmente o tivesse enxergado.
- Filho....?
- Oi...
- Está com fome?
- Não... não estou mais... sentindo fome. Só quero dormir - e sonhar. E ter a minha ilusão que ela estaria ali. - Eu tô bem... mesmo com essa cara péssima.
- Isso é só por enquanto, logo vai ser o meu filho mais lindo, como sempre.
- EII! Eu sou o filho mais lindo, tá?! - Tom reclamou do banco da frente.
- Aff, por favor, vocês são idênticos, sacou?
- Nada haver Cris! Fala, quem você acha o mais lindo?
- Hum... sempre achei o Gustav!
- Estou falando de nós!
- Eu.
- Que?!
- Você disse: estou falando de nós, e entre nós, eu me acho muito mais linda!
- Isso vai! Testa minha paciência!
Sorri de canto. Incrível como os dois se davam tão bem brigando.


A polícia havia fechado duas quadras próximas. Senti frio no estômago quando subimos a ladeira que dava para a casa. Me dei conta que realmente não estava preparado para voltar, eu não queria voltar. Meu coração deu uma leve disparada, e coloquei a mão no peito automaticamente.
- Só respirei forte demais - avisei minha mãe, antes que se assustasse.

Meus olhos arderam ao ver a alameda de cascalho. Segundos depois, estávamos estacionando. Reconheci os carros de Gustav e Georg, enquanto tentava controlar a respiração. Eles estavam me esperando na porta. Dei uma olhava em volta, vi o quanto cinza estava. As flores já não eram tão lindas quanto antes, o balanço na árvore de carvalho, no qual Glória costumava ficar horas, se balançava fracamente por causa do vento...
Me abaixei quando meus cachorros vieram até mim. Somente eles para me ajudar com a tensão e medo que estava sentindo. Entre eles, estava a Camylly. Ela sim era parecida com a dona, parecia até sorrir como ela. Ficou feliz em me ver, mas não com a mesma empolgação que os outros.
Olhava para todos os lados em busca dela. Podia ver todas as vezes em que a esperava na posta da cozinha, enquanto ela tomava um último gole de café, colocava os óculos, pegava a chave do carro... e sempre - não importasse o quanto estivéssemos atrasados - sempre a colocava contra a porta, e dizia que a amava. Lembro de como me divertia ao ver o quanto ela ficava corada, e da forma intensa que suspirava ao ouvir aquilo. Agora tudo era... terrível sem ela. Era amedrontador.
- E aí, como você está? - Gustav me despertou dos devaneios.
- Vivo, por mais estranho que pareça.
- Que nada, só precisa engordar algumas gramas! - Georg brincou.
- É só me ensinar. Mãe eu preciso... descansar um pouco.
- Ok, vamos.
- Mas eu... - olhei para a escada - não tenho certeza se consigo.
- Só vai saber se tentar.
Fui o mais devagar possível até lá. Ao pisar no primeiro degrau, mais uma lembrança.

"Tínhamos vinte minutos para chegar na casa dos Listing, todo mundo já havia nos ligado, estavam com fome e ainda não haviam tocado na comida por causa de nós.
- Amor?! - Gritei do primeiro degrau da escada.
- Que?!
- Tom acabou de ligar. Disse que se não formos agora, vai "comer" sua irmã.
Ela apareceu, resfolegando, enquanto puxava o zíper do vestido com uma mão, e terminava de colocar o brinco com a outra. Tinha mudado o cabelo porque eu havia pedido, estava usando o vestido vermelho que mais ficava linda porque sabia que eu gostava, mesmo que ele fosse apertado demais para alguém como ela.
- Vai, seja sincero: como estou?
Eu ia esperar para voltarmos, tinha planejado tudo. Por causa da correria da turnê, já fazia quase um mês desde nossa última vez.
- Bill, não - ela disse, já entendendo tudo.
- Volta - falei, já babando por ela, como sempre.
- A Daniela vai nos matar se não formos agora!
Corri atrás dela. Ela tentou se trancar no quarto, mas fui mais rápido em travar a porta com o braço.
- Não, nós temos que ir!
- Ah vai, por favor!
- Estou falando sério.
- Isso, faz essa cara de séria que eu amo! - pulei por cima da cama e a travei contra a parede antes que saísse. Como se ela quisesse sair, como se quisesse se afastar...
- O que eu digo pra todo mundo amanhã? - puxei o zíper do vestido de uma vez só.
- Diga simplesmente que nos amamos mais do que tudo..."



Sentindo aquela terrível dor pulsar, eu continuei subindo. Tudo estava perfeitamente arrumado, como se nunca tivéssemos usado nossa própria casa. Essa... ausência dela me provocou tonturas.
Mas foi pior do que eu pensava quando entrei em nosso quarto.
Consegui vê-la andando de um lado a outro abrindo os armários procurando o casaco cor de caramelo que gostava de usar. A vi colocando mais uma foto no quadro, e a admirando de longe. A vi entre os lençóis brancos, acordando de leve, escondendo o rosto, daquele jeito maravilhoso que só ela conseguia fazer.
"Que foi?" disse a Glória das minhas lembranças, de uma forma doce. De uma forma real demais.
Mas agora, a parede estava limpa. Não havia mais nenhuma foto, nem o grande quadro do nosso melhor momento. Não havia seu casaco cor de caramelo pendurado na cadeira, nem seus óculos de leitura na escrivaninha perto da janela. Não havia suas lágrimas, seus sorrisos, seus medos, suas conquistas, sua respiração, seus batimentos cardíacos...
Era simples de entender.
Não existia mais... a Glória.

- Não - foi a primeira coisa que consegui dizer.
- Bill...
- Não, não, não, não...
- Filho, por favor...
- MÃE! EU NÃO ACEITO!
- Tom! - Ela o chamou. Eu deixei o corpo cair no tapete.
- Ela não morreu, ela não morreu!
- Bill, não faça isso - Tom tentou me levantar.
- PARA! ME DEIXA, PORRA!
- Bill!
- Não! Eu não vou aceitar, não vou aceitar... - me levantei, corri para o armário. Abria as portas com as forças que ainda restavam, tirando tudo do lugar. Tom tentava me impedir de qualquer jeito, mas eu não parei até achar. Sabia que haviam guardado nossas fotos em algum lugar por ali.
A caixa caiu no chão, espalhando as fotos por todos os lugares no chão.
Eu e ela no tour bus, tomando o primeiro café da manhã na turnê.
Um reflexo dela no espelho, enquanto prendia o cabelo.
Os cachorros em cima de Glória no jardim. Como ela estava rindo...
Ela, Cris, Danny e Lana abraçadas, nos vendo ensaiar no palco, com o estádio vazio, só para elas.
Seu olhar dourado contra a luz do sol.
Suas mãos mais longas que as minhas analisando um dos microfones.
Seu sorriso discreto, mas perfeito, segurando Laura no colo.
Seu enorme e incondicional amor por mim enquanto me beijava no jardim de casa, Cris havia tirado essa foto no primeiro dia da primavera.

- Por favor... volta! - minha voz saiu entrecortada, enquanto respirava ao mesmo tempo - volta pra mim... não me deixa aqui... eu preciso de você pra viver...
Senti que Tom me segurou nos ombros. Meus olhos queimavam, meu corpo estava sem sustentação alguma, a cabeça latejava, as lágrimas cortavam o rosto. Eles me colocaram na cama, enquanto chamavam o médico.

Parecia ter dormido séculos, mesmo assim a tensão nos tendões me causava desconforto. Estava frio demais, mesmo com o aquecedor ligado, mesmo estando debaixo das cobertas... até que senti aquela mão longa e quente em meu rosto.
- Amor...? - Só consegui sussurrar, não conseguia abrir os olhos.
- Shh... calma, estou aqui. - Seus braços me envolveram e parei de tremer, mesmo suando frio.
- Porque demorou tanto? Onde estava?
- Na sua mente, onde mais?
Senti seus lábios sobre minha clavícula, foram subindo até a altura do queixo. Não tinha como ser mais real, e tinha medo de abrir os olhos e acabar com tudo. Ela desmanchou as mechas do meu cabelo. Desta vez consegui tocá-la.
- Preciso de você, está ouvindo?
- U-hum...
- Glória, é sério! Eu não consigo sem você.
- Nem preciso te dizer a realidade. Você sabe que eu não estou aqui de verdade, que não vou mais estar...
- Não fala isso.
- Não chore. Bill, você tem que ser forte. Vai conseguir, eu sei que vai. Tenha fé em você mesmo. Tenha fé em Deus, uma coisa que nunca teve!
- Eu não acredito em Deus...
- Não importa. Ele acredita em você.
- Me diz... o que fazer...
- Eu te dei a oportunidade, faça!
- Vou ter você de volta assim? - Não precisei abrir os olhos pra sentir seu sorriso
- Quando vai entender que eu nunca vou embora...?
Foi quando ela começou a desaparecer, e tudo voltou a ficar frio.
- Não vai agora, fica! Não fecha os olhos!
- Bill... quem está de olhos fechados é você. Abre amor.
- Não.
- Abre - ela sussurrou.
Em pânico abri os olhos. Estava sozinho, as cortinas fechadas, e o frio estranho havia voltado. Reconheci vozes no corredor. Meu médico falava de "ataque de pânico", "possíveis efeitos colaterais do tempo que fiquei sem mandar oxigênio ao cérebro".
Eu sabia que não era nada disso.
E todo efeito colateral que poderia ter, era o fato de estar sozinho.
Sozinho...
E isso começou a me matar.

Aquele dia nunca chegou
Aquele dia
nunca chega
Eu não vou desistir
Eu continuo persistindo
Todo mundo diz
que o tempo cura a dor
Eu estive esperando para sempre
Aquele dia nunca chegou
para sempre
Aquele dia nunca chegou
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MensagemAssunto: Re: Cuidado com o que você sonha   Cuidado com o que você sonha - Página 26 Icon_minitimeSáb Mar 06, 2010 2:10 pm

Pronto já desenterrei vocês, agora parem de reclemar ù.ú''


Seja forte Bill, pela Glória!!!

Amo quando a Cris e o Tom "brigam" desses jeito
kkkkkkkkk
Ma o ataque de ciúmes do Tom em cima do Bill foi fantástico... ri muito haha

MAIIISSS ^^
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MensagemAssunto: Re: Cuidado com o que você sonha   Cuidado com o que você sonha - Página 26 Icon_minitimeSáb Mar 06, 2010 3:25 pm

Nossa, depois de tanto tempo rir DE VERDADE com essa fic foi magico ! Parei .-.
Então, continua linda demais essa fic ! Amo as briguinhas de Cris e Tom ! Eles se merecem..
Bill você tem que ser forte ! Pela Glória, pela sua familia, pela banda... Ain meu deus, que desespero !
Postem Postem Postem ! *--*
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MensagemAssunto: Re: Cuidado com o que você sonha   Cuidado com o que você sonha - Página 26 Icon_minitimeSáb Mar 06, 2010 5:29 pm

estou sem palavras.
emocionante é pouco. que tal: perfeito?!
amo essa fiction. de verdade i.i
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MensagemAssunto: Re: Cuidado com o que você sonha   Cuidado com o que você sonha - Página 26 Icon_minitimeSáb Mar 06, 2010 7:45 pm

Amooo as briguinhas da Cris e do Tom!!
Simplismente perfeito esse cap!
Bill você tem que ser forte ! Pela Glória, pela sua familia, pela banda... Ain meu deus, que desespero !²
Continueem logo
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MensagemAssunto: Re: Cuidado com o que você sonha   Cuidado com o que você sonha - Página 26 Icon_minitimeSáb Mar 06, 2010 11:14 pm

Patty Back-K escreveu:
estou sem palavras.
emocionante é pouco. que tal: perfeito?!
amo essa fiction. de verdade i.i

ain, sabia que eu também amo??
então, como estão, fofis? bounce
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MensagemAssunto: Re: Cuidado com o que você sonha   Cuidado com o que você sonha - Página 26 Icon_minitimeSeg Mar 08, 2010 3:44 pm

Susi Ficwhiter escreveu:

ain, sabia que eu também amo??
então, como estão, fofis? bounce

É... Pois é né... Tipo, só estarei bem deposi que você postar mais um capitulo!!!
bounce
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MensagemAssunto: Re: Cuidado com o que você sonha   Cuidado com o que você sonha - Página 26 Icon_minitimeSeg Mar 08, 2010 6:01 pm

Gii Way escreveu:
Susi Ficwhiter escreveu:

ain, sabia que eu também amo??
então, como estão, fofis? bounce

É... Pois é né... Tipo, só estarei bem deposi que você postar mais um capitulo!!!
bounce

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MensagemAssunto: Re: Cuidado com o que você sonha   Cuidado com o que você sonha - Página 26 Icon_minitimeSeg Mar 08, 2010 8:18 pm

Me emociono a cada cap. que leio muito triste.
Estou de coração partido pelo Bill.
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MensagemAssunto: Re: Cuidado com o que você sonha   Cuidado com o que você sonha - Página 26 Icon_minitimeTer Mar 09, 2010 12:09 am

Lillian escreveu:
Me emociono a cada cap. que leio muito triste.
Estou de coração partido pelo Bill.
idem....
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MensagemAssunto: Re: Cuidado com o que você sonha   Cuidado com o que você sonha - Página 26 Icon_minitimeTer Mar 09, 2010 11:18 pm

Alguém tem informações de como deveria ser o cap???
Nem que seja em rumor???

Será que uma das autoras se importam postar pelo menos a metade de um cap aqui???
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MensagemAssunto: Re: Cuidado com o que você sonha   Cuidado com o que você sonha - Página 26 Icon_minitimeQua Mar 10, 2010 11:56 pm

Capítulo 152 - Um Reinício

Giih desculpe pela sinceridade, mas ri do seu coment! Lembra de quando falaram que estávamos com dó de terminar a fic? Pois pasmem... ESTE É O PENÚLTIMO CAPÍTULO! Isso aí, mais um e graças a Deus acaba! (aleluia, Deus seja louvado!!!!) Ah, estamos cansadas de escrever isso, assim como vocês estão cansadas de ler, né? Ah, e lembram de quando comentamos das teorias, quem "raspasse" na realidade levava o primeiro cap da segunda temporada?
Pois parabéns Ladymistério, você ganhou! Não podemos falar onde você acetou, mas em breve vais saber, comenta aí e te mandamos o primeiro cap por PM. E claro não mostre sob condição nenhuma para ninguém!!!
Então aí vai a fanfic, pela penúltima vez: boa leitura! Música do Lifehouse, perfa!


__________________________________________________________________________________________________________

Cuidado com o que você sonha - Página 26 107702192bedda7af43

Tão longe de onde você está
Essas milhas tornaram nossos mundos separados
E eu sinto sua falta, sim eu sinto sua falta


Bill Kaulitz

O vento arrancava as últimas folhas sem dó algum, quase partindo os galhos das árvores. Já não tinha mais sol - em vez disso o céu cinza-chumbo - o ar gélido e cortante, o asfalto sempre molhado. Seria um longo e frio inverno.
E como ela gostava de neve... dessa época. É impossível de esquecer da primeira vez que Glória tocou na neve, e no privilégio que tive em estar com ela nesse dia.
Estava enrolado com o cobertor, vendo a janela. A floresta se resumia a troncos e galhos escuros e sem folha alguma, balançando conforme o vento. Lá em baixo eu via a entrada de carros, o Audi de Tom chegando alertou minha mãe, que foi recebê-los. Tentei imaginar a surpresa que Tom e Cris teriam a me ver.
Achei estranho do modo que minha mãe abraçou Cris. Ela confirmou com a cabeça duas vezes, tentava não deixar as mãos tremendo. Tom parecia bem mais tenso, sério demais. Tudo indicava que haviam discutido no caminho.
Forcei um sorriso, nem que fosse fraco, mas mal conseguia mostrar os dentes. Não tinha mais essa capacidade.
- Uau, uau, uau! - disse Cris quando me viu - ficou... nossa, sem palavras!
- Olha! Parece até gente! - Tom brincou.
- Haa, então porque não assume que é loiro também?!
- Minha mulher me prefere moreno.
- SUA?! - Cris o encarou, voltando a estar brava.
- É, minha. Você quer que eu recite suas palavras de ontem à noite?
- Cala essa boca!
- Oh sim, eu sou sua! - Ele a imitou, e Cris jogou sua enorme bolsa na cara dele, sem dó. Foi quando reparei que Tom não estava mais de tipóia.
- Ah, o braço se curou!
- Pois é... preciso das duas mãos para administrar esse mulher - ele mostrou a língua, enquanto recolocava o celular no bolso, havia caído.
- Mas sério B, ficou um máximo loirão assim, está bem natural, até tem mechas!
- É, não queria deixar loiro platinado... está quase na cor natural. Mamãe é uma ótima cabeleireira!
- Vai deixar assim agora?
- Vou. Sabe a... - hesitei em dizer seu nome. Quem sabe fosse por causa do peso que ele tinha, ou do rombo que poderia causar no coração -... sua irmã sempre quis me ver loiro, eu lembro que ela reclamava que eu ficava na frente do espelho esperando a raiz loira nascer para colocar tinta. Ela ia gostar, não é?
- Sim, ia.
O timer ao meu lado tocou. Abri a garrafa d' água e comecei a tomar 7 tipos diferentes de comprimido. Seria minha rotina a partir da frente, para me manter vivo, e a quantidade podia aumentar ou diminuir, tudo dependia do meu organismo. Tomei os comprimidos de uma vez, e os dois ficaram me olhando curiosos, em silêncio.
- Pílula diurética? - Tom disse, rindo de canto.
- Tom!
- Tá tudo bem, Cris! Não maninho, já estou magro o suficiente.
- E feio. Agora com certeza sou o mais lindão!
- Prefiro loiros - Cris provocou.
- Então vai catar algum que te suporte! Eu sou o único homem na face dessa terra que sabe como lidar com Cristine Santos Kaulitz, sendo loiro ou não!
- Primeiro de tudo! - Ela avançou até ele, apontando o dedo indicador - ainda sou solteira, e muito bem solteira, danke! E segundo, vai pedir pra sua mãe para ficar loiro também, quero falar com Bill em particular.
- Ah, porque não posso ouvir?
- Conversa de adulto. Vai!
- Só se ganhar um selinho...
- Tom - ela olhou furiosa, arqueando a sobrancelha. Uma característica da irmã também.
- Tá bem, tá bem! Só eu que tenho que obedecer sempre!

Tão longe de onde você está
Eu estou debaixo das estrelas
E eu queria que você estivesse aqui



Cristine trancou a porta, e se sentou na minha frente, suspirando.
- Não é fácil, né?
- Me dá umas dicas... tem dia que ele fica insuportável.
- Você se acostuma.
- Pior que sim. - Ela pegou a bolsa, e retirou minhas cartas de lá de dentro - eu as li.
- E então?
- Você escreve tão mal quanto a Glória...
- Isso sim é um elogio.
- Tá o que quer que eu diga? Quase arranquei os olhos pra parar de chorar. Estava mal até agora pouco. - Ela me encarou, os olhos esverdeados cheios de ternura - está se sentindo assim mesmo?
- Estou - disse, num fio de voz.
- Bill, sabe que sempre sou sincera. Não preciso ser psicóloga pra saber que se trata de depressão.
- É o mínimo, não é...? - Voltando à mesa perto de mim, abri a estojo que Glória guardava os óculos de leitura. Eu havia escolhido aquela armação seis meses antes, era em vermelho vivo, os aros quadrados e grandes, a lente ficava escura ao sol. Perfeito para o rosto dela. - Sem ela aqui... eu fico sem oxigênio.
- Lembro dessa frase na primeira carta.
- Eu sei. E ainda... - fechei o estojo, não suportando mais vê-lo - dói. Demais... só agora, sem ela aqui... eu consigo enxergar tudo que ela fez por nós... ela simplesmente abandonou a própria vida pra viver a minha vida, os meus sonhos, as minhas vontades... Porque eu pedi!
- Ela fez isso porque te amava.
- Sabe o quão... egoísta eu estava sendo?! - Escondi o rosto com uma das mãos, e abaixei na hora ao ver o nome dela no meu pulso. Não usava mais maquiagem para ter que me preocupar com lágrimas escuras - o que eu abandonei por ela? Que sacrifícios eu fiz?... Nenhum. Nada. Eu pedi, ela fez, eu estava feliz com isso, fim da história,
- De qualquer forma, ela teria feito. Você pedindo ou não... mas se quer.... fazer sua parte... então cante a Forgotten Children uma última vez. - Ela retirou uma carta da bolsa, em envelope cor de lavanda e me estendeu - era o que ela queria de você.

Abri a carta com ansiedade. Reconheci na hora a letra - reta, firme, cheia de voltas na última letra de cada palavra - a caligrafia impecável dela.
"Para as duas pessoas mais especiais em meu tempo de existência..." dizia a primeira linha.
Uma carta para nós. Glória se despediu de mim e da irmã de uma forma exclusiva. Não ousei piscar enquanto lia rapidamente, e ao mesmo tempo implorava para que a carta fosse infinita. O pedido dela... sua angústia nos últimos momentos de vida... como ela me agradeceu por tudo, a expressão de amor...
"Te amo sempre e eternamente, Glória".


Eu sinto falta dos anos que foram apagados
Eu sinto falta do jeito que o brilho do sol iluminava seu rosto
Eu sinto falta de todas essas coisas pequenas
Nunca imaginei que elas significariam tudo pra mim
Sim, eu sinto sua falta
E eu queria que você estivesse aqui



Fiquei longos minutos relendo, com mais calma. Era o que havia restado dela no mundo, ali, nas minhas mãos.
- Ela escreve... mal porque... nos deixa assim - Cris falou, olhando para o chão.
- Destino... ela nunca acreditou nisso.
- Eu sei. Tomar um destino diferente... não sei o que quer dizer.
- E me... implorou para salvá-la. Porque se sabia o que ia acontecer?
- Esperava que me desse a resposta.
- É... estranho. Simplesmente. Do que eu poderia salvá-la?
- De ir embora sem se despedir.
- Mas ela deixa bem claro que não queria nenhum de nós por perto.
Um silêncio tomou conta do quarto... eu tentava raciocinar em algo que tivesse sentido.
- Ela disse... que estaria viva no projeto. Essa é a forma de a salvarmos e só você pode fazer - Cris tentou ser firme ao dizer, mas parecia não acreditar nas próprias palavras.
- Só pode ser isso.
- Então vai salvá-la? - A esperança tingiu seus olhos.
- Com uma... condição.
- O que?
- Quero visitar o túmulo dela o quanto antes - ela me olhou, surpresa.
- Bill... muitas fãs vão lá todos os dias, eu sempre estou lá para ver isso. Pode ser arriscado.
- Mas podem isolar a área. Eu preciso Cris. Preciso ver com os meus próprios olhos o que meu coração não acredita. Pra mim, ela não está morta, é... inaceitável. Impossível. Eu jamais vou... me permitir... viver sem ela. Nunca.


Cristine


Que argumentos eu poderia ter contra um homem agarrado em seu último fio de esperança?
E eu também. A presença dela era tão marcante ali, que quase podia queimar, ela era quase tocável naquele ar. Quando voltei a olhar para Bill, ele estava com um olhar perdido, perto da porta do banheiro. Olhei na mesma direção, não havia nada além da parede.
- Que foi? - Perguntei, confusa.
- Nada não - ele sorriu. Sorriu de verdade, da forma exclusiva de sorrir pra Glória.
Senti um frio na espinha.
- Está vendo ela? - Disse, sem crer em minhas palavras. Bill me encarou, de uma forma serena, e confirmou com a cabeça.
- Sempre a vejo. Ela... sempre está por aqui, ao meu redor, cuidando de mim. Sabe Cris... a Glória nunca foi embora.
De repente, ele olhou para algo perto de mim. Eu me retraí, e ele franziu a testa, olhando na direção perto do meu ombro. Logo depois, passou a me ver, como se tivesse voltado a enxergar uma ponta de realidade.
- Fale com minha mãe, por favor. Quero ir o quanto antes.
- Tem certeza?
- Tenho - ele disse, voltando a olhar triste atrás de mim. Por precaução, olhei para trás, mas não havia nada além da porta.
- Só não pense que enlouqueci. Pode ter certeza: sem ela seria muito, muito pior.
Fui até ele, e desfiei sua franja loira. Bill parecia ter 16 anos de novo, mas desta vez, seu rosto estava maculado por cicatrizes que demorariam certo tempo para o deixarem em paz. Ele me abraçou forte, e eu contei até dez para não perder o controle.
- Vamos conseguir, não é? - Ele me perguntou angustiado, a voz fraca demais para o Bill que eu havia conhecido.
- Vamos. Temos... que conseguir. Até logo.
Demorei para me desprender dele. O olhei ma última vez: ele havia tirado uma folha de papel e uma caneta da gaveta.
Mais uma tortura que em breve leria.


Bill Kaulitz

- Você a assustou - ela voltou a dizer e a aparecer aos poucos, deixando de ser transparente.
- Você que a assustou. Abraçou ela, eu vi. E ela pareceu ter sentido o toque.
A Glória das minhas lembranças mordeu o lábio, apertando a mão contra a soleira da janela.
- Sabe que ela não sentiu. Sabe que isso é impossível. Eu só existo pra você.
- Você morreu mesmo?
- Mas é claro que sim - os olhos dela brilharam, transbordantes.
- O que quis dizer com destino na sua carta?
Glória deu de ombros. Minha mente tentou fazê-la desaparecer, mas forcei para que ela ficasse. Levantei-me, deixando o cobertor cair no chão. Ela fechou os olhos quando "toquei" em seu rosto sem toque algum.
- Eu te proíbo de morrer dentro de mim. Porque mesmo que aqui - juntei a mão dela em meu peito - esteja fraco, esteja doente... você fica. Querendo ou não.
Então, eu senti que ela me empurrou para a cama. Glória caiu ao meu lado, rígida, como se fosse de pedra. Seus olhos estavam injetados, parecia "respirar" com dificuldade, entre os dentes. Seus pulsos estavam fechados ao máximo.
- O que foi? - perguntei, pasmo.
Ela olhou para mim aos poucos, com os lábios pálidos e entre abertos. Procurou desesperadamente minha mão.
- A-cordei...
- O que?
- Sua última chance. Não me perca mais.
- Glória?!
Ela pareceu gemer de dor, e o barulho foi mais alto que tudo, tampei os ouvidos na hora, sentindo a cabeça girar. Quando abri os olhos outra vez, minha visão estava embaçada, pesada, escura.
Era noite.
Eu havia dormido por horas.


Eu sinto as batidas do seu coração
Eu vejo as sombras do seu rosto
Só saiba que onde quer que você esteja
Eu sinto sua falta
E eu queria que você estivesse aqui


Cristine

Quando desci, dona Simone me esperava na escadaria, junto com Gordon. Estava sorrindo.
- Que foi?
- Tom e o pai dele estão conversando, e sem discutir!
- Sério?!
- Sim, pedi pra que ele viesse. Parece que está tudo bem.
Espichei o pescoço para a cozinha. Vi o braço dele apoiado na bancada, a mão segurava uma xícara de café.
- É quase um milagre.
- Algo que sempre rezei a vida inteira. E Bill?
- Está... lá em cima. Meio estranho.
- Como assim?
- Dona Simone, ele... quer ir no túmulo de Glória, o quanto antes.
- O que? - Disse Gordon, sem acreditar.
Ela refletiu por um momento.
- O que você acha?
- Ele não parecia temer com a idéia, mas estar lá é bem diferente.
- Vamos dar mais um espaço de tempo. - disse Gordon
- Não vai dar...
- Por quê?
- Ele disse que regrava a música se for até lá. Só assim, dona Simone
Ela ia dizer algo a mais, mas Tom e Georg apareceram na porta. Parecia estar tudo bem com eles.
- Olá Cristine!
- Oi senhor Kaulitz! Como está?
- T-tudo bem - ele olhou para Tom.
- Yeah - ele confirmou.
- Posso ir lá ver o Bill?
- Claro Georg.
- Nós já vamos indo pai - disse Tom, pegando em minha mão - obrigada pela conversa.
- Obrigada você. Muito obrigada, filho. - Ele disse, antes de subir.
- Vai ficar tudo bem, mãe?
- Vai, pode deixar.
- Diz tchau pro meu mano por mim, é melhor deixar ele e o pai sozinhos.
- Está chamando seu pai... de pai.
- Estou, e é como vou sempre chamá-lo a partir de agora. Já está mais do que na hora de nos perdoarmos.
- Fico muito feliz de ouvir isso de você, querido.


Eu sinto falta dos anos que foram apagados
Eu sinto falta do jeito que o brilho do sol iluminava seu rosto
Eu sinto falta de todas essas coisas pequenas
Eu nunca imaginei que elas significariam tudo pra mim
Sim, eu sinto sua falta
E eu queria que você estivesse aqui



Estávamos indo pra casa, mas antes, tínhamos um lugar para passar. Tom estava feliz por voltar a dirigir, mesmo ainda sentindo um pouco de desconforto no ombro. E eu estava sozinha, martelando pensamentos.
- Desculpa por ter discutido com você no caminho.
- Já te perdoei faz tempo está tudo bem. - Havíamos discutido no caminho, eu queria mostrar logo a carta, mas Tom era contra, queria dar tempo ao irmão. Tempo que não tínhamos mais.
- Ele sabia o que significava "destino"?
- Não... e estou com dor de cabeça por causa disso.
- Eu sei o que é - ele disse, enquanto estacionava perto da colina.
- O que é?
- Este é nosso novo destino. Somos todos pessoas que eram jovens e inconseqüentes, pagamos por nossos pecados, e agora... não temos mais nada além de novas cicatrizes e nós mesmos.
- Você que inventou isso?! - Disse, enquanto pegava o buquê de lavanda no banco de trás.
- Claro né! Todo Kaulitz tem seu lado poético.

Ri fraco. De mãos dadas, seguimos pela alameda que dava para o túmulo de Glória. Dois dos seguranças já estavam lá, cuidando de tudo. Como sempre, dava pra escutar os flashes não muito longe. Como sempre, haviam dezenas e dezenas de flores, velas, ursinhos de pelúcia em forma de golfinho, todos com o mesmo nome - Fofinho. E claro, as cartas.
Eu e Tom recolhíamos todas antes de ir até o túmulo.
A foto dela na lápide sorria de volta pra mim. Que saudade...
- Que saudade... - sussurrei, ao colocar meu buquê de flores ao lado.
- Do que, exatamente?
- Dos sentimentos dela por todos nós.
De joelhos na grama fofa, Tom apoiou o queixo em meu ombro, enquanto me envolvia em seu abraço quente e acolhedor.
- Ele disse sim, vai gravar a Forgotten.
- Mesmo?
- Uhum. Mas ele... tem uma condição.
- Qual?
- Quer vir aqui, ver ela. Ter certeza do que aconteceu.
- Vem - ele levantou na hora, me levantando também.
- Que foi?
- Vamos falar com os caras. Sei que se eu, você, Danny, Lana, Gus e Gee estivermos aqui... vai ser mais fácil.
- Tá - voltei para a lápide, tocando no mármore de leve. - Até logo, te amo maninha.

Voltamos para o carro abraçados por causa do frio e pelo amor que sentíamos um pelo outro.
- Já te disse que te amo hoje?
- Pode dizer de novo - incentivei.
- Te amo, baixinha. - ele disse, dando uma modidinha na minha orelha.
- Também te amo, altíssimo futuro senhor meu marido.
Era como Glória diria.
O amor mais diversificado, imprevisível, tempestuoso... e mais verdadeiro do mundo.

Tão longe de onde você está
Essas milhas tornaram nossos mundos separados
E eu sinto sua falta, sim, eu sinto sua falta
E eu queria que você estivesse aqui

___________________________________________________________________________________________

Avisinho importante: mana pede para todas vocês entrarem aqui!

até a próxima E ÚLTIMA VEZ!
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MensagemAssunto: Re: Cuidado com o que você sonha   Cuidado com o que você sonha - Página 26 Icon_minitimeQui Mar 11, 2010 12:39 pm

uau mano
vamos terminar...

que medo! Shocked

então, o último cap também já está escrito, quando vão querer o post?
olhem bem, da última vez: vocês que escolhem!

fiquem à vontade ^^
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MensagemAssunto: Re: Cuidado com o que você sonha   Cuidado com o que você sonha - Página 26 Icon_minitimeQui Mar 11, 2010 1:00 pm

uhhuullll
está acabando (oqueéumapenatambém>.<')

Ainn que lindinho o Bill ficou loirinhooo... Eu queria ver de verdade!!! silent
Que bom que o Bill está 'pensando em voltar a viver' ou pelo menos fingindo que está vivendo, eu gosto da assombração da Glória, ela dá esperanças/pede pro Bill voltar a ter uma vida normal (ou pelo menos quase) de volta mantendo ela viva numa institiução, regravando a música e incentivando ele a voltar a cantar!!! ^^
Ahhh eu quero ver essa cena dele visitando o túmulo da amada o quanto antes POR FAVOORRR....
AMEI a ideia que o Tom teve de chamar os outros pra estarem lá pra ficar ao lado do Bill quando ele ir/chegar ao cemitério I love you ... Isso que é amor de irmão e amigos (acho isso muito lindo nessa fic ^^)

Que ótimo que o Tom já tirou a tipóia hehehe
Citação :
Ah, o braço se curou!
- Pois é... preciso das duas mãos para administrar esse mulher - ele mostrou a língua, enquanto recolocava o celular no bolso, havia caído.
- Mas sério B, ficou um máximo loirão assim, está bem natural, até tem mechas!
AMEEEIIIIII e safado como sempre XD
Também achei o Bill GATÃO loirão desse jeito doce
*bebum*
----------
AAHH JÁ QUE ESTÁ ACABANDO... VAMOS ACABAR COM ISSO DE UMA VEZ!!!
POR MIM podem postar o quanto antes ^^ (foje das pedras e das ameaças -saicorrendoebateacaranoposte)
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MensagemAssunto: Re: Cuidado com o que você sonha   Cuidado com o que você sonha - Página 26 Icon_minitimeQui Mar 11, 2010 4:13 pm

Nossa! a quanto tempo eu não venho aqui!
Mas adorei os dois ultimos capitulos!
Opa ótimo saber que eu acertei!
e pode mandar prometo que não mostro pra ninguém!
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MensagemAssunto: Re: Cuidado com o que você sonha   Cuidado com o que você sonha - Página 26 Icon_minitimeQui Mar 11, 2010 5:40 pm

Já ta acabando ):
Queria ver o Bill loirinho de verdade *--*
Que boom que ele vai cantar Forgotten!!
POR MIM podem postar o quanto antes ^^²
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MensagemAssunto: Re: Cuidado com o que você sonha   Cuidado com o que você sonha - Página 26 Icon_minitime

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