- Patty Back-K escreveu:
- VSF VOOCÊS! NÃO ENTENDO NADA QUE ESTÃO FALANDO.
OAHSOAHSOAHSOAHOSHAOHSAOHS
SUSI, QUERO MAIS PRA HOJE.
DOIS MENINA, DOIS!_______________________________________________________________________________________________________________
Capítulo 150 - Despedida Pessoal
Anne, concordo contigo, pra isso precisa passar num psicólogo antes! Então Lou, a anestesia da cirurgia é assistida, não geral - significa que não vamos sentir dor, mas vamos sentir todo o procedimento, e isso vai realmente foda! Giih, não é nois que paga, e sim o convênio!
Agora falando na bagaça aqui: lembram dos cap´s que terminavam em partes críticas? Aí vai mais um, para não perderem o costume! Boa leitura!_____________________________________________________________________________________________________________
Cristine
Eu poderia esperar tudo ao entrar naquele quarto, mas menos Bill sentado no chão ao lado da enfermeira, com ela chorando, e ele a consolando. Mylenna logo notou que estávamos lá, e se levantou o mais rápido que pode, secando a área dos olhos descontroladamente. Ela balbuciou desculpas e saiu meio cambaleante do quarto.
Todos olhamos para ele ao mesmo tempo.
- Não comecem a imaginar o que... não aconteceu - Disse Bill, tomando fôlego e falando ao mesmo tempo. Tom foi ajudá-lo a se sentar na cama, e recolocou o medidor cardíaco na ponta do dedo indicador direito, ele fez cara de dor quando conseguiu se sentar.
- Sério? O que eu devo pensar então? - Falei, irônica.
- Cris - Gustav e Georg falaram ao mesmo tempo.
- Ok, não vamos forçar você, afinal está muito mal de cama, e se pudesse vestiria preto de luto...
- O marido dela morreu.
Parei com a frase no ar.
- M-mas ela era...
- Sim, era casada. - Ele trincou o queixo. - Ela já tem 28, mesmo não parecendo.
- Bill...
- Achou mesmo que já estava traindo a Glória?
- Não é questão de trair...
- Como não é?! - O esforço fez com que o medidor cardíaco disparasse.
- Bill, pode sossegar, estou mandando! - Tom falou o mais controlado possível, segurando o braço dele na cama. Bill respirou fundo umas duas vezes com a mão no peito, e deitou, de olhos fechados.
- Desculpe - disse, num fio de voz.
- Eu... entendo... me desculpem, não estou em meus... melhores dias.
Georg foi até ele, e desdobrou duas folhas de papel com vários rabiscos coloridos do bolso, e entregou a Bill.
- Dos gêmeos? - Ele voltou a sussurrar com a voz ainda desconhecida por nós.
- Esse é o da Laura, e esse é o do Ju. Desenharam você e a Glória.
Bill sorriu, mas de uma forma tão fraca, que parecia lhe causar dor.
- Escolheram... muito bem as cores... eu fiquei igualzinho!
- Pombas, é mó fácil desenhar você! - Tom brincou - um palito de cabelo espetado e microfone na pata!... Ai! Nossa Gee, aprendeu com a esposa a bater forte desse jeito?!
- Sim por quê? Se quiser eu chamo a Danny aqui pra fazer picadinho de você.
- E ela faz! - Gustav completou.
- Gus, e a Lana?
- Está tudo bem com ela e o bebê. Ela mandou um beijo, pediu pra voltar logo pra casa.
- Estava com... saudades de vocês...
- Só não começa a dizer “eu te amo Georg” que não vai pegar bem - Tom sussurrou - brincadeira! - Ele disse, antes de levar outro tapa na nuca.
- Pode deixar mano... eu sei que ia te magoar se me declarasse pro seu integrante preferido do Tokio Hotel...
- Haa engraçadão, vou guardar essa!
- Falou. Obrigada por terem vindo, eu... queria mesmo falar com vocês...
- Assim como nós - disse Gustav.
- Eu vou... esperar lá fora - disse.
- Pode ficar, Cris...
- Não, Bill. Sei que agora tem que falar como o chefe. É conversa de vocês. Vou tomar um café, já volto.
Não fui tomar um café, e sim procurar Mylenna. Por sorte a encontrei no caminho saindo do banheiro. Ela havia lavado o rosto, mas os olhos ainda estavam molhados.
- Oi.
- Ah... olá, senhorita Santos...
- Por favor, só Cris.
- Certo.
- Você... quer tomar um café comigo? Eu pago! - Tentei sorrir.
- Ainda tenho meia hora, posso sim.
Ela me acompanhou até a máquina de café, e pediu um expresso triplo. Fiquei disfarçando, mas olhando para ela. Por o café ser tão forte e pelas longas jornadas de trabalho, ela tinha manchas escuras ao redor dos olhos, sem falar por ser viúva. Aquele trabalho estava tirando a beleza dela, e a juventude... vi que por sua altura, ela deveria ter uns 1,80, e parecia não fazer as unhas há dias.
- Então... - pigarreei.
- Por favor, eu não quero que pense que eu e o senhor Kaulitz...
- Ah, deixa isso pra lá. Não estou inventando nada, fica tranqüila.
- Os últimos dias pra mim tem um sido um tanto complicados... - os olhos dela ficaram um pouco mais claros, um brilho lacrimal apareceu no canto dos olhos.
- Mylenna. Eu quero que saiba que não tenho nada contra a você. E se por acaso... o Bill e você... forem além disso, se ficarem juntos... eu vou apoiar, por mais difícil que seja. Sei que minha irmã jamais fosse querer que ele passasse o resto da vida se lamentando.
- Quanto a isso, meu relacionamento com o Senhor Kaulitz é tão profissional quanto eu o admiro como fã da banda.
- Nossa, sério que você também é?!
- Você também?!
- Claro, antes de gostar do Tom gostava do cuidado que ele tinha ao tratar suas guitarras...
- Então a história que a ex do Bill contou ao mundo quando eles se separaram...
- Sim, é verdade, foi o nosso passado.
- Uma verdadeira sorte de fã.
- Sim. Sabe, mesmo depois de anos, a Glória às vezes me dizia que não acreditava que fosse real, e... - parei. Usar o nome dela, lembrar de seu rosto, do seu jeito tímido... dei as costas para Mylenna, e tentei contar até 10, eu não ia chorar ali.
- Está tudo bem, Cris, eu entendo.
- Eu sei, mas é que... sabe eu... ainda espero que o telefone toque, que seja ela me dizendo: Oi Cris, eu estou bem...
- A esperança às vezes nos deixa ainda mais machucados - ela estendeu um lenço para mim. Eu sequei os olhos e voltei a encará-la.
- Você trabalha com isso, vida e morte... será que... que seria possível ela ter sobrevivido?
- Sinto muito... eu vi o anúncio ontem, encerraram as buscas.
- É. Mas nenhum corpo no avião que ela estava foi encontrado, nada sobrou. Eu às vezes imagino... se ela sentiu muita dor. Acha que doeu muito?
Ela ficou angustiada na hora, e apertou o copo vazio de café nas mãos.
- Não sei te dizer. Mas não precisa ficar assim. Ela não está sofrendo mais nada, Cristine. Sua irmã está em paz agora.
- Isso me consola, às vezes... só que estar nesse mundo sem ela... ela fez grande parte da minha vida, sinto muita falta.
Ela pegou em minha mão, apertando firme, como se me transmitisse a força de alguém que sabia muito bem como o primeiro estágio da perda parecia intransponível. Sorri fracamente.
- Obrigada.
- Eu sei... de nada.
Bill Kaulitz
- Eu já sei o que você quer dizer.
- Sabe, Tom? - Perguntei, olhando para baixo.
- E se quer saber, eu não concordo de jeito nenhum em acabar com a banda.
- É, continua lendo meus pensamentos.
- N-nós... temos de encerrar tudo mesmo? - Disse Gustav, sentado numa poltrona, na minha frente.
- Vocês sabem que sair já estava nos meus planos - Georg se desencostou da parede - mas claro, não queria mesmo que fosse assim.
- Lembram-se do início de tudo? Quando éramos só crianças que perturbavam os vizinhos, e decidimos formar a banda? Lembram do nosso pacto.
- Se um dos 4 sai, a banca acaba - Tom repetiu mecanicamente.
- Nós sempre estivemos juntos, e fomos os melhores em nosso... trabalho. Mas sempre soubemos que se um saísse... não ia dar mais. Georg tem os seus motivos. E eu... perdi totalmente a voz da vida. Perdi a alegria de viver... eu não consigo nem... respirar direito. Pra mim voltar a cantar se tornou... impossível. Me perdoem, mas não... dá mais.
Os três se entreolharam, como se soubessem algo a mais que eu não sabia.
- Bill... uma última vez - Georg disse, olhando em meus olhos.
- Não - mas eu já estava decidido.
- Pela Glória.
- Desculpe Gustav.
- Por nós, por tudo que sempre fomos!
- Tom... como irmão, espero que me entenda...
- Será que eu estava falando grego, porra?! - Eu sabia o que vinha a seguir. Quando Tom gritava daquele jeito, era porque ia chorar - É o último desejo dela... da mulher que você ama. Sem você... tudo o que a Glória planejou jamais vai se realizar - ele escondeu o rosto com as mãos.
- Não posso - e como sempre, eu também me afetava ao ver meu irmão assim. - A Glória ia entender...
- Justamente porque ela entende! Acha que ela quer se tornar um tipo de peso pra você? É um presente dela, por favor! Ela vai ficar viva assim.
- Não, ela não vai - então eu chorei, compulsivamente. Só de pensar que ela não ia mais voltar, que eu estava sozinho agora - ela não vai mais voltar, por mais que eu queira! E tudo o que eu... desejo é morrer por isso! Porque fui eu quem a matei...
- Não Bill - Gustav não estava mais suportando aquilo - Você sabe, todos nós sabíamos, assim como ela. Ela ia morrer, ela... nenhum ser humano consegue viver com um tumor daquele tamanho. Mesmo que ela ficasse, que fizesse a cirurgia aqui... nós já tínhamos perdido ela... e ela sabia, por isso não nos contava. Ela não queria ninguém chorando em volta dela, dizendo o quanto sentia muito... ela tentou viver ao máximo, amando a todos nós, amando você mais do que tudo, Bill... eu sei que você errou, mas no final... todos teríamos de aceitar a verdade.
Cristine chegou nesse ponto da conversa. Ao nos ver daquele jeito, ela já havia entendido, e confirmou várias vezes com a cabeça.
Cristine
- Eu tenho que ir.
- Onde? - Disse Tom.
- Já comprei a passagem de volta dos meus pais, o avião vai passar em Toronto, de lá vou para Calgary junto com Tess, Brian, Vicky e Lukas.
- Cris.
- Você escutou isso da boca de Maxwell. Se a resposta fosse não teria de ir pro Canadá urgentemente. Tudo o que é da minha irmã será passado para mim. - Disse, olhando diretamente para Bill, sem me importar o quanto poderia afetá-lo.
- Me perdoe...
- Você não era obrigado, jamais foi. Fazemos o que temos a capacidade de fazer. Me desculpem, eu tenho que ir.
- Cris, volte.
Deixei Tom falando no quarto. Tentei sentir raiva de Bill, mas era algo quase impossível. Como eu poderia cobrar algo dele? Mas, e tudo o que Glória havia feito, e seu maior projeto, nada iria se realizar...
Fechei os olhos quando coloquei a mão na maçaneta do carro, e Tom me impediu de abrir.
- Solta agora.
- Primeiro de tudo, pensa bem no que vai fazer, tá?
- Eu não tenho escolha...
- Então é isso. Vai embora... mas e eu?
Já irada, o encarei. Mas não por muito tempo.
- Você não pode me acompanhar, tem que ajudar seu irmão.
- Quando vou te ver de novo?
- Assim que eu resolver tudo, vou passar um tempo com pais... daí eu volto pra cá.
- E quanto tempo isso vai durar?
- Tom, não faz isso, por favor...
- Eu te amo.
- Merda! - Me afastei do carro, e consegui andar mais 5 passos. O peso de toda a responsabilidade que agora eu tinha de encarar parecia ter toneladas. Com certeza minha irmã havia escolhido a pessoa errada.
- Porque ela fez isso?! - Gritei, de costas para ele - Eu sempre fui... louca, irresponsável... só aprontei na faculdade, sempre dei trabalho e agora... tenho a empresa dela nas mãos. O que Glória tinha na cabeça? Podia ter dado tudo para Brian, ele sabe o que fazer...
- Ela fez porque - me assustei com a voz forte dele tão perto - porque ela sempre soube que você... era capaz. Você é irmã dela, Cris. Assim como eu poderia me tornar um vocalista, você pode se tornar a dona de uma empresa.
- Por acaso já está me vendo de terninho e óculos, toda autoritária?
- Ahn... não. Você pode usar roupas mais estilosas, como as XXL.
Ri pelo nariz, e ele aproveitou para me abraçar. Tudo estava frio, mas com ele tão perto, tão quente, com seu perfume... parecia que o mundo não tinha mais problemas.
- Estou com medo...
- Parabéns! Se fosse eu estaria me mijando de medo!
- Cala essa boca.
- Uh! Não me soca senão eu fico louco!
- Ah... porque isso sempre acontece comigo...
- Eu não estaria reclamando de me tornar mais rico ainda.
- Não olhe pelo lado material, lesado. Sem falar que... a carta que ela deixou...
- Eu sei. Ela não se despediu de você, de todo mundo, mas você... ela nem citou seu nome.
- Isso está me consumindo. Eu a conheço, sei que ela fez isso por algum motivo.
- O que acha que é?
- Tom... se você fosse mandar uma carta póstuma e não quisesse que ninguém a lesse além do remetente... pra onde você mandaria?
- Pra sua casa.
- Não, eu vi a caixa de correio antes de sair... nós suspendemos o envio de todas as cartas pra casa deles, não é?
- Sim, quem estaria lá para receber?
Então uma luz se acendeu na minha mente.
- Eu, Tom! Eu estaria lá!
- Mas se eles mandaram e ninguém recebeu, deve ter voltado pra central.
- Vem! - Corri até o carro, e ele sentou no banco do motorista.
- Computador. - Disse.
- Bom dia, Cris, em que posso ser útil? - A voz eletrônica do meu GPS personalizado respondeu.
- Preciso achar a Central de Envio de Cartas em Berlim. Me guie até lá.
- Certo. Pode virar a próxima esquerda...
A Central de Envio de Cartas em Berlim era um prédio branco, de três andares, com vários carros, furgões e motos da mesma cor e padrão da companhia estacionados na frente, esperando encomendas a serem entregues. Não era de se impressionar que minha Lamborghini nada chamativa despertasse a atenção quando estacionamos.
- Tem que trocar de carro, tente uma Ferrari. - Disse Tom ao sair do carro, endireitado o braço na tipóia.
- Até parece que eu sou mulher de apoiar italiano...
A atendente de uns 40 anos e um peso extra quase deixou o romance que lia cair em mãos quando nos viu. Ela gaguejou umas 30 vezes a frase: "em que posso ajudá-los?"
- Preciso saber se alguma carta postada em 22 de Setembro para a residência da minha irmã voltou para cá.
- Bem, aí é complicado... este dia foi o atentado e... vários pacotes se perderam no caminho.
Senti a garganta colar nas extremidades.
- Por favor, a carta é de extrema urgência.
- Vou ver o que posso fazer, só um instante - ela saiu do balcão. Eu me apoiei nele, tentando respirar.
- Calma, vai dar tudo certo...
- Desculpe por ser rude Tom, mas vá a merda, estou nervosa, me deixa ficar!
- Por curiosidade... estamos passando pela sua primeira TPM juntos? - Ele disse, encostando a boca em meu ouvido.
- Sim. E se quiser viver... saia de perto e me deixa.
Obedientemente ele foi se sentar numa das cadeiras de espera.
Passaram-se meia hora (que parecia meio século) até que a atendente voltasse. Mas de mãos vazias.
- Tenho uma boa e uma má notícia - ela logo pegou uma prancheta, e tirou a caneta do coque do cabelo. O óculos deslizou mais do rosto - existe sim uma carta, mas como a correspondência para o endereço foi pedido para ser suspensa, ela já foi encaminhada para o arquivo... - ela continuava a preencher o formulário, sem nos olhar.
- Mas onde é?
- Devido ao atentado terrorista desse dia, ficamos perdidos aqui... as enviamos para a Central disponível - daí ela me olhou - em Gottingen.
- E isso é...?
- Bem, mas bem depois mesmo de Magdenburgo - disse Tom.
- Hum, que bom, sabe isso é... maravilhoso, porque... é só a carta de despedida da minha irmã pra mim. Pra que se importar, não é?!
A atendente suspirou, e olhou para os lados antes de me confidenciar.
- Só preciso de sua assinatura aqui. É um formulário de urgência. Não posso impedir de a carta chegar até lá, mas assim que chegar, o sistema vai acusar o pedido e vai ser mandada de volta. Mexi uns pauzinhos... geralmente demora de 4 dias a uma semana, mas... o máximo que consegui foram 40 horas para a repostagem. E só a senhorita vai poder retirá-la aqui, eu ligo quando chegar.
- Muito obrigada mesmo.
- Que isso... só preciso de um autógrafo do guitarrista ali. Sabe, minha sobrinha só escuta essa banda!
- Ele te dá até o boné se quiser!
- Sabia que aquele boné era da edição limitada da Ecko?
- E com toda a certeza aquela fã vai cuidar dele muito melhor que você.
- Mas custou 200 Euros!
- Você gastou tanto dinheiro assim em um boné?!
- Ah, ah, ah! E a senhorita, hein? E os 75 Euros só de frete para aquela bolsa do Japão?! Sem falar no preço né... uma Louis Vitton japonesa não se acha por menos de...
- Tá, eu sei o preço!
- Cris, tá louca?! - Ele berrou. Tensa, furei o sinal sem ver, e quase bati num táxi.
- Desculpe! - Gritei, batendo a mão no volante, e estacionando de qualquer jeito no acostamento. Apoiei a cabeça no banco, e fechei os olhos.
- Respira, fica calma. Você vai ter que pilotar por enquanto, pra mim ainda não dá.
- Eu queria tanto ler isso...
- Nós vamos ler, tá? No máximo amanhã de noite nós vamos tê-la.
- Se tivermos sorte.
- Por um boné tão caro... conseguimos em até menos tempo!
Rimos para aliviar a tensão.
- Desculpe por seu boné, prometo que te compro outro.
- Não esquenta, pirralha, já ganhei o melhor prêmio da vida, minha coisa mais valiosa... - ele se aproximou da minha boca.
- Hum, e o que é...?
- Meu lindo Audi, agora com novos amortecedores e pintura personalizada. AI!
- Devia quebrar seu outro braço, seu abusado!
- Depois nós cuidamos disso - o celular dele tocou - minha mãe...
- Atende logo.
- Hallo dona Sisi!... Ela está comigo... claro que não estou dirigindo, né mãe!... Tá... o que que tem?... Está falando sério?! Mãe, isso é ótimo!
- Que foi? - O rosto dele se iluminou em um sorriso.
- Tá, estamos indo pra aí. Beijão mama!
- Que houve?
- Meu maninho vai receber alta, provavelmente até sexta!
- Oh, Tom! - Me lancei no pescoço dele - que ótimo!
- É, mas ainda dói....
- Oh, é, desculpa. Vamos pra lá.
Bill não demonstrou toda a emoção que pensávamos. Enquanto falávamos de tudo de bom que poderia acontecer, deixando a esperança nos atingir em cheio, ele continuava neutro nisso, com o olhar vago. Seu cardiologista havia recomendado sua casa, com a esperança que lá, ele se recuperasse.
Mas nem ele, nem eu tínhamos certeza disso.
Teresa ficou imediatamente brava quando disse que Bill não havia concordado. Mas sabia que não deveria parar de insistir, era algo difícil pra ele, mas quem sabe com o tempo... e mesmo assim, eu teria de ir pro Canadá, em breve. Foi naquela mesma noite que me ligaram da Central de Cartas, eu teria de estar lá às 7 da manhã. A carta havia voltado antes do previsto, ela nem mesmo havia chegado em Gottingen, só voltou em outro furgão que voltava para Berlim.
Estava na Central meia hora antes, junto com Tom. Não havíamos contado para ninguém sobre a descoberta, havíamos decidido que leríamos antes de todo mundo.
- Minha sobrinha quase teve um ataque quando viu o autógrafo e o boné!
- Sério, que bom!
- Ela agradece muito - a atendente me estendeu o envelope assim que assinei os papéis.
- Eu que lhe agradeço. Gracie, não é?
- Sim, foi um prazer ajudar.
- Muito obrigada.
Ainda não havia dado partida. Tom segurava uma de minhas mãos, e a outra eu segurava o envelope. Pelo peso deveria ter no máximo duas folhas. Reconheci o envelope na hora - era lilás com cheiro de lavanda, Glória sempre tinha envelopes do mesmo tipo na bolsa, só mandava cartas para Teresa assim.
- Abre logo antes que eu complete 50 anos aqui.
- Vamos... pra casa dela. Só lá vou conseguir... - disse, ao ler a letra dela no remetente.
Para Bill Kaulitz e Cristine Santos A casa estava terrivelmente fria, mesmo depois de ligarmos o aquecedor. Devia ser o frio solitário que agora morava ali, no lugar dela. Sentada no sofá da sala, eu rompi o lacre com cuidado, e puxei as duas folhas de carta, como havia previsto. Prendendo a respiração, comecei a ler:
"Para as duas pessoas mais especiais em meu tempo de existência...