parte 2! Boa leitura!_________________________________________________________________________________________________
Glória
Eu estava praticamente grudada em Bill quando acordei, meus ouvidos chegavam a doer por terem ficado reproduzindo as batidas do coração dele a noite toda. Mas eu sempre amava dormir ao som do coração dele, é algo sem explicação. Tinha de acordá-lo, então comecei por beijar seu longo pescoço pálido dezenas de vezes.
-Dorminhoco lindo... é tarde, sabia?
-Humm... ta cedo.
-Não está mesmo! Levanta aí!
-Eu estou morto de dor de cabeça.
-Vamos lá em baixo tomar uma Aspirina, que tal? O som alto me causa os mesmos efeitos de alguém de ressaca como você.
-Eu sou Bill Kaulitz, o perfeito, não fico de ressaca!
-Uau, que cheio! – bati com o travesseiro no rosto dele.
-Ai, assim dói...
-Vem, B, pro banho. To com fome.
-Tá, tá!
Irritado, ele entrou na ducha – desta vez quente – e nem precisou me chamar para que eu ficasse junto.
-Você fica lindo de ressaca, sabia?
-Não, é você que está muuito encantada por mim!
-Poxa, tomou a pílula do orgulho hoje, senhor Kaulitz?
-Sim, tomei metade da sua pílula de orgulho, senhora Kaulitz.
-Esperto, mas só desta vez.
Como estávamos sem pressa, cada um escolheu a roupa que o outro iria usar, roupas quentes, afinal, a cada dia, estávamos mais perto do inverno, somente lã para suportar o frio europeu.
-Ah, que saudade do Brasil...
-Hum...lá é quente demais!
-Não é não, aqui que é frio demais!
-Tá, mas só de... – ele parou de falar, olhando para frente, no corredor. Segui seu olhar, e vi Tom sentado no chão do hotel, usando uma roupa toda de moletom cinza. Ele estava com os olhos vermelhos e úmidos.
-Tom? O que foi? – Fomos até ele, mas não respondeu.
-Mano – Bill se abaixou até ele – que foi, cara?
-Bill, acho melhor o levarmos lá pra baixo.
-Tem razão. Vem, Tom.
Sem recusar, ele deixou ser carregado pelo irmão, sem dizer uma palavra. Ele somente vincava cada vez mais a testa cada vez que chegávamos mais perto do térreo.
Cristine
E então, meus olhos marejaram, e as gotas salgadas passaram a manchar a grande foto da manchete. Eu não precisava me lembrar da noite anterior, o jornal já havia feito isso, e como prometia – havia várias fotos nas paginas dentro. Se uma foto fala mais que mil palavras, então 8 fotos minhas na cama com Tom Kaulitz, falavam um enorme discurso sobre uma vadia brasileira, que se dizia casada, e que havia passado uma noite tórrida com o guitarrista mais famoso da Europa. Eu uni a mão em meus lábios trêmulos.
-Todos já sabem. – Disse Gustav – Cris... está em tudo. Acho que deve ligar pro seu marido.
Eu ia dizer algo, mas vi ele chegando com Glória e Bill, sendo praticamente carregado. Do outro lado, eu via Danny e Georg, pelo jeito haviam ido para casa, e já tinham lido algum jornal ou visto qualquer canal de TV para estarem ali, pasmados.
Me levantei.
-Cris, por favor, não causa um escândalo maior – Gustav segurou braço.
-Me solta.
-Cristine, eu não vou te soltar.
-Cuide da sua esposa e me solta, agora! – Ele devia ter ficado com medo do meu olhar, me soltou na hora.
Em passos pesados, eu fui até eles.
-Cris? – Disse minha irmã.
Joguei o jornal aberto nas fotos no chão, bem na frente dele. Eu vi a cara de Glória e Bill, em choque, assim que as viram. Glória disse “meu Deus”.
-Como? – Disse, entre os dentes.
-Como acha que um paparazzi ia entrar numa festa cheia de seguranças?
-Você... você pagou pra ele?! – Minha voz ecoou.
-Paguei. Não nego, e ele fez o trabalho que prometeu.
A raiva me subiu a cabeça na hora. Eu enchi a mão, e antes que Bill me impedisse, dei um tapa tão forte no rosto de Tom que ele caiu pra trás. Nem esperei ele cair pro completo, comecei a chutá-lo com toda a raiva que tinha. Mas não pude dar mais que dois chutes, Georg me segurou, e meus óculos escuros caíram no chão, revelando meus olhos molhados.
-Seu desgraçado! Como você pode fazer isso comigo?! – Eu não me importava do escândalo que fazia.
Quando ele se levantou-eu via a palma da minha mão gravada em seu rosto de vermelho. Ele arfava pela dor nas costelas, mas tudo o que eu queria naquele momento era matá-lo.
Me levaram para cima, mesmo tentando me livrar de Georg, ele só me soltou quando eu estava no quarto.
-Pelo amor de Deus! Você não precisava ter feito tudo aquilo, Cristine! – Glória estava perplexa.
-E quem é você pra me julgar?! Eu o odeio, eu odeio esse desgraçado, ele acabou com a minha vida!
-Cris, para de dizer isso – Danny e Lana entraram no quarto. Bill e Georg preferiram sair.
-Cris...
-Não adianta, Daniela.
-Calma, você está super nervosa.
-Não interessa! Glória, eu quero uma passagem pro Canadá agora! Eu não quero ficar nem mais um segundo em... – meu celular passou a tocar, e eu sabia muito bem quem era. Glória pegou o celular pra mim, e viu o nome na ligação.
-É, é o Richard.
Claro que era ele. Tremendo, eu atendi a ligação.
-Cristine...-Por favor, me-me deixa explicar...
-Tem como se explicar? – Eu podia ouvir o choro dele na voz.
-Amor, me perdoa, e-eu estava bêbada, eu não me lembro de nada...
-Então é essa sua desculpa?! É isso que você quer que eu aceite numa boa?-Rick...
-Eu só pude ligar o celular agora, você acredita que até a imprensa descobriu o número?! Eles querem uma entrevista, o que eu faço, aceito?! – Tomei fôlego, as palavras dele estavam afiadas.
-Não, não aceita nada...
-Eu acho que nós temos que conversar com um advogado.-Rick, não!
-Eu não posso continuar com você, se é ele que você quer...-NÃO!
-Não o que? É verdade. Eu lutei durante todo esse tempo pra ter o seu amor, mas eu sei que nunca o tive, você sempre amou ele...-Não, Rick. Não existe pessoa no mundo que eu odeie mais que ele. – Não suportava dizer aquele nome – Richard... eu não quero ficar com ele, eu quero você. Por favor, me dá uma chance!
Ele parou por um momento, eu escutava seu choro. Olhei para Glória, ela voltou a tomar os comprimidos, também tremia de nervosismo.
-Richard... fala comigo.
-Vo-você... ainda me ama de algum jeito?-É claro que eu amo, amor!
-Eu... eu estou perto de você, estou com a liga de patinação aqui na Bélgica.-Quer vir aqui?
-Eu... posso pegar um vôo e estar aí em duas horas, estou perto do aeroporto. Eu preciso... pelo menos ver você.-Por favor, eu também quero.
-Vai me buscar?-Vou, pode ter certeza que eu vou. Eu te amo, tá?
-Ok... até logo.-Até. – Desliguei o telefone, e enxuguei o rosto. Lana me deu um copo d’água, eu tomei praticamente num gole só.
-O que houve? – Glória perguntou.
-Vamos para o aeroporto. Ele está perto daqui, quer conversar comigo.
-Cris, primeiro você vai comer alguma coisa, e acalmar um pouco os nervos, ok? Daí sim nós vamos, não adianta fazer nada precipitado e você sabe.
Tive de concordar com ela.
Quando Bill e Georg entraram no quarto, foram direto a Tom. Ele estava sentado na cama, Gustav estava na sua frente, tentava conversar.
-Vai, fala! – Bill vociferou – porque você fez isso com ela?!
-Bill, se acalma...
-Não me peça calma, Georg! Como você... pode ser tão mesquinho em pensar em si mesmo desta forma?! Logo agora Tom, no final da nossa carreira, você mancha a reputação de todos desse jeito?! Fala alguma coisa!
Tom somente mexeu o queixo.
-Agora você não é homem, né? A mãe já ligou umas 20 vezes pra mim, eu simplesmente não sei o que dizer pra ela!
-Diz a verdade, porra! Diz! Diga que eu transei com ela, vai, vamos ser homens, né?!
-Ora, seu... – Gustav se levantou na hora, bloqueando Bill, e Georg segurou seu punho no ar.
-Eu não entendo você. Você, que sempre defendeu o amor, agora vem querer me julgar?! E se fosse com você, Bill, hein?! Se você tivesse de viver todos os dias ao lado da mulher que ama, e não pudesse dizer isso, não pudesse tocá-la?! Se fosse a Glória? Ou a Lana, ou a Danny?! Vão, me respondam: vocês não fariam o mesmo? Eu sei que fariam. Não só porque são homens, mas eu sei que vocês têm a mesma opinião que eu. Porque eu prefiro ter tido ela uma única vez na minha vida, do que passar a eternidade sem isso.
Bateram na porta. Bill foi atender, era Glória. Avisou que ela e Cris iriam para o aeroporto, buscar Richard.
-O marido dela está a caminho. Eu só espero que você não faça nada.
Na mesma hora, Tom se levantou, com cara de apavorado.
-Não! Ele não pode vir aqui!
-Porque, está com medo dele?
Tom simplesmente trancou-se no banheiro, e mandou uma mensagem:
Venham pra cá agora
Ele está vindoCristine
Já havíamos sido avisadas que a enorme massa da imprensa estava na frente do hotel, querendo respostas. Eu não tinha forças para dizer nada, tudo o que eu tinha que fazer, era chegar naquele aeroporto, e dizer a Richard tudo o que eu sentia, sem saber se receberia perdão. Eu já podia ver aqueles olhos azuis marejados.
-Cristine? – Saki veio em nossa direção, com o rosto tenso – não podemos sair.
-Nem pela porta dos fundos?
-Não. Você não entendeu. Dois homens estão aí, querem falar com você e com a Glória, eles estão lá atrás.
-Homens, quem? – Disse Glória.
-Não tenho tempo pra isso, Richard já vai chagar.
-Acho que é sobre ele.
-O que?
Segui Saki o mais rápido que pude, Glória veio atrás de mim. O que poderia ter acontecido com ele? Algum acidente? Oh, meu Deus, que nada de ruim tenha...
-São Cristine McDicth e Glória Santos? – Vi que Glória se assustou por eles saberem que ela nao era oficialmente casada.
-Somos. O que houve com o meu marido?
-Não podemos dar informações aqui – o homem tirou um distintivo em forma de carteira do bolso, o outro o copiou. Aquilo só podia ser coisa de filme... – Sou Mark Terrence, este é Brendon Libert, viemos dos Estados Unidos da América. Somos do FBI, vocês duas tem de nos acompanhar agora.
Não. Não podia ser....
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tensão! ate a proxima!