The Pain of Love

Será que ninguém entende que eu acabei de perder meu irmão poxa. Ele morreu de câncer e eu tive que viajar para o Canadá com urgência. Não deu para avisar para ninguém que não fosse à escola.
Ian era filho da Janice, mulher do meu pai, e do meu pai. Mas eu o considerava meu irmão mais novo. Ele tinha apenas três anos de idade e foi atingido por essa doença terrível.
Agora eu já tinha superado e a única coisa que eu mais queria no momento era falar com o meu amor. Liguei para ele, mas ele nem atendeu. Então deixei várias mensagens para ele, mas todas sem resposta. Então o jeito era esperar por amanhã.
No dia seguinte, vesti algo básico e fui para a escola, acompanhada pela Morgan que estava muito mal-humorada. Ela não me disse o porquê ainda. Então fomos para a escola, sem o tradicional comboio.
Chegamos uns minutinhos antes e sentamo-nos no gramado, recebendo o sol na nossa pele. Não vi nenhum sinal do Bill, somente seu carro - algo estranho, já que ele vinha com o Tom - e o carro dos meninos. Estranhei totalmente essa reação e fui interrompida pelo som estridente do sinal da escola.
Fui para a minha primeira aula, que era de geografia, aula com o Bill. Mas ele não estava lá, eu tinha certeza de que ele veio, pois vi seu carro, aquele mesmo carro que ele usou para me buscar na minha casa e levar-me para o parque.
Estava com um enorme mau pressentimento em relação a isso. Os fatos, a Morgan que não fala e não reage. A escola toda olhando estranho para mim. Não sei o que está acontecendo, mas mais cedo ou mais tarde eu vou descobrir.
As aulas que antecediam o intervalo seguiram como a de geografia. Eu e meu mau pressentimento. O sinal para o intervalo invadiu a escola inteira e era agora que eu ia ficar sabendo o que está acontecendo nessa droga de escola.
Peguei minha comida e sentei-me na tradicional mesa onde nós sempre sentávamos. A Morgan fez o mesmo e colocou sua comida lá com raiva.
-Agora chega. -disse ela, irritada com algo. -Náh, tem algo acontecendo e eu não sei o que é. Mas você não tem mais um namorado.
-QUE? -perguntei me engasgando.
-Isso que eu te disse, olha para trás. -involuntariamente eu olhei e vi uma cena triste. Bill, meu Bill, beijando a Lilian. Aquilo partiu tanto meu coração que a única coisa que eu senti foi raiva e pena. Raiva por que ele foi capaz de fazer isso e pena por ele não saber nem trocar uma mulher. Trocar-me pela Lilian? É a mesma coisa de trocar diamante por areia.
-Não acredito. -disse eu, abaixando minha cabeça.
-E o pior, amiga, todos dizem que ele te traiu e que você triste fugiu da escola.
-Cara, ninguém me entende mesmo né? Só você. -ela sorriu. -Mas e os outros?
-Bom, penso eu que para conseguir popularidade que o Bill estava ganhando, os três seguiram os meninos e começaram a andar com garotas amigas da Lilian - ela fez careta ao dizer esse nome.
-E o Tom?
-Quando eu soube, bati nele. Está vendo aquele roxo na bochecha dele?
-Aham. -consenti com a cabeça. -Está cômico.
-Eu sei, então eu terminei com ele. E fiquei sozinha até você voltar.
-Amiga... -duas amigas da Lilian sentaram-se ao nosso lado e não percebendo a nossa presença iniciou o que seria o clímax da minha vingança.
-Nossa, a Lili é demais, menina. Ela conseguiu fazer aquelazinha a separar do Bill rapidinho.
-Eu sei, amiga. Ela pode demais. Agora ninguém a tira do poder. -as duas bateram as mãos dando um gritinho.
-Isso mesmo. E olha que ela nem precisou de muita coisa a burra da Hannah fugiu. -uma risadinha escandalosa saiu da boca daquelas loiras.
-Cof, cof. -a Morgan tossiu indicando as nossas presenças.
-Ah. -gritou uma delas. -Vamos embora amiga. Não fico perto de gente fracassada.
-Nem eu.
Eu dei um sorriso maléfico e a Morgan me perguntou:
-O que aconteceu amiga?
-Bom, dizemos que a Lilian e companhia vão pagar caro por terem feito isso comigo, mas vai pagar mesmo.
-Adorei essa. -disse ela, com um sorriso perverso.
-Bom, a começar pelo que ela mais preza na vida dela?
-O que?
-Ser o assunto do momento.
-Bom, e o que vamos fazer?
-Aceita ser a minha namorada temporária?
-Uhm, aceito. -respondeu ela, sorrindo.
-Plano em ação!
-Uhu!
Ela arrastou minha cadeira e me deu um beijo longo e intenso. As pessoas ao redor, gritaram muito e percebi alguns flashes. Quando ela me soltou fiz questão de olhar para o novo casal mordendo o lábio sensualmente, fazendo todos daquela mesa olhar surpresos, principalmente o casal.
Morgan me deu a mão e juntas, nós fomos para o jardim e lá eu contei o que eu pretendia fazer.
Depois nós duas fomos para as nossas aulas. E era agora que eu encontraria o Bill, aula de química.
Sentei-me no lugar de sempre e o Bill também. Ele olhou para mim e eu nem me ousei a olhar para ele.
Percebi algo pesado cair na minha mesa, era um papelzinho com a aliança de namoro do Bill e estava escrito bem assim:

‘Desculpa, mas tenho que terminar’

Olhei para ele demonstrando um ‘que pena’ enquanto tirava a minha aliança. Escrevi algo no papel e embrulhei as duas alianças dentro do mesmo. Entreguei disfarçadamente para ele e fiquei a esperar pela reação dele.

‘Tudo bem, fique com as alianças, pois não quero ter as más recordações dos nossos beijos’

Ele ficou sem graça e não respondeu mais. Pronto, estou começando a minha vingança.
Voltei para casa com vontade de explodir, mas não de raiva e sim chorar e chorar. Eu realmente precisava disso.
Em casa, a Morgan ficou a tarde inteira comigo chorando e desabafando. Nem me lembro de quantos lencinhos gastamos.