Capítulo 96 - Suíça – parte 1
Não se desesperem eu to aki!Praça do Parlamento:
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Danny, Delana e os mini-listing voltaram para casa naquela semana. Georg e Gustav voltaram a ficar com aquela cara de enterro, morrendo de saudades. Próxima parada? Suíça.
-Sabe do que eu tenho saudade?
-Fala, Tom. - Disse Gustav.
-De quando abríamos essas caixinhas e tinha pizza ou hambúrguer em vez de ração de coelho! - Ele olhou para mim com raiva.
-Isso não é ração de coelho e faz bem à sua saúde, agora coma logo em silêncio.
-Você fala como a minha mãe!
-Ei, ei ei! Pode parando de gritar com a minha namorada.
-Grito o quanto quiser!
Pronto, as duas crianças começaram a se bater, e se chutar.
-Se não pararem com isso agora, vão ver o que é um soco de verdade! - Georg sempre teve esse incrível poder de acabar com as brigas.
-Valeu G. Agora a Donja assume, eu tô indo.
-Onde? - Bill se levantou e foi até mim.
-Eu não durmo há quase 16 horas, estou praticamente sonanbula aqui.
-Porque será?
-Porque um certo alemão não me deixa dormir e depois no outro dia eu fico detonada.
-Vou bater nesse cara!
-Deixa que eu faço isso. Agora, vai lá terminar de comer, vocês tem duas sessões de fotos hoje.
-Ok, só me confirma uma coisa: é verdade que te ligaram para uma entrevista?
-Como ficou sabendo?
-Não se esqueça que eu sou o chefe!
-Ahhh é. Sim, mas acho que não vou aceitar.
-Porque não? As pessoas ficam curiosas em saber quem é você.
-Deixe que fiquem, eu não sei dar uma entrevista.
-Quer que eu te de umas dicas mais tarde? - Ele me envolveu pela cintura.
-Não, valeu a oferta.
-Mesmo assim eu vou.
-Tá ficando bem saidinho, né Kaulitz?
-Para de falar e me beija logo! - Não foi bem um beijo, quase pegamos fogo e só paramos porque Saki passou na hora e pigarreou.
Algumas coisas estavam mudando. Ele já não me olhava daquela mesma forma inocente, tinha algo mais. E passei a sentir isso todas as vezes que nos tocávamos.
Eu me deitei, mas o sono não vinha. Muitas coisas me vinham na mente, principalmente, a carta do hospital. Gostaria de não ter feito exame nenhum.
“Vai dormir, agora”, me forcei a entrar no sono.
-Glória...Glória...
-Hmmmm, que é?
-Não vai acordar não? - Me sentei na cama.
-Que horas são? Quanto que eu dormi?
-Umas duas horas. Os meninos estão na sessão de fotos, depois tem festa, vai querer ir?
-Não sei não, Cris, a dor de cabeça voltou.
-E o resultado dos exames, saiu?
-Ainda não veio – menti – nem sei o porque deixei você me obrigar a fazer exames, eu estou bem. -Fui no banheiro, lavar o rosto.
-Não esta nada. Sabe o que o doutor sempre disse da sua dor de cabeça, tem isso desde o acidente.
-Eu não tenho nada na cabeça, já fiz e refiz radiografias todo ano e nunca deu nada.
-Nunca descobriram. Mas ter tanta dor assim não é normal e você sabe. Sem falar que eu vi analgésicos na sua bolsa – ela abriu a porta e olhou sério para mim – seu joelho voltou a doer?
-Não quero falar nisso. - Eu saí e fui direto na mala, procurar alguma roupa.
-Glória, se você estivesse mal ia contar, não é mesmo?... Glória!
-O que quer que eu diga, hein?! Eu não vou embora. Deixei tudo pra estar aqui e não vou voltar atrás, não importa como eu esteja. E estou bem, é só uma dor de vez e quando, não me impede de ter uma vida normal.
-Faça o que quiser, afinal, de nós duas você é a “ajuizada”. Mas só não se esqueça que agora, tem mais gente envolvida.
Meio abalada com o que ela disse, sai um pouco do hotel e fui para a praça do Palácio Federal. Pessoas circulavam por todas as direções e pombos voavam perto daquelas que davam migalhas de pão. Parei em frente ao palácio e fiquei observando a arquitetura.
-Ei, você é Glória Santos! - me virei e vi uma garota, que parecia ter uns 16 anos do meu lado. E o pior: com uma camiseta da banda.
-Sou sim. -Pra que fui falar. Ela gritou para um grupo ali próximo, e todas correram até mim, e começaram a falar ao mesmo tempo.
-O, como está o Gustav?
-Aiii, você tem o namorado mais lindo do mundo!
-Me passa o msn do Tom?
-Tira uma foto comigo?
-Me dá um autógrafo!
Elas me cutucavam e se empurravam. Davam uns gritinhos histéricos.
-Olha, nós estamos num encontro de fans do Tokio Hotel, seria maravilhoso que ficasse com a gente!
-Isso! - Todas disseram ao mesmo tempo.
Vi no relógio, tinha uma hora ainda.
-Ok, mas só posso ficar um pouco.
-Tá ótimo!
Elas competiram pra ver quem ia ficar enganchada nos meus braços. A maioria falava ao mesmo tempo, tiraram inúmeras fotos comigo. Depois um enorme interrogatório sobre cada integrante. Elas se divertiram com tudo o que falei. Ainda ficaram cantando algumas músicas, e fiz alguns vídeos no celular para mostras a eles depois. Só aí que vi as horas.
-Meu Deus, fiquei muito mais do que devia!
-Ah, já tem que ir?
-Sim meninas, acho que eles já saíram sem mim.
Todas fizeram questão de me abraçar, e nem sei quantos papéis com msn enfiei no bolso. Saí correndo, talvez ainda desse tempo. Só nesse esforço voltei a sentir dor na perna.
-Nat!
-Ah, apareceu!
-Desculpa, encontrei um monte de fãs deles que me prenderam na praça.
-Pelo jeito ninguém te avisou que ia ter encontro de fãs aqui perto, né?
-Não! Eles já foram?
-Sim, eu estava indo agora.
-Ah, pode me esperar rapidinho que eu vou com você?
-Claro, vou estar lá no bar, se apressa!
-Sim, rapidinho.
Vesti a primeira roupa que encontrei: uma calça jeans preta bem ajustada, uma blusa vermelha e um colete preto por cima. No carro, pedi pra Natalie colocar um make bem rápido. Eficou muito bom: sombra esfumaçada e gloss vermelho nos lábios. Eu mostrei os vídeos das meninas para ela, ela gostou, mas concordou que se os meninos tivessem ido, talvez não sobrasse nada deles.
Na entrada, alguns flashes rápidos, não paramos para as fotos. Quando a porta estava bem perto um grupo de microfones me cercou. Eu mal respondi, todos falavm ao mesmo tempo. Só que uma coisa me chamou a atenção:
-É verdade que veio separar Nicole Scherzinger do seu namorado?
Não. Aquela mulher não poderia estar ali.
Eu os empurrei e entrei na hora.
-Não liga para o que eles falaram, são sensacionalista de natureza!
-Eu sei, Nat! - mas na verdade, procurava Bill naquela multidão. Tanto que saí andando.
Depois de muita cotovelada e de me cansar falando “ com licença”, o achei. A raiva me subiu nas veias. Lá estava ele de costas para mim, perto do bar com Tom do lado, conversando animadamente com a PCD-líder. O pior: ela estava acendendo um cigarro para ele, coisa que eu havia proibido. Nicole afastou o olhar e me reconheceu, e logo disse algo para ele. Bill se virou, e deixou o cigarro cair da boca.
Eu não sabia se matava ou morria.