That Day - Duas irmãs, um segredo.

Ao acordar, quase na hora do almoço me vi no hospital, após tanto tempo ainda não acostumei, ao olhar pra sua cama não a vi, meu coração disparou, sai desesperada até lá fora onde falei com uma enfermeira.

- Onde está a paciente do 16 ?

_ Ela foi a piscina pra aula de fisioterapia, não se preocupe.

Fiquei mais tranqüila e voltei ao quarto para comer a fruta do meu café da manhã. Lavei ela na pia, e ao voltar a poltrona vi um papel sobre o chão, peguei e vi uma letra bem mal caprichada, torta, nem parecia a letra de Lis, comecei a ler...

“ Estava chovendo, nós estávamos em uma casa vazia, grande com muitas vidraças, tinha um homem na minha frente, alto, branco com os cabelos negros espetados, ele gritava comigo, eu chorava...não havia mais ninguém naquela casa, apenas eu e ele, discutíamos, e pela vidraça dava pra ver os trovões e relâmpagos, as luzes estavam fracas e acendiam e apagavam constantemente... as únicas palavras que eu conseguia ouvir dele ... ‘ Lis, não pode mais fazer isso...estás a acabar com nossa vida, estás a destruir nosso amor...não posso mais viver assim.’... Eu não consigo me recordar de minha palavras, eu colocava as mãos sobre minha cabeça, ela doía, meu nariz estava inchado, haviam copos quebrados, garrafas viradas, notas de dinheiro sobre uma mesa transparente. Eu saiu de perto dele, com ele me dizendo pra ir pra casa, ele me dizendo que tudo ficaria bem, que um dia estaria Ok, dizia que me amava, que precisava da minha recuperação. Que recuperação?...Eu entro no carro, ando durante vários minutos sobre a estrada, a chuva está forte, meus olhos estão ardendo, parecia que a chuva estava dentro do carro caindo sobre eles, eu estava molhada, olho pra frente e vejo dois faróis, dois grandes faróis, minhas mãos deslizam sobre o volante, e logo me vejo imersa de água, o carro vai descendo aos poucos como um elevador, e eu não consigo me mexer...logo durmo com os pulmões queimando, só me lembro daquele dia.”

Aquela carta me fez lembrar do que eu sempre quis esquecer, daquele dia. O dia em que ela sofreu o acidente, o dia que ela descobriu sobre eu e Bill. Tanta coisa, e ela vai se lembrar justo disso, eu não podia falar pra ela, ela não se lembraria mesmo, e ele não contaria, não se eu o pressionasse. Logo ela voltou, andando bem vagarosamente com a ajuda das enfermeiras, e logo ao entrar me abraçou.

- Lis, está andando que feliz!

- Lara, somos gêmeas! –ela falou tão animada.

- Sim, não sabia?

- Não conseguia ver.

- Me desculpe eu devia ter falado.

- Tirando a parte de eu estar muito seca, nós somos idênticas. – ela continuava daquele jeitinho de sempre.

- Pois é, eu estou fora de forma.

- Não Lara! Você está linda...estou dizendo que eu estou muito branca,muito seca, com cara de doente mesmo, não vejo a hora de tomar um solzinho.

- Logo vai tomar meu anjo.

_ Senhora Swan, o doutor Kurt quer ter uma palavra com a senhora. – Uma enfermeira me chamou, e eu dei um beijo em Lisa e sai pra falar com ele.

Entrei em sua sala, e ele me falou dos procedimentos, disse que Lisa teria alta em 3 dias, e que ela estava muito bem de saúde, só precisaria de uma fisioterapeuta pra voltar a andar direito. E agora?

Ao sair de sua sala eu fiquei meio sem reação, sentei na escada e fiquei por um tempo pensando no que iria fazer, eu estava durante tanto tempo naquela maneira, que não tinha pra quem recorrer, resolvi ligar pra ele novamente.

- Alô.

- Bill, porque não me atende?

- Me desculpe Lara, eu estou confuso.

- Cadê as crianças?

- Estão com a minha mãe, como ela está?

- Voltou a falar, voltou a andar, e não se lembra de nada, exceto daquele dia.

- Aquele dia?

- Sim Bill, ela escreveu em um papel, disse que sonha com esse dia constantemente.

- Não sei se estou preparado...já faz tanto tempo.


- Eu sei Bill, mas temos que falar pra ela sobre nós.

- Sobre nós?

- Sim Bill.

- Não posso, não agora, não sei o que tem na cabeça dela, ela pode estar mudada.

- Mudada como Bill, ela continua sendo a Lisa.

- Lara! Se ela não se lembra de nada, ela pode muito bem não querer mais fazer o que ela fazia, acho melhor nem falarmos sobre isso com ela.

- Sim, e temos mais uma coisa que não devemos falar.

- O que?

- O motivo daquela recaída dela naquele dia.

- Não ...não posso mentir pra ela sobre isso.

- Bill, passei quase 3 anos da minha vida tentando concertar meu erro, e agora ela não lembra, ela só vai sofrer se lembrar e outra, eu sofrerei mais.

- Ok Lara, depois veremos isso, deixe-me desligar, temos uma entrevista em poucas horas.

- Ela sairá em 3 dias.

- O que? Já?

- Sim, o que farei? Pra onde levá-la?

- Pra minha casa, que era minha e dela.

- E você Bill?

- Ficarei com a minha mãe.

- E eu?

- Você volte a morar em seu apartamento, pegue suas coisas na minha casa e de sua cópia pra ela, o chaveiro dela ainda está pendurado.

Ele ficou em silencio por um minuto, eu sabia que ele sentia saudades dela ainda, me despedi dele e fiquei pensando por um tempo nisso, depois de tanto tempo, depois de tanta coisa que ela apronto com ele, ele ainda a amava, o fundo eu sentia que ele via ela quando nós dois estávamos juntos. Voltei pro quarto...

Genteee, pra quem acompanha a That Day eu quero dizer que nao haverá fic até terça...
Talvez segunda eu consiga postar...
não estou em casa e não tenho os arquivos aqui! D:
( Como a Meris sempre fala né - pelo menos to avisando)
rsrsrss

Foi mal pela chatisse desse post.
Beijossssss

obs: Muito feliz! TH NO BRASIL

Eu fiquei em pé na janela esperando ela, queria saber o que o medico diria, e o pior...queria que ela me dissesse se o homem daquele dia era o Bill. Ela entrou.

- Lara o que ele falou?

- Você sairá daqui em 3 dias! – me abraçou.

- Nem acredito, irei pra casa, quero ver meus pequenos.

- Sim Lis. – ela ficou séria.

- Ei, me diga, o homem daquele dia é Bill?

- Sim.

- Cadê ele? Quero vê-lo.

- Lara, ele está em uma entrevista agora, sabe ele é muito ocupado.

- Entrevista?

- Ele é vocalista de uma banda.

- Nossa! Preciso me lembrar das coisas...mas...me fale,onde eu irei ficar?

- Na sua antiga casa, com seus filhos creio.

- Ai, não vejo a hora.

- É...vai passar rápido.

- Ei Lara, muito obrigado por tudo, você é meu anjo, nem sei como uma pessoa pode fazer tão bem pra mim, te amo!

Após essa noite fiquei contando os segundos para voltar pra casa, eu ainda não poderia ver meus filhos, precisava voltar logo meus movimentos e as enfermeiras disseram que eu voltaria em poucas semanas. A única coisa que eu precisava era da memória, apenas lapsos dela passavam na minha cabeça, e nessas noites comecei a lembrar aos poucos, e primeiro foi sobre meus pequenos, ótimos sonhos, neles Bill estava, seu sorriso me iluminava. Eu queria vê-los e essa espera enfim acabou, quando passaram os 3 dias e eu finalmente fui pra casa...

**
A saída, a chegada

Saímos do hospital logo pela manhã, após ouvirmos as recomendações dos médicos, eu deveria ficar de repouso alguns meses até me recuperar totalmente, meu coração estava batendo mais do que o normal, meu estomago estava domado não por borboletas, e sim por morcegos que faziam com que eu me sentisse mais nervosa. Bill estaria lá, as crianças também.

Paramos em uma casa grande, com um grande jardim, ela tinha muros, muitas câmeras, era bem diferente das outras casas do caminho, entramos por uma grande porta de madeira, lá dentro haviam alguns empregados que me olhavam como se eu fosse alguma obra de arte, olho para a sala de visitas e vejo meus pequeninos sentados em um dos sofás um do lado do outro, eles me olhavam com aqueles lindos olhos, eu fui diretamente a eles, me agachei na frente deles, mas não houve reação nenhuma deles.

- Oi meus amores.

- Olá. – disseram juntos.

Lara – Não vão abraçar a mamãe?

Eles me abraçaram. E não falavam nada, tinha aparentemente 4 anos, 4 anos? Meu Deus!

Mike – Você acordou mamãe?

Lis – Sim meu amor, a mamãe acordou, e nunca mais vou dormir.

Breno – Nunca mais?

Lis – Não!

Breno – Então poderá ficar junto com a gente a noite?

Lis – Sim meus amores.

Eu os abracei, chorando, comecei a soluçar e acho que os assustei.

Mike – O que você tem mamãe?

Lis – A mamãe está muito feliz, por isso.

Breno – Mas, se ela é a nossa mãe o que a tia Lara é nossa? – ele disse olhando pra Mike.

Uma voz diferente respondeu por Mike:

_ A tia Lara é a tia de vocês, não a mãe meus amores! – Olho pra porta da cozinha após ouvir sua voz, era ele!

Eu o olhei por alguns minutos, ele estava sério, logo voltou pra cozinha sem ao menos me cumprimentar. Eu fui em direção a cozinha pedindo pra que Lara ficasse lá com as crianças...Ao entrar pela porta eu o vejo sentado em um banco encostado no balcão com aquela xícara, seus cabelos estavam diferente do daquele dia, estavam penteados pra trás, ele estava muito bem arrumado pra quem estaria em casa, e seu rosto não se levantava enquanto nós conversávamos.

- Olá Bill.

- Oi...Oi Lisa...como se sente?

- Dolorida...mas e você...Como está?

- Confuso.

- Não era pra eu estar dizendo isso?

- Me desculpe.

- Por que não olha em meus olhos?

- Não consigo.

- Me desculpe por não conseguir me lembrar de vocês. – ele olhou, e seus olhos incidiam tristeza.

- Não tem que pedir desculpas por isso.

- Eu sei mas...é uma sensação que eu não consigo deixar, queria que vocês pudessem me contar as coisas, mas...Lara está me privando de palavras e agora você esta me limitando olhares...eu...

- Não se preocupe Lis, acabaste de acordar, terá muito de descobrir agora.

- Sim...mas...e você...

- Estou com medo Lis...já faz tanto tempo, a única imagem que consigo ver é de você naquela cama sem reações...e isso durante tanto tempo...

- Eu sei, quero esquecer isso, não precisa ter medo.

Eu o abracei, ele correspondeu, e ambos começamos a chorar, Lara entrou na cozinha me avisando que as crianças queriam falar comigo novamente. Sai e os deixei na cozinha...