That Day - Duas irmãs, um segredo.

Enfim chegou segunda feira e Bill desencanaria de mim, eu não agüentava mais sua insistência em me levar ao medico, tantas mulheres tinham os filhos sem irem ao medico, porque eu iria? Era só o começo da gravidez, e ele foi viajar sem ao menos me dar tchau, Bill era tão dono de si. A ponto de transbordar seu orgulho a todas direções, eu não sei, indescritivelmente exótico. Eu resolvi esperar, ele voltaria em 3 ou 4 meses no máximo, eu sempre sabia de todos os passos deles na tour, mas dessa vez eu me privei, em 3 anos ele nunca me chamou pra ir junto dele, diferente da Lisa, que sempre o acompanhava nas épocas de tour e shows, enfim, eu esperaria ele voltar e nos poderíamos ir juntos.

E assim se passou um mês, Meg não me visitava mais, não com freqüência, não sei o que ela tinha, mas não fazia diferença, Meg nunca fora minha amiga de verdade até então.

O telefone toca.

-Alo. - atendi receosa, poderia ser ele, ao mesmo tempo que eu suplicava pra ouvir sua voz e temia suas palavras.

- Oi Lara, sou eu a Lisa. - Lisa? Sua voz doce açucarada me acalmou, mas, qual o motivo da ligação? Continuei silenciada, falei um oi sequinho e ela continuou. - Bill me contou antes dele viajar. - como sempre, a açúcar empedrada, é, Lisa era assim. - Me contou da sua gravidez Lara! - pronto, direta e reta, porem, sua voz continuava serena, calma, sem ódio.

- Não está brava? - baixei a retaguarda esperando uma compreensão.

- Não, eu...eu fico feliz por você, e quero que vocês fiquem bem. - sim, ela disse isso, com todas palavras, vogais e consoantes, sem sequer me atacar, ela era diferente de mim a ponto de assustar.

- Até uns dias atrás você me ligou pra jogar na minha cara que ele era seu marido e... - ataquei-a de uma maneira protetora, eu sempre fora assim, atacava pra me defender, talvez essas atitudes me proporcionavam tais conseqüências.

- As coisas mudam Lara, as pessoas também, estou falando isso de coração, não estou sendo falsa com você. – Ela foi direta e seca nas palavras, a doçura se fragmentara e eu a entendi, senti uma pontadinha de dor nas suas palavras, Lisa sofria ao me dizer aquelas palavras sangrentas.

- Que bom Lisa, eu....o amo. - conclui, certa de meus devaneios. Ela soltou um ‘uhum’ e eu me senti a pior pessoa do mundo, talvez ela estaria chorando ou se matando por dentro.- Venha me visitar, quando você puder. - terminei mesmo agora. Chega de dores fantasmas.

- Bom, deixe-me ir, boa sorte Lara. - desligou telefone. Pobre Lis, pobre Lara, pobre Bill, céus, nossas vidas estavam um rebuliço.

Desliguei e fiquei pensando. Ela estava sendo sincera, eu sabia que Lisa não deixaria que Bill me largasse na mão mesmo que isso fosse prejudicá-La, ela era certa demais pra discordar disso. Esperei que ela me ligasse novamente pra dizer quando viria, enquanto isso eu sonhava e pensava consecutivamente na minha gravidez, no meu bebezinho com a cara do Bill, eu estava torcendo muito pra que fosse menina, Bill iria amar ter uma menininha pra ele mimar, e proteger, já que ele já tinha dois menininhos, Bill sempre fora um pai atencioso e cheio de mimos, era o exemplo de marido que eu queria pra mim, sempre observava a vida deles quando ia visitar Lis antigamente, e eles eram tão felizes, Bill fazia waffers horríveis no café da manhã, Lis sempre acordava depois e eles sempre estavam de bom humor pela manhã, era o exemplo de família que eu sonhava pra mim, e agora era meu, ou quase meu, faltava pouco tempo.