Parte 2
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Num impulso só, Tom a empurrou para a cama, Cris apoiou os cotovelos no lençol, ele logo ficou sobre ela.
-Não! Por favor, não...
-Eu tenho que fazer.
-Tom!
Ele a forçou para que se deitasse, e procurou ser o mais romântico o possível ao unir seus lábios nos dela. Ele tremia ao ver que era correspondido. Com a ponta dos dedos, foi até a alça do vestido, sua garganta pinicava de tão seca. Cristine tentou impedir, mas seus reflexos estavam lentos para que conseguisse. Tentando conter-se ao máximo, ela a deixou nua em segundos, e retirou sua roupa com pressa.
-Para... para! – Ela tentava dizer.
-Cristine, olhe pra mim.
-Não!
-Eu não vou fazer nada com você. Nada que não queira que eu faça.
-Por que está mentindo pra mim? – Os olhos dela estavam marejados.
-Você não sabe o quanto eu sinto por isso...
Ele procurou a calça, e tirou um pequeno vidro do bolso. Usando o conta-gotas, ele a fez engolir três gotas do remédio. Ela apagou definitivamente. Ainda tremendo, ele pegou o celular, e digitou os números o mais rápido que podia. Com uma dor indescritível, ele via a mulher que amava ao seu lado.
-Enfin! – A voz enérgica com sotaque francês disse – como está a donzela, bem dopada?
-Como você disse que estava. Venha logo, use a chave que eu te dei.
-Immédiatement! Voltando a se deitar, Tom colocou Cris sobre si, com se ela o abraçasse. Ele a abraçou forte, sabendo que o que havia feito não tinha mais volta, mesmo que ela jamais o perdoasse. Ele fechou os olhos ao escutar a porta ser destrancada, e logo depois os abriu, com muito esforço. O paparazzi já estava com a câmera em mãos, e o falso sorriso francês nos lábios. Franssuah Lásquez, um dos maiores fotógrafos de celebridades que existia, via com satisfação o maior trunfo de sua carreira profissional.
-A cena está perfeitamente real.
Félicitations, Tom Kaulitz!
-Vá logo com isso.
-Relaxe, o verdadeiro artista da fotografia deve ter calma neste momento.
Franssuah bagunçou ainda mais o cobertor que estava sobre eles, e ajustou a câmera no melhor ângulo que tinha.
-Agora, feche os olhos
mon ami, finja que está esgotado depois de uma intensa noite com a dama.
Relutante, Tom fechou os olhos. A cada flash que ouvia, era como uma facada, que matava cada vez mais a esperança que guardava no coração: a esperança de um dia ter Cristine. Ele já imaginava o que sua família, o que seus amigos iriam achar dele. Mas isso não interessava. No fundo, ele tinha plena certeza que estava certo.
-Prontinho. Um ensaio
magnifique, digno de capa de revista.
-É só espero que cumpra sua parte nisso.
-Pode deixar. Amanhã, essas fotos estão na Bild, nos jornais, na Internet, na TV... todos vão ficar sabendo, inclusive o pobre corno por encomenda, haha!
-Já terminou?
-Mas é óbvio que
non. E meu ordenado?
-Ma primeira gaveta do criado mudo.
O paparazzi conferiu o cheque, a cifra seguida de vários zeros. Rapidamente guardou-o dentro do bolso.
-Foi um prazer. Precisando, sabe onde me encontrar. E não se preocupe, nunca saberão a verdade desta noite. Ao menos que queira contar,
oui?
-Certo.
No escuro do quarto, ele podia ver os contornos dela. Em silencio, a analisava, centímetro por centímetro, sabendo que aquela seria a única vez que a teria. Lutando contra seus próprios desejos de consumar o ato, ele tentou dormir, ou pelo menos, fingir.
-Eu te amo Cristine. Sempre...
Glória
Não demorou muito para que Bill estivesse bêbado demais, mesmo tentando controlá-lo. Ele já tinha tirado o paletó, o cabelo já era vencido pela gravidade, e cheirava a álcool e perfume.
-Bill vamos embora, é sério.
-Não, não, você nem dançou comigo ainda!
Ele tentou se levantar, mas tropeçou no cadarço da bota, e caiu para trás. Todos ao redor assoviaram ou riram.
-Bill! Meu Deus, você está bem?!
-Olha, eu estou vendo... ovelhas cor de rosa!
-Arg chega, vamos descer pro quarto agora.
-Deixa aí, Glória, cata o que restar amanhã!
-Há, muuito engraçado, Danny! Pessoal, eu vou indo, vou ter que tentar levar uma girafa para cama.
-Eba! Agora só eu e minha linda pra curtir aqui... – Georg foi se aproximando da esposa, e mesmo Danny virando a cara, por birra por ele ter bebido, ele conseguiu beijá-la.
Eu praticamente despejei Bill no sofá do elevador, ele começou a rir. Eu tentava me controlar em ver aquela cena cômica.
-Vem qui... senta... - a voz e o hálito dele não deixavam dúvidas do álcool no sangue.
-Prefiro ficar de pé.
-Psiu! – Ele me puxou pelo braço, e me sentei em seu colo – nossa! Você ta muito linda hoje!
-E você bebeu mais do que devia.
-Que naada! Eu to sóbrio!
-Uhum, uhum...
-Pode me explicar porque seus olhos brilham tanto, senhora Kaulitz?
-É porque eles te refletem, senhor Kaulitz.
Me desprendi dele, e o arrastei para fora do elevador, ele tentava andar se apoiando em mim.
-Espera aqui só um pouco, eu vou ver a Cris.
-Quee nada! Deixa ela dormir, ela está bem!
-Será?
-Está sim. Deixa ela, vem me colocar na cama!
-Ah, nananinanão, direto pra ducha fria.
-Amanhã conversamos sobre nossa ressaca.
-Bill agora!
Ele tentou me impedir, enquanto eu o despia, ele ficava se jogando em cima de mim, rindo. O chuveiro frio foi como uma descarga elétrica nele, ele mesmo tirou a maquiagem com o sabonete. Piscando na água, ele ficou me olhando, e eu sabia muito bem o porquê.
-Já tomou banho? – Perguntei, fingindo impaciência.
-Você ainda não.
-Amanhã eu tomo, não estou bêbada como você.
-Ah, nananinanão, direto pra ducha fria! – Ele me imitou, e antes que pudesse impedir, eu estava de roupa no chuveiro.
-Nossa, ta fria mesmo!
-Achou que eu tava brincando?
Eu sorri, mas logo fiquei séria. Com os dedos finos e ágeis ele tirou meu vestido. Eu sempre sentia calafrios nessa hora, acho que porque sempre parecia bom demais pra ser verdade. Ele desligou a ducha, e ficou afastando meu cabelo molhado da cara, fiz o mesmo nele.
-Essa nossa vida te que foi bem legal, né?
-É, até que foi – concordei, rindo.
Ele começou a me beijar a beijar meu pescoço, eu ficava super nervosa quando ele fazia isso.
-Bill... você mal se agüenta em pé.
-Lembra do lema da banda? Leb Die Sekunde, Glória. Se hoje, se esta noite fosse a nossa última, você não gostaria de estar comigo?
Eu não precisei responder. Começamos ali mesmo, mas estava frio demais. Como todas as vezes, eu só me lembrava dos fragmentos de memória.
Ele usando o fósforo ao lado da lareira, acendendo-a. O fogo iluminando seu rosto, seus olhos, seu sorriso.
A vontade que tínhamos de sempre nos olhar nos olhos, não querendo perder um único segundo.
O riso que ele tentou abafar ao ver que me assustei por ele ter sido rápido em nos colar.
A voz dele sussurrando que me amava. Essa era a melhor parte.
Os beijos molhados, a forma como ele conseguia me deixar bem, me sentir desejada.
O carinho transmitido por cada toque.
E a angústia – que por mais que ele se esforçasse, deixava transparecer no final.
Não sabia o motivo, mas o abraçava com toda a força que tinha, como se tudo gritasse que eu fosse perdê-lo. Ele viu como eu estava, e tentou me acalmar, dizendo que estava tudo bem.
Mas nós dois sabíamos que nada estava bem.
E que tudo piorou a partir daquela manhã.
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cafajesteee!!!!!