Capítulo 1The fantasyTalvez hoje nós possamos esquecer tudo
Poderia ser como o céu
Sou uma máquina
Sem vida, apenas uma concha com a qual eu sonheiEram quatro garotas diferentes, quatro amigas dividindo um enorme apartamento em Berlim. E ele era grande o suficiente, Com quartos-suítes para cada uma delas. Suas vidas eram típicas de garotas normais até então, trabalhavam e faziam faculdade. Elas eram:
Andrea: 19 anos, estatura mediana e um corpo curvilíneo. Tinha os cabelos repicados com mexas loiras no tom preto e seus olhos eram castanhos. Andrea era palhaçona, mas às vezes se irritava com facilidade. E era a mais safada de todas. Fazia faculdade de letras, seus pais mandavam o dinheiro mensalmente, então ela não se preocupava muito em trabalhar.
Luiza: 20 anos, estatura mediana e um corpo curvilíneo. Seus cabelos iam até a altura dos seios num tom de castanho quase loiro e seus olhos eram azuis. Sua beleza era normal, típica de uma alemã, mas sua personalidade nem tanto. Ela gostava de coisas exóticas. Era uma menina amável, mas sabia se impor se fosse necessário. Fazia faculdade de arquitetura. E como os pais de Andrea, os seus também mandavam dinheiro suficiente para se manter em Berlim com as amigas.
D'Julia: 19 anos, era realmente baixa, não tinha um corpo curvilíneo, mas era proporcional. Seus cabelos eram castanhos com pontas loiras até as costas. Seus olhos eram castanhos. D'Julia era temperamental e um pouco teimosa, o que às vezes a fazia parecer um pouco antipática. Mas era um doce de menina. Seu humor era um tanto irônico. Trabalhava como colunista de uma revista famosa na Alemanha.
Mirian: 20 anos. Alta e magra. Seus cabelos eram castanhos escuros, um pouco abaixo do ombro, e seus olhos eram castanhos claros. Tinha uma beleza diferente, o que a fazia ser cobiçada no mercado da moda, onde trabalhava. Mirian tinha um gênio forte, o que a dava um ar de mandona, era um pouco desastrada, impaciente e era uma manteiga derretida. Diferente de algumas outras modelos, tinha alguma coisa na cabeça e não usava só seus atributos físicos para se dar bem, isso também. Mas não era só isso.
–
Mirian tinha ido fazer uma sessão de fotos, D'Julia foi para a revista, Luiza não teria aula e Andrea foi pra faculdade. Era mais um dia normal na vida das quatro garotas, até Andrea resolver aprontar.
– MAS PROFESSOR NÃO É JUSTO! – Andrea gritava com o professor, sendo apoiada pelos colegas de classe. Paulo Bertolt, o professor de literatura mais odiado da faculdade. Conhecido por ser carrasco, havia perdido o trabalho da classe inteira, e queria que eles simplesmente fizessem tudo de novo para não ficar com zero no semestre.
– Eu digo o que é e o que não é justo Srtª Andrea, agora sente-se, copie a matéria e comece a refazer seu trabalho.
– EU NÃO VOU FAZER PORCARIA NENHUMA! EU JÁ FIZ. SE VOCÊ PERDEU, É RESPONSABILIDADE SUA! – Andrea se levantou da cadeira encarando o professor.
– Você é muito abusada menina, quer levar uma advertência é?
– Tanto faz, se você quiser me dar. – Andrea disse olhando com desprezo pro professor.
– Vamos pra sala da reitora agora Andrea Baumann. Além de advertência vou chamar seu responsável.
– Alô, eu sou maior de idade.
– Alguém maior que você. 19 anos, você ainda é uma criança. – Paulo disse puxando Andrea pelo braço corredor a fora.
– EU SEI ANDAR CARALHO!
– Não parece! E não fale palavrão na minha presença. Senão aumento a sua advertência. – Andrea apenas rolou os olhos em resposta. Logo estavam na sala da reitora.
– O que a trás aqui? – A reitora olhava pro professor que carregava Andrea pelo braço.
– Advertência. – O professor começou a explicar o que tinha ocorrido na sala. A versão dele, claro. Toda vez que Andrea abria a boca, a reitora pedia que fizesse silencio.
– Mas isso é um horror Andrea Baumann, já é segunda vez nessa semana que você para aqui! Você tem distúrbio de caráter menina? – A reitora perguntava olhando para Andrea que preferiu permanecer em silêncio, antes que as coisas piorassem. – vamos ligar agora para seu responsável.
– Meus pais não moram na cidade. Eles nem moram na Alemanha.
– Quem mora com você? – Andrea pensou na resposta, se falasse que eram suas amigas, não considerariam, então preferiu mentir.
– Minha tia. – Andrea disse tentando segurar o riso, ao pensar na cara de D'Julia quando soubesse dessa história. Logo emendou. – Ela é colunista de uma revista famosa.
– Espero que ela tenha mais juízo que você. Pega o telefone e liga pra ela. – Andrea logo o fez.
– Juh, preciso que você venha na faculdade. – Andrea dizia num tom de suplica.
– O que você fez Andrea? – D'Julia começou a ficar preocupada do outro lado da linha.
– Nada de mais. Ganhei uma advertência.
– Outra Andrea? Mas você não é maior de idade?
– Sou, mas não tenho 21.
– Eu também não.
– Mas você trabalha e é responsável. Preciso que você venha aqui, pode ser?
– Tudo bem Andrea, uso minha identidade falsificada. To indo praí, vê se não arruma uma advertência até eu chegar ok?
– Pode deixar. – Andrea respondeu feliz, desligando o telefone.
–
D'Julia saiu de sua sala e foi falar com a redatora da revista. Precisava de um bom argumento pra convencê-la a dar o dia de folga.
– Mas D'Julia, você não pode sair assim no meio do expediente.
– Eu sei Glórinha, mas é importante. Olha, eu termino a coluna em casa e juro que te mando por email ainda hoje. Nem que eu passe a noite inteira trabalhando.
– Tudo bem, darei um crédito porque você é a minha colunista preferida. Mas quero a coluna pronta até amanhã de manhã na minha mesa ok?
– Obrigada Glória, você é demais. – D'Julia disse dando um beijo na bochecha da redatora e indo pegar a sua bolsa na sala. Entrou no seu carro, um Cross Fox prata e saiu em direção à faculdade da Andrea que não era muito longe dali. Ao chegar à sala da reitora, D'Julia se depara com uma cena muito engraçada. Andrea estava batendo os pés no chão e tampando o ouvido. Parecia uma criança.
– Pois não? – A reitora olhou D'Julia de cima a baixo.
– Sou responsável por essa coisa ai. – D'Julia disse apontando pra Andrea que ao ouvir a voz da amiga pulou para abraçá-la. Dizendo no seu ouvido – Você é minha tia agora. – D'Julia só balançou a cabeça enquanto soltava Andrea.
– Ah sim, você deve ser a D'Julia. – O professor também a mediu de cima a baixo, também pudera. D'Julia estava usando uma mini saia jeans e uma blusa ¾ branca.
– Sou sim, o que a Andrea fez dessa vez?
– A sua sobrinha é uma revoltada. Uma mal educada, uma respondona.
– Eu sei de tudo isso senhor, alguma novidade? – D'Julia perguntou rolando os olhos, o que fez Andrea rir da cara do professor.
– Ela levou uma advertência por gritar na sala de aula, responder o professor e falar palavrão.
– Me chamaram aqui pra isso? Pelo amor de Deus, vai dizer que você nunca respondeu um professor? E puta que pariu, quem não fala palavrão? Ela tem 19 anos, faça-me o favor. – D'Julia disse para a surpresa da Reitora.
– Não admira que a Andrea seja assim, com uma responsável dessa. – A reitora disse.
– Ah cala a boca! O que eu tenho que assinar? – D'Julia perguntava estúpida.
– Aqui. – A reitora disse seca.
– Me chamem quando for importante, isso a Andrea mesmo podia fazer. – D'Julia disse assinando o papel e saindo da sala com Andrea.
– Você é uma responsável muito legal Juh! – Os olhos de Andrea brilhavam enquanto ela falava isso entrando no carro.
– Eu nem sou responsável por você Andrea, eu tenho a sua idade. – D'Julia disse rindo.
– Ah Mas... – Andrea fora interrompida pelo celular de D'Julia tocando na bolsa.
– É a Mimi! – Andrea disse olhando no visor.
– Atende ai. To dirigindo né? – D'Julia respondia o óbvio, e Andrea logo atendeu.
– Juh? – Mirian perguntou do outro lado.
– Não, é a Andrean.
– O que você ta fazendo com o celular da Juh, Andrea?
– Eu to com ela. Levei uma advertência.
– Outra? – Mirian perguntou chocada.
– Isso não importa. O que você quer Mirian? – Andrea perguntou impaciente.
– A Luiza me ligou e me chamou pra ir ao shopping, eu ia chamar a Juh também, mas já que você ta ai, venham vocês duas.
– Perai, vou falar com ela.
– Tudo bem.
– Juh, vamos pro shopping?
– Tenho que trabalhar, fica a dica.
– Por favor, Juh!
– Ah ta bom! Vou ter que passar a noite acordada mesmo. Então tanto faz. E eu to sentindo que algo vai acontecer.
– Vou avisar a Mirian então. – Andrea disse retornando ao celular.
– Mimi, a gente ta indo. Beijo.
– Ok, a gente se encontra na praça de alimentação. Beijo grande. – Mirian disse desligando o telefone.
– Juh, você ta com aquelas sensações de novo? – Andrea perguntou assustada.
– Mais ou menos. Acordei estranha.
– Estranha você já é – Andrea disse rindo e fazendo D'Julia dar língua pra ela. Depois de algum tempo no transito, chegaram ao shopping.
– Aonde a Mirian disse que elas estariam? – D'Julia perguntou entrando no Shopping com Andrea.
– Na praça de alimentação.
– Aposto que foi idéia da Luiza. – D'Julia disse rindo. Segundos depois estavam procurando Luiza e Mirian na enorme praça de alimentação do shopping.
– Ali elas ali. – Andrea apontava pra onde Mirian estava.
– Meu deus, como você achou?
– Impossível não achar a Mirian, com aquele tamanho todo. – Então elas foram em direção às meninas. Luiza estava impaciente e estava tomando um segundo sorvete quando Juh e Andrea chegaram.
– Até quem fim! – Luiza reinou.
– A gente nem demorou meu deus! – Andrea reclamava.
– É porque a gente já ta aqui há algum tempo. – Mirian explicava a impaciência de Luiza.
– Ah claro! Vamos fazer compras em qual loja? – Juh perguntava animada.
– Hm. Pra quem queria trabalhar. – Andrea estranhou.
– Ah fica quieta Andrea. – D'Julia disse fazendo as meninas rirem.
– Acho que a gente deveria ir naquela loja ali. – Luiza disse apontando pra ultima loja depois da praça de alimentação. – Tem umas roupas legais. – Ela explicou ao ver a cara das amigas.
– Exóticas. Você quer dizer? – Mirian olhou de canto.
– A D'Julia usa all star com saia jeans e ninguém fala nada.
– Hey, all star combina com saia jeans ok? Mas eu acho que a gente devia ir naquela loja mesmo.
– Vamos então né?
As meninas então entraram na loja, que para sua surpresa não era “exótica”, como a maioria dos gostos de Luiza. Andrea comprou várias blusas, Mirian comprou vários sapatos, Luiza comprou algumas calças skinnys e D'Julia só comprou um vestido. Elas andaram a loja inteira, até que Andrea deu a idéia de irem à sessão masculina.
– A gente vai fazer o que lá?
– Hm, vai que tem uns gatinhos? Eu vi uns carinhas gostosos entrando na loja.
– Cruz credo Andrea, você é pior que homem. – Luiza reclamava.
– Mas vamos?
– É, acho que a gente já comprou tudo que tinha pra comprar mesmo. – D'Julia deu de ombros e foi com Andrea, logo foram seguidas por Luiza e Mirian.
As meninas estavam andando na sessão masculina da loja quando D'Julia parou e ficou encarando um manequim de trancinhas pretas. Ele tinha um olho, uma expressão, D'Julia não sabia dizer o porquê.
– Juh, ficou encantada com o manequim é? - Andrea ia dizendo quando parou pra olhar o manequim que estava ao lado. Um manequim de dreads. Andrea ficou estática que nem D'Julia. Até Mirian e Luiza chegarem para saber o que tava acontecendo.
– O que houve meninas?
– Esses manequins são tão... Perfeitos! – D'Julia dizia olhando pro manequim que usava roupas largas.
– Eu to vendo, olha o cabelo desse aqui. Os músculos. – Luiza apertava o manequim que tinha um cabelo liso, caído até o ombro.
– Esse aqui é meu numero. Podia ser real. – Mirian disse rindo e tocando em um outro manequim de óculos.
– Vai saber. – D'Julia e Andrea encostaram simultaneamente nos cordões que cada manequim tinha no pescoço. Luiza e Mirian ainda estavam com as mãos nos outros manequins. De repente uma luz verde envolveu os quatro e... Os manequins ganharam vida.
– Isso é surreal! – D'Julia disse olhando o manequim de trancinhas pretas na sua frente.
– Sur...real! –Ele repetiu.
– Meu deus você sabe falar? – Andrea perguntou chocada olhando pro manequim de D'Julia e logo olhou pra o de dreads.
– O que a gente vai fazer agora? – Luiza perguntou.
– Não sei. Mas a gente não pode deixar eles aqui. – Era a vez de D'Julia se pronunciar.
– Ninguém vai acreditar na gente. – Mirian disse achando aquilo um absurdo.
– Vamos levá-los pra casa. – Andrea disse segurando na mão do manequim de dreads. – Esse é meu.
– Andrea, ele não é um brinquedo. – Mirian a repreendeu. – Mas eu cuido desse daqui.
– E eu desse lindo. – Luiza disse puxando o manequim de cabelo liso pela mão. Ele quase caiu e disse.
– Você precisa me ensinar a andar.
– Acho que vocês precisam aprender a ser humanos. – Andrea falou quando as três já estavam segurando os manequins pelas mãos e os ajudando a andar.
– Como vocês sabem falar? – Mirian perguntou.
– A gente não sabe, mas só sabe que sabe. – O manequim de Mirian deu de ombros.
O manequim de trancinhas pretas e com um piercing absolutamente pecaminoso na boca fez uma expressão triste olhando pra D'Julia.
– Você não vai me levar? – Ele perguntou.
– Eu não posso deixar você aqui sozinho né? – D'Julia disse segurando-o pela mão.
– Como você se chama?
– D'Julia e você?
– Eu não tenho nome.
– Já desconfiava. De qualquer maneira te chamarei de Tom, você gosta?
– Adoro! – Tom disse passando a mão pela cintura de Juliana.
[Autora intrometida:ê manequim safado –q]
Mirian estava passeando de mão dada com o manequim quando ele perguntou:
– Como eu devo te chamar? De mãe?
– Ta maluco menino? – Mirian se irritou com a possibilidade de ser parente daquele Deus... Digo manequim. - Eu me chamo Mirian.
– E eu como me chamo?
– Oras, eu não sei.
– Você me trouxe a vida, me de um nome.
– Hm. O que você acha de Gustav?
– Gustav? Combina comigo!
– É combina. - Mirian disse rindo.
– Mirian, você ta de carro? – D'Julia perguntou abraçada a Tom.
– Mas já ta assim? – Andrea olhou se surpreendendo.
– Cala a boca Andrea! – D'Julia reinou.
– Eu to sim Juh!
–Hm. Então eu vou no carro com o Tom e a Andrea e o... – D'Julia foi interrompida por Andrea.
– Bill!
– Isso, eu vou no carro com o Tom, a Andrea e o Bill, e você vai com a Luiza e os...?
– Gustav e Georg.
– Isso mesmo! E em casa a gente vê o que faz. - D'Julia completou.
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Bom,a confusao esta apenas comecando
Entao,continua ou nao?