U O L, pára tudo, quantos comentários
Obrigada a todas (E JESUS *-*) que comentaram aqui, sério *-*
Enfim, hoje vou deixar com vocês o prólogo da CATE, narrado pelo Bill. Porém, a fic será narrada em terceira pessoa. Pra quem acompanhou a HIA, essa fic não vai ser enorme que nem ela, prometo KKK
No mais, acho que não tenho mais nada para adiantar sobre essa fic... Tô muito empolgada por estar voltando a escrever depois de mais de 6 meses *-* So, enjoy
- Nossa Tom, pelo amor de Deus, mete o pé nesse acelerador de uma vez, caramba!
- Bill, nós já estamos no estacionamento seu animal, por que diabos você quer que eu meta o pé no acelerador?!
Às vezes, eu realmente odiava quando meu irmão tentava passar uma imagem de gente sensata.
- Se estivéssemos no
meu carro, aposto que já estaríamos lá dentro.
- Mas acontece que o
meu carro é mais potente – de repente, um sorriso iluminou a face de Tom, que acelerou o carro de supetão e o estacionou de um jeito rápido e majestoso, não desligando o veículo sem antes pisar algumas vezes no pedal e fazer com que seu Audi R8 produzisse um ruído um tanto quanto alto a ponto de atrair quase cem por cento dos olhares para onde nós havíamos acabado de parar -, e logo, ele chama mais a atenção, como você bem pode perceber.
Encaramos-nos seriamente por uns três segundos antes de rirmos um da cara do outro.
Atenção. Aquela era a palavra chave.
Havíamos acabado de estacionar no vasto campus de nossa universidade privada, um lugar que fora um dos piores para mim e meu irmão gêmeo, Tom.
Quando conseguimos uma vaga por aqui e passamos a frequentar a universidade, não éramos bem vistos. Eu aturei toda essa gente por 365 dias a mais que Tom. Isso deve explicar porque ele sempre perdeu a paciência antes de mim. Ele ainda não havia se acostumado com aquela gentinha como ele bem deveria.
A diversidade ali era claramente notável: vários adolescentes partidos de várias partes do mundo, até mesmo aquelas que eu não fazia a menor idéia de que poderiam existir no Atlas. Mesmo assim, aqueles idiotas sempre preferiam julgar o cara andrógino e o sujeito que mais parecia ter saído de uma vaga assistencial da equipe de Samy Deluxe, tal era seu estilo.
Não éramos ninguém quando chegamos até ali, e é claro que não demorou muito tempo para que aqueles sujeitos que mais se assemelhavam a cavalos, tal era sua massa muscular absurda, começassem a implicar conosco. Primeiro, eles nos odiavam por sermos diferentes e calouros. Logo após, eles passaram a nos odiar por outros motivos.
Eles até que eram superficialmente civilizados, pois nunca quiseram puxar alguma briga. O jogo deles era feito através de palavras, insultos pesados. E se havia uma coisa na qual Tom e eu éramos bons, era na rapidez com que tínhamos para formular uma resposta.
Eles não conseguiam nos atingir, e a cada palavra que eles pronunciavam a nós, mandávamos três que os deixavam constrangidos perto daqueles que estavam por perto, ouviam e nos ovacionavam brevemente. Assim, ganhamos a nossa fama e nosso espaço. Assim, nos tornamos os caras mais populares dentre toda aquela gente. Assim, o sobrenome Kaulitz tornou-se algo praticamente digno de respeito.
Poderíamos conversar com várias pessoas se quiséssemos. Poderíamos dormir com várias garotas que não precisassem suplicar tanto por isso. E nós
queríamos. E nós
podíamos. Eu estava cursando moda e vestuário, e já estava em meu ano de formatura, enquanto Tom cursava música e ainda precisava de alguns bons meses para se formar. Nunca imaginei que pudéssemos frequentar um lugar assim um dia, mas simplesmente aconteceu. Foi um processo natural, como a maioria das coisas em nossas vidas.
- Ual, a elite chegou – Brian esbravejou, andando em nossa direção e já nos cumprimentando, acompanhado por Steve.
- Alguém tem que colocar ordem nas coisas, não é? – Tom indagou.
- Quais coisas? Você quer dizer em qual baladinha afastada iremos virar a noite? – Steve perguntou, presunçoso.
- Não viramos a noite em baladinhas, Steve – Tom riu maliciosamente, olhando para mim logo em seguida.
- Nós curtimos a baladinha e viramos a noite em motéis. Garanto que a diversão é garantida – completei a linha de pensamentos de meu irmão, sorrindo imensamente.
- Ah, que seja – Brian revirou os olhos, não deixando de sorrir com a situação -, vocês decidem. Vai rolar uma noitada na casa do Jordan, comemoração para os calouros e tudo.
Eu mal havia prestado atenção no que Brian havia dito. Era mais interessante percorrer o campus com o olhar e dar algumas piscadelas discretas em direção a algumas garotas nas quais eu nem suspeitava o nome. Elas riam-se consigo mesmas, e depois iriam comentar o fato com as amigas. Tão... Idiotas.
- Por Deus Brian, festinha pra calouro?! – Tom indagou, me trazendo de volta à conversa. – São pessoas que fingem que sabem tudo sobre bebida e sexo para enturmar. Faça-me o favor, não tenho paciência pra principiantes.
- Vai me dizer que vocês dois não faziam isso? – Steve questionou, fazendo-me levantar as sobrancelhas automaticamente, tamanho o espanto para com a pergunta.
- Nós éramos calouros que falávamos sobre isso, mas não fingíamos saber sobre as coisas – comecei a frase.
- Já havíamos vivenciado tudo o que citávamos – Tom fechou os olhos, sorrindo que nem um demente, talvez se deliciando com uma lembrança longínqua que nos condenasse.
- Mas vocês sempre falaram sobre tudo de errado... – Brian começou, provavelmente se relembrando de tudo o que Tom ou eu mesmo já havíamos citado no passado: drogas, delegacia, bebidas, e muitas, muitas garotas.
- Pra você ver as companhias que você escolheu – declarei, gerando um silêncio momentâneo, mas que logo em seguida, foi preenchido por escandalosas risadas. - Acho que vou tomar uma água antes de seguir para o meu prédio – concluii, olhando Tom brevemente e despedindo-me dos outros garotos com um breve tapinha em seus ombros.
Andar pelos corredores da universidade não deveria ser menos do que engraçado. Sabe aqueles filmes que você vê na TV, onde aqueles caminhos que antes se encontram abarrotados de gente, de repente ficam totalmente livres para a galera popular? Então, isso acontecia por ali também. E eu não fazia parte da galera que abria passagem. Eu era o motivo para que a passagem fosse aberta.
Tom era mais podre que eu nessa trajetória: adorava implicar com um ou dois calouros que botavam o rabo entre as pernas e nada respondiam com sua implicância. Eu não tinha paciência para tanto, embora achasse aquilo superficialmente cômico.
Faltava cruzar apenas um corredor para que eu chegasse até os bebedouros mais próximos, localizados bem ao lado dos sanitários. Porém, algo me chamou a atenção nesse último cruzamento pelo qual eu tinha de passar.
Serena Milicevik.
Canadense, 1 metro e aproximadamente 76 centímetros. Mesmo período, mesmo curso, mesmo prédio e mesma sala que eu. Resumindo: o maior atraso da minha vida.
Tínhamos uma relação nada saudável de pura implicância. Eu não tinha a menor culpa se ela era minha maior concorrente em fazer as melhores coisas em nossas aulas. Eu não podia ter nenhum concorrente à altura. Eu simplesmente era o melhor, e deveria continuar sendo assim, certo? Errado.
Às vezes, eu passava por entre o corredor onde sua carteira se localizava, na fila à direita da minha, uma das últimas carteiras. Aquela criatura desenhava alguns croquis de brincadeira, por pura diversão. E os desenhos ficavam simplesmente fantásticos.
Também tinha o fato de que ela era... Digamos, “feliz” demais. Eu não sei quais os motivos que ela tinha para rir tão alto e escandalosamente como ela fazia, não conseguia ver no que ela achava tanta alegria ali dentro daquele lugar, com aquelas pessoas. Ela também era popular, mas não na universidade, e sim, no nosso prédio. Popular com aquele jeitinho irritantemente feliz... Às vezes me dava nojo. Ela andava com um sorriso tão grande no rosto que eu poderia jurar que era tudo falsidade. Por que será que mais ninguém conseguia enxergar isso?
Mas a questão não era essa; a cena me chamou a atenção única e exclusivamente porque Shad estava conversando com ela. Ou pelo menos parecia que estava. A cara dela não era uma das melhores.
E claro, esse tal de Shad era um daqueles que eram os maiorais da universidade e perdeu esse posto para os Kaulitz. É, ele deve nos amar bastante hoje em dia.
Tive de me aproximar mais porque o barulho proveniente do campus e dos demais corredores não me deixava escutar direito.
- ... e você simplesmente perde a oportunidade de ser alguém nesse lugar.
- Alguém como você? Estou longe de querer ser assim, sinceramente – ela dizia, com os olhos marejados. O que aquele animal havia dito para ela?
- Olha só, você tem uma chance nas mãos, e tudo isso pode acontecer essa noite, você só precisa...
- Eu já disse que não vai acontecer absolutamente nada por lá se eu aparecer – eu nunca havia ouvido Serena com aquele tom de voz frio antes. Nunca.
- Mas...
- Mas, mas, mas, você fala demais Shad, o que faz aqui? – não aguentei mais ficar de esguelha naquele diálogo. Eu não iria perder a chance de deixá-lo com cara de tacho mais uma vez.
- O que você faz aqui, Kaulitz? Não me lembro de ter te chamado pra conversa – ele abaixou o tom de voz, caminhando em passos lentos na minha direção. Aquilo era pra provocar medinho, era?
- Claro que não se lembra, até porque você não deve saber conversar que nem um ser humano normal, quem dirá convidar alguém pra algum diálogo – repuxei meus lábios na iniciação de um sorriso.
Ele olhou para trás, encarando Serena por uma última vez, e acompanhando seu gesto, percebi que ela estava chorando silenciosamente.
- Pensa no que eu te falei – ele se dirigiu a ela. – E espero não te ver tão cedo, mulherzinha – dessa vez , ele se dirigiu a mim, virando-se e começando a sair do local, sem ter a audácia de esbarrar em meu ombro. Com certeza, essa era a coisa que ele mais queria fazer na vida, só que não tinha coragem.
- Não se esqueça que a mulherzinha aqui já deve ter fodido muito mais vezes na vida do que você – sorri abertamente, enquanto ele me encarava quase vermelho de tanto ódio.
Esperei que ele sumisse de vista para poder olhar para Serena novamente, que havia acabado de molhar um pouco as mãos e passava-as por seu rosto e nuca.
- O que ele queria? – perguntei.
- Por acaso é da sua conta? – ela retrucou, sem olhar para mim.
- Mesmo assim, de nada por ter te livrado de uma conversa que aparentemente não estava te agradando.
- Eu não preciso que ninguém desfaça os meus diálogos por mim, Kaulitz – ela virou-se para mim pela primeira vez, com os olhos ligeiramente vermelhos e a maquiagem borrada.
- Você estava chorando, e pelo que eu saiba, pessoas com formação para palhaçada vinte e quatro horas não são disso.
Ela abriu a boca lentamente, já pensando na resposta. Porém, ela voltou a fechá-la, suspirando e ajeitando a alça da mochila em seu ombro direito, virando-se logo em seguida em direção ao sanitário feminino.
- Se ofendeu? – perguntei um pouco mais alto, exatamente para que ela me ouvisse.
- Não – ela fez questão de parar no meio do caminho, só para virar seu corpo e responder olhando em meus olhos. – Só me cansei de te escutar e olhar pra essa sua cara estúpida. As aulas nem começaram ainda, então, minha paciência por ter de estudar no mesmo ambiente que você tem de durar mais algumas horas – ela deu uma piscadela e virou-se, entrando, enfim, no sanitário.
Apenas sorri e segui em direção ao bebedouro. Eu não sabia exatamente o porquê, mas a antipatia que as pessoas tinham por mim me agradava. Acho que era exatamente por elas não poderem fazer nada a respeito. Os Kaulitz eram quase deuses por ali.