Sweet Dreams.

[Louise Narrando]

Me senti uma completa idiota por não ter falado nada para Paula depois da cena ridícula que ela fez, olhando Tom de cima a baixo.
Deixei esse pensamento de lado quando me lembrei de uma coisa mais importante. Tom. Ontem, quando nós transamos, eu tenho quase certeza de que ele não usou camisinha. Eu não me lembro de tê- lo visto colocando.
Senti um nó se formando em minha garganta apenas pela possibilidade de ficar grávida.
Corri para o banheiro, e revirei todas as gavetas de remédios. Em alguma delas eu tinha de achar alguma pílula do dia seguinte.

Eu procurava eufórica pela pílula, até que a achei. Corri para a cozinha, enchi um copo com água e tomei a pílula. Logo em seguida comecei a sentir dores de cabeça, um dos efeitos colaterais da pílula.
Não demorou muito e o meu celular tocou.
Era o Tom...


[Tom Narrando]


Sai da casa de Louise um tanto confuso. Paula, amiga de Louise se insinuou descaradamente para mim, e eu tenho certeza de que Loui percebeu e não gostou nem um pouco.
Decidi que antes de ir para o meu hotel eu iria comprar algum presente para ela.
Um anel, quem sabe.

Guiei meu carro então até uma joalheria um pouco afastada do centro, para não chamar muita atenção, e por várias vezes eu tive a impressão de estar sendo seguido. Eu já havia visto aquele carro em algum lugar.
Estacionei o carro logo em frente à joalheria e sai para comprar o anel.

Entrando na joalheria eu me deparei com um que me lembrou Louise de cara. O anel era banhado em prata, e tinha uma grande pedra de diamante em seu centro.

Louise vai adorar - pensei.

Paguei o anel, e quando sai fui direto para o meu carro. Quando estava quase chegando em frente ao hotel que eu estava hospedado, tive novamente a impressão de estar sendo seguido.

Estacionei meu carro um pouco antes de chegar a porta central, e percebi que o carro que eu achei que estava me seguindo estacionou um pouco mais atrás de mim.

Olhei pelo retrovisor e só consegui ver que era uma mulher, mais não pude ver quem era, pois logo quando a pessoa percebeu que eu havia a olhado, fechou imediatamente o vidro do carro.

Sai do carro e fui direto para dentro do hotel. Não demorou muito para que eu chegasse ao meu quarto.
Eu apenas tive o tempo de colocar uma roupa mais confortável, para logo seguida o interfone tocar.

Do outro lado uma voz sonolenta se fez ecoar para dentro do quarto que estava em silêncio:

- Senhor Tom Kaulitz, tem uma mulher aqui, a Louise... Ela quer subir, libero?

Louise? Mais por que a Louise iria ali?

- Sim, mande ela subir.

Se passaram poucos minutos e eu escutei alguém dando leves batidas na porta. Nem me preocupei em olhar quem era, pois era óbvio que seria Louise. Abri a porta, e então fui pego de surpresa.

- Paula? - Falei surpreso.

- Isso mesmo Tomzinho, Paula. - Ela falou, adentrando meu quarto e fechando a porta atrás de si.

- Paula, o que você quer aqui? - Perguntei aflito.

- Eu quero você Tom, eu quero você.

Paula colocou suas mãos delicadas sobre meus ombros e começou a reclinar-se para tentar me beijar.

- Sai Paula, me larga. – Falei, afastando Paula de mim.

- Tom, não acredite em nada que a Louise te disser, ela não te ama, Tom eu te amo.

- Ah, Paula, vai embora. Anda Paula, sai. - Falei mais uma vez, quando ela tentou de novo se aproximar de mim.

- Tom, eu não vou deixar você ficar com a Louise, eu não vou. - Falou Paula saindo do quarto desolada.

Deixei com que Paula saísse do quarto e logo liguei para Loui, fiquei com medo de Paula tentar fazer alguma coisa com ela.

Expliquei para Louise tudo o que havia acontecido, mais fiquei perplexo quando ela não me respondeu nada e apenas desligou o telefone na minha cara.

[Paula Narrando]

Tom havia me rejeitado, e eu estava disposta a dar todo o meu amor a ele. Mas ele me rejeitou, preferiu Louise.
Eu não aceitaria assim tão fácil essa rejeição. Se Tom não ficar comigo, ele não ficará com Louise, nem que pra isso eu tenha que tirar ela de meu caminho.

Sai de dentro daquele hotel me sentindo completamente rejeitada e humilhada, e ao mesmo tempo uma traíra. Por um momento, quis me arrepender do que eu havia acabado de fazer. Mas meu desejo de possuir Tom apenas pra mim tomou conta de meu ser, então eu segui com meu carro até a casa de Louise. Eu iria conversar sério com ela, e dizer que eu também queria o Tom, e que eu estaria disposta a tudo pra tê-lo apenas para mim. Eu só espero que ele ainda não tenha ligado para Louise para falar.

Estava entrando na rua da casa de Louise e decidi estacionar o carro um pouco antes, não queria que ela percebesse que eu estava ali, ela já conhecia o barulho de meu carro.

Cheguei à frente de sua casa, e sentir meu rosto ferver. Respirei fundo para poder despejar tudo em cima de Louise. Apertei a campainha e escutei os passos de Louise se aproximando da porta. Olhei pelo olho mágico e percebi que ela já havia visto que era eu.

Ela abriu a porta me olhando de maneira fria. Antes que eu pudesse falar qualquer coisa, senti sua mão estalando violentamente contra meu rosto.

Paula me olhava incrédula. Meu coração batia de maneira descompassada, parecendo que ia saltar de meu peito. Minhas mãos suavam da maneira mais absurda possível.
Paula, que se dizia minha melhor amiga, havia me traído de uma maneira imperdoável. Eu estava sentindo meu corpo cada vez mais quente, pela raiva que subia em minhas veias. As janelas que estavam abertas e o vento gelado que chocava- se contra meu corpo não eram suficientes para fazer com que eu esfriasse. Senti nojo de Paula.
Pra mim agora ela era a pessoa mais desprezível e baixa.

Ela ainda me olhava, não querendo acreditar que eu já sabia que ela tinha agido como uma verdadeira vadia.
Ergui minha mão novamente, e bati com mais força ainda no em seu rosto. Ela caiu no chão.
No mesmo momento em que Paula caiu, peguei uma de suas pernas com minhas duas mãos e a puxei para dentro de casa. Larguei Paula deitada no chão de uma maneira humilhada e a encarei com frieza, fazendo com que ela abaixasse a cabeça e fitasse o chão.

Ajoelhei- me em cima dela, e dessa vez dei-lhe uma seqüência de tapas, todas carregados de raiva, ódio e rancor.

Tentando me controlar, sai de cima de Paula que tinha seu rosto marcado com minhas mãos, as quais sempre haviam amparado- lhe, seja qual fosse o momento.

Agora, em minha mente, passavam- se cenas de quando nós duas éramos menores. Lembrei-me da nossa cumplicidade, da nossa amizade, e acima de tudo, da confiança que tínhamos uma na outra. Tínhamos.
Deixei com que uma grossa lágrima se formasse em meus olhos, mas fiz de tudo para segura-la. Inutilmente.

A raiva que eu sentia de Paula por um momento começou a transformar- se em pena. Pena da humilhação merecida que ela estava sofrendo, pena por ela ter virado o que virou.

Olhei-a e ela fitava o chão com uma aparência humilhada, derrotada. Suas mãos tremiam.

Minha cabeça doía, e eu estava sentindo vertigens. Meus olhos ardiam, e meu pensamento estava em Tom. Será mesmo que ele não havia cedido?

Quando eu menos esperava, percebi que escorriam lágrimas convulsivamente de meus olhos. Lágrimas que corriam diretamente para dentro de minha boca.

Paula levantou-se debilmente, e ao em vez de ir embora, seguiu até o banheiro de minha casa. Ela realmente não prestava.

Tudo o que eu pensava sobre Paula havia sido jogado fora. Não iria haver volta. Então, farta daquela situação e com a cabeça cheia de dúvidas, eu precisava sair dali.
Olhei ao redor, a procura das chaves do meu carro. Tive um pouco de dificuldade até conseguir encontra- las. Peguei as chaves, e de maneira desastrosa saí e entrei em meu carro.

Já na estrada, eu estava sem rumo. Apenas queria sair dali, tentar esfriar um pouco a cabeça, procurar Tom...

Por conseqüência do choro, meus olhos estavam inchados e embaçados. Já estava difícil de ver a pista. Por um instante eu perdi o controle da direção, e pude ver uma luz enorme vindo em direção ao meu carro.
Meu coração bateu mais rápido quando isso aconteceu, e as vertigens se tornaram cada vez mais constantes.

Novamente havia saído da pista. Só pude ver uma luz de relance, e depois nada.