Vocês já estão querendo que o Tom fique com a Mia? Gente, vocês gostam né? haha Fico feliz que vocês tenham gostado, mas eu continuo insatisfeita com a minha escrita. Parece que estou retrocedendo... :/ Eu ia parar de escrever, mas já que vocês gostam vou fazer um esforcinho pra melhorar
Espero que gostem e boa tortura.
Capítulo 4
Havia tempos que eu não tinha uma noite de sono tão boa e tranqüila como aquela, acho que a tensão que me pressionava por ter de enfrentar toda a família de certa forma me ajudou a relaxar e descansar como se deve. Acordei com um enorme sorriso nos lábios, levantei e fiz minha higiene matinal em meu próprio banheiro. Lembrei de Júlia que havia literalmente apagado no dia anterior, coloquei um short jeans surrado, um moletom rosa e fui até o quarto de Júlia. Bati três vezes e nada, percebi que a porta estava aberta, então entrei e me deparei com a cama feita.
Pude ouvir resquícios de conversas vindos da parte inferior da casa e assim que cheguei às escadas deparei-me com Tom, Bill e Júlia embalados numa conversa animada cheia de caras felizes e risadas.
_ Olha, Bela Adormecida resolveu despertar. – brincou Bill – Vem cá conversar com a gente, essa sua amiga é muito divertida. – convidou-me dando uma piscadela para Júlia que sorriu encabulada.
_ Pois é né, e você disse que eles não estariam aqui. Sei, sei... – Júlia fingia indignação
_ Mas eu não sabia que eles viriam, é sério. Fui pega de surpresa também. – defendi-me descendo os últimos degraus da escada.
_ Estou brincando sua boba! Vem cá, senta aqui com a gente. – Jú puxou pelo braço e juntei-me a eles.
_ Tudo bem, do que falavam? – perguntei sentando no tapete ao lado de Jú, de frente para Tom que reparava em Júlia analisando cada traço da pequena loirinha.
_ Falávamos do quão bonita sua amiga é. – Tom aproveitou a brecha para comentar o que já devia estar se passando por aquela mente suja por um bom tempo.
_ Tom! Ontem mesmo você estava reparando nas pernas da Mia, hoje já está dando em cima da amiga dela? – Bill perguntou incrédulo – Incrível!
_ Ih bobo, você não ta sabendo de nada! Tomamos até banho juntos ontem... – Tom retrucou com ar superior.
_ Woow! Alto lá Kaulitz! Eu estava de biquíni na banheira e VOCÊ se enfurnou lá. – defendi-me
_ Ok, ok. Isso é demais para eu assimilar. – pronunciou-se Júlia – Mudando de assunto, eu quero saber da família de vocês. – pediu com um enorme sorriso curioso nos lábios.
_ Cara, não tem muito que saber. Você é fã da banda deles então já sabe todo o básico e mais um pouco né. – eu disse em resposta
_ Uma fã? Hm, já é um bom começo... – disse Tom esgueirando-se para o lado da minha amiga brincando com aquele piercing irritante. Venhamos e convenhamos que sempre achei sexy, mas muito irritante.
_ Tom, menos, por favor. – pedi
_ É Mia eu sei sim, mas você nunca me contou que era prima dos dois. Quero saber em que você se encaixa na família, quero saber o que vocês faziam, como era a relação de vocês. Sei lá, fiquei curiosa. – Júlia insistia
_ Tudo bem. O que posso dizer... Sou um dia mais nova que os meninos, o que para o Tom faz muita diferença já que ele faz questão de lembrar que é dez MINUTOS mais velho que o Bill, que dirá 24h. – eu disse arrancando risadas de Bill e Jú, em troca recebendo um olhar reprovador de Tom – Fui uma adolescente, rebelde, revoltada, depressiva e esses dois sempre me salvavam de furadas.
_ Que tipo de furadas? – Júlia estava realmente interessada na história da família
Ponderei o que responderia, não podia correr o risco de contar detalhes demais é chocá-la. Mas não precisei nem abrir a boca.
_ Uma vez ela foi a uma boate e fumou sabe-se lá o que e ficou muito louca, um cara levou ela para um beco ao lado do lugar e tentou aproveitar-se dela – Bill contava – e eu que sempre fui fraco e magrelo tive que chamar o Tom correndo antes que acontecesse qualquer coisa. Tom chegou e bateu no cara e nós levamos essa doida pra casa.
_ Uau! Que loucura. – Júlia comentava de olhos arregalados – Então deu uma de super-herói né Tom?
_ Recebi um olho roxo, mas sem querer me gabar, o cara ficou bem pior. – vangloriou-se – Ah! Tenho certeza que Mia nunca te contou dos piercings e tatuagens, contou?
Júlia fez que não com a cabeça e pude prever que viria chumbo grosso caso esse papo fosse mais fundo.
_ Pois é, sua amiga já teve piercing na língua, no nariz, no umbigo e até no septo como o do Bill. – continuou Tom – Fora a tatuagem de anjo negro que ela ainda deve ter no fim das costas.
_ Você tem uma tatuagem? – Jú perguntou-me olhando dentro dos meus olhos, sua expressão era de pura surpresa.
_ Sim, eu tenho. E antes que pergunte, eu nunca mostrei porque não achei necessário ficar exibindo uma marca de uma adolescência turbulenta. – tive de me defender, novamente - Fora o fato de que já está toda desbotada, fiz aos 14 anos.
_ Você anda omitindo muita coisa sabe. Não achou necessário me contar que você é prima de dois astros do rock, não achou necessário eu saber dos seus antigos piercings, eu não precisava saber da sua tatuagem... O que mais você me esconde? Tem AIDS também? Gonorréia? Poxa achei que fôssemos melhores amigas... – minha amiga desandou a falar com ar de sofrimento, um exagero só.
_ Muito obrigada meninos. – exclamei um tanto irritada por de explicar tanta coisa depois deles terem aberto aquelas grandes bocas.
_ Não foi nada. - disse Tom debochado.
Depois de um pouco de explicações e ânimos acalmados voltamos a ter uma conversa saudável e civilizada. Conversamos trivialidades por algumas horas, almoçamos com tia Simone e Gordon, e no fim da tarde eu e Júlia nos retiramos para escolher nossas respectivas roupas para a ceia de Natal. Os convidados começariam a chegar a partir das 20h e nós já deveríamos estar todos arrumados.
Após uma longa ducha fui até o guarda-roupas, ainda enrolada na toalha, escolher um vestido para aquela noite tensa. Fiquei em dúvida entre o frente única vermelho e o tomara que caia azul celeste, com ambos esticados em cima da cama fitava-os sem saber qual escolha fazer até que ouvi alguém encostado no batente da porta.
_ Acho que deveria escolher o azul, realça a cor dos seus olhos.
_ Obrigada. – agradeci e corei ao perceber que Bill me fitava enquanto eu estava parada no meu quarto só de toalhas – Há quanto tempo está ai?
_ Não muito, cheguei a tempo apenas de ver sua indecisão entre os vestidos. – fitou o vazio por um momento, parecia ponderar as palavras que viriam a seguir – Olha Mia, eu vim só para te garantir que nosso segredo está guardado, só eu, você e Tom sabemos. Sei que está preocupada, por isso resolvi vir aqui esclarecer.
_ Obrigada, mas acho que estou mais preocupada com a pressão dessa noite. Quero dizer, eu estou curada da depressão, mas as marcas ainda estão aqui para provar o desastre que era minha vida e eu sei que as pessoas notam. – disse preocupada.
_ Ei, relaxa ok? – abraçou-me forte, um abraço longo e reconfortante – Eu estarei lá e não deixarei que ninguém passe dos limites está bem? Vou cuidar de você.
_ Obrigada Bill.
_ Agora vai lá se arrumar, quero te ver linda e alegre. – disse segurando meu rosto entre suas mãos e olhando em meus olhos.
_ Ok.
Arrumei-me e logo eu e Júlia estávamos prontas e descíamos as escadas para receber os convidados enquanto tia Simone terminava sua produção, ela sempre exagerava naquelas reuniões de família. Aos poucos os familiares iam chegando e quando eu menos esperava dei de cara com o meu pior pesadelo: Katherine Karton, prima de segundo grau, loira, chata, baixinha e mimada, apesar de ser um ano mais nova fazia da minha vida um verdadeiro inferno. Um detalhe: sempre foi apaixonada pelo Bill.
_ Mia! Há quanto tempo! – abraçou-me, aquela falsa
_ Pois é... – dei de ombros.
_ Não nos vemos desde quando você era toda maluca, doente e tomava aqueles calmantes e antidepressivos. – primeira alfinetada da noite, ponto para a vad*a.
_ Verdade. Fui para outro país me recuperei, fiz carreira como jornalista desde que comecei a trabalhar nos Estados Unidos, hoje sou a jornalista mais jovem e bem sucedida na área. E você? – respondi a altura com um sorriso nos lábios, ponto para Mia.
_ Nossa querida Katherine não conseguiu vaga na Universidade, mas continua tentando. – intrometeu-se tia Simone – Não é meu bem?
_ É tia, é. – Katherine respondeu a contra gosto retirando-se da sala.
Mais um ponto para Mia.
Até aquele momento tudo corria muito bem, as pessoas foram agradáveis, exceto minha prima irritante.
Passou da meia-noite, a família toda se reuniu na sala, fizemos um brinde e como sempre Bill e Tom foram o centro das atenções. Era chegada a hora da ceia então reunimo-nos todos na enorme mesa de jantar, e como sempre a comilança veio acompanhada do falatório. Júlia divertia-se conversando entusiasmada com alguns de meus familiares e mais uma vez meus primos famosos eram o tema das conversas paralelas durante a ceia.
_ E então, como vai a banda meninos? Muito sucesso na América? – perguntava nosso tio Angus que no auge de seus 50 anos resolveu viver a vida e levou uma belíssima loira digna de catálogo da Victoria’s Secret como acompanhante naquele ano.
_ Está tudo correndo bem. – respondia Bill – Fazemos bastante sucesso na América sim, mas nada comparado com a Europa.
_ Sei. Estou muito feliz em vê-los novamente, e Mia também é claro. – ao ouvir meu nome logo despertei de meus devaneios.
_ Obrigada tio. – limitei-me a agradecer.
_ Ver vocês três juntos novamente é como voltar aos velhos tempos... Ah! Apesar de Mia ter sido uma adolescente rebelde e... diferente, vocês eram inseparáveis, dava gosto de ver.
_ Com diferente você quis dizer problemática né – eu disse fazendo meu tio hesitar por um momento - Relaxa tio, ta tudo bem, eu já superei.
_ Desculpa, eu não quis... – Angus tentou desculpar-se.
_ Tudo bem.
_ Lembra Angus, quando os meninos formaram a banda? Lembra-se de quem foi a primeira fã deles? – tia Simone tentou mudar o rumo da conversa.
_ Claro! Nossa Mia foi a primeira a apoiá-los.
Eu, Bill e Tom nos entreolhamos rindo da vaga lembrança daqueles tempos.
_ Mia foi uma verdadeira groupie¹ de Devilish. – intrometeu-se Ketharine – Essa minha priminha era tão envolvida que chegou até a transar com um deles.
Dito isso todos os olhares presentes na mesa voltaram-se para mim, inclusive os de Júlia que parecia estar em choque, e pude sentir minha pele ficando pálida a cada expressão interrogativa em minha direção. Levantei-me e corri até a porta da sala por ali saindo e sentando-me mais a frente no extenso gramado.
O vento frio de inverno era quase congelante, mas eu não teria coragem de enfrentar todos lá dentro. Acendi um dos cigarros de Tom que estavam na mesa de centro da sala e pude ouvir passos vindos da casa, não fiz questão de olhar quem era.
_ Por essa ninguém esperava, imagino que esteja com muita raiva da Katy. – Tom sentou-se ao meu lado – Ué, achei que tivesse parado de fumar...
_ E parei. – disse e continuei a expelir fumaça.
_ Mas... Ah, esquece. – tirou seu casaco – Veste isso, você vai congelar usando só esse vestidinho nesse frio.
_ Obrigada, mas e você?
_ Vou ficar bem, esse outro aqui – indicou o que vestia por baixo daquele que havia sido tirado – também esquenta.
_ Sendo assim, obrigada. – disse e dei uma longa tragada no cigarro que já estava no fim.
_ Por nada. – fitou o horizonte por um minuto – Só queria dizer que não fui eu quem falou para ela.
_ Eu não te acusei, então relaxa.
_ Tudo bem então. Posso te fazer companhia? – pediu com um sorriso no rosto.
_ Claro, sua presença é sempre bem vinda.
Recostei-me em seu ombro e ficamos observando o céu estrelado até que todos fossem embora, então fomos dormir. Cada um em seu respectivo quarto, mas com a mesma dúvida: Como aquela víbora sabia?
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Para quem não sabe:
¹groupie: O termo Groupie significa Fã que se relaciona com os membros de suas bandas favoritas, e no mundo da música, as Groupies são bem famosas. Não se sabe ao certo quando as groupies surgiram, mas ganharam fama entre as décadas de 60 e 70, principalmente no mundo do Rock, por serem fanáticas por seus ídolos, ao ponto de fazerem sexo com eles.