Parte II
Ele também olhou para trás. Quando virei- me para olhá- lo novamente lá estava ele, sendo o reflexo dos meus atos.
Seus olhos primeiro focalizaram- se em minhas pernas, enquanto eu continuava andando. Depois ele ergueu os olhos.
A eletricidade que seu olhar me transmitiu pelo simples fato de eu saber que ambos estávamos pensando a mesma coisa percorreu o meu corpo em forma de arrepios. Em uma fração de segundo, eu pude perceber que ele se imaginava me tocando, e ainda por cima, pude perceber que ele sabia que eu também possuía em mente o mesmo. Ter alguém secando meu corpo de maneira tão inesperada fez com que eu sentisse aquela familiar ardência, aquele calor inicial ali em baixo, que poderia dar espaço a uma explosão sem precedentes se eu assim permitisse. Apenas aquele breve segundo no qual eu toquei acidentalmente seu corpo já fora suficiente para encher minha mente com pensamentos deliciosos. Queria senti- lo fazendo a sua língua entrar e sair pela minha boca enquanto eu tentava chupá- la e saborea- la ao máximo durante um beijo, queria sentir o sabor de seus lábios contrastando com o sabor metálico e a sensação gelada de seu piercing, queria aquele corpo em cima do meu, queria seus gemidos em meu ouvido. E levada por essa explosão de sensações, sorri para ele.
Tom semicerrou ligeiramente os olhos, como que dando vazão aquele instinto primitivo masculino de manter o foco inicial em apenas uma presa.
Quebrando o momento aparentemente eterno, Holly fez questão de dar um puxão em meu braço que nos fez desaparecer do campo de visão de todos os membros da banda.
Não acredito. Havia milhares de pessoas ali naquela festa conosco, milhares. Como eu conseguiria encontrá- lo novamente? - Puta merda Holly! – Praguejei, mas ela não ouviu por causa do barulho.
Sabendo que seria quase impossível falar com ela em meio a tanta gente, esperei chegarmos ao open bar para dizer alguma coisa que manifestasse a minha frustração. Precisava também pedir para ela me ajudar a encontrá- lo novamente.
Pedimos dois copos de Absolut ao barman, antes que eu dissesse:
- Holly, pelo amor de Deus, você conseguiu ver aquilo? – Perguntei, mal acreditando.
Inicialmente, se a resposta dela fosse afirmativa, eu reclamaria por ela ter atrapalhado. Mas como ela simplesmente arregalou os olhos e me encarou com feições espantadas, eu resolvi esquecer o que estava prestes a dizer a respeito da minha frustração. Ao invés disso, resolvi contar para ela o que aconteceu, juntamente com o plano que eu possuía para encontrar Tom novamente.
- O quê? – Ela olhou para trás, como se o fato a que eu estivesse me referindo ainda estivesse acontecendo às suas costas.
Apertei a sua mão e tentei ao máximo me controlar para não perder a classe e me render à vontade de gritar.
- Tom Kaulitz deu em cima de mim. – Disse, arregalando os olhos e abafando um gritinho histérico.
Holly arregalou os olhos, e sua boca abriu- se no formato de um perfeito “O”.
-
Oh my God, Paula! Isso é verdade mesmo?
Ela deu uma risada quando eu fiz um gesto afirmativo com a cabeça. Eu estava tão eufórica que soltava pequenos ruídos e gritinhos de compulsividade num volume que eu sabia que apenas ela conseguiria ouvir.
- E... O que você vai fazer agora? – Ela perguntou, enquanto pegava seu copo de Absolut da mão do barman e inclinava seu tronco em minha direção. Seus olhos azuis reluziam de expectativa e ela sorria radiante.
- Eu quero procurar ele. – Sorri. Ela recostou- se na bancada do open bar e pareceu ponderar o que eu havia acabado de falar. Seu sorriso deu lugar a uma expressão de cautela:
- Mas cuidado, não pode parecer desespero Paula. Isso vai espantá- lo.
- Eu sei. Nós só iríamos localiza- los, e depois aparecer por perto como se fosse apenas algum tipo de coincidência, para ver se ele vai continuar olhando. O que você acha? – Perguntei, tomando um gole do meu copo de vodka.
Holly pareceu ponderar novamente minhas palavras, e logo em seguida assentiu e sorriu, concordando com o meu plano.
Apoiei- me na bancada também, e apreciei a sensação gelada da bebida descendo por minha garganta.
Fazia tempo que eu era fã de Tokio Hotel, e a oportunidade de ficar com o meu integrante favorito simplesmente não poderia passar em branco em hipótese alguma. Se isso acontecesse, eu me arrependeria por muito tempo.
Então Holly cutucou meu braço com o cotovelo, e perguntou com um sorriso que demonstrava uma leve excitação:
- E aí, quando ele te olhou... Você sentiu alguma coisa?
Olhei para ela, reprimindo uma risada.
-Ah, você sabe Paula... Vontade?
Respondi:
- Senti. E foi bem gostoso, se você quer saber.
- Uh. – Holly fez um biquinho. - Ele parece ser muito bom... Para a coisa, você sabe. Não sei explicar, acho que são as mãos dele. – Ela riu.
- Holly, quando ele me olhou, eu percebi que ele estava imaginando alguma coisa comigo. Mesmo. – Falar sobre isso novamente fez com que eu percebesse que a simples retomada desse assunto já possuía a capacidade de tornar minha respiração mais lenta.
- E então... Se vocês ficarem, e a coisa for ficando melhor... Se ele pedir, você vai?
Não respondi, limitando minha resposta a desviar o olhar para o chão.
Ela riu alto, e me deu um empurrãozinho com o ombro:
- Quem diria Paula, garota de uma noite heim?
- Ora, cale essa boca estúpida. – Empurrei- a de volta com o cotovelo. Ela riu e piscou para mim.
A essa altura, minha garganta já ardia por causa das minhas tentativas de falar com Holly em meio às batidas ensurdecedoras de The Time of My Life. Peguei meu copo e o agitei devagar, vendo o líquido em seu interior assumir uma forma semelhante a um pequeno redemoinho. Holly havia parado de rir e agora estava muda ao meu lado. Antes que eu pudesse perceber que alguma coisa havia mudado no ambiente ao redor, ela cutucou- me com o cotovelo.
- Hã... Paula? – Disse Holly, sua voz ligeiramente hesitante.
- O que foi? – Perguntei, erguendo meus olhos para encará- la.
- Você se lembra que nós havíamos combinado de sair procurando Tom e o resto da Tokio Hotel? – Um pequeno sorriso principiou- se em seus lábios vermelhos.
- Por quê?
-
Well... I don’t think we’ll have to do that anymore. – Ela apontou com o queixo para o espaço à nossa frente, exatamente na hora em que a música parou e o salão ficou completamente iluminado.
Tom estava recostado junto à parede oposta que ficava logo após a pista de dança lotada, ao lado de Bill. Ambos seguravam copos com drinques nas mãos e possuíam como companhia naquele momento outras duas garotas, que insinuavam- se de maneira frustrante, colocando os cabelos atrás das orelhas a cada segundo e fazendo de tudo para tocarem o corpo com as próprias mãos. Bill parecia realmente entretido com a mulher ao seu lado, e suas virilhas estavam perto demais para duas pessoas que aparentemente pretendiam passar a noite apenas como bons amigos.
E então, pela centésima vez naquela noite, Holly cutucou- me com o cotovelo.
- Olhe ali. Ele não está nem ligando para ela. Está olhando para cá. – Disse Holly discretamente, sequer movendo os lábios.
Olhei para lá, e confirmei com os meus próprios olhos que apesar de responder tudo o que a garota ao seu lado lhe perguntava, Tom não fazia questão de manter qualquer tipo de contato visual com ela, mas sim olhava em minha direção. Pelo visto, ele também já havia me localizado.
Enrubesci, mas lutei contra a minha timidez e continuei a retribuir o olhar. Quando ele percebeu que eu realmente estava correspondendo, sorriu abertamente para mim, gesto que fez a garota virar- se e finalmente perceber que havia alguém ali que poderia acabar com seus planos com o guitarrista do Tokio Hotel naquela noite.
Ela então, visivelmente agredindo- me com o olhar, colocou- se à frente de Tom de maneira que ele não pudesse mais olhar para mim.
Segundos depois, ele se desculpou e saiu.
Parou alguns metros à frente, ainda sendo observado pela garota rejeitada que estava parada logo atrás dele sem reação, e inesperadamente acenou para mim.
Após uma fração de segundo de uma incômoda adrenalina subindo pelo meu estômago, consegui driblar a momentânea paralisia e retribuir o gesto.
Ele então, fez um gesto com a cabeça, convidando- me para a pista de dança já lotada.
E nesse exato momento as luzes do salão se apagaram e o novo DJ assumiu o posto. Um momento de silêncio e expectativa se seguiu até que a nova música começasse a tocar. Monster, música de Lady Gaga.
-
Fuck yeah. That’s my song! Ótima hora para dançar, não é mesmo? – Disse Holly, que havia começado a dançar segurando o copo de Absolut logo acima da cabeça, segundos depois de me empurrar para a pista de dança.
Desci os degraus que levavam até o open bar, e fui até o limite da pista, já completamente lotada. Séria impossível encontrar Tom se eu entrasse no meio daquela gente, então eu resolvi ficar do lado de fora e tentar encontrá- lo dali.
Normalmente numa situação como essa, eu ficaria na ponta dos pés e tentaria localiza- lo no meio de toda aquela gente, mas meus absurdos 15 centímetros de salto me tornavam capaz de enxergar relativamente toda a linha imaginária da pista de dança que ia desde onde eu estava até a parede de onde ele havia saído minutos antes.
Esforçando-me um pouco, eu consegui ver o momento em que a garota que conversava com Bill, aparentemente já cansada de apenas conversar, puxou- o para um beijo caloroso e o prensou contra a parede. Pude vê- lo também colocando os braços delicadamente em volta de sua cintura, e retribuindo ao beijo.
Mas por mais que eu me esforçasse, não conseguia ver Tom em lugar nenhum. Esperei ali mais alguns minutos, antes de me lembrar da maneira como ele dispensara a outra mulher que estava com ele.
Talvez ele tenha mudado de idéia a meu respeito também, constatei triste.
E então dando meia volta, fui fazendo o caminho de volta para o open bar. Eu andava devagar, na esperança de ainda haver alguma chance de ele aparecer ali e me chamar. Mas não, ninguém me chamou, ninguém apareceu.
Ergui os olhos e olhei para Holly. Ela estava dançando no alto da escada do open bar, com um homem que eu nunca havia visto na minha vida.
Revirei os olhos. Perfeito. Havia levado um fora e ainda por cima ficaria sobrando porque minha amiga havia arranjado um “amigo”.
De repente, alguém agarrou minha mão e puxou- me para o lado oposto ao que eu estava indo. Virei- me para olhar para trás, e sorri explicitamente ao perceber que Tom havia vindo atrás de mim e agora segurava a minha mão impedindo- me de ir embora.
Tom puxou- me pela mão para mais perto dele, e eu não hesitei em ir. Eu pretendia parar quando estivesse a alguns centímetros dele, mas quando tentei, ele continuou puxando- me até meu corpo tocar provocantemente em seu abdômen. E então, como uma garantia silenciosa de que eu não sairia dali, colocou uma das mãos em minhas costas.
- Você realmente estava indo embora? – Perguntou ele, olhando para mim e passando a mão em meus cabelos, enquanto sua boca se mantinha a uma distância enlouquecedora da minha.
- Eu achei que você tivesse mudado de idéia. Como fez com aquela garota. – Eu disse, olhando- o diretamente nos olhos e incitando- o a dizer alguma coisa que me agradasse. Ele entendeu e sorriu para mim, como que entrando no jogo.
Depois, inclinou a cabeça e levou a sua boca ao meu pescoço.
Inicialmente fechei os olhos, achando que iria senti- lo beijando- me. Mas não. Ele queria dizer alguma coisa, e aproximou- se porque queria ter a certeza de que suas palavras seriam ouvidas por mim.
“Se você não se importar, você vai ser minha essa noite.”
Arrepios de excitação e desejo percorreram meus braços e pernas. Era tudo o que eu mais queria ouvir.
E logo em seguida, seus lábios encostaram-se a meu pescoço. Ficaram ali, parados por um segundo, enquanto eu sentia sua respiração.
Então suas mãos apertaram- me com mais força e seus músculos retesaram- se, trazendo- me para mais perto de seu corpo. E finalmente, ele abriu os lábios sobre mim.
Sua língua tocou- me calmamente, e por um segundo pude sentir seus cílios tocando minha orelha ligeiramente, o que indicava que ele havia fechado os olhos.
Ele abria e fechava os lábios em meu pescoço, enquanto sua língua acompanhava o ritmo, saindo e entrando de sua boca.
Acrescentadas ao seu beijo maravilhoso, vieram pequenas mordidas. A música estava alta, mas não o suficiente para que eu deixasse de ouvir a sua respiração que se alternava entre seus movimentos.
A cada mordida meu corpo se arrepiava mais, e eu entreabri os lábios de prazer. Correspondendo aos seus movimentos, desci minhas mãos pelo seu abdômen e enrolei um de meus dedos em sua camisa, enquanto com os dedos da outra mão, ameaçava delicadamente colocar minha mão dentro de sua roupa. Ele correspondia aos meus gestos intensificando ainda mais seus movimentos, chegando a um ponto em que ele beijava meu pescoço com tanta voracidade que a força que ele exercia fazia com que meu corpo se inclinasse um pouco.
Ele retirou os lábios de meu pescoço, e olhou em meus olhos por um longo segundo. Então sorriu, segurou em minha mão novamente e me levou para o meio de toda aquela gente. No meio do caminho, ele perguntou por cima do ombro, rindo:
- O que você acha de dançar?
- Eu iria adorar.
Ele pareceu animado por eu ter aceitado, e começou a abrir espaço no meio de toda aquela gente.
Estava realmente muito cheio, e ele me levava com dificuldade para o meio de todas aquelas pessoas que dançavam.
Quando chegamos aonde ele queria, Tom virou- se para mim exatamente na hora em que o DJ trocava de música e a pista de dança estava em silêncio.
- Qual é o seu nome? – Ele perguntou, colando seu corpo no meu novamente.
- Paula. Paula Golightly. – Eu sorri, e enrolei novamente meus dedos em sua blusa.
Então, a nova música começou.
Like a g6. Eu sorri, e deixei transparecer minha empolgação. Ele pareceu perceber, e inclinou- se até o meu ouvido, seu sotaque alemão terrivelmente atraente:
- Você gosta dessa música? – Sua voz principiava um sorriso.
- Eu simplesmente amo essa música. – Sorri e mordi seu lábio inferior, provocantemente. Ele fechou os olhos e inclinou o rosto pensando que seria dessa vez que nos beijaríamos de verdade. Diverti- me com sua decepção quando retirei meus lábios de perto dos dele. Eu realmente estava abusando de minha força de vontade para provocá- lo assim, pois a minha maior vontade era a de entregar- me completamente a ele, no momento em que ele assim desejasse.
Ele pareceu perceber que eu o estava provocando, e resolveu entrar no jogo também, sorrindo e demonstrando toda a sua excitação com aquilo. Por um segundo, ele ficou completamente sério e inclinou a cabeça, fazendo sua boca ficar a milímetros da minha. Seus olhos abaixaram- se, e agora ele olhava para o meu colo, para o meu pescoço.
Por um segundo, esqueci completamente do nosso pequeno “jogo”, hipnotizada por seus lábios e pelo jeito como ele olhava para meu corpo. Fiquei olhando para a sua boca entreaberta, vendo sua língua se contrair ali dentro enlouquecida por um beijo de verdade. Naquele momento, eu estava definitivamente pronta para o melhor beijo da minha vida. Mas para o meu desespero, ele não me beijou.
-
Show me. – Disse ele, semicerrando os olhos, seu hálito quente enlouquecendo- me.
A batida principal da música começou e eu encaixei nossas pernas, disposta a levar essa provocação adiante.
Fui descendo e forcei- o a descer comigo, enquanto rebolava com as pernas encaixadas em sua coxa e o olhava diretamente nos olhos. Por um momento, com uma de minhas pernas, a que encontrava- se entre as pernas de Tom, pude sentir um pequeno volume dentro de suas calças. Também havia percebido que ele estava agindo mais cautelosamente, controlando melhor seus movimentos e sua respiração. Ele estava definitivamente excitado, e tentando controlar aquilo para seu corpo não reagisse de forma pior em público.
Enquanto subíamos novamente, ele olhava para a minha boca e passava a língua nos lábios discretamente.
Quando voltamos a ficar frente a frente, definitivamente não agüentando mais esperar, ele puxou- me violentamente contra o seu corpo, e olhou em meus olhos por um segundo antes de beijar- me com força.
Seus lábios abriam- se libidinosamente sobre os meus, e sua língua entrava em minha boca enquanto suas mãos prendiam- me ao seu corpo. Holly tinha razão quando disse que ele parecia ser bom com as mãos. Com certeza absoluta, ele era. A força com que ele me prendia não era incômoda, e muito menos machucava. Eu apenas ficava satisfeita quando ele apertava mais.
Ele continuava a me beijar, sua respiração pesada, enquanto ele enrolava os dedos em meus cabelos. A sensação de morder seu lábio inferior, cheio e maravilhoso, era extasiante. E ele correspondia com carícias cada vez mais ousadas.
Quando coloquei minha mão dentro de sua blusa e acariciei seu abdômen definido e seus mamilos, ele respirou fundo, e foi descendo calmamente as mãos, até parar com elas em minha bunda. E então ele apertou, e eu fiquei feliz pelo lugar estar lotado e haverem muitas pessoas comprimidas contra nossos corpos, pois então ninguém veria nada.
Eu então coloquei minha mão em suas costas, por debaixo da camisa, e o arranhei levemente. Ele soltou um gemido longo de satisfação. Então, quando parei de arranhá- lo, ele parou de me beijar e perguntou ofegante:
- Você quer ir a algum lugar? Agora?
Olhei para ele confusa, e ele continuou a falar. Agora ele passava a mão por meus cabelos, enquanto acariciava minha cintura com o polegar. Olhava para mim com desejo, mas havia algo mais em seus olhos. Respeito.
- Você sabe que pode confiar em mim. Vamos tomar um drinque, e depois, vamos para algum lugar mais reservado. – Ele sorriu, e completou, falando ao meu ouvido. - Você é a garota que eu escolhi para estar comigo essa noite.
Olhei para ele, sorri e assenti. Ele beijou- me delicadamente nos lábios, e pacientemente, guiou- me para fora da pista de dança, e depois, para fora da festa. Quando cruzamos a porta de saída, lembrei- me de Holly. Ela ficaria bem. Mas não melhor de que eu naquela noite, com certeza absoluta.