Hallo girls nossa eu não esperava tantas, espero não decepciona-las.
Essa fic é velha e eu nunca mostrei a ninguém, foi a primeira fic que eu fiz logo que saiu o humanoid.
Anic's como você adivinhou que tinha uma Ana aqui?
E Lady ainda bem que você sabe que se me matar vai ficar sem fic haha.
Bom o primeiro capitulo são as lembranças que alguns personagens deveriam ter, mas não tem. Por conta de fatos que vão ser citados e explicados ao longo do próprio capitulo.Boa Leitura. Capítulo 1:
That Day I Will Never Forget! My history begins!
Terça-Feira, 29 de Agosto de 2006.
Hospital Santa Edwiges, Berlim. 22:17pm.Lembro-me desse dia como se fossem ontem.
Eu havia ficado de plantão no hospital para compensar as vezes que eu tinha que sair mais cedo por causa de novos cursos que estava fazendo para aprimorar meus conhecimentos e poder tentar salvar mais vidas. Muito mais do que eu já conseguira salvar.
Nesse mesmo dia eu passei a maior parte do tempo cuidando das pessoas que haviam sido vitimas de um acidente de trem em Berlim. Eu andava apressadamente de um lado para o outro naquele corredor branco, sempre correndo para tentar salvar as vidas dos casos mais graves da UTI. Mais eu sabia que não iria parar por ai. Havia centenas de pessoas para ainda serem retiradas das ferragens do trem e a noite de hoje prometia.
Atenção Dr. Alex Velder compareça a sala de emergência! Dr. Alex Velder sala de emergência! Anunciou a voz metálica da chefe de enfermagem através do auto falante que ficava no balcão da recepção. Em menos de dois minutos eu já estava na sala de emergência com minha equipe e uma das ambulâncias havia acabado de chegar e trazia dois adultos.
-O que aconteceu? Eles também são vitimas do acidente de trem? Perguntei ao paramédico que estava entrando com a maca na qual havia uma mulher ruiva de meia idade. Ela não estava tão machucada, mas pela marca que estava em sua barriga havia indicio de que ela estava tendo hemorragia, sendo assim suas lesões eram internas. Já o homem que vinha na outra maca tinha vários cortes profundos em seu rosto e corpo, suas mãos e a extensão do braço estavam roxas e um dos pés foi esmagado e já tinha sinais de necrose.
-Não. Eles estavam a caminho do centro, mas como chovia muito o carro derrapou e bateu de frente com um caminhão. Respondeu-me anotando mais algumas coisas na ficha e passando para mim o prontuário havia sido feito na ambulância. Gordon Trümper e Simone Kaulitz, esses eram os nomes das duas vitimas que acabaram de chegar.
-São só eles? Perguntei enquanto checava um dos pulsos de Simone.
-Não, tem mais dois adolescentes que estão vindo na outra ambulância que esta prestes a chegar. E doutor ela não tem pulso desde a hora que nós chegamos. Já esta morta. Não temos mais o que fazer por ela.
-Certo- disse cabisbaixo, é péssimo quando se vê uma pessoa morrer e você não tem ao menos a chance de fazer algo por ela, mesmo que esse algo há mantenha dois minutos viva, ainda assim você pode dizer que tentou e fez o que podia para ajudá-la. - Levem-na para o necrotério e Carla faça uma autopsia e quanto ao homem vamos levá-lo para a sala de exames. Quero uma tomografia computadorizada da perna esquerda e pé e uma ressonância da coluna cervical. Por hora é isso.
-Doutor – Gritou Lee- A outra ambulância está ali. Segui seu dedo indicador com os olhos e eles estavam entrando pelo outro portão, indo na direção das UTIs. Marcelo e Ingrid correram na frente e eu e Lee atrás. Ao chegarmos à rampa que dava acesso a entrada, nos deparamos com o que jamais vimos em trinta anos de experiência.
A cena era trágica, mas ao mesmo tempo muito bonita. Eram dois irmãos. Irmãos gêmeos de mais ou menos uns dezessete anos de idade, um de tranças negras com uma bandana roxa adornanado a testa e o outro tinha cabelos escuros e excesso de maquiagem negra em suas pálpebras, mas o que chamava mais a atenção além de ser extremamente lindos era o fato de ambos estarem com as mãos entrelaçadas. Como se todo o medo que eles talvez sentissem fosse ser aniquilado com esse singelo gesto. Nenhum dos garotos aparentemente tinha significativos machucados ou sequer arranhões. A primeira vista estava tudo bem, mas no fundo eu sabia que não estava.
Ingrid e Marcelo os encaminharam para uma bateria de exames no laboratório e eu retornei a UTI imediatamente, pois o homem que chegou agora a pouco havia acordado e estava chamando por algumas pessoas, eu calculei que seriam sua mulher e filhos. Empurrei a porta de vidro e adentrei o cômodo branco que eu já conhecia muito bem, cortinas em tom de azul royal e azul bebê formavam um degradê e iam até o chão, elas escondiam o quarto da escuridão que havia lá fora. A luz da lua cheia entrava sutilmente e fazia apenas leves reflexos. A cama era coberta por lençóis verdes-água e brancos, o piso era um laminado branco com detalhes prateados. Na beirada da cama do lado direito havia uma cadeira de inox, seu assento e encosto eram verdes como a cor do lençol e de frente a cama havia um sofá-cama reclinável de couro na cor bege. Segui para o lado direito e sentei-me na cadeira que havia ao lado da cama.
Ao me ver ali, Gordon começou a chorar e me fazer perguntas.
-Onde está minha mulher e meus filhos? Perguntou-me chorando ainda mais.
-Calma! Não se esforce. Guarde suas energias, você irá precisar delas. Sua mulher e seus filhos estão fazendo alguns exames – menti sobre ela, no estado em que ele se encontra se eu disser a verdade ele entra em colapso e acaba morrendo também, perder a mãe já vai ser difícil demais para aqueles garotos; se eles perderem o pai também, as coisas vão ficar muito piores.
-O meu estado é grave? Questionou-me ainda secando as lágrimas de seus olhos.
-Sim, mas você vai ficar bom. Tenha fé, dentro de algumas semanas sairá daqui bem e com seus filhos.
-Não doutor, eu não vou sair daqui. – ele disse de uma forma tão calma que me espantou. - Meu tempo está contado, sei que não posso pedir isso a você isso, mas não consigo confiar em ninguém mesmo não o conhecendo tanto e...
-Não se esforce, descanse. Você precisa dormir.
- Sei da sua brilhante carreira e da sua reputação - ele ignorou completamente meu aviso e prosseguiu. -então se acaso eu e minha mulher não sobrevivermos, cuide de Bill e Tom por nós. Por favor! – Novamente estava em lágrimas. – Eu sei que nosso estado é grave e também não sinto mais Simone aqui.
-Não diga isso. Você vai ficar bem. Seja positivo, pois forte você é.
-Doutor o senhor não compreende, eu não tenho muito tempo. Por favor, prometa-me que vai cuidar deles.
-Ok, eu prometo, embora isso seja desnecessário, pois sei que você vai ficar bom. – Disse já me levantando. –Descanse, quando acordar novamente estará bem melhor.
Sai do quarto contando os passos, no lugar dele eu também acharia que iria morrer.
Aquela noite parecia ter reservado supresas desagraveis, principalmente para aquela familia.Naquela madrugada quando a enfermeira foi aplicar uma dose de morfina para atenuar a dor, ela havia encontrado Gordon sem vida. Nossa equipe tentou de tudo para salva-lo, mas não tivemos êxito, a legista do hospital a pedido do diretor do mesmo deu seu veredito: constava que Gordon havia morrido duas horas antes, ou seja, foi dez minutos após eu ter deixado o quarto dele. Ao ouvir aquilo senti meu interior gritar, por minha culpa ele acabou morrendo, eu havia feito isso. Eu não havia dado assistência merecida por ele. Eu tinha ignorado completamente o aviso dado por ele.
Nossa equipe se dispersou e todos voltamos a seus devidos postos. Enquanto caminhava rumo à emergência de novo, comecei a me lembrar da promessa que havia feito a Gordon, eu iria cuidar de Bill e Tom, só não consigo entender por que eu; será que eles não tem família ou ela não os aceitaria?
A noite permaneceu agitada e nosso hospital já estava sem leitos para acolher tantos feridos, médicos de todas as partes da Alemanha chegavam segundo após segundo naquela cúpula insana e ao invés de vestir o jaleco branco, encaminhavam-se para o banheiro e se vestiam de paramédicos. Iriam em carros e ambulâncias e dariam assistência e atendimento no local. Muitas enfermeiras que trabalhavam naquela noite também iriam junto para fornecer assistência aos médicos e paramédicos. Só ficaram as anestesistas e as enfermeiras que ajudam em cirurgia, já que tinham bem umas cem para serem feitas.
Já era exatamente sete horas e quarenta e nove minutos da manhã do novo dia quando se deu encerrado meu plantão, antes de bater cartão e ir embora, eu passei no quarto dos meninos. Havia feito esse mesmo trajeto umas vinte vezes durante a madrugada e como sempre ao chegar ao interior do quarto e olhar no visor do aparelho não havia nenhuma significativa melhora. A pressão permanecia igual, os batimentos permaneciam iguais. As mãos dadas não se separaram de jeito nenhum, nem minha equipe que tem exatamente doze pessoas foi capaz de separá-los. A aparência dos dois era de tranqüilidade, suas faces estavam serenas. Pareciam anjos dormindo.
O caso de ambos era gravíssimo e as melhoras seriam menos do que as seqüelas. Um deles estava em coma profundo jamais se lembraria de quem foi algum dia, pois a batida foi tão forte que causou inúmeros traumatismos no cérebro, não seria uma amnésia, seria uma ausência de lembranças para todo o sempre. O outro também estava em coma, mas este era induzido, tivemos que fazer isto para que ele não morresse de dor. Além do coma ele tinha inúmeras hemorragias espalhadas por todo o corpo. Já haviam sido feitas num período de cinco horas, quatro transferências de sangue para ele. O estado dos dois requeria nossa atenção acima de vinte e quatro horas por dia.
E assim minha vida recomeçou, durante dois meses eu dediquei a maior parte do meu tempo a eles, um já estava acordado e ficava na minha casa e o outro permanecia no hospital cada vez pior. As hemorragias foram estancadas e desapareceram, ele não tinha mais nada, nenhum trauma, nenhum ferimento interno ou externo, absolutamente nada. Estava impecavelmente perfeito, tanto por dentro como por fora. Mais seu estado insistia em piorar significadamente.
De frente a tudo isso, eu pedi ajuda de um amigo cientista para estudarmos ele e sabermos o porquê da piora de todos os dias. Ele seria nossa cobaia, mas nós não o machucaríamos e nem faríamos testes loucos usando o corpo dele.
Os dias foram passando e o outro já levava uma vida normal, com muito esforço havia regressado a escola e terminado o colegial e estava seguindo agora para a faculdade. Ele nunca se lembrou de seus pais e tampouco que tinha um irmão gêmeo, considerava-me um tio apesar da falta de laços sanguíneos e da diferença de cor e raça. Para ele isso nunca foi importante.
Nosso “projeto” era segredo, só sabia dele eu e meu amigo e na noite de hoje tudo mudou. Eu havia chegado em casa exausto depois de ter enfrentado mais um plantão e a encontrei completamente revirada. Andava apressadamente pelos pequenos confortáveis cômodos a procura de meu “sobrinho”, mais não o achei em canto algum. Desci até meu pequeno secreto laboratório e lá encontrei meu melhor amigo morto caído no chão com três tiros em seu peito. Nosso estudo ao qual eu me empenhei a exatamente quatro anos havia inexplicavelmente sumido juntamente com meu bloco de anotações e mais algumas coisas que tinham informações valiosíssimas.Tudo havia sumido levando de quebra minha promessa. Sim, eu falhei quando prometi a Gordon que ia cuidar dos dois, só consegui adiantar a vida de um deles enquanto a do outro parou e eu nem sequer sei agora onde eles estão.
Senti passos atrás de mim e um estouro em minha direção, após isso eu não senti mais nada, somente a voz do meu eu interior conversando comigo enquanto via sangue em minhas mãos e o mesmo se esvaindo de meu corpo lentamente.
Espero que Gordon consiga me perdoar algum dia por ter falhado em minha promessa.
Espero que nosso estudo não tenha caído em mãos erradas.
E espero acima de tudo que meu sobrinho postiço fique bem sem mim e que se dê conta de que eu vivi por ele e o amei muito. Amei-o tanto como o filho que eu nunca tive.
______________________________________________Detalhe: essas lembranças descritas por ele foram em seu leito de morte, por isso não tem tantos detalhes e são meio resumidas.E então: Críticas? Dúvidas? Comentários?
Beijinhos