Domingo. E que domingo! O sol brilhava pouco e teimava em se esconder entre as nuvens. Era um dia muito especial, o qual os alunos poderiam sair das dependências da escola para se divertirem. Era o dia das mães.
Eram exatamente 9:45 da manhã quando todas as garotas tomavam um belo café da manhã, mas o silêncio na maioria do tempo prevalecia sobre elas.
-Até que ontem foi legal, não acham? - falou Samantha quebrando o gelo.
-Sim, mas não se enganem, aqueles garotos vão aprontar algo para gente.- respondeu Natasha tomando um gole de café.
-Vamos ficar atentas... - comentou Amy.
E novamente um silêncio mortal se formou sobre elas.Aquela data não era a melhor para elas, pois era o dia em que o passado era relembrado inúmeras vezes. Todas despertaram de seus pensamentos, quando um barulho na porta foi ouvido e Hannah se levantou para atender.
-Pois não? - falou educadamente a Listing para uma mulher a sua frente.
-Senhorita Hannah?
-Sou eu mesma.
-Seu pai te aguarda na recepção.
-Obrigada por avisar.Por favor diga a ele que já estou indo. - falou sorrindo docemente, fechando a porta logo em seguida, voltando para a cozinha.
-Quem era?-perguntou Amy curiosa com a boca cheia de chocolate.
-Garotas, eu vou sair com meu pai e não sei que horas volto. Desculpe, mas vocês vão ter que sair sem mim. - falou ela triste.
-Não se preocupa, vai lá e tenta fazer as pazes com o coroa. - falou Natasha tirando um sorriso de Hannah.
-Obrigada meninas. - falou indo até seu quarto. Colocou uma blusa de manga comprida preta e “Nirvana”escrito em branco; colocou uma saia vermelha quadriculada com preto que ia até seu joelho; uma meia preta um pouco abaixo dos joelhos e um coturno de cano baixo; por cima colocou um sobretudo que ia até seu calcanhar já que estava frio, deixou os cabelos soltos e fez uma maquiagem preta bem forte e saiu, sem antes dar um “tchau para as amigas”.
Andou lentamente pelo corredor que não tinha muitas pessoas. Queria demorar o máximo de tempo possível para se encontrar com seu pai, já que não se dava muito bem com ele.
Finalmente chegou a recepção e seu pai estava lá juntamente com sua irmã mais nova.
-Bom dia papai. - falou docemente a Listing.
Seu pai a mediu de cima a baixo, a olhando severamente com aqueles olhos frios, por fim, disse apenas um “oi”sem emoção.
-Hannah! - falou Nicolle , sua irmã mais nova, que saiu correndo para abraçá-la.
-Olá Nicolle , que saudade de você! - falou abraçando ternamente a irmã.
-Vamos logo, tenho muitos afazeres.- falou friamente seu pai quebrando o clima entre as duas.
O três andaram em silêncio até o carro. Ele entrou e se sentou no banco do motorista, as duas se sentaram no banco de trás para poderem conversar e não tardou para seu ligar o carro e sair dirigindo.
As duas conversavam animadamente no banco de trás. Apesar de Nicolle ser cinco anos mais nova que Hannah, as duas se davam muito bem e eram inseparáveis.
Passaram o caminho todo se divertindo e rindo, mas puderam sentir quando o carro parou.
-Chegamos. - falou David saindo do carro, seguido de Hannah e Nicolle.
Adentraram um lindo portão preto, andavam entre túmulos que possuíam uma linda arquitetura. Hannah se encantava com as esculturas de anjos e crucifixos.Para muitas pessoas o cemitério é sinal de tristeza e morte, mas para a Listing era sinal de... paz, já que é isso que as pessoas fazem quando morrem, elas descansam em paz.
Andaram lentamente durante cinco minutos e pararam em frente a um túmulo, que ao olhar de Hannah era o mais bonito do lugar. Um crucifixo que era envolto por várias rosas, e tinha uma frase muito linda : “Deus é dono de tudo, nas mãos Dele estão a chave da vida e a chave da morte... porque a morte não é o fim de tudo... mas o começo de uma nova vida.”
-Oi mamãe. Espero que goste do meu presente, fiz na escola pra comemoração do dia das mães. - falou Nicolle tristemente colocando um pequeno vaso sobre a lugar.
-Nós trouxemos flores, espero que goste. - falou Hannah com um sorriso triste, depositando lindas rosas avermelhadas sobre o túmulo. Voltou o olhar para seu pai. - Não vai dizer nada papai?
-Não. - respondeu friamente, o que fez Hannah ficar enfurecida.
-Como você pode não ligar?! Por que faz isso? Por que é tão frio e insensível?! - falou ela em um tom alto, fazendo Nicole e David a olharem surpresos.
-Como ousa levantar sua voz para mim?! - falou o Listing nervoso no mesmo tom de sua filha.
-Falo e vou continuar falando se você não mudar seu jeito. Você é frio comigo! Nunca me chamou de filha, nunca me deu amor, tudo que soube me dar foi dinheiro e coisas materiais! A mamãe morreu quando eu tinha seis anos, eu sofri muito com isso, mas você não me deu nem um abraço! - falou ela com lágrimas nos olhos, tinha que dizer tudo que durante anos estava preso em seu coração. - Tudo que eu sempre quis foi um pouco da sua atenção, mas você estava muito preocupado com toda essa merda de “Empresa do Sonhos”! A mamãe morreu por sua causa! Se você não tivesse falado pra ela ir até aquela droga de festa da “empresa”mesmo contra a vontade dela, ela não teria sofrido aquele acidente de carro! Você sempre se importou com o título da família... se importou mais com o título do que com sua própria esposa e...
A Listing não teve tempo de dizer mais uma palavra, pois mesmo com todo aquele frio ela pode sentir uma mão quente em seu rosto, seguido de uma dor aguda.
Havia levado um tapa no rosto... seu pai havia lhe batido.
As lágrimas caíram quase que instantaneamente por seu rosto.
-Papai porque fez isso?!! - gritou Nicolle enquanto olhava assustada para seu pai.
-Vamos Nicolle! - falou David segurando ela firmemente pelo braço, a levando para a saída.
-Não, me solta! Me solta! - a menina se debatia em vão, seu pai era mais forte e a levou para longe de sua irmã.-Hannah, Hannah!!
A Listing permanecia imóvel, apenas lágrimas caíam por sua face. Logo não avistou seu pai e muito menos sua irmã. Ela caiu sobre os joelhos e chorou, chorou sem parar. Seu coração estava se corroendo, olhou para o céu, estava completamente negro, assim como seus sentimentos. Ela chorava e gritava bem alto, batendo com força no chão para se livrar do desespero.Não tardou para Hannah sentir vários pingos d’água sobre ela; cada vez mais pingos caíam até virar uma chuva forte e fria.
-Mamãe... por que você foi embora? - ela perguntou olhando para o túmulo, como se ali tivesse a resposta. - Mamãe, por que o papai não me ama? Eu sou uma filha tão ruim assim? - ela sorriu. - Me desculpe por ter nascido e te causado tantos problemas... você disse para eu ser uma boa menina, para cuidar de Nicolle e do papai... mas eu não fiz isso... me perdoe. - Ela abriu um pouco do sobretudo e pegou uma gilete dentro de um dos bolsos, queria afastar a dor emocional com a dor física. Levantou a manga da blusa e olhou para os pulsos. Ela não os cortava desde os 14 anos. Colocou a lâmina fria sobre a pele e afundou um pouco arrastando ela, fazendo um corte. Sorriu.Aquela dor era horrível, mas não havia superado a dor de seu interior. Fez outro corte mais profundo, e outro. - Droga!Não é o suficiente! - ela levantou a outra manga e fez três cortes, um mais fundo que o outro. Deu um gemido para abafar a dor. Se deitou sobre a grama ao lado do túmulo de sua mãe olhando para a gilete. Suas lágrimas e seu sangue se misturavam com a chuva fria que caia sobre ela . Sentia o sangue sair lentamente por seus pulsos; fechou os olhos.
Se passaram 10 minutos. Hannah abriu os olhos, se sentiu tonta e fraca. Não tinha mais forças para chorar e seu corpo estava fraco, não teria forças para ficar de pé e muito menos para andar. Olhou para os pulsos e deles ainda saiam sangue. Estava com frio, muito frio na verdade. Sentiu um desespero terrível e uma vontade louca de pedir ajuda; tentou gritar, mas sua voz não saía. Que diferença iria fazer se gritasse ou não? Ninguém iria ajudá-la mesmo, o lugar estava deserto por causa da chuva.
Lembrou-se de suas amigas e todos os momentos que passaram juntas.Aprontaram muitas travessuras juntas, mas a que ela mais gostou foi de ter aprontado com Gustav.Sorriu, pelo visto ele teria que achar outra pessoas para irritá-lo, porque do jeito que estava indo, ela não duraria muito tempo.Encarou o céu fechou os olhos.
-Então é assim que as pessoas se sentem quando estão morrendo? Estranho... achei que fosse bem pior. - pensou a Listing.
Pouco tempo depois sentiu algo a segurando. O que seria? Era quente e ao mesmo tempo frio, devia ser por causa da chuva. Ela não tinha mais controle sobre seu corpo, seus sentidos estavam completamente perdidos. Mas conseguiu abrir um pouco dos olhos e entendeu que estava sendo carregada. Viu alguém, mas não reconheceu, sua vista estava embaçada.
-Aguente mais um pouco! Eu vou te salvar!
Perdeu a consciência por fim.
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-Será que esta chuva não vai parar? - pensou Amy enquanto olhava pela janela do ônibus.
Flash Back – on.
Após Hannah ter saído, Amy terminou de comer e foi se arrumar. Colocou uma calça jeans preta e um coturno até o joelho por cima da calça; usa blusa de moletom preta; prendeu o cabelo nos costumeiros coques e em seguida foi para sala.
-Meninas eu vou dar uma saída.-falou indo para porta.
-Certo, mas não demore.-respondeu Natasha.
-Pode deixar. - respondeu Amy.-Tchau.
-Tchau. - responderam Natascha e Samantha em uníssono.
Amy saiu fechando a porta. Saiu das dependências da escola e foi até uma loja de presentes.
Ficou procurando algo, por fim escolheu um lindo ursinho que segurava um coração escrito: “eu te amo”; comprou um lindo cartão, que ao abri-lo um música era tocada.
Pagou tudo e guardou na sacola de presentes. Saiu do lugar e foi para o ponto de ônibus.
Passados dois minutos começou a chover.
-Ah, não... eu mereço. - falou ela brava, mas não ficou muito tempo debaixo da chuva.Logo seu ônibus chegou, ela deu sinal e adentrou no mesmo, se sentando no fundo ao lado da janela.
Flash Back- off
-Hannah... será que você conseguiu se acertar com seu pai?-perguntou à morena para si mesma.
Não teve tempo de encontrar uma resposta, havia chegado ao seu destino. Desceu do ônibus e encarou um prédio espelhado alto e muito bonito. Entrou correndo no mesmo por causa da chuva.
Os seguranças a cumprimentaram, assim como todos os funcionários do lugar.
Ela entrou no elevador.
-Para onde senhorita? - perguntou o homem responsável de indicar os andares.
-18º andar, por favor. - respondeu a morena enquanto segurava firmemente a sacola em suas mãos.
O elevador subiu com a maior calma e logo ela chegou onde queria. Agradeceu e foi até a recepção do andar.
-Bom dia Amy. - cumprimentou um homem de cabelos brancos que se encontrava na recepção.
-Bom dia Robert. - respondeu a menina animadamente. - Onde está minha mãe? Posso ir vê-la?
-Infelizmente, sua mãe está em uma reunião muito importante, não pode atender ninguém.
-Por favor, ligue para ela... por favor.-fez cara de chorona.
-Ta bom. - respondeu Robert pegando o telefone. - Alô, senhora Smith? Sua filha está aqui na recepção e insiste falar com a senhora...sim...certo...ok. - desligou o telefone. - Desculpe Amy, ela disse que não pode te atender agora.
-Mas ela não me vê há um mês e meio! - gritou a morena indignada. - Se é assim que ela quer...
-Nem pense em fazer isso... - falou Robert olhando para a menina.
-Tarde demais, eu já pensei! - ela pegou a sacola e saiu correndo até uma sala escrito “Reuniões”. Abriu a porta bruscamente e todos os olhares daquela sala se voltaram para ela, principalmente o olhar de uma mulher muito bonita que estava na ponta da mesa do outro lado da sala.
-Quem é essa garota Smith? - perguntou uma das pessoas presentes na sala.
-E-Eu não sei... - respondeu a mulher que olhava espantada para Amy.
-Ah.. quer dizer que você não reconhece a própria filha, SENHORA Smith! - respondeu Amy indo até a mulher.
-Eu não sei o que está falando. Minha filha não sairia na rua agindo dessa forma, muito menos vestida com essas roupas.-falou a mulher encarando a morena.
Logo Robert entrou na sala e segurou Amy.
-Me solta Robert!!! - gritou ela. - EU NÃO TENHO CULPA SE MINHA PRÓPRIA MÃE TEM VERGONHA DE MIM! EU NUNCA PEDI PRA NASCER! - gritou chorando.
Todos ficaram em silêncio encarando a jovem, inclusive sua mãe. Ela conseguiu se soltar do HAll, pegou a sacola que havia trazido consigo, pegou o ursinho e jogou ele no chão, pisando em cima dele com raiva. Em seguida pegou o cartão e rasgou na frente de sua mãe, tentando segurar o choro, mas sem sucesso. Pegou os pedaços do cartão e jogou na mulher.
-Feliz dia das Mães! - a encarou com raiva e saiu logo em seguida batendo a porta com força.
Todos no local ficaram boquiabertos com a situação.
Amy correu o mais rápido que podia até sair do prédio. Estava apenas garoando, ela corria para qualquer lugar ainda chorando, passou por uma praça, escorregou em uma poça de água e caiu com tudo em cima da lama.
-Que ótimo, minha vida é droga!-falou olhando para si mesma. Estava coberta de lama da cabeça aos pés. Tentou se levantar mas caiu de novo.- ... agora já é palhaçada!!-gritou.
-Precisa de ajuda? - falou uma voz familiar aparecendo na frente de Amy lhe estendendo a mão.
Ela aceitou a ajuda e finalmente conseguiu ficar de pé.
-Nunca pensei que fosse dizer isso pra você... mas obrigada, Georg.-ela disse forçando um sorriso.
-Esse foi o sorriso mais falso que eu já vi na vida. - falou arqueando um sobracelha. - Aconteceu alguma coisa?
-Não é da sua conta. - respondeu a morena limpando os olhos.
-Certo. Se quiser ficar sofrendo sozinha, não é problema meu... você devia ser mais amável com as pessoas, caso contrário ela não irão gostar de você. - falou Georg virando as costa e indo embora. - Até mais Pucca!
Amy ficou olhando o garoto ir embora, normalmente ela não se importaria e continua a seguir seu rumo, mas um remorso horrível tomou conta dela.
-Ei! Espera! - ela foi correndo até o moreno. - Será que você poderia me fazer companhia? - ela disse em contra gosto.
-Hum...já que eu não tenho mais nada pra fazer... - respondeu com um sorriso vitorioso. - Vamos até um lugar pra você poder se limpar...Pucca. - saiu andando.
-Não pense que eu fiz as pazes com você, só faço isso por ainda estamos em trégua, entendeu?! - ela disse indo atrás dele. - E quem você acha que está chamando de Pucca?!
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-Finalmente parou de chover... - comentou Samantha olhando pela janela da sala.
-Ótimo! - disse Natasha sorridente. - Agora eu posso ir até a biblioteca da cidade!
-Cara, você é uma nerd assustadora! - falou Samatha olhando pra amiga. - Mas já que você vai sair, eu vou dar uma volta também.
-Então vamos logo. - falou Natasha pegando vários livros e saindo do lugar, sendo seguida por Samantha.
-Como eu não vou demorar muito, eu fico com a chave. - disse a Scott trancando a porta.
-Ta,bom. - Samantha se virou e saiu andando. -Té mais Testuda!
-Vê se toma cuidado, Porquinha! - Natasha seguiu para o outro lado.
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Na biblioteca não havia ninguém, pelo menos era o que Natasha pensava. Ela foi para o lugar mais isolado do lugar. Qual não foi sua surpresa ao ver a pessoa que menos queria.
-Eu não acredito, até aqui você me persegue. - disse olhando para um menino que estava sentado em um cadeira lendo um livro.
-Hum, digo o mesmo ruivinha. - disse ele voltando seu olhar para ela. - Afinal o que faz aqui?
-Se não percebeu, isso é um lugar público, entendeu Kaulitz.-disse ela se sentando na frente dele.
-E por que não esta com sua mãe? - perguntou Bill curioso.
-Não que seja da sua conta, mas ela mora nos Estados Unidos. E você, porque não está com sua mãe?
-Porque ela morreu quando eu tinha 8 anos. - falou friamente encarando os olhos de Natasha.
-Me desculpe... eu não queria...-não pode continuar, foi interrompida por Bill.
-Não se preocupe, eu não me importo em falar dela. - respondeu voltando o olhar para o livro.
Natasha não disse nada, apenas pegou seus livros e começou a estudar em silêncio. Olhou no relógio, eram cinco e meia da tarde, decidiu ficar estudando até as seis da tarde.
A Scott estudava muito. Lia tudo que podia, estava completamente entretida, quando as luzes se apagaram deixando o lugar escuro.
-O que aconteceu? - perguntou Natasha encarando Bill.
-Não sei, vou perguntar para a bibliotecária.-respondeu se levantando.
-E-Eu vou com você!-falou Natasha nervosamente.
Bill nada fez, apenas foi até a entrada da biblioteca, e para surpresa de ambos não havia ninguém.O Kaulitz foi até a porta e tentou abri-la, mas não conseguiu.Forçou a porta o máximo que conseguiu, mas em vão, a porta não se moveu um centímetro.
-Estamos presos. - falou olhando para Natasha.
-Como é? Isso não pode estar acontecendo... eu presa com você?-exclamou desesperada.
-E você acha que eu estou feliz? - falou Bill. - Pelo jeito, vamos ter que passar a noite aqui. - falou olhando em volta.
*****
Samantha andava pelos corredores da escola. Estava na ala de “Artes & Música”. Estava cansada de andar sem rumo, decidiu se sentar no chão encostada na parede. Tirou uma foto do bolso da calça e a olhou com ternura.
-Que saudade de vocês... mamãe e papai... - lágrimas vieram aos seus olhos.
Se lembrou de quando tinha 13 anos.
Flash Back.-on
Seus pais iam sair para um viagem de negócios. Deram um beijo em sua testa e um abraço apertado, em seguida saíram da casa com suas malas. Samantha teve um mal pressentimento, mas não disse nada a eles.
No dia seguinte passou no noticiário da TV, que o avião que ia para Inglaterra havia caído, sem chances de sobreviventes.Quando leram os nomes dos acidentados, o nome de seus pais estavam na lista de falecidos.
Flash Back-off.
Samantha começou a chorar, nunca tinha superado a morte de seus pais. Queria tê-los de volta.
Se lembrou de seu irmão mais velho, Taylor. Após a morte de seus pais, ele assumiu a empresa dos mesmos. Ele nunca gostou dela, tanto que já havia dito que a odiava. E ela sabia que ele havia colocado ela em um colégio interno, só para não ter que cuidar dela. E aquilo doía muito. Saber que a única pessoa que você tem no mundo e a que mais despreza você.
-Queria que alguém me ouvisse... - disse a loira para si mesma.
Cerca de uma hora depois pode ouvir uma melodia muito bonita vinda de um piano. Se levantou e enxugou os olhos. Afinal, quem estaria tocando?
Seguiu o som da melodia até chegar a sala de música. Abriu a porta lentamente, levou um susto quando viu a pessoa que tocava o piano.
-Tom?! - disse se aproximando. - É você mesmo?
O ruivo não desviou o olhar e continuou a tocar.
-Não, é a Lobo Mal. - falou ironicamente.
Samantha teve uma enorme vontade de bater nele, mas respondeu à altura.
-Na verdade, ta mais pra Chapeuzinho Vermelho. - brincou fazendo referência a blusa vermelha que usava, ficando ao lado dele.
-O que quer aqui? - perguntou no tom sem emoção de sempre.
-Nada. - respondeu olhando pra ele com um olhar triste.
-Aconteceu alguma coisa? - perguntou o ruivo parando de tocar o piano voltando seu olhar frio para a menina a sua frente.
-Não eu estou bem. - respondeu Samantha virando o rosto.
Ele voltou seu olhar para o piano, tocando algumas notas sem sentido.
-Então quer dizer que uma pessoa que chora até seus olhos ficarem inchados é uma pessoa que está bem? - falou sem demonstrar preocupação.
Samantha olhou para ele espantada. Com apenas um olhar ele sabia que ela estava chorando.
Sua expressão de surpresa se tornou um riso.
-Sabe... sua vida deve ser perfeita. Olha só pra você: é rico, bonito, inteligente e provavelmente deve ter a família perfeita.
-Hum... - suspirou Tom pesadamente olhando para Samantha.- ... você não devia julgar as pessoas pela aparência. Me conheça antes de dizer quem sou.-falou friamente.
Samantha não disse nada. Olhou para o teto e apenas pode ouvir Tom tocando a melodia de antes.
-Foi você que criou essa melodia? - perguntou por fim quebrando o silêncio.
-Sim. - foi a resposta dela.
-Já tem alguma letra pra ela? - perguntou novamente.
-Não.
-Posso te ajudar a escrevê-la? - perguntou ansiosa, seu passatempo preferido era escrever, desde versos até enormes histórias.
Não teve de ter uma resposta, pois um ruído alto que vinha de seu estômago pode ser ouvido.
-Ah desculpe, é que eu não como nada desde o café da manhã. - respondeu sem graça.
Tom apenas se levantou e foi saindo da sala.
-Você pode me ajudar a escrever.
-Sério?! - disse surpresa indo atrás dele. - Obrigada!
Continua...
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Então, pessoal, eu resolvi continuar a fanfic porque a minha Beta-Reader, A Gabrielly Listing pediu muito e não a nada que eu não faça por vocês, né?, espero que você gostem das atualizações. Muito obrigada pelo apoio. Ass.: Natascha Kaulitz.