Capítulo 38 – Milão foi bem Pior
Meninas, eu só gostaria de dar um aviso sobre a Hendrika: às vezes as pessoas nos surpreendem. Ah, vo postar em menos frequencia, já que a maioria do pessoal vai viajar, né?Boa leitura!______________________________________________________________________________________________
11:25am
Estava da janela, vendo o oceano. Ela estava aberta, espalhando meu cabelo em todas as direções.
-É lindo, não é?
-Sim, Donja, é ...maravilhoso. Quanto tempo vamos ficar por aqui?
-Uma semana inteira. Ah, mal espero pra andar por estas ruas, dizem que tem ótimas lojas... - mas eu não estava mais ouvindo. Nestes últimos dias, eu estou pior, meu coração está mais doente do que nunca, doente por ele. Não existe um segundo que eu não pense nele, não há um sonho em que ele não me assombre à noite, e me faça chorar pelo resto da noite acordada. Na verdade estar em outro ônibus é uma benção.
-Glória...
-Ah, nossa Donja, desculpa! Estava distraída.
-Sei... você tem andado muito distraída, não é?
-Me desculpe...é que eu não estou muito bem.
-Percebi. Você por acaso está doente?
-Acho que sim.
Ela recomeçou a falar, e eu tentei prestar o máximo de atenção que dava.
Mais uma vez em um quarto de hotel. Uma semana ali, despois eu nem sabia mais.
-Vou ter que comprar mais roupas.
-Também, Nat, acho que só três malas não dá pra um mês.
-Como assim um mês, Donja? - Perguntei.
-Eles avisaram em cima da hora. Além de três shows na Itália, vão gravar um videoclipe aqui.
-O tempo está passando rápido, não é gente?
-Tem razão Nat, logo não é mais inverno...
Deixei elas falando e fui para a janela, sentindo uma grande saudade de casa. Mas sabia que depois desse mês teria folga de duas semanas, estava precisando.
-Que horas é a entrevista, Donja? - Perguntei.
-A primeira é daqui há duas horas, às 13:30.
-Ótimo. Vou descer lá no restaurante e passar a lista dos alimentos e já volto.
Foi complicado falar com o
chef, meu italiano é terrível, mas no final a gente se entendeu. Procurei a primeira cadeira no restaurante e sentei, sentindo os efeitos do fuso-horário. Acho que acabei cochilando.
-O bela adormecida!
-Hã? Oi Tom...que cansaço...como você agüênta?
-Nem me pergunte. Vamos, três entrevistas chatas nos esperam..
-Tenho mesmo que ir?
-Não precisa. Deixa que a gente pede qualquer coisa do Burger King, que tal?
-Ha, vai sonhando...Que foi no olho?
-É essa lente...ainda tô me acostumando.
As primeiras duas entrevistas foram bem rápidas, uma na TV, outra no rádio. Depois fizemos uma pausa. Houve uma extensa sessão de fotos do “TH na Itália”, e de noite, a terceira entrevista foi na MTV. Estávamos voltando para o hotel às onze da noite. Eu pescava de sono dentro do carro.
-Já notei que essa vida não é para você – Bill puxou papo comigo, do banco da frente. Hendrika dormia nos braços dele.
-Não mesmo. Ainda tô tentando descobrir como vocês conseguem.
-Questão de vocação. Sabe..nascemos para isso.
-Podes crer – Tom confirmou ao meu lado.
Hendrika se remexeu e Bill voltou sua atenção a ela. Ele riu de alguma coisa que ela disse, e beijou sua cabeça. Ele sempre é um carinho de pessoa.
-Sabe o que eu acho? - Disse Tom ao meu ouvido – Que você gostaria de estar ali do lado dele.
-Você é sempre tão literal assim?
-Sempre.
Olhei denovo para Bill e vi uma coisa que me deixou perturbada: ele estava usando o anel que eu havia dado a ele! E pior, ele estava em cima do anel de compromisso deles dois!
Me virei na hora para a janela, e fiquei encostando o dedo no vidro frio. Acho que Bill começou a olhar pra mim, mas não tenho coragem de confirmar.
Aquele mês foi se arrastando de uma forma lenta e dolorosa. Eu tentava concentrar toda a atenção no trabalho, até iniciei exercícios físicos com eles. Sempre me chamavam para as festas, pizzarias, conhecer lugares nas horas de folga...mas eu tentava evitar o máximo os convites inventando desculpas. Não é uma coisa nada fácil ver o homem que você ama com outra.
Eles estavam filmando o videoclip da música que haviam feito para seus amores verdadeiros. A música se chamava “amor eterno”. O clip era mais ou menos como voltar no tempo, ter a chance de consertar os erros do passado. A mesma chance que eu quero para mim.
Depois de rodar a Itália inteira, ainda tivemos de fazer algumas paradas. Parece incrível, já se passarm quase quatro meses. Todo mundo está cansado, ainda bem que vai ter folga de duas semanas. Estou com tantas saudades de casa...
Peguei meu vôo para o Canadá na França. Cristine disse que estaria com Teresa e Brian me esperando. Não tenho certeza, mas acho que ela vai dizer que eu mudei um pouco. Até estou deixando meu cabelo crescer. Mas a verdade é que eu mudei por dentro. E essa mudança veio com o terrível desespero de perder Bill para sempre. Eu não tenho certeza, mas acho que ele vai acabar fazendo...tenho pavor que isso aconteça, mas sei que não posso evitar. Mas, e se acontecer? E se ele pedir a mão dela?
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O eu parando em parte crítica outra vez! Ah, podem me matar um poukinho sim. Desde já valeu pelos comentários, até logo!