42
Resgate
Como eu sempre digo sobre fanfic's: demorar sempre, desistir nunca! AFF Lilá, bem vinda! Leitoras, podem fazer um favorzinho? Quando comentarem, por favor numerem o comentário, quero ter mais ou menos uma idéia de quantas estão lendo,ok? Boa leitura!_______________________________________________________________________________________________________________
Nem mesmo o sol aparecia, escondido entre as nuvens. O príncipe Andreas galopava a toda velocidade, sentindo o rosto corado queimar, mesmo com o vento. Christine, a mais linda moça que ele já vira, e que todos gostariam de ter... e ela só dava atenções a ele. E uma atenção sincera, não interesseira como todas as outras, afinal ela já era muito rica, com uma nobre posição em seu país. O que Andréas poderia lhe oferecer?
Amor. Seu primeiro, puro, e mais sincero amor. E ele via na forma mágica que era correspondido, Christine ficava sem fôlego ao vê-lo. Na verdade, às vezes ela lhe dava a impressão de nunca antes ter respirado.
Um borrão vermelho entrou em seu campo de visão. Era ela, a raposa por qual todos estavam atrás. Tomando coragem, Andréas viu o perfumado lenço que Christine deixara com ele, preso em seu casaco. Ele traria a caça, e depois mandaria fazer uma excelente pele, para que Christine trouxesse ao busto. Enquanto ia a direção à caça, ele continuou a pensar nas curvas voluptuosas de sua pretendente, de como ela seria nua, somente para ele, e se...
Então, o mundo explodiu em cores brilhantes. Andréas estacou ao sentir a fortíssima pancada na testa, mas o choque foi tão grande que não lhe permitiu sentir dor. Soltando as rédeas do cavalo, ele caiu no fofo chão coberto por folhas, sem controle algum dos movimentos. A inconsciência o levou rapidamente, enquanto as folhas coloridas se misturavam em tons vivos, na sua visão turva. Não conseguiu nem mesmo raciocinar o que o teria batido tão forte enquanto o líquido quente e precioso escorria pelo seu rosto.
Rindo desdenhosamente, Christine pulou de um carvalho próximo, e logo depois jogou a enorme estaca de madeira longe, na direção do rio. A pancada não o havia matado, mas Andréas teria terríveis dores de cabeça por dias.
- Pensando no meu corpo, não é, criança?! - Ela bradou ao vento. Aproximou-se lentamente dele, mas parou, se agarrando a uma árvore.
Lá estava o mais maravilhoso líquido, escorrendo vertiginosamente, sendo desperdiçado no solo. Somente os da espécie dela podiam ver a cor azulada que um sangue real tinha. A cor faiscava em seus olhos, lhe dando uma ânsia de fome insuportável.
Christine cravou as unhas na árvore, tinha de se conter. Sua esperança, sua chance, seu alimento...
"Bill... venha depressa. Não vou suportar!" Bill galopava, sendo cuidado por mais de 5 cavaleiros. Se ia numa direção, eles iam à mesma, sem lhe dar trégua. Georg havia se afastado ao notar que nenhum grupo estava com o príncipe, e ele havia tomado alguma trilha das dezenas de trilhas secundárias. Bill escutou o pensamento da prima, e teve de agir.
Parou instantaneamente o lindo puro-sangue negro, e num impulso, foi até sua ferradura. Em dois segundos, ele a arrancou, enquanto os homens vinham até ele, mais que desconfiados.
- O que houve, senhor Winslet?
- A ferradura, saiu por completo.
- Mas isso é impossível! Pegasus é o preferido do Rei, usa as melhores ferraduras de ferro fundido, impossíveis de retirar. Eu mesmo as troquei no início da semana...
- Pois não as apertou bem, Friedo - ele jogou a ferradura, e Friedo, pasmo, viu que ela estava até mesmo retorcida.
- B-bom ele... deve ter pisado numa pedra...
- Ou arrancou um monte do solo! - A piada de um dos servos, fez todos rirem ao redor.
- Ótimo. Podem trazer uma nova ferradura? Ainda há tempo de vencer.
Os homens se entreolharam, e Bill lia seus pensamentos com facilidade.
"Ótimo, o que diremos a Listing se o perdermos de vista?"
"Friedo podia ter tido mais cuidado!"
"Georg não vai gostar..." - E então senhores? Como faremos?! - Bill deixou sua voz o mais firme e ameaçadora possível.
- Bom... Friedo e Lendan, fiquem com o senhor Winslet, voltaremos em breve com a melhor das ferraduras.
- Muito obrigada, só por favor, não demorem.
Bill deu a volta no cavalo, e ajustou sua cela, os dois homens o acompanhavam com o olhar. Então, ele os travou ao mostrar seus olhos rubros, enquanto recitava uma história em suas mentes.
"Vocês escutaram o grito de mulher. Disseram que iriam buscar ajuda, e que eu esperasse aqui, mas eu quis ir atrás, temendo que fosse algo sério. Então, de tão idiotas, correram a pé, deixando os cavalos aqui, e chegaram tarde para avisarem a tropa de segurança do Rei... contem até 20, e façam o que eu mandei." Bill deslizou com o vento, pousando com leveza nos galhos, sem deixar rastro algum de sua presença. Quando chegou, ficou em posição de ataque. Christine havia montado em cima de Andréas, lambendo seu rosto, lançando murmúrios de prazer pelo sabor. Ele a retirou de cima do príncipe com um braço, Christine rolou, a boca ensangüentada. Ela lambeu os dedos.
- Estás ficando louca?
- Já experimentou para saber o tamanho da loucura...?
- Pare.
- De jeito algum.
- Estou avisando!
Dando um breve riso, ela movimentou-se mais rápido do que o ar, e encheu o dedo indicador, pousando na frente do rosto de Bill. Ele grunhiu, mostrando as presas.
- Ooo, que perigoso...
- Pare - a voz dele era um sussurro rouco.
- Vamos, pode lamber. Jamais contarei ao teu mestre.
Bill lançou o olhar para o líquido azulado, gotejando.
- Só uma gotinha... sem culpa...
Ele travou a mão da prima, e lambeu tudo o que pode, revirando os olhos. Sem acreditar no que fez, ele a soltou, dando passos para trás. Suas mãos tremiam.
- O-o que fiz...?
- Não é uma lenda, não é mesmo? Como seu mestre sempre nos disse... sei que também pode sentir... uma gota de um sangue real, e a invulnerabilidade se torna presente.
- Cale-se!
- O que foi...? Não gosta de ter esse poder? - Christine pressionou o corpo contra o dele. Era quente, e Bill teve de unir forças para não sucumbir - vamos, Bill. Agora, nada nos atingirá.
- Não...
- Somos mais que perfeitos, porque somos como Vlad agora. Porque temos de seguir estes planos, quando o controle está sob nosso domínio?
- Não. E... Pandora?
- Esqueça-a, assim como Louise. Você não precisa das fracas da espécie. Já imaginou o que nós podemos fazer juntos? Podemos trazer Tom de volta.
Bill ficou com os olhos vazios. Seu irmão, a quem tanto amava, era realmente possível... mas e Louise? O que seria dela se ele não seguisse em frente?
- Não estou pedindo para que se decida agora, temos tempo. Então... o que deveríamos fazer com nosso principezinho mesmo?
- Rasgue sua roupa, lanhe o rosto o mais profundo que conseguir. Temos de simular a cena.
Todos já haviam voltado da caça, mas estavam em pânico. O príncipe, junto com Christine e Tomas Winslet haviam simplesmente desaparecido. A Rainha teve de ser levada às pressas embora, havia desmaiado. O Rei estava mais do que tenso, com a demora nas equipes de os acharem. Ele se virou para Georg.
- Achem-nos, é uma ordem.
- Sim, Vossa Majestade.
Georg estava tenso ao transmitir as ordens. Não tinha opção alguma além de os encontrar, mas temia que o príncipe fosse só um corpo sem sangue algum. Aquele erro não seria perdoado...
- Socorro...!
O que ele diria a todos, que falhou...?
- Socorro!
Então, o estranho gritou continuou a cortar o ar. Georg olhou em volta.
E prendeu a respiração.
Lá estava seu maior inimigo, segurando o príncipe nos ombros, e ajudando sua prima a andar. Ela estava com o vestido todo rasgado, com o rosto ferido, os longos cabelos castanhos cheios de folhas. O rosto era manchado por lágrimas, transfigurado pelo medo. Georg correu à frente de todos. Bill soltou o príncipe delicadamente ao chão, e abraçou a prima. O Rei foi de encontro ao filho, desesperado. Christine tremia.
- M-mas o que... aconteceu? - Georg descobriu-se perguntando.
- Eu escutei os gritos, e seus homens preferiram voltar... minha prima foi esperar o príncipe no início da trilha, e viu homens, eles tentaram levar o príncipe. Ela fez de tudo para salvá-lo, mas quando cheguei, eles... - Bill falhou a voz. A prima passou a gemer, se lamentando na língua árabe, e Bill tentava consolá-la.
Georg não conseguia acreditar.
Eles haviam salvado o príncipe. E isso... poderia significar a maior honra que o trono da França poderia dar a alguém.
"Não" E Georg jamais poderia falar ao Rei, ele acreditaria na versão de Bill, em vez da versão de alguém que havia falhado. Sem sentir o chão, ele olhou para o rosto ensangüentado do príncipe. O sangue estava escorrendo por vários fios de rio vermelho.