Behind Blue Eyes (Capítulo 17 ON - Último)

Bill, Tom, Georg e Gustav se reuniram no estúdio a fim de compor novas canções e tocar, mas o único som que se ouvia naquele lugar era o da televisão.
"- ... e três ficaram feridos.
- Bom, vamos falar agora de celebridades! O ator Johnny Depp e a também atriz Vanessa Paradis terminaram o casamento..."
Bill: Gente, acorda... Estamos há horas aqui no estúdio e não sai nada!
Gustav: É, e eu estou morrendo de fome e... - dizia quando foi interrompido.
Georg: Ah, Gustav, conta uma novidade! Apesar de que eu também estou faminto.
Gustav: Não enche, Moritz! - falou e fez careta.
Tom: Dá pra vocês calarem a boca? Estou tentando assistir TV!
- Silêncio -
Georg: Ui, Tom botou moral... - disse sarcasticamente.
Tom: Shiu!
"... Ellen Hoffmann foi flagrada aos beijos com John Mayer. Em uma entrevista ela negou qualquer envolvimento com o cantor."
Tom: Cara, ela é muito gostosa! Georg, viu essas pernas?
Georg: Não só as pernas, a mulher é toda perfeita!
Bill: Imagina sair na rua e dar de cara com ela? Pelo que eu sei ela mora aqui em LA. - falou, enquanto sonhava.
Gustav: Para de sonhar, criança. Duvido ela sair assim, andando por aí...
- Jost entra no estúdio -
Jost: E aí, meninos!? Trabalhando muito?
Gustav: Trabalhando? Ah, que nada! Tá todo mundo sonhando com a Ellen Hoffmann.
Tom: Inclusive você, né ursinho?
- Risadas -
Jost: Ellen? Se vocês acham ela bonita pela TV, é porque ainda não a viram pessoalmente...
Bill: Você a conhece? - pulou da cadeira e falou.
Jost: Eu sou amigo do irmão dela. Apesar de que a gente já não se fala há um bom tempo. E a Ellen tava sempre ocupada, por isso eu nem conseguia bater um papo com ela.
Tom: Qualquer dia desses me apresenta para ela. Duvido que ela resista aos encantos do gostoso aqui! - falou com um sorriso malicioso.
- Risos -
Georg: Ihh, coitado! Vai tirando o seu cavalinho da chuva! Ela é muita areia para o seu caminhãozinho. - disse com um sorriso irônico no rosto.
Gustav: E bota areia nisso... - pensou alto.
- Risos -
Jost: Bom, se vocês quiserem conhecê-la... - falava, quando foi interrompido.
Bill e Tom: É claro que queremos!
Jost: Calma, gente. Como eu ia dizendo, não falo faz tempo com Chris. Posso tentar ligar e ver se a Ellen está disponível para recebê-los, dar uns autógrafos e quem sabe até bater um papo, mas vocês sabem que ela tem uma agenda super cheia e...
Bill: Ah, Jost, tenta! - pediu com uma voz fofa.
Tom, Georg e Gustav: Tenta, tenta, tenta! - gritaram.
Jost: Ok, ok. Vocês venceram. Agora tratem de pegar os instrumentos e tocar alguma coisa, enquanto eu ligo pra tentar marcar algo com ela.
- Gritos e comemorações -
Depois de uns vinte minutos tentando falar com o irmão de Ellen...
Ao som da guitarra de Tom e da bateria de Gustav, Jost volta ao estúdio.
Bill: E aí, Jost? Ela pode nos receber? - disse com os olhos brilhando e um grande sorriso no rosto.
Gustav: Diz que sim! - sussurrou.
Jost: Bom, a gente bateu um papo e...
Tom: Dá pra ir logo ao ponto? Ela vai nos receber sim ou não? - gritou, já irritado.
Jost: Eu falei com o Chris e ele disse que ela não vai poder recebê-los.
Tom, Bill, Georg e Gustav: Ahhhhhhhhhhhhhhhhhh!
Jost: Entretanto, ela vai gravar uma entrevista amanhã de manhã para o The Ellen DeGeneres Show, na Burbank. Se vocês quiserem ir até lá e derem sorte, quem sabe consigam dar, pelo menos, um 'tchauzinho' para ela.
Bill: É claro que nós vamos, né? - disse empolgadamente.
Tom: Sem dúvidas. E é claro que ela vai falar com a gente. Ela não vai ser louca de perder a chance de conhecer o guitarrista mais sexy de todos os tempos. - disse enquanto passava a língua no piercing.
- Risos -
Jost: Então, amanhã eu pego vocês às nove horas.
Georg: Nossa, você disse que seria de manhã, mas não pensava que seria tão cedo assim...
Tom: Ué, quer ou não quer conhecê-la? Vai amarelar é? Ah, já sei! Você tem hora marcada amanhã de manhã no salão amanhã para fazer o cabelo, não é? - disse enquanto se levantava e encarava Georg.
Georg: Ah é? Pois amanhã eu vou estar te esperando desde às seis. E quem vai amarelar aqui é você, quando perceber que ela é boa demais pra você, Tom. - disse levantando-se e ficando cara a cara com Tom.

Quando anoiteceu, todos foram dormir. Logo de manhã sairiam rumo à Burbank. Eles só não sabiam que, conhecendo-a, tudo mudaria.

Bill tinha sido o primeiro a acordar. Quase não dormira, na expectativa de conhecer Ellen. Era uma de suas atrizes preferidas e hoje ele teria a chance de realizar seu sonho. Quem disse que o vocalista de uma banda famosa também não poderia ter seu dia de fã?
Desde quando se deitou, Bill ficou imaginando o que falaria, se ela seria legal, se iriam conseguir vê-la e falar com ela... Entretanto, a única coisa que ele não conseguiria imaginar é que não só a conheceria, como se tornariam grandes amigos, viveriam uma 'paixão' e que se desiludiria. Se ele conseguisse imaginar o que viria pela frente, teria desejado não ter saído da cama.
Tom: Nossa, tão cedo, Bill? Tá animado mesmo, hein? - disse com cara de sono e voz rouca.
Bill: Claro! Eu, perder uma oportunidade dessas só porque não conseguiu acordar cedo o suficientemente para chegar lá e... - falava, quando Tom o interrompeu.
Tom: Tá, tá. Já entendi que você não perderia por nada essa chance. E é claro que eu também não. - disse com um sorriso malicioso - Agora deixa eu usar o banheiro, ok? - continuou a falar enquanto empurrava Bill para fora do banheiro e fechava a porta.
Bill: Nossa, irritadinho. - pensou alto.

Bill e Tom tomavam o café da manhã quando Gustav apareceu e sentou com eles.
Bill: Cadê o Georg? A gente vai se atrasar!
Gustav: A Rapunzel tá penteando seus longos cabelos.
- Risos -
Georg: Nossa, logo de manhã vocês já estão com esse bom humor? É, mal conhecemos a Ellen, mas ela já fez milagres. - disse sarcasticamente enquanto entrava na cozinha e pegava um pão.
Tom: HA-HA.
- Jost para o carro na frente da casa e buzina -
Bill: Bora, gente! Tá na hora! - gritou animadamente.
Tom: É hoje que eu pego aquela ruivinha! - disse esfregando as mãos.
E saíram. Entraram no carro e seguiram rumo aos estúdios da Warner Bros, onde o programa seria gravado.

Ao chegarem lá, Christian, irmão de Ellen, os recebeu calorosamente e os indicou o lugar aonde, em poucos minutos, o talk-show seria gravado.
Todos sentaram-se na platéia e esperaram ansiosamente. Só conseguiam ver o tumulto no palco: Câmeras sendo posicionadas e pessoas andando para lá e para cá, a fim de que tudo ficasse pronto para que o programa começasse. Até que Ellen DeGeneres apareceu e se sentou em uma das duas cadeiras, no centro do palco. Ela relia as perguntas a serem feitas enquanto uma mulher retocava a maquiagem.
Jost, Tom, Bill, Georg e Gustav estavam sentados na primeira fileira, de frente para o palco, quando Chris chegou e se sentou ao lado de Jost.
Bill: E aí, cadê ela? - disse impacientemente.
Chris: Faltam cinco minutos para ela entrar. A Ellen deve estar no camarim se arrumando. Acalmem-se meninos. Ih, olha, vai começar. - disse enquanto apontava para a apresentadora, que já havia começado a falar.
- Aplausos -
Ellen DeGeneres: Aos vinte e três anos ela já atuou ao lado de grandes atores como Johnny Depp, Leonardo DiCaprio, Helena Bonham Carter, Adam Sandler, Will Smith... isso sem contar que, há três anos, se mantém no topo do ranking das mulheres mais sexys do mundo! Além disso, é uma das atrizes mais bem pagas de Hollywood! E hoje ela vai estar aqui, sentada ao meu lado, para responder as perguntas e nos contar mais sobre sua vida e sobre as polêmicas em que esteve envolvida! Pode entrar, Ellen Hoffmann!
- Aplausos e gritos -
Bill: Olha lá, é ela! - gritou de emoção.
Ellen entra sorrindo e acenando enquanto a apresentadora se levanta para cumprimentá-la.
Ellen DeGeneres: É um prazer poder te conhecer, xará! Me sinto lisonjeada em poder me sentar ao seu lado e te entrevistar!
Ellen Hoffmann: Ah, que isso! O prazer é todo meu! - disse toda sorridente.
Ellen DeGeneres: Gente, essa mulher merece mais aplausos!
- Aplausos -
Ellen Hoffmann: Assim você me deixa encabulada, Ellen! - disse enquanto fingia ficar tímida.
Ellen DeGeneres: Não, nada de timidez! - disse rindo - Agora, sem mais delongas, comecemos com as perguntas sobre o seu trabalho. Nos conte mais sobre os seus projetos, filmes, tudo o que você puder falar pra gente. - disse enquanto virava-se para Ellen e esperava a resposta.
Ellen Hoffmann: Bom, primeiramente eu queria dizer que adorei o convite pra vir no seu programa. Enfim, minha carreira está alavancando! Apesar do cansaço e da correria do dia-a-dia, tudo está valendo a pena. Eu terminei de gravar um filme há pouco tempo, ao lado de um elenco maravilhoso, diretor maravilhoso, enfim. O roteiro, a história é linda! - disse enquanto se gesticulava.
Ellen DeGeneres: Você protagonizou?
Ellen Hoffmann: Sim, sim. Eu e Liam Hemsworth protagonizamos. Ah, e a história é linda. Uma mulher que tem que superar a doença para viver um grande amor.
Ellen DeGeneres: Foi difícil de gravar?
Ellen Hoffmann: Ah, sim. Eu tive que perder treze quilos para entrar na primeira fase da personagem. Depois eu perdi mais dez para a outra fase. Algumas cenas foram bem difíceis de gravar. Principalmente as últimas. Eram bem chocantes.
Ellen DeGeneres: E como termina? - perguntou com uma ponta de esperança.
Ellen Hoffmann: Ah, isso eu não posso contar! Vocês tem que ir assistir! - disse rindo e desapontando a platéia.
Ellen DeGeneres: Ahhhhhhhhhhhhhhhh! - disse com uma cara triste, logo seguida pela platéia.
E todos assistiam a entrevista pacientemente, exceto Tom, que só conseguia prestar atenção no corpo e no rosto de Ellen.
Ellen DeGeneres: Bom, agora vamos falar de relacionamentos...
Ellen Hoffmann: Xiiiii! - disse fazendo uma careta.
- Risos -
Ellen DeGeneres: Nem tente escapar do assunto, pois nós soubemos do seu rolo com John Mayer!
Ellen Hoffmann: Não, não teve rolo! - disse rindo - Somos apenas amigos.
Ellen DeGeneres: E seus outros relacionamentos?
Ellen Hoffmann: Sim, qual deles? - perguntou rindo.
- Risos -
Ellen DeGeneres: Ah, desculpe, já que você teve tantos... - respondeu fazendo com que todos rissem - Foram tantos, não é? Uns três ou quatro! - continuou sarcasticamente.
Ellen Hoffmann: Ah, eu não gosto muito de relacionamentos sérios, sabe?
Ellen DeGeneres: Por que?
Ellen Hoffmann: Eu gosto de curtir a vida. Mesmo que seja do jeito errado, mas é do meu jeito. Principalmente porque eu acho que, para você assumir um relacionamento sério com alguém, tem que gostar dela.
Ellen DeGeneres: Então você gostava dos caras com os quais se relacionou.
Ellen Hoffmann: Na verdade, não. E sim, eu gostava deles, mas não ao ponto de namorar e quase casar.
Ellen DeGeneres: Então você não sentia nada além de gostar. Por exemplo, paixão.
Ellen Hoffmann: Sim. Me culpo por isso, mas acho que foi no momento, sabe? Eu me apaixonei uma vez só e eu só tinha sete anos. E, felizmente, me desiludi. - disse fazendo um biquinho triste - E depois, nunca mais amei ninguém.
Ellen DeGeneres: Ahhhhh, poxa! Mas por que isso?
Ellen Hoffmann: Sinceramente? Depois de ter o coração partido, eu parei de acreditar no amor. Eu realmente acho que ele não pode existir, sabe? Aquele negócio de final feliz, de "e viveram felizes para sempre" não cola.
Tom: Essa é das minhas! - disse baixinho no ouvido de Bill.

Depois de mais algumas perguntas, a entrevista acabou. Era chegada a grande hora. Era agora ou nunca.
Chris: Venham! - disse enquanto se levantava e levava os garotos até o camarim de Ellen - Esperem aqui, ela já vem.
E todos a esperavam ansiosamente, até que...

E todos a esperavam ansiosamente, até que a porta se abriu e a pessoa tão esperada entrou. Todos se levantaram e, animadamente, foram cumprimentá-la.
Chris: Ellen, esses são... - dizia quando foi interrompido.
Ellen: Eles são da banda Tokio Hotel! - disse empolgadamente, deixando os garotos de boca aberta.
Bill: Você conhece a gente? - disse com dificuldade, quase desmaiando de tanta felicidade.
Ellen: É claro! Amo as músicas de vocês! - disse enquanto cumprimentava um por um com um abraço - Jost! Que bom revê-lo!
Jost: E continua linda como sempre!
E eles ficaram conversando por um bom tempo. Tom a comia com os olhos enquanto Bill percebia algo estranho nela. Ele estava emocionadíssimo em conhecê-la, mas estava percebendo que, apesar de ter olhos lindos, seu olhar era triste e ela estava longe. E isso ficou mais aparente quando o celular de Chris tocou e ele atendeu.
Chris: Oi, meu amor! - disse carinhosamente enquanto saía para conversar melhor com a pessoa do outro lado da linha.
Ellen abaixou a cabeça e sentiu seus olhos ficarem marejados. Pediu licença e saiu correndo. Todos se assustaram com a atitude inesperada, mas continuaram sentados, esperando que ela voltasse.
Percebendo que algo havia acontecido, Bill foi atrás dela. Ele procurou em todos os lugares, perguntou às pessoas se a tinham visto e nada. Foi quando a avistou no estacionamento, dentro do carro, batendo com a cabeça no volante e chorando amargamente.
Ellen: Droga! Droga! Droga! - sussurrava.
Bill: Hey, tá tudo bem? - perguntou e foi se aproximando.
Ellen: Por favor, me deixa sozinha! - sussurrou enquanto soluçava.
Bill: Olha, sai do carro, senta aqui comigo. - disse com ternura enquanto se sentava no chão - Vem, senta aqui. Vamos conversar.
Sem ter o que fazer, Ellen saiu do carro, se sentou ao lado de Bill e abaixou a cabeça.
Bill: Ellen - disse segurando seu queixo e levantando seu rosto - O que aconteceu? Você estava tão bem na entrevista e conversando com a gente... - dizia quando Ellen virou o rosto e voltou a chorar - Não chore, por favor. Você é tão linda! - falava com um grande sorriso no rosto, como se contemplasse a beleza de Ellen que voltara a encará-lo - Por que não me conta o que aconteceu, hein? Sou um bom ouvinte.
Ellen: Não vou sair por aí contando sobre a minha vida para qualquer um. Apesar de que você não é qualquer um, é Bill Kaulitz. - e deu um sorrisinho - Mas mesmo assim... - dizia quando foi interrompida.
Bill: Hey, esqueça que eu sou o Bill e pense em mim como um amigo. Agora eu sou seu amigo.
Ellen: Nunca tive amigos. Por que você seria o primeiro?
Bill: Como assim nunca teve amigos? - perguntou espantado.
Ellen: Tirando meu irmão e sua noiva, nunca tive amigos. Fiquei famosa muito cedo, o que fez as pessoas se aproximarem de mim. Se diziam minhas amigas, mas, na verdade, era puro interesse. Sempre tive medo de confiar em alguém.
Bill: Eu não estou aqui por interesse. Na verdade, vim até aqui por interesse. Eu tinha interesse de conhecer a minha atriz favorita. - disse enquanto um enorme e belo sorriso surgia no rosto de Ellen - E não pense que é só você que tem medo de confiar nas pessoas. Sou famoso, não tanto quanto você, claro, mas as pessoas também se aproximam de mim por interesse. Entretanto, eu tenho amigos. Amigos verdadeiros. E sei que neles eu posso confiar sempre. - disse enquanto passava suavemente a mão pelos compridos cabelos de Ellen - E eu quero ser o seu amigo. Apesar de você nem me conhecer direito, mas desabafa. Vai ser bom pra você. E olha - disse apontando para o estacionamento - estamos sozinhos. E eu prometo que essa conversa não vai sair daqui. - disse com um enorme sorriso no rosto.
E pela primeira vez, Ellen percebeu que ela poderia confiar em alguém que não fosse seu irmão. E sorriu.
Ellen: Bom, é uma longa história... - disse olhando para o chão.
Bill: Sem problemas. Tenho o dia inteiro livre para te ouvir. - disse enquanto se ajeitava no chão esperando a história.
Ellen: Eu estou triste porque meu irmão vai se casar.
Bill: E isso não é bom?
Ellen: Bem, por um lado sim, mas pelo outro... - falou olhando para os pés, envergonhada - Eu vou ficar sozinha. Pela primeira vez na vida.
Bill: Por que sozinha? Você pode continuar morando com ele, não é?
Ellen: Posso. Ele mesmo insiste para que eu vá morar com ele e sua mulher, mas... - dizia quando foi interrompida.
Bill: E por acaso você não gosta dela? Da moça com quem seu irmão vai casar?
Ellen: De forma alguma! - disse enquanto abria um sorriso - Ela é maravilhosa! Conheço ela desde os meus quatorze anos, eu adoro ela!
Bill: Então... qual é o problema? - perguntou confuso.
Ellen: O problema é que, quando se casarem, vão querer ficar juntos. E eu, morando na mesma casa que eles, vou acabar atrapalhando os dois. Eu não sou muito de sair e, quando eles quiserem ficar sozinhos, só os dois, eu vou estar lá e atrapalhá-los. Eu sempre atrapalho - disse voltando a chorar - Eles estão esperando para se casar há anos! Então eu resolvi que iria morar sozinha, mas sei que vou amarelar. Nunca fiquei sozinha assim. Desde que nossos pais morreram, meu irmão estava sempre ao meu lado. Tivemos uma infância muito conturbada. Foi difícil, mas ele estava comigo nos momentos bons e nos ruins. Passamos tantas coisas juntos... Enfrentamos o mundo juntos. E agora, eu estou sozinha. - disse abaixando a cabeça.
Bill: Você não está sozinha. - disse levantando o rosto de Ellen e fazendo-a olhar no fundo de seus olhos - Eu estou aqui, pronto para te ajudar. E eu tenho uma ideia. Eu e meu irmão moramos em LA. A casa é grande, tem vários quartos. Então... que tal você ir morar com a gente? Os rapazes da banda sempre estão lá. O Jost também. A casa está sempre cheia e a animada. Você vai adorar... - dizia empolgadamente quando Ellen o cortou.
Ellen: Desculpa, mas não posso - disse enquanto virava o rosto para o outro lado.
Bill: Por que? - falou entristecido.
Ellen: Eu não quero causar problemas. Preciso andar com meu próprios pés. Aprender a me virar sozinha.
Bill: E quem disse que vai causar problemas? Você vai trazer vida para a nossa casa. Uma presença feminina. E você já anda com seus próprios pés. E pode se virar sozinha, mas sabendo que vai ter sempre a ajuda de seus amigos quando precisar. - disse com um terno sorriso no rosto.
Ellen: Mas eu tenho medo de atrapalhá-los. Vou causar problemas para vocês e... - dizia quando Bill colocou um dedo tampando sua boca.
Bill: Não diga mais nada. Você vai com a gente e pronto. E vai adorar! - disse alegremente - Ahnm e não pense que eu quero a Ellen Hoffmann famosa na nossa casa. Eu quero a Ellen brincalhona, alegre, amiga. A Ellen que é uma pessoa comum como todos nós. Que chora, ri... Vamos nos divertir muito! E pode confiar em mim. Pro que precisar. Vou estar ao seu lado pro que der e vier. Hoje você ganhou um amigo. - disse, fazendo Ellen chorar.
Ellen: Obrigada. - e deu seu sorriso mais lindo, fazendo Bill embasbacar-se com tamanha perfeição e se apaixonar por ela.
- Chris, Jost, Tom, Georg e Gustav aparecem no estacionamento -
Chris: Aonde vocês se meteram? Procuramos por todos os lugares! - gritou desesperadamente enquanto se abaixava para abraçar Ellen - Eu fiquei tão preocupado com você, minha irmã!
Bill: Fica calmo, estávamos só conversando. Ela se sentiu mal e eu vim ficar com ela. - disse enquanto mostrava um sorriso cúmplice para ela - Mas fique tranquilo, o mal estar já passou, não é?
Ellen: Sim, sim. Foi só uma tontura.
Jost: Vocês nos deixaram preocupados. Poderiam ter avisado, poxa!
Georg: É, Bill é mais inteligente do que eu pensei! - sussurrou para Tom - Aproveitou que ela estava sozinha e deu o bote!
Tom: O que tanto vocês conversaram, hein? - perguntou curioso.
Ellen: Bom... - falava quando foi interrompida.
Bill: Eu convidei Ellen para morar conosco. - disse a fim de ajudar Ellen com as palavras - Você não se importa não é, Tom?
Tom: Claro que não, mas assim, do nada?
Chris: Como assim, Ellen? Você não ia morar conosco? - disse tristemente.
Ellen: Ahnm, Chris... - dizia quando, mais uma vez, foi interrompida.
Bill: Fica tranquilo, Chris. Vamos cuidar dela. Ela só acha que precisa deixá-los sozinhos, curtindo a relação. Ela vai para LA conosco e você poderá ir visitá-la sempre que quiser! - disse, livrando, mais uma vez, Ellen das perguntas.
Depois de conversarem mais um pouco, combinaram de que hoje mesmo Ellen voltaria para casa com os garotos. Ela pegaria suas coisas no hotel onde morava provisoriamente e iria para LA.
Tom não sabia se ficava feliz ou confuso. Feliz, pois uma das mulheres mais lindas do mundo iria morar na sua casa, dando a ele oportunidades suficientes de levá-la para a cama. E confuso, pois não sabia o que Bill e Ellen tanto conversaram naquele estacionamento, fazendo com que Bill a convidasse para morarem juntos. Ele sabia que tinha algo errado. Mas estava feliz. Feliz por ele e pelo irmão que, mesmo não deixando transparecer, pulava de alegria por dentro. Tom sabia que aqueles olhinhos brilhantes de seu irmão diziam tudo.
A felicidade não cabia no peito de Bill. Era tão bom saber que a teria por perto! Foram tão poucos minutos de conversa, mas ele percebera o quanto ela era triste e especial. Tão pouco tempo que a conhecia, mas já poderia se considerar apaixonado. E, a partir dali, suas vidas mudariam completamente. A chegada de uma nova moradora mudaria a vida dos gêmeos.
Sairam dos estúdios da Warner Bros e foram até o hotel. Após pegarem as coisas de Ellen e se despedirem muito, Chris ainda estava temeroso.
Chris: Você tem certeza de que vai ficar bem? - disse entristecido.
Ellen: Pode ter certeza. - e deu um sorriso enorme enquanto seus olhos brilhavam.
Então Chris entendeu que ela ficaria bem. Ele sabia o que aqueles olhinhos azuis esverdeados faziam quando Ellen ficava feliz. Eles brilhavam.
Jost, Gustav e Georg a ajudaram com as poucas malas, enquanto Ellen, Tom e Bill saíram abraçados, conversando alegremente. Enquanto eles sumíam de vista, Chris chorava. Mas ele não chorava de tristeza e sim de alegria. Alegria, pois a sua menininha estavam crescendo e andando com seus próprios pés. Pela primeira vez ela havia tomado uma decisão tão difícil e... sozinha. Ele sabia que muita coisa a esperava naquela nova vida. Alegrias, decepções, choros, risos... e, mesmo que ele não estivesse ao lado dela para abraçá-la, iria estar zelando por ela. Sempre. Sua menininha...

O carro parou em frente a uma casa enorme. A rua era calma, tinha muitas árvores. A casa tinha dois andares, um quintal imenso e uma piscina. Por dentro, as cor das paredes brancas contrastava com as cores coloridas dos objetos. Era bem arejada e iluminada. Era grande e muito bonita. Apesar da sensação diferente por estar em um lugar estranho e com pessoas 'estranhas', Ellen sabia que iria ficar bem.
Tom: E aí, gostou? - disse, tirando Ellen de seus pensamentos.
Ellen: Claro. É linda. - respondeu timidamente.
Bill: Sinta-se a vontade, pois essa é a sua nova casa! - disse alegremente enquanto carregava as malas de Ellen.
Deixando as malas sobre a mesa, todos sentaram-se no grande sofá de couro na sala, quando Scotty, o cão de estimação dos gêmeos, apareceu.
A conversa rolava solta quando Ellen bocejou.
Bill: Ellen, vem comigo, vou te mostrar o seu novo quarto. Você deve estar cansada, precisa dormir um pouco. - disse enquanto segurava a mão dela, levando-a para o andar de cima.
Tom: Durma bem e tenha bons sonhos! Sonha comigo, tá? - gritou sarcasticamente enquanto ouvia Ellen e Bill rindo subindo a escada.
Quando abriu a porta, Bill fez um sinal para que Ellen entrasse. Era uma suíte imensa com uma varanda enorme que dava para os fundos do terreno.
Ellen: Bill, é lindo! - disse enquanto se sentava na cama.
Bill: Eu sabia que você iria gostar. - disse com um enorme sorriso no rosto, sentando-se ao lado de Ellen - Bom, agora vá descansar. Amanhã nós conversamos mais. Ah, e vamos te levar a alguns lugares aqui. Vamos passear muito! - completou enquanto se levantava e andava até a porta.
Ellen: Bill... obrigada. Por tudo. Mesmo. Eu nem sei aonde eu estaria agora se não fosse por você e pelo seu irmão. Obrigada mesmo. Na verdade, nem sei como agradecer. - disse timidamente.
Bill: Pois eu sei. - disse com um sorriso malicioso, fazendo Ellen espantar-se - Pode me agradecer com um desses seus sorrisos lindos! - enquanto falava, Ellen abriu o maior e mais belo sorriso espontâneo que ele já tinha visto - Pronto, já me agradeceu. Agora descanse, amanhã é um longe e divertido dia. Uhuul! - gritou levantando as mãos em comemoração.
E Ellen ficou ali, deitada, sozinha com seus pensamentos. Ela, pela primeira vez depois de anos, se sentia feliz.
Após uns trinta minutos, ela já estava tentando dormir. Foi quando ouviu uma leve batida na porta e se sentou na cama.
Ellen: Pode entrar. - disse enquanto a porta se abria.
Tom: Oi. Deduzi que estivesse acordada. - disse enquanto fechava a porta e se sentava na beirada da cama.
Ellen: Obrigada por me deixar ficar.
Tom: E eu teria escolha? Esses olhos lindos brilhando para mim? Me hipnotizando? - disse rindo, fazendo com que ela risse também - É muito bom tê-la morando aqui. Hey, espera - disse enquanto abria a boca mostrando espanto - Ellen Hoffmann tá morando na minha casa? Ai meu Deus! - e começou a gritar e a gesticular fazendo Ellen cair na gargalhada - Não, sério. É bom tê-la aqui. Sinto que vamos ser bons amigos... - disse enquanto brincava com seu piercing na boca e a olhava maliciosamente.
Ellen: Ahnm, é. Vamos ser bons amigos. - disse timidamente.
Tom: Bom, vai se deitar. Amanhã eu e o Bill vamos levá-la para passear. Boa noite, ruivinha! - e saiu.
Ellen voltou a deitar-se e logo pegou no sono. E dormiu a noite toda. E teve bons sonhos.

O dia estava lindo. O único barulho que Ellen ouvia era o som do canto dos pássaros. Abriu a porta de vidro e se debruçou na sacada. Scotty brincava no quintal com alguma coisa que ela não podia ver. O céu estava azulzinho. Um brisa boa batia em seu rosto. Era tão bom se sentir em casa.
Foi até o banheiro, fez sua higiene, penteou os cabelos, se vestiu e desceu.
Bill: Bom dia, flor do dia! - disse alegremente enquanto arrumava uma enorme mesa de café da manhã.
Ellen: Bom dia! Hey, você não preparou tudo isso só porque eu estou aqui, não é? - perguntou enquanto olhava a enorme mesa em frente a ela, cheia de tipos variados de pães, bolos, sucos, geléias, torradas...
Bill: Bom, eu queria que se sentisse em casa... Então eu aproveitei quando você foi dormir e liguei para o Chris para saber mais sobre... sua vida. Tipo, o que você gosta de comer, a hora que acorda, entre outras coisinhas. Quero que você se sinta em sua casa. - disse com um enorme sorriso enquanto a fazia sentar em uma das cadeiras.
Ellen: Bill... eu... realmente não sei o que dizer. Você fez tudo isso... só pra mim. Eu não queria incomodar!
Bill: Você não está encomodando! Eu só precisei pedir para que a empregada fosse até o mercado, comprasse as coisas e colocasse na mesa. - respondeu sorridente.
Ellen: Obrigada, mesmo. - e sorriu.
Então se sentaram e começaram e comer e conversar, quando Tom acordou.
Tom: Nossa, tão cedo e já acordados? - disse com a voz rouca e com a cara amassada.
Bill e Ellen riram. Tom se sentou e comeu junto com eles. Conversaram alegremente quando o celular de Ellen tocou.
Ellen: Ah, é o meu irmão! Licença, meninos. - disse alegremente e saiu para atender.
Eles continuaram conversando, mas prestavam um pouco de atenção na conversa de Ellen.
Ellen: Eu estou bem sim, Christian. Eles estão me tratando super bem! Bill até acordou cedo para preparar uma mesa linda de café da manhã. - dizia enquanto Bill corava na mesa - Eu estou bem! Sim, eu dormi muito bem... Tá bom, beijos, te amo! Tchau! - desligou o celular e voltou para a mesa.
Bill: Ele está preocupado, não é?
Ellen: Sim, mas ele supera! Ah, ele também queria falar que, caso eu incomode vocês, e eu já estou incomodando, vocês podem me mandar de volta, ok? - disse constrangida.
Bill e Tom riram.
Tom: Nem pensar que a gente vai te mandar de volta. Você vai ficar aqui com a gente!
Bill: Isso mesmo! Nem pensar! Você não está incomodando a gente, ok? Então pare de pensar que está. - disse com voz firme.
E voltaram a saborear o café e a conversar.
Tom: Você não tem nada para fazer hoje, certo ruivinha?
Ellen: Sim, estou livre! - respondeu-lhe.
Tom: Pois prepare-se, hoje nós vamos nos divertir muito!
Ellen: E nós vamos fazer o que? - perguntou curiosa.
Tom: É surpresa... - com um sorrisinho malicioso.
Terminaram o café, se arrumaram e saíram. Foram até Venice. Andaram de bicicleta, conversaram, almoçaram, caminharam e apreciaram os artistas de rua que se exibiam por ali. No final do dia, os três estavam cansados, mas felizes. Ellen parecia uma criança de tão feliz. Isso deixava Bill muito feliz. O dia estava acabando, mas não para Tom. Enquanto Bill e Ellen só queriam chegar em casa e ir dormir, para Tom a noite só começaria...
Ellen: Foi perfeito! - gritou com um enorme sorriso no rosto e com um brilho intenso nos olhos - Estou tão feliz! - completou enquanto se sentava no sofá da sala.
Bill: Que bom que gostou, fico muito feliz! - e se sentou ao lado dela, acariciando seus cabelos. Bill não contara, mas Chris confidenciara à ele que, quando Ellen ficava realmente feliz, seus olhos brilhavam mais que o sol. E enquanto olhava para o rosto angelical, perfeitamente desenhado, de Ellen, se derretia. Ele não sabia o que era, mas desde que vira Ellen pela primeira vez naquele talk-show, sentia algo diferente dentro dele. Uma chama que não se apagava. Ele não sabia, mas estava apaixonado.

Tom havia saído. Bill e Ellen assistiam um filme na sala. Os dois olhavam atentamente para a tela da TV, como se quisessem fingir que estavam prestando atenção no filme. Bill sentia que aquela era a hora de dizer tudo o que sentia por Ellen. Já haviam se passado três meses desde que ela se mudara e já não conseguia esconder o sentimento pela mesma. Precisava contar. E seria naquela mesma noite.
Quando o filme terminou, a TV foi desligada e o silêncio reinou. Era agora. Bill falaria tudo para Ellen, ela querendo ou não ouvir.
Bill: Ellen... precisamos conversar.
Ellen: Diga. - falou com um belo sorriso no rosto.
Bill: Eu nem sei por onde começar... - disse enquanto acariciava o rosto de sua amada.
Ellen: Que tal começar pelo começo? - e riu - Ou prefere ir até ao ponto?
Bill: Eu te amo.
Foi difícil, mas ele conseguiu. Nesse momento, a risada de Ellen cessou. O único som que se ouvia naquele lugar era o som da respiração ofegante dos dois. Bill criou coragem e continuou.
Bill: Eu te amo. Desde o primeiro dia. Desde o primeiro olhar. Desde o primeiro sorriso. Eu tentei, mas não consegui. Quando te vi naquele programa, tão linda, aconteceu. Foi amor a primeira vista. Quando eu descobri que atrás daquela mulher aparentemente forte, inteligente e sexy havia uma garota frágil e carente, eu não me controlei. Foi simplesmente amor. Eu queria te proteger. Eu precisava te proteger. Queria te cuidar para sempre e ...- dizia quando percebeu que Ellen iria falar. - Não, não fala nada. Por favor. Eu nem sei como eu estou dizendo isso... estou criando coragem desde o dia em que você pisou aqui. Eu precisava dizer isso pra você. Talvez não seja recíproco, mas não importa. O que realmente importa para mim é a sua felicidade. Mesmo que você não queira... - falou, mas Ellen o calou com um beijo.
Ellen: Eu te amo. E aceito ser sua namorada. - disse enquanto ria.
Bill: Obrigada por facilitar as coisas. - e voltou a beijá-la.
Era tão bom sentir o gosto da boca dela. As respirações ofegantes se cruzavam. Era uma sensação maravilhosa poder tê-la em seus braços. A cada toque eles se amavam mais. Sem pensar duas vezes, Bill a pegou no colo e a levou para o quarto. Abriu a porta e a deitou na cama. E a ficou admirando. Aquela mulher tão linda e tão frágil deitada em sua cama. Essa noite ele poderia sentí-la. E amá-la. De corpo e alma.
E ele a possuiu. E se beijaram. E se amaram.
Bill: Eu te amo, Ellen. - disse enquanto se deitava ao lado dela e acariciava seu rosto - Você me fez um homem completo esta noite. - e a beijou.
E ela deitou a cabeça sobre o seu peito. E adormeceu em seus braços.

Eram 03:14 da manhã. Tom havia saído. Bill já tinha ido dormir enquanto Ellen planejava sair.
Ellen: Bill, acorda.
Bill: O que foi? - disse, ainda sonolento.
Ellen: Quero que me leve em um lugar. Vem.
Bill: Agora? São três da manhã, sua louca. Vem, deita aqui. - disse enquanto puxava a coberta para Ellen se deitar.
Ellen: Não, Bill. Vem, se levanta. - disse puxando-o da cama - Se arruma, nós vamos sair.
Ele não contestou. Se arrumou, pegou o carro e foi enquanto Ellen lhe dava as coordenadas do lugar.
Era um prédio em um lugar afastado do centro de Los Angeles. A rua era tranquila. Não havia nenhuma porteiro. Eles saíram e entraram no prédio.
Bill: Por que quis vir aqui? - perguntou enquanto tentava entender o que faziam ali.
Ellen: Shiu! Vem, me segue. Quero te mostrar uma coisa. - e começou a subir as escadas.
Quando chegaram na cobertura, Bill ficou admirado. Foi cansativo subir até lá, mas a beleza da vista de lá de cima era linda. Poucas luzes da cidade ainda estavam acesas. O céu estava estrelado. A lua, na sua fase crescente, brilhava. Era perfeito.
Ellen: Eu morei nesse prédio por sete anos. - disse, quebrando o silêncio - Todas as vezes que eu ficava triste, corria para cá e ficava admirando o céu. Se fosse de dia, eu olhava as nuvens. Se fosse de noite, contava as estrelas. Isso me fazia bem. Era meu esconderijo secreto, que não é tão secreto assim, e meu refúgio. - e riu - Eu precisava vir até aqui. Queria que conhecesse esse lugar. Eu vinha sempre aqui, até eu te conhecer. Depois disso, eu arranjei outro refúgio.
Bill: E onde é esse seu refúgio? - perguntou curioso.
Ellen: Seus braços. Meu refúgio é o seu abraço. Lá eu me sinto protegida de tudo e de todos. - e sorriu.
Bill: Oh, Ellen... - e a abraçou enquanto uma lágrima escorria pelo seu rosto - Quero que saiba que pode contar sempre comigo. Quando você não conseguir respirar, eu vou estar lá. Quando o mundo cortar sua alma em pedaços e você começar a sangrar, eu vou estar lá. Te amo. Para sempre.
E se deitaram ali no chão. E ficaram olhando o céu e contando as estrelas. Até que pegaram no sono e, ali mesmo, dormiram.

Tom permanecia sentado no sofá, assintindo a TV, enquanto esperava o momento certo para atacar. Bill já havia subido para o seu quarto e Ellen estava entrando no banho. Era a hora. Silenciosamente, Tom subiu as escadas e entrou no quarto. Sentou na cama e aguardou ansiosamente.
Quando saiu do banho, enrolada em uma toalha, Ellen tomou um susto quando viu Tom em sua cama.
Ellen: Eu sei que a casa é sua, mas o que está fazendo aqui? - perguntou assustada.
Tom: Hey, calma! Não precisa ficar com medo. Só queria saber se você vai jantar... - respondeu calmamente enquanto se levantava e se aproximava de Ellen, que já estava tremendo.
Ellen: Sim, Tom. Mas será que pode me esperar na sala enquanto eu termino de me arrumar? - disse ela enquanto dava passos para trás, tentando se afastar de Tom, que vinha em sua direção.
Tom: Por que tenho que esperar na sala se posso esperar aqui? - perguntou em tom de malícia e foi se aproximando de Ellen.
Quando seus corpos já estavam praticamente colados, Ellen deu mais um passo para trás, quando percebeu que suas costas bateram na parede fria. E Tom se aproximou, segurou sua cintura e a olhou de cima a baixo. Ellen estava começando a ficar ofegante. Ela sabia que Tom a desejava desde a primeira vez que se encontraram. E bem no fundo, no fundinho mesmo, ela também o desejava. Quando seus rostos começaram a se aproximar, a porta se abriu. Ellen empurrou Tom, que caiu sentado na cama dela.
Bill: Oi, Ellen! Tom? Não sabia que estava aqui... - dizia quando o interromperam.
Tom: Eu já estava de saída. Acabei de chegar aqui. Eu a vim chamá-la para jantar, mas ela estava saindo do banho. Daqui a pouco ela vai descer, né ruivinha? - perguntou para Ellen que ainda, sem reação, estava na parede.
Ellen: Ah, sim. Eu já vou.
Bill: Ah, então tá. Vim aqui para avisá-la do jantar também. - disse desconfiado - Te espero lá embaixo. - e saiu.
Tom: É, dessa vez você se livrou, ruivinha. - disse enquanto sorria maliciosamente e ia na direção de Ellen - Mas na próxima, você não escapa. - sussurrou em seu ouvido.
Ellen: Pois eu espero que não tenha uma próxima vez. E não quero que fique me esperando aqui no quarto enquanto tomo banho ou coisa do tipo. Não quero que me toque novamente, está entendido? E sai daqui! - disse furiosamente.
Tom: Eu até vou, mas eu volto! - falou baixo com tom de malícia e saiu.
Ellen queria que algo tivesse acontecido entre ela e Tom, mas sabia que iria magoar Bill. E isso era a última coisa que ela queria.
Quando desceram para o jantar, o silêncio reinou. Tom sentou-se de frente para Ellen e ficou olhando para ela enquanto comia. Bill ainda falava alguma coisa e Ellen concordava com a cabeça. O clima estava estranho. Ellen se culpava por ter desejado Tom, mesmo que tivesse sido por um instante. Ela gostava de Bill e sabia que ele também gostava dela.
Ellen: Depois de tudo que ele fez por mim, não posso decepcioná-lo. - pensou.
Após o jantar, todos foram para seus quartos. Bill, sem saber de nada, subiu alegremente e foi dormir, mas Tom ainda não tinha desistido de Ellen. Ele tinha um objetivo e sabia que, mais cedo ou mais tarde, iria conseguir.
E todas as noites, por dois meses, Tom esperava que Bill adormecesse e ia até o quarto de Ellen. E a provocava, mas ela resistia. Até o dia em que o desejo falou mais alto.
Era uma fria madrugada, Bill dormia. Ellen estava em seu quarto, lendo um livro enquanto Tom queimava de desejo. Ele subiu até seu quarto e, mais um vez, tentou sucumbí-la.
Ellen: Ai, que susto, caramba! - gritou, pois havia se assustado com um beijo inesperado em seu pescoço - Só podia ser você, né Tom? Quando você vai desistir, hein? - perguntou de modo grosseiro.
Tom: Quando eu tê-la em meus braços.
Ellen: Para com isso, Tom! Isso já está virando obcessão sua!
Tom: Que seja! Eu te quero, Ellen!
Ellen: Tom... eu não posso! Você sabe que eu e o Bill... - dizia quando foi interrompida com um beijo. E eles se beijaram. Até que o ar faltou e...
Tom: Esquece o Bill. É só uma noite. - e continuou a beijá-la.
Era um beijo calmo, sem pressa. Eles tinham a noite toda para isso. E Ellen queria muito que algo acontecesse.
Ellen: Tom! - falou ofegante enquanto se dirigiam para a cama - Tem três condições.
Tom: Diga. - e voltou a beijá-la.
Ellen: Sem relacionamento, sem emoções... - dizia quando foi interrompida com outro beijo.
Tom: Apenas sexo. - completou.
E voltaram a se beijar. Eles se desejavam desde a primeira vez que se encontraram. O corpo dela pedia pelo dele e vice-versa. E aconteceu. Diferentemente de como Ellen imaginava, eles não transaram. Eles se amaram. Tinha paixão em cada toque, em cada beijo, em cada penetração. E no final, Ellen deitou em seu peito. E adormeceu. E Tom ficou acordado a noite inteira, acariciando-a, velando o sono dela.
Ao amanhecer, Tom se levantou e a admirou pela última vez antes de voltar para seu quarto. Era uma cena perfeita. A mulher dos seus sonhos bem ali na sua frente, deitada na cama. Era tão frágil, tão... linda. Tom estava amando.
Na manhã seguinte, Ellen acordou sozinha. E achou que havia cometido o maior erro de sua vida. Ela se sentiu usada e triste. Ele havia conseguido o que queria.
Desde então, ela passou a evitá-lo. O desejo dentro de cada um era mais forte do que podiam imaginar. Apesar de quererem repetir o que haviam feito naquela noite, Ellen não queria decepcionar Bill.