Muuuito obrigada pelas respostas!
Espero que vocês se divirtam lendo essa fic ^^
Avisinho básico: os capítulos são grandes, mas valem a pena, e se não valerem, podem me xingar, eu deixo HASUHAU
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- Capítulo 1 -
- Mas que inferno! – disse irritada, após três horas tentando domir, sem sucesso devido a uma dor insuportável, mais conhecida por cólica. – Três horas? Acho que já posso tomar remédio de volta.
Levantei cambaleando e fui até a cozinha. Eu já havia tomado tanto remédio que me sentia dopada. Enquanto voltava para meu quarto, tentava me lembrar do motivo de ter essas dores todos os meses.
- Ah, claro, eu tinha de nascer mulher. – disse a mim mesma.
Apesar disso, eu não era muito feminina e nem gostava de coisas como salto alto, saia e microblusas. Só usava tênis, calça jeans e camiseta, muitas delas masculinas inclusive. E, para não dizer que não usava maquiagem, o lápis preto estava sempre em meus olhos, mas com um único motivo: de ser mais respeitada pelos garotos e não ser tratada da mesma forma como as outras garotas eram.
Claro que um simples lápis não faz milagre, por isso, eu matinha minha cara de “vou te matar se você mexer comigo” junto dele. E funcionava, pois os garotos que não me conheciam direito vinham falar comigo só em último caso. Enfim, eu era respeitada pelos garotos como se fosse um deles, considerada um “homem” pelas outras garotas e a minha maior revolta era não ser homem e ter de passar por coisas femininas, como cólicas.
- Por que eu simplesmente não podia ser um homem? Eu acho que seria um homem bem legal. – disse para mim mesma, e acabei pegando no sono, imaginando como seria se eu fosse do sexo oposto.
- CARALHO, EU TO ATRASADA! – gritei, praticamente jogando o celular no chão. “Preciso começar a ouvir o despertador na primeira vez que ele toca, e não na quinta”, pensei.
Levantei-me meio relutante e senti um friozinho nas minhas costas. “Não me lembro de ter dormido sem blusa ontem”, pensei intrigada e levei um choque ao olhar para baixo.
- CADÊ OS MEUS PEITOS? – ok, não eram muito grandes, mas faziam diferença para mim.
Ao olhar no espelho, vi que eu não era eu. O meu cabelo estava na cor natural? E liso? Eu tinha um tanquinho? PERA AÍ. EU ERA UM HOMEM?
- Não, eu não sou homem, eu nem tenho um... Ah, eu tenho. – eu disse, olhando para dentro da minha calça.
Como eu podia ter virado um homem da noite para o dia? “Nossa, que zona desse quarto”, pensei, desviando a minha atenção. Eu não havia o deixado daquele jeito, e, para falar bem a verdade, não parecia muito com o meu quarto. Dentro dos armários tinham apenas roupas masculinas e algumas fotos perdidas do meu eu masculino com os três garotos estranhos do colégio que sentavam do outro lado da sala.
Olhei de volta para o relógio e me desesperei; Peguei a primeira roupa jogada que vi e saí correndo com a mochila semi-vazia que estava do lado da cama.
- Georg! – ouvi a minha mãe falar. Devia estar no telefone. – GEORG! VEM AQUI GAROTO!
Possivelmente seria comigo, então voltei até onde ela estava meio sem saber se devia ou não.
- Eu?
- Claro que é você! – “Então meu nome é Georg”, pensei. – Não vai tomar café?
- Não, eu to atrasada. Atrasado. – me corrigi rapidamente.
- Tá bom. Boa aula. – ela disse e eu voltei a andar em direção à porta. Era incrível como tudo estava certo em casa, menos o meu quarto. – Georg!
- Eu? – ainda estava me acostumando com o nome.
- Sua blusa está do lado errado. – ela disse.
Pensei em subir de volta para o meu quarto e virar, mas eu era homem, não precisava mais disso. Dei um risinho e tirei a blusa ali mesmo. Já me sentia mais livre do que quando era mulher.
Segui para o colégio sem me preocupar muito. Se estivesse tudo como sempre foi, como parecia que estava, a primeira aula seria de história, então não seria um problema me atrasar.
- Hey Georg! – alguém havia me chamado, então olhei para trás. Era o garoto estranho que sentava no fundo da sala com os gêmeos, mas não conseguia me lembrar de seu nome.
- E aí cara. - o cumprimentei.
- Acordou atrasado também?
- Foi. Odeio segundas-feiras. – disse meio mal-humorada.
- Mas hoje é quinta. – ele disse, divertido.
- Verdade. – disse caindo em mim. Queria puxar assunto, mas não sabia sobre o que falar. – E os gêmeos? Já foram?
De fato, não conseguia me lembrar do nome deles também.
- Duvido. Aposto que daqui a pouco nós encontramos aqueles dois. – ele repondeu rindo.
Eu e o garoto loiro seguimos conversando sobre coisas inúteis até o colégio e conseguimos chegar no horário, por mais incrível que pareça.
- Olha o Bill e o Tom lá. – ele disse rindo, apontando para o outro lado, onde os dois estranhos que faltavam vinham correndo.
“Bill e o Tom Kaulitz. Claro! Agora quem é quem?”, indaguei a mim mesma, em pensamento.
- Vocês vieram correndo MESMO? – perguntei.
- Claro. Se chegarmos atrasados mais uma vez, é suspensão. E você também, Georg. – o de cabelo que parecia uma juba de leão ergueu uma sobrancelha. – Além disso, o bonitão ali se esqueceu de abastecer o carro. – ele continuou, apontando para o outro.
- Ninguém mandou você bater o seu. – disse o de dreads com cara de sono. – Agora vamos entrar logo. Estou louco pra dormir. – eu bem que já havia reparado que ele dormia em algumas aulas. Como eu, claro.
Assim que entramos na sala, eles seguiram para seu canto e eu fui atrás, sem saber aonde o meu eu masculino costumava se sentar.
- Não vai sentar, Georg? – o de dreads me perguntou, apontando para a carteira que estava na frente da sua, encostada na parede. – Tá, agora conta pra gente. Finalmente pegou ela ontem?
- Quem? – perguntei intrigada.
- Como quem, cara? Conta pro Tomzinho, vai. – “Então ele é o Tom” conclui, enquanto um sorriso malicioso tomara conta de seus lábios. – Pegou a Ashley baby ontem?
- A loira vadia da outra sala? – perguntei em choque. Como eu poderia ter pegado ela? Ah é, eu era um homem.
- E tem outra Ashley loira vadia por aqui? – Tom me olhou sério.
- Georg, conta de uma vez! – o de cabelo de juba, Bill, falou da carteira ao lado da que Tom estava.
- Eu não me lembro. – disse sério.
- COMO ASSIM NÃO SE LEMBRA? – Tom gritou comigo, fazendo a professora nos encarar. –...Que precisa trazer o livro de história para as aulas?
A professora fez uma careta e voltou a escrever um texto no quadro. Metade da sala nos encarava curiosa e, quando cada um voltou a fazer o que fazia antes, Tom repetiu a pergunta.
- Como assim não se lembra? – seu tom foi mais cauteloso.
- Não lembrando. Não me lembro de nada dos últimos dias. – “Semanas, meses e anos”, pensei.
- Você bateu a cabeça, foi Georg? – o loiro perguntou com cara divertida.
- Tá, e o que isso tem a ver com eu não lembrar de nada?
- Tudo?
- O Gustav está certo. Você pode ter batido muito forte e perdido a memória. – Bill disse pensativo.
Agora eu sabia o nome de todos, só esperava não confundir. Pensei numa mentira rápida para me livrar de maiores explicações.
- É, eu caí da cama hoje de manhã. Acho que bati a cabeça na quina do criado mudo. – nossa, como eu era terrível com mentiras.
Tom riu alto e a professora nos encarou novamente, aparentemente furiosa.
- Kaulitz, aqui nesta carteira. AGORA! – ela gritou, o deixando irritado.
- Ainda não acredito que você não lembra se pegou ela. – ele disse e seguiu, quase se arrastando, para a carteira que a professora havia mostrado.
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Olha eu aqui de volta
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