Summer Paradise - VI cap. (FIM)

- O jantar deve estar a chegar. - Disse afastando ligeiramente os seus lábios dos dela.

Sunny parecia não estar minimamente interessada em jantar, agarrava-o cada vez com mais desejo, ele não queria de todo que aquele momento acabasse, mas a verdade é que tinha encomendado o jantar com a melhor das intenções, jantar é uma coisa normal de todas as pessoas, se bem que para eles os dois naquele momento isso podia esperar. Agradava-lhe o jeito como ela o tocava, via-se que não tinha muita experiência, arriscava-se a dizer até que nenhuma naquele campo. Vistas bem as coisas ele metia as mãos no fogo por ela, depois de tudo o que tinha sabido sobre a sua vida. Ela não costumava gostar de raparigas sem experiência, mas ela estava a portar-se bem e quase sem fazer nada estava a conseguir deixá-lo completamente fora de si. Sabia que tinha de parar com aquilo, empregado com o jantar devia estar mesmo a chegar, beijou mais umas tantas vezes os seus lábios de tornar o ambiente mais leve e saiu de cima dela sentando-se ao seu lado. Ela olhou-o de cima a baixo e começou a rir, puxou-o de novo e beijou-o.

- Vai pedir para não trazerem o jantar.
- E não queres comer nada? - Olhou para a cara dela, estava com um ar tão provocador e ao mesmo tempo tão inocente que não resistiu em beija-la. Levantou-se de seguida. - Eu vou lá... - Nem foi preciso acabar de dizer a frase, viu dois homens aproximarem-se do local.

Um trazia dois pratos cheios de comida, um em cada mão e o outro de baixo de um dos braços duas tochas e no outro talheres, dois copos e ainda uma garrafa de champanhe. Perguntou-se como este ultimo conseguiu ali chegar com tantas coisas. Acenou para que colocassem tudo em cima da sua toalha. Um deles fez uma espécie de mesa improvisada, à estilo de piquenique e o outro apressou-se a enterrar as tochas na areia e acende-las. Muito jeito lhes iam dar, a luz do sol estava quase a desaparecer completamente.

- Obrigado. - Disse ele e os homens apressaram-se a ir embora. Olhou para Sunny e para os pratos e limitou-se a sorrir.
- Bem vistas as coisas, até que já tinha fome. - Olhou para a comida, era um género de salada fria com imensas frutas tropicais, pedaços de frango e massas. - Porque é que estás ainda de pé? Anda comer, não tens fome?
- Tenho claro. - Apressou-se a sentar e a servi-la de champanhe antes de começar a comer.

O jantar foi passado entre gargalhadas e brincadeiras com a comida, foi mais o tempo que passaram a brincar e a provocarem-se um ao outro do que propriamente comeram. Até que o seu telemovel tocou. Que estranho, ele tinha-o levado só para ver as horas, olhou para o ecrã, era o Bill, voltou a metê-lo em cima da toalha.

- É melhor atenderes. - Disse ela com um ar desconfiado.
- Sim, provavelmente.

- Diz Bill, rápido.
- Era para confirmar se ainda estás vivo e embarcas hoje. - Soou uma grande risada.
- Sim, fica descansado, de manhãzinha quando chegar vou logo acordar-te.
- Nem penses, olha que eu...
- Bill eu agora tenho mesmo que desligar, tenho a mulher da minha vida pendurada a jantar por tua causa. - Disse sem deixar o irmão acabar o que estava a dizer e sorrindo docemente ao mesmo tempo para ela. Sunny retribuiu com um ar ainda mais doce.
- O QUÊ? ESTÁS A GOZAR?
- Até amanhã Bill. - Riu-se e desligou em seguida.

- Era o meu irmão. - Olhou de novo para as horas, dali a uma hora tinha que estar a entrar no barco, o tempo estava a passar rápido de mais.
- Tens um irmão?
- Sim, gémeo. - Sorriu de novo abanando a cabeça. - Ele ia gostar de te conhecer sabes?
- Porquê? - Ela tinha um palpite, quer dizer, ele disse ao irmão que ela era a mulher da vida dele, mas preferiu apenas fazer a pergunta.
- Porque tu conseguiste em dois dias criar qualquer coisa especial em mim, arriscaria-me a dizer que conseguis-te que eu ficasse completamente apaixonado por ti. - Ambos coraram. - Sabes... - Continuou o facto de estar completamente vermelho, noutra situação sentir-se-ia incomodado, mas era o "agora ou nunca", ou lhe dizia tudo o que lhe sentia e pensava sobre ela ou provavelmente ia-se embora sem ela saber o quanto era importante para ele. - ... eu nunca tinha estado apaixonado antes. - Aproximou-se dela deixando o seu prato para traz, ainda mal tinha tocado na comida.
- Eu também não, mas eu desde o primeiro dia que te vi ali na praia a tocar sabia que eras especial. - Deu-lhe um leve beijo. Queria muito poder ser completamente dele antes de ele se ir embora, tinha medo de nunca mais o ver, por isso beijou-o como se a "interrupção" do jantar nunca tivesse acontecido.
- Sunny... - Afastou os seus lábios dos dela. - Tenho pouco tempo aqui nesta ilha, quero aproveitá-lo contigo e sabe Deus o esforço que não tenho feito para me controlar, mas eu não quero que isto seja uma coisa feita à pressa, eu não quero estar contigo e no momento a seguir ir embora, isso ia ser injusto para os dois. - Admirou-se com ele próprio por ter dito aquelas palavras, mas nunca tinha sido tão sincero em toda a vida.
- Eu tenho medo... - Desviou o olhar para baixo. - ... tenho medo de nunca mais te ver.
- Prometo Sunny, eu prometo que volto o mais rápido que puder. - Agarrou na cara dela olhando-a nos olhos. - Promete que esperas por mim.
- Claro que espero! - Os olhos dela encheram-se de lágrimas e consequentemente os dele também.
- Olha, eu tenho uma vida muito complicada, eu vou resolver tudo o que tenho a resolver e a seguir volto para aqui, e quando voltar é para sempre. Posso demorar um ano, mas eu juro Sunny, eu juro que nunca me vou esquecer um dia que seja de ti e que quando voltar é para sempre.
- Eu fico aqui então, não vou sair desta ilha até isso acontecer. - Abraçou-o com força.

Ela tinha quase como certo que aquelas promessas todas de Tom iriam por agua a baixo, mas gostava tanto dele que estava completamente disposta a cumprir as que tinha feito.
Tom, por sua vez, nem se tinha apercebido bem das coisas que tinha dito, mas estava completamente consciente que se o tinha dito era porque o queria realmente fazer, no dia em que voltasse seria o dia em que eles voltariam a reencontrar-se, não sabia quando mas duma coisa tinha a certeza, que lhe ia custar ir embora mas quando a voltasse a ver era para ficar com ela sempre, não importava se fosse ali ou noutro sitio qualquer, sabia que a queria só para ele e que queria dar-lhe tudo para ela ser feliz. Por isso provavelmente ia ter de deixar os Tokio Hotel, uma namorada de qualquer um deles nunca seria completamente feliz enquanto eles estivessem nas luzes da ribalta.
Bom, ele tinha a viagem toda até à Alemanha para pensar no que ia fazer, naquele momento queria concentrar-se em Sunny que se encontrava ainda abraçada a ele, só agora tinha percebido que tinha t-shirt encharcada com as lágrimas dela.

- Não chores bebé. - Acariciou o seu cabelo.
- Espero que não te esqueças de mim e do que me prometeste. - Ele limpou-lhe as lágrimas e deu-lhe um beijo, pegou no telemóvel que tinha em cima da toalha.
- Para te provar isso dá-me um beijo. - Tirou uma foto ao beijo que se acabou por prolongar um pouco. De seguida colocou-a como imagem de fundo. - Vês... - Mostrou-lhe. - Vou lembrar-me de ti todos os dias, vou olhar para ti a toda a hora até voltar, posso ligar para o hotel para falar-mos. Eu juro que volto.

Voltou a olhar para as horas, tinha pouco mais de 15 minutos até à partida do barco. - Anda comigo para o hotel, tenho de ir buscar as malas, está quase na hora. - Olhou para a toalha, fica com ela, é uma espécie de recordação.
- Eu venho aqui buscá-la depois, agora vou levar-te.

Foram apenas de mão dada até ao hotel sempre em silencio, entraram e Tom acenou-lhe para que fosse com ele. entraram no seu quarto, colocou as malas em cima da cama. Sunny encontrava-se ali também sentada a olhar atentamente para cada movimento seu. Pegou na guitarra e sorriu, teve uma ideia: sentou-se na secretária e escreveu um bilhete que rapidamente colocou dentro do resguardo da mesma. Estava tudo pronto, pegou na mão de Sunny, abraçou-a, deu-lhe um beijo na testa e de seguida pegou nas malas pedindo-lhe que levasse a guitarra.
A viagem até ao cais foi lenta e dolorosa, nem um nem outro se atreveu a abrir a boca outra vez, tinham sido feitas várias promessas que ambos faziam intenções de cumprir, mas isso não era o único sentimento partilhado pelos dois. Ambos tinham medo que a outra parte quebrasse as promessas, no fundo isso nem era o que mais importava, o pior de tudo era como é que iam estar sem se ver por tempo indeterminado? Ia ser algo insuportável.
Chegaram finalmente, era logo ali ao lado da praia onde estavam.

- Então adeus. - Disse ela vendo-o a dar as malas ao senhor do barco, alcançando-lhe a viola.
- É tua!
- Minha?
- Sim, ela tem mais significado na minha vida do que aquilo que tu pensas, é talvez o objecto que tem mais valor para mim. Quando voltar explico-te o porquê. Por agora quero só que fiques com ela. - Sorriu passando a mão pela cara dela que o olhava confusa. - Tenho de ir princesa. - Beijou-a, beijou-a a sério, agora era ele que tinha vontade de chorar mas com esforço aguentou-se firme.

Sunny deu alguns passos atrás agarrada firmemente à guitarra, sorrindo, um sorriso triste, mas mesmo assim não deixava de ser um sorriso. Ele entrou sem olhar para trás, só voltou a olhar quando o barco já estava em movimento, ela continuava ali a olhar simplesmente.

- ADORO-TE SUNNY! - Gritou.
- Fico à tua espera... - Disse baixinho só para ela, para ele mandou um beijo pelo ar e ficou a dizer-lhe adeus até ver o barco chegar perto da próxima ilha.

Foi tudo muito rápido, o carco tinha-se atrasado, já tinha pouco tempo para fazer o check-in e quando estava filamente dispachado e pensava que ia poder reflectir um pouco ouviu o seu voo ser anunciado nos altifalantes e apressou-se a ir apanhar o autocarro. O aeroporto estava praticamente vazio àquela hora, no sei avião iam pouco mais de 30 pessoas, felizmente na primeira classe apenas estavam dois homens lá mais atrás e o lugar dele era mesmo à frente o que era óptimo, mais à vontade ia.

Sentou-se, meteu o sinto e já não ouviu mais nada. Ele ia voltar mais cedo do que Sunny esperava, mais cedo do que tinha prometido. A sua vida ia dar muitas voltas nos próximos tempos, o primeiro passo era acabar a tour e no fim anunciar que ia sair dos TH, depois era deixar a poeira assentar uns tempos e voltar, podes contar-lhe tudo. Ele tinha tantas coisa para lhe contar, tantas justificações que lhe dar, mas foi melhor vir embora assim, assim pelo menos garantiu a sua segurança e o seu bem estar, ela ia compreender de certeza.
Ele gostava realmente dela, agora que relembrava aqueles dois dias parecia que o seu coração ia saltar do peito, tudo tinha sido tão perfeito que se se deixasse dormir por instantes agora, ia acordar a pensar que era tudo um sonho. Realmente amar alguém de verdade era uma coisa tão bonita que ele próprio não tinha palavras suficientes para explicar tudo aquilo que sentia por aquela rapariga.
Enquanto isto Sunny lia o bilhete que ele tinha deixado dentro da capa da guitarra: