Voltamos finalmente com a segunda temporada, aêêê. Obrigada pelo apoio de vocês
Então, essa temporada é narrada por Elisa e introduzimos uma nova personagem, a Misha. Logo abaixo vem o link de como eu imagino que ela seja e boa leitura!
Misha
Capítulo 1
Era fim de outubro, dia 31 para ser mais exata, e Tom havia saído em turnê com a banda, vez ou outra eu aparecia de surpresa para visitá-lo quando estava sozinho no camarim, mas não podiam ser visitas longas ou chamativas. O motivo principal? Bill Kaulitz. Ele nos atormentou durante todos esses anos, e agora que acreditava estar por cima eu não poderia estragar tudo e fazer da vida de Tom, e da minha, um inferno novamente.
Nuvens ligeiramente cinzentas anunciavam o fim do outono e o início do inverno na Alemanha. Entrei e fechei as portas da pequena sacada daquele quarto de hotel a fim de bloquear os resquícios da luz que ainda era emitida pelo Sol naquele fim de tarde, minha pele por ser exageradamente branca chamava demasiada atenção à luz do dia então minhas aparições enquanto o Sol ainda resplandecia sobre o céu tornaram-se raras.
Sentada na imensa, porém desconfortável, cama de hotel refleti por longas horas. Tentava encontrar uma resposta, uma saída para escapar de toda aquela situação com Bill, mas nada me ocorreu. A noite chegou e trouxe consigo uma refrescante brisa de fim de outono. Era Halloween e noite estaria perfeita para caçar, afinal eu estava faminta. Vesti um vestido de preto de mangas e saia esvoaçante e exagerei um pouco na maquiagem, deixaria minhas presas à mostra, eu precisava me enturmar. Pague a diária ao sair pela portaria do hotel e saí sem rumo.
As ruas estavam abarrotadas de crianças, jovens e adultos vestindo das mais tradicionais às mais originais fantasias já vistas. E devo admitir que ver aqueles pequenos vestidos como o Drácula era um tanto cômico para mim, que sei o quanto aquilo é real. Não a parte do Drácula, ele é só um personagem, mas a parte dos vampiros. Aliás, eu não era o único ser hematófago caminhando por ali, algumas quadras adiante meus olhos encontraram-se com os de uma bela jovem de corpo esguio, cabelos e olhos negros como a noite e pele tão branca quanto a minha. Seu olhas possuía uma obscuridade que a mim era familiar e senti-me impulsionada a ir até ela.
_ Você... também... – sua doce e fina voz referia-se a mim com timidez. Ela esticou sua mão direita em minha direção e toquei seus dedos com a ponta dos meus. Um choque de conforto atingiu-nos instantaneamente e então tive certeza de que se tratava de outra vampira.
_ Sim, eu sou. – respondi olhando em seus brilhantes e encantadores olhos – Qual é o seu nome?
_Chamo-me Misha, e você? – abriu um sorriso meigo
_ Prazer Misha, meu nome é Elisa. Você parece bem jovem, desde quando... você sabe... – perguntei um tanto indiscreta eu diria.
_ Fui transformada aos 16 anos, por isso a aparência jovem. – respondeu e soltou um riso nasalado.
_ Ah sim! Bem, e então quer companhia? Estou indo caçar, se estiver com fome pode vir. – ofereci esbanjando simpatia. No momento em que meu toque encontrou o de Misha eu senti que ela era carente precisava de proteção, de alguém com experiência. Eu estava decidida a cuidar dela, Tom não teria nada contra.
_ Seria ótimo, pois eu estou morrendo de fome.
_ Venha comigo!
Depois de um longo trajeto feito até um lugar distante da cidade saímos em busca de nossas respectivas caças. Beber sangue de humanos para mim era como um vício que eu tentava controlar fazendo-o apenas duas vezes ao mês, decidi começar a fazer esse controle a partir do dia em que me senti tão tentada pelo sangue de Tom que quase enlouqueci apenas ao ouvir o pulsar de seu coração.
Vítima avistada, um mendigo bêbado e moribundo largado num beco escuro de um lado isolado da cidade. Aquele ser parecia estar ali há muito tempo, sem ter para onde ir, se esperança, preferi pensar que estava lhe fazendo um favor. Mordi-lhe a jugular e suguei todo seu líquido vital, e ele nem ao menos sentiu.
Com a fome saciada levantei-me graciosamente, roupas intactas e lábios limpos. Olhei a minha volta e deparei-me com a imagem de Misha que tinha lábios e mãos ensangüentados, e seu vestido que antes era azul celeste estava lavado de sangue no ponto abaixo do queixo. Não me controlei e soltei uma breve risada.
_ Ah! Eu sou um desastre, ainda não consigo comer sem ficar toda suja! – reclamou
_ Ah querida, não fique assim. Sabe, eu também levei bastante tempo até me acostumar e aprender a não me sujar toda. – acariciei seus cabelos
_ Olhe para você. Ainda continua perfeita, e limpa! Agora olhe para mim, que desastre. – bufou e mais uma vez eu ri, de sua reação exagerada de adolescente é claro.
_ Venha, vou te ajudar e se limpar. – disse levando-a pelo braço até uma fonte no centro de uma praça deserta.
Era início da madrugada e as ruas dos arredores do hotel continuavam movimentadas de pessoas e suas fantasias. Eu e Misha caminhávamos alegremente conversando sobre as diferenças entre humanos e vampiros e ríamos dos tolos que nos observavam abobados com nossa beleza sobrenatural. Após horas e horas conversando nos despedimos e voltei para o hotel após Misha ter me assegurado de que teria um lugar para passar a noite.
Adentrei no quarto e logo avistei meu celular encima do criado-mudo indicando que havia dez ligações perdidas, e eram do Tom. Troquei de roupas e decidi retornar as ligações, poderia ser algo importante afinal.
_ Elisa? Finalmente! Onde esteve? – perguntou afoito
_ Ah meu amor, eu vou bem obrigada. E como vai você, e a turnê? – perguntei com ar de deboche
_ Desculpa. Como você está meu amor? – perguntou aparentemente mais calmo.
_ Bem, e então porque me ligou dez vezes seguidas? – perguntei ao seguir até a sacada, eu adorava observar o céu durante a madrugada e sentir aquela brisa fresca.
_ Só para avisar que amanhã estarei de volta e que tenho uma festa à fantasia amanhã à noite e gostaria que você fosse comigo. Daria-me essa honra,
mademoiselle? – perguntou fazendo-me rir de seu sotaque francês fajuto.
_
Oui, monsieur. – respondi delicadamente num perfeito e fluente francês.
_ Quê? – perguntou confuso – Olha, eu sei que não sou lá grandes coisas no francês, mas não precisa humilhar né?
Ri do seu protesto.
_ Ok, pode deixar que te faço companhia na tal festa, mas vem cá o Bill não vai estar lá? – perguntei e ele notou a preocupação em minha voz.
_ Relaxa, ele foi convidado, mas ele não quer ir de jeito nenhum.
_ Ta bom, te vejo amanhã. – concordei, mas não totalmente tranqüila.
_ Beijo, te amo.
_
Je t’aime.
_ Quê? – perguntou confuso e eu ri do meu alemão metido a francês.
_ Nada Tom, nada. Eu também te amo.
Desligamos e eu continuei sentada na sacada admirando a bela visão do céu, das árvores, das ruas. Finalmente depois de tanto tempo longe Tom retornaria, eu sentia tanta falta de estar em seus braços, sentir o calor de sua pele em contraste com a minha. Mas algo me incomodava, eu tinha um mau pressentimento sobre aquela festa, mas teria de ser otimista sobre aquele dia, rever meu grande amor era motivo de alegria.