Devilish - O começo de tudo (+18) Voltando a ativa!!!

Capítulo 2 - O primeiro show




[Tom narrando]

Nós estávamos tão animados com o começo da banda que o desenho estava passando para as paredes, porque eu e Bill só sabíamos falar da nossa banda, Devilish.

- Bill, eu não vejo a hora de aprender a tocar guitarra.

- Eu quero ser o vocalista.

- É a nossa unica opção né Bill, haha.

- Tom, para de gracinhas, é sério.

- Tá Bill, parei então.

- Vou dormir Tom. Boa noite.

- Boa noite maninho.

Bill se levantou e foi pra sua cama que ficava perto da de Tom.
Tom, logo falou:

- Bill, mais eu não vou desligar a TV.

- Ah, vai sim, tu sabe que eu não consigo dormir com o barulho da TV.

- Não vou desligar.

- Tom, desliga essa televisão.

- Não Bill!

- Se tu não desligar, tu vai ver.

- Ai que medinho do Bill.

Bill se levantou da sua cama e pulou em Tom tentando arrancar o controle remoto dele. Tom acabou cedendo e desligou. Bill com um ar de debochado deu uma risadinha, virou as costas e deitou-se em sua cama.
Logo em seguida os dois adormeceream.

--*--*--

Hoje eu me acordei mais cedo do que Bill, eu estava tão ansioso pra comprar minha guitarra, eu já tinha escolhido a cor que eu iria comprar. Vermelha, essa seria a cor. Não sei porque mais quando eu pensava que eu aprenderia a tocar guitarra, eu sempre me imaginava tocando uma vermelha.

Fui pé por pé até a porta do quarto de mamãe e Gordon, a porta estava entreaberta e eu notei que o Gordon já tinha levantado.

Quando eu estava virando as costas para ir tomar banho senti uma mão no meu ombro, e tomei um susto.

- O que tu já tá fazendo acordado garotão?

- Eai Gordon. É que eu to meio ansioso pra comprar a guitarra.

- Meio? Então vá se arrumar e vamos lá, há muito o que aprender.

Sem perder tempo me arrumei, e em meia hora eu e Gordon já estávamos na frente de uma loja de instrumentos.
Enfim, compramos minha guitarra, vermelha.
Quando chegamos em casa a primeira coisa que eu falei pro Gordon foi:

- Quando agente começa?

- Agora mesmo.

- Yeah!

Nos sentamos e lá ficamos até o final do dia treinando juntos. Gordon me ensinou vários truques. Eu sabia que seria um guitarrista maravilhoso.

Enquanto eu ensaiava alguns solos de guitarra sozinho, Bill cantava no quarto, eu fiquei bem surpreso, porque aparentemente Bill não cantava nada, mais dessa vez tenho que admitir que ele cantou super bem.
Até que chegou o dia. O nosso primeiro show.

Iria ser em um bar, para apenas umas cinco pessoas, mais já era um começo. Eu podia sentir o nervosismo de Bill passar todo pra mim, e eu já estava uma pilha de nervos.

Subimos ao palco.
Bill sentado em um banco preto e eu de pé ao lado dele, segurando minha guitarra. Então eu comecei com a primeira nota, e logo em seguida Bill começou a cantar. As pessoas estava com cara de quem estavam gostando.

Quando terminamos de fazer nosso pequeno show, descemos do palco e esbarramos em dois meninos. Um era loiro e usava óculos, o outro era um pouco mais alto que o loiro, e usava cabelo um pouco cumprido.

Nos cumprimentamos e começamos a conversar. Logo percebemos que nasceria uma grande amizade.

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Oi gente *-* pessoal me desculpem, esse capitulo definitivamente não ficou nem um pouco bom, minha criatividade sumiu, mais o próximo vai ser bem melhor ok, prometo. Beijos liebes *-* e obrigada pelos comentários.

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Capítulo 3 - O primeiro ensaio

[Bill narrando]

Tom não desgrudara da sua guitarra desde o momento em que foi comprada. Nem depois da apresentação. Tom quase mordeu o garoto de cabelos grandes quando ele pediu pra ver. O de óculos riu.

- Nem morto que você vai tocar na guitarra do futuro Jimmi Hendrix - Tom falou logo após o oi dos garotos.

- Tom, deixa disso... É só uma guitarra - tentei acalmar os nervos dele, me controlando pra não rir da sua criancice.

- Não, Bill. Não é só uma guitarra... É A Guitarra, com G mauísculo... Mais respeito com a minha princesinha ú.ú'

Dei um pigarro e olhei para os garotos como quem pede desculpas, mas os dois começaram a rir. Tom fez uma careta, e largou de bancar o machão e deu sua guitarra, quer dizer, Guitarra, para o garoto. Ele passou o dedo pelas cordas, e senti que Tom estava fazendo o máximo para não puxar a Guitarra da mão do menino e sair correndo pelo bar, gritando "É minha, só minha, do deus aqui, e ninguém toca!" - assim como quando um cara tocou na Chantelle, e Tom se mordeu de ciúmes... claro que no caso, ele jogou a Chantelle em cima do ombro e saiu correndo como se fosse o King Kong, mas deixemos pra falar desse episódio mais pra frente... Isso me constrange.

- Uma Gibson... Uma Gibson V Shaped, uau. Queria ter essa sorte, er... Como você se chama?

- Tom, e esse é meu irmão gêmeo Bill - Tom me apresentou, contraindo as veias das mãos naqueles braços magricelos como os meus.

- Eu sou Georg, e esse aqui é Gustav - Georg se apresentou, e fez um gesto na direção do garotinho ao seu lado, que ajeitou os óculos. - Por sinal, nos conhecemos aqui.

- Bacana - respondi, dando um beliscão na orelha do Tom, e mandando um recado mentalmente pra ele se acalmar, porque aquela Guitarra não era uma mulher na qual Georg passava a mão. - Vocês vêm sempre aqui, estão sozinhos...?

- Na verdade, é a primeira vez que eu venho aqui - Gustav respondeu, mal nos encarando. Dava para ver de longe que ele era tímido. - Meu pai me trouxe com uns amigos do trabalho... É que minha mãe está em um spa, e eu não posso ficar só. Pais corujas, sabe como é.

- Posso imaginar. E você, Georg?

- Ah, eu venho aqui com meu pai todo sábado para ver algumas bandas tocarem. Meu pai é mão-de-vaca demais pra comprar um ingresso em um grande show.

Tom não conseguiu se conter e pegou a Guitarra de Georg. Ele o olhou com espanto, mas logo sorriu ironicamente.

- Er, nos dêem licença rapidinho... - falei.

Puxei Tom pela orelha para um canto do bar enquanto ele esperneava, dizendo que quem tinha que fazer isso era ele, porque ele era o mais velho, e que ia contar tudo pra mamãe depois que a gente encontrasse ela no bar, e que se eu não o soltasse logo, ele ia destruir todos os meus kits de maquiagem e dar pro cachorro comer.

- Meu cachorro não come maquiagem - retruquei. - E você deixe de ser estúpido e grosso com eles, mal os conhecemos.

- Grosso é o que eu tenho debaixo da cueca, e estúpido é o que eu faço com ele sozinho - ele resmungou com um sorriso brincalhão no rosto, ao mesmo tempo zombador. Fiz uma cara de nojo, e ignorei.

- Isso é uma guitarra, e não uma mulher pra você ficar todo cheio de frescuras.

Ele fez cara de ofendido, mas não tirou o sorriso do rosto.

- Como você pode xingar a Cremilda? Oh, meu bem, ele não quis dizer isso, não, não... - ele se agarrou com a guitarra e eu dei dois passos pra trás. Se me perguntassem, para todos os efeitos ele era um estranho para mim. - Ela é uma mulher sim, Bill. Uma mulher que gosta de ser tocada, e olha só, apesar de ela ter seis fios de cabelos muito estranhos, ela tem várias vag...

- Cala a boca, chega dessa merda - interrompi, antes que ele terminasse aquele discurso. Para mim, foi culpa da Cremilda ele ter ficado tarado, esse discurso me convenceu totalmente disso. Mas Tom me ignorou e prosseguiu como se eu não tivesse falado nada.

- ...inas que a gente pode enfiar os cabos alheios, e ela faz um som que meu Deus do céu, eles me deixam...

Apartir daí, coloquei o dedo no ouvido e fiquei cantando bem alto e desafinado uma música da Nena. Tom só ria.

- Parei, Bill, parei - ele abaixou minhas mãos. - Mas não ouse me tocar com esses dedos cheios de cera.

Pisquei várias vezes até absorver totalmente o nome daquela coisa.

- Cremilda?

- Ui, esse nome me arrepia. Fala de novo, Bill. Cremilda, Cremildinha, Cremosinha! Uii!

Fiz uma careta de completo desgosto e me afastei dele, pegando o rumo para ir conversar com os garotos. Tom me seguia gargalhando, dizendo o quanto eu era inocente, e que não acreditava que era meu irmão gêmeo de tão inocente que era.

- Digo o mesmo de você, seu tarado.

Ele me encoxou, e eu chutei a Cremilda em resposta. Tom resmungou, me mostrou cotoco e me xingou das coisas mais absurdas que o mundo pode imaginar. A mais publicável foi "bosta de bode fedida e maquiada". Do resto, nem queiram imaginar.

Ele ainda não tinha terminado quando chegamos aos garotos. Como se existisse um botão de Mute, ignorei Tom e chamei os dois pra sentar e conversar sobre música.

- Bom, eu adoro rock, sabe, e toco baixo - Georg comentou, depois de falarmos sobre bandas e discutirmos, eu e Tom, sobre quem era melhor: Nena ou Snoop Dog.

- E eu toco alto - Tom falou, fazendo mais umas de suas intermináveis gracinhas.

- Nunca ouvi falar nesse instrumento, deve ser para cabeças de vento como você - Georg retrucou, e pela primeira vez, Tom ficou sem resposta, pasmo.

- E eu, bateria... Bem, ainda estou aprendendo a tocar, mas posso garantir que já estou craque na maioria das batidas, toco até um breginha.

Georg olhou fazendo uma cara de WTF, assim como eu e Tom. Gustav fez uma careta em resposta, mas quase não tive tempo de devolver, porque acabei tendo uma ideia brilhante.

- Ei, vocês estão interessados em fazer uma banda com a gente? - perguntei.

O sorriso dos três se abriu de orelha a orelha, mas o de Tom veio acompanhado de um cotoco e um guardanapo escrito "Ich fick Cremilda" que mais uma vez ignorei.

- Hohoho, claro, Bill - Gustav respondeu, logo se animando.

- Wow, que legal, pode ter certeza de que eu também quero - Georg também se animou.

- Então vou passar o endereço de casa e a hora que vocês tem que estar lá, e...

- Amanhã, as duas da tarde, ok? - Tom me cortou, e passou um guardanapo com o endereço para os dois, escrito também "Küsses, rufen Sie mich an! ;-)". Georg o encarou com cara de macaco, assim como eu provavelmente fazia, e Gustav ignorou.

- Er, ok então... A gente se vê amanhã - Gustav falou, e saiu correndo.

- Sim, até - Georg falou e também saiu da mesa.

Olhei para o Tom e ele estava falando com a Cremilda.

- Tom.

- Oi?

- Que diabo é esse nome de Cremilda?

- Gosto de coisas com duplo sentido. Acho que é pelo fato de ter uma cópia de mim. Uma cópia maquiada.

Olhei para ele sem entender nada.

- Tô boiando.

- Claro, você é levinho, pode boiar haha.

Ignorei a palhaçada e disse para ele falar sério.

- Sério. Falei.

- Tom, fala logo, me explica isso!

- Logo, me explica isso!

Mostrei cotoco pra ele e fiz a menção de puxar a orelha dele novamente, quando ele resolveu explicar, sem rodeios.

- É que nós somos gêmeos, dois, dupla... Entendeu?

- Aaaaah tá. Sim.

- Tinha que ser loiro.

- Você também não é lá tão inteligente.

Mostramos língua um para o outro e corremos para a mamãe, que nos abraçou e apertou nossas quase inexistentes bochechas. Gordon me puxou e jogou para o alto, assim como fez logo depois com o Tom.

- Ah, meus filhotes, tenho tanto orgulho de vocês! - mamãe tascou um beijo bem babado em mim e no Tom. Não falamos nada, mas quando mamãe olhou pra trás, limpamos na blusa e Gordon riu. - Estão crescendo, ah, vocês são tão talentosos!

- Eu sei que sou talentoso, mãe - Tom nem se achava (ironia modo on).

- Não sabia que você cantava tão bem, e que você tocava tão bem - ela falou pra nós.

- Mãe, nós somos os caras. E vocês são os coroas.

- Tom, meu garoto, aprendeu bem as nossas lições - Gordon falou, e bagunçou os curtos dreads do Tom.

- Foi, pratiquei o dia todo com a Crem... a guitarra.

- Crem... Crem o quê?

Tom pensou rápido como um raio.

- Creme de morango, olha!

Gordon e a mamãe olharam para trás. Apenas encarei o Tom, segurando a vontade de rir, enquanto ele me dizia mentalmente para ficar calado.

- Filho... aquilo é um homem ruivo - mamãe falou, e eu comecei a rir.

- Ah, er... que coisa, não? e_e'

- Mãe, convidamos dois garotos que conhecemos aqui para ir amanhã em casa para ensaiar com a gente. Um se chama...

- ...Gustav e o outro Georg, eles tocam bateria e baixo e a gente vai...

- ...fazer a banda com eles. Você deixa eles irem amanhã?

- Podem ir, sim - ela respondeu enquanto Gordon a abraçava. - Onde vocês vão ensaiar?

Nós dois olhamos sugestivamente para Gordon, e ele respondeu por nós.

- No meu estúdio, amor. Eles podem ficar lá, e eu vou auxiliar eles.

- Que horas eles vão? - mamãe perguntou.

- Duas da tarde - respondi.

- Meio cedo, não acha, Bill?

- É, eu disse pra ele, mas ele não me ouve... - Tom falou, e eu fiz cara feia pra ele.

- Foi você que combinou!

- Agora a culpa é minha?

- Seu fanfarrão! Um dia você vai acordar e ver a Cremilda em pedaços!

Tom colocou a mão na minha boca e sussurou um "cala boca" pra mim, enquanto eu me debatia.

- Cremilda? Cremilda?! - Gordon fiz cara de dúvida. - Que diabos é isso?

- Nada, é besteira do Bill, ele... AI!!!

Dei uma mordida na mão dele e falei tudo de uma vez antes que ele me calasse de novo.

- Cremildaéonomedaguitarradotomeelepensaqueladevesertratadacomoumamulhere...

- Mentira! Mentira! Cala a boca, porra!

- Mentira o cacete!

Os dois riram da gente, e Gordon logo interveio na nossa briga de puxões de cabelo.

- Fica calmo, Tom. Er... eu também dei um nome assim para a minha primeira guitarra.

- Qual?

- Ela era toda vermelha com umas manchas pretas, e...

- Qual? - Tom exigiu a resposta. Eu também estava muito curioso.

- Er... Ahn... Era... Uh... Moranguinho .-.

Por um momento fez um completo e mais absoluto silêncio. Tom me encarou, eu o encarei de volta, e nós explodimos em uma estrondosa gargalhada.

- Tom, você não pode falar nada, você não está em vantagem! - Gordon logo argumentou, tentando cessar a crise de risos que nos atingiu.

- Desculpa, Gordon, mas... - conseguimos falar entre gargalhadas - ... isso foi ridículo!

E fomos gargalhando até chegar em casa. Gordon ficou puto com a gente.

--*--*--

Logo depois de chegarmos da escola, corremos para o pequeno estúdio do Gordon no fundo do quintal, e Georg, Gustav, e Gordon já estavam lá. Pareciam se entrosar.

- E aí, Tom e Bill! - os garotos nos cumprimentaram, mas Gordon nos ignorou.

- Oi - e eu e Tom colocamos nosso plano em ação. - Já voltamos, vamos pegar a Guitarra - eu me recusava a chamar aquela coisa de Cremilda.

Corremos até o nosso armário de coisas legais, onde guardávamos qualquer besteira que achássemos bacanas - desde um DVD até uma tampinha de garrafa - e pegamos 5 travesseiros de penas. Já havíamos usado muito eles em guerras de travesseiros, de modo que não era nada impossível deles romperem. TOm pegou sua Guitarra e nós fomos até o estúdio.

Quando entramos, Gordon levou 5 segundos até entender o que iríamos fazer, mas já era tarde demais. Partimos pra cima dele com tudo, e começamos a bater nele com os travesseiros. Não demorou muito, e logo os três já estavam guerreando com a gente, até que no final os travesseiros se romperam e jogaram pena pra tudo que foi canto. Parecíamos quatro pintinhos e um galo no estúdio.

- Desculpa, Gordon, mas é que foi hilariante - argumentei, pulando em cima dele. - Montinho no Gordon!!! - e todo mundo pulou em cima dele.

- Ilari... o quê? - Tom perguntou.

- Hilariante, burro! Engraçado, cômico! - respondi. - Ah, vá procurar ler um dicionário, seu sem-cultura! u.ú

- E pegar naquela coisa grossa? Nem morto! De grosso já basta o meu p...

- Tá, não preciso saber disso - cortei.

Gordon ria embaixo de nós quatro, nos fazendo sacudir como se estivéssemos em um terremoto.

- Tá, vocês são uns pestinhas do rock! Perdoo vocês... Mas com uma condição.

- Faço qualquer coisa... Desde que não seja me... - Tom falou, mas Gordon o interrompeu.

- Que vocês saiam de cima de mim e limpem esse galinheiro.

Prontamente, saímos de cima dele e começamos a catar as penas. Rapidamente terminamos, mas o Tom abriu os sacos e as penas se espalharam novamente.

- Maldito - xinguei. - Eu não vou catar isso de novo.

- Tanto faz. E maldito é o seu avô!

Olhei para ele e fiz uma careta. Logo ele se tocou.

- Foi mal, vovô - ele falou baixinho.

- Certo, certo, vamos logo ensaiar - Gustav falou. - Tenho oftamologista marcada para as 4 horas, e não posso me atrasar.

Logo começamos a cantar algumas músicas rascunhos, as quais eu e Tom preparamos para a apresentação no bar, e percebemos que havia ritmo e entrosamento entre nós. Como Gordn falou, tocávamos quase como robôs programados. Mamãe nos trouxe uns sandubas, nos quais nós voamos e comemos até sair pelo nariz - o que no caso do Gustav, realmente aconteceu - e voltamos a ensaiar. Tom reclamava que as cordas da Guitarra machucavam os seus dedos, e que ela estava muito rebelde hoje, precisando de carinho e mais outro "carinho" pra amansar.

- Quando é o seu aniverário, Tom? - Gustav perguntou, antes de ir embora. Sua mãe buzinava loucamente na frente de casa.

- 1 de setembro, porquê?

- Legal. Acho que vou te dar um camisão. Falou, galera.

- Próximo ensaio na semana que vem, mesmo dia, só que 3 horas - gritei, e ele acenou positivamente com a mão e saiu com o Georg no carro da mãe dele.

Tom abriu um sorriso quando ouviu que ia ganhar um camisão. Na época ele pensava que fosse um camisão de ser uma camisinha gigante, mas depois, quando chegou nosso aniverário, ele viu que era um camisão desses que ele usa, umas camisas extra-grandes nas quais cabem uns três de mim, e ainda dá o Scott.

Tom catou as penas resmungando algo sobre ser menos idiota, e eu fui para o quarto ver desenho. Escondi o controle, porque não queria brigar de novo com o Tom, e voltei para a cama bem na hora que ele entrou no quarto coberto de penas.

- Você parece uma galinha - comentei, quase sem desgrudar da TV, na cena em que o Pica-Pau para pra comer um lanche e vê que foi enganado pelo Zeca Urubu.

- E você parece um panda.

- Sou a sua cara.

- Então você também é uma galinha, burro!

- Muda de canal, tu sabe que eu odeio esse Pica.

- Não, eu tô vendo.

- Vou pegar o controle.

- Pode ir, duvido tu achar, besta.

Tom revirou o quarto e não achou. Enquanto isso eu ria da raiva dele, ele odiava a risada do Pica-Pau, tanto é que eu tinha ela como toque do meu celular só pra irritar ele.

- Bill, cadê o controle?

- Não vou te falar.

- Vai passar Barney depois disso, tu gosta?

- Deixa de mentir, Tom. Ah, vai brincar com a sua Cremelete u.u

- É Cremilda!

- Tanto faz, pra mim é a mesma merda!

- Não senhor, ela vai ser sua cunhada! Não é tanto faz!

- Crido, vira essa boca pra lá! Prefiro virar padre do que ter essa coisa como cunhada, tu não é louco!

- É, e por acaso tu é normal?

- Mais que você e sua Creolina!

- Creolina é o que eu vou tacar na sua cara!

- Vem, neném, neném, vem, neném, neném, vem! - provoquei.

Tom começou a me tacar os bichos de pelúcia, mas logo começou Barney, e vi que ele não estaca mentindo. Comecei a me levantar da cama quando, de repente, veio um branco.

- Er... Tom?

- Quié?

- Por um acaso, assim, sabe, só por curiosidade, você achou o controle?

- Não, se tivesse achado já tinha mudado a anos, até Xuxa é melhor do que isso, porquê? AH, NUM VAI ME DIZER QUE TU PERDEU??!!

- Foi - falei miúdo.

Tom ficou branco, e nós começamos a revirar o quarto em busca do controle enquanto aquela musiquinha maldita do Barney lavava os nossos cérebros. Não demorou muito para nós estarmos cantando sem perceber. Olhamos em cada canto do quarto e nada do controle. Até que eu fui no botão da TV, mas Tom me puxou pela camisa.

- Nem que tu vai mexer aí, só com controle!

- Porquê? Por um acaso tu curte Barney e tá usando a desculpa do controle sumido pra ver sem eu te humilhar?

- Nãããão, quê isso, tá me estranhando?

Acontece que ele adorava Barney. Tanto que tinha alguns CDs debaixo da cama. Quando eu descobri, ele ficou histérico e quase me fez jurar de joelhos que não contaria pra ninguém. Até hoje uso isso como arma. E sim, ele está louco pra ver a Xuxa, culpa daquele tampinha colorido que entrevistou a gente no Brasil - acho que aquele bode tentou me dar mole G_G.

- Nada, é só uma pergunta casual, Tom, relaxa, afe.

- Ruum, tá.

- Um dia eu acho esse controle... Um dia...

E voltamos a procurar o controle.

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