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 [FF] - Kampf der Liebe

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dikas
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dikas
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MensagemAssunto: Re: [FF] - Kampf der Liebe   [FF] - Kampf der Liebe - Página 18 Icon_minitimeSeg Out 31, 2011 11:08 pm

SuuuuuH \o/ \o/ \o/


LolOlolOl Com o Tom nunca se sabe... A sorte é k a Nat tem cabeça pelos 2 haha
É mesmo.... Se ele tivesse falado e aberto o jogo com a Nicky teria sido mais fácil... Isso de viver vida dupla nunca resulta por muito tempo Evil or Very Mad
O Tom arranja sempre forma de se encrencar Razz

Sério??? Aweeeeeeeeeeeeeeeeeeeee \o\ \o\ \o\ Fico muito contente k vc goste assim tanto!!!



* * * KiSsEsSSSs * * *




175

[FF] - Kampf der Liebe - Página 18 175s


Saiu do quarto de Miss K sem saber como travar Nicky nem o que lhe dizer para explicar aquilo que ela tinha presenciado. Por mais palavras que surgissem na sua mente, nenhuma o tornava inocente de um acto que era premeditado e muito desejado. Seguiu-a até ao seu quarto e quando ela se preparava para lhe fechar a porta, Tom travou-a e entrou junto com ela, fechando a porta atrás de si. Viu Nicky olhar para si com um olhar triste e sentiu-se fraco. Era um traidor, um homem sem escrúpulos que se movia pelo desejo sem olhar nem a meios para atingir os seus fins, nem às pessoas que magoava e arrastava consigo pelo caminho. Sempre era verdade que carregava os genes do seu pai consigo, era impossível de negá-lo. Sabia que nada do que dissesse ia lavar a tristeza do olhar dela. Nicky tinha-lhe confiado aquilo que de mais precioso ela tinha: a sua intimidade e confiança, e Tom tinha-a traído de forma dolorosa, só agora se apercebia disso. Abanou a cabeça da direita para a esquerda na tentativa de conseguir dizer alguma coisa, mas as palavras pareciam ficar presas no seu céu-da-boca. Os olhos dela emitiam sentimentos com uma intensidade tão penetrante que Tom sentia-se perfurar por aquela dor.

- Desculpa… - disse Tom sem saber que outras palavras utilizar para se desculpar – Eu não queria que tivesses visto aquilo… Não queria que ficasses assim por minha culpa… Eu sou uma merda… Tu não mereces passar por nada disto e nada do que eu diga vai justificar o que fiz… Só queria que soubesses que por mais que pareça difícil de acreditares neste momento… Eu gosto muito de ti e respeito-te muito… Às vezes comporto-me de maneira irracional, não sei bem porquê… Faz parte da minha natureza e destes malditos genes que carrego comigo, mas… Eu não te quero magoar, não queria que nada disto tivesse acontecido e por mais que seja praticamente impossível… Espero que isto não afecte a nossa amizade e a maneira como me vês… Nunca me ia perdoar por causa disso…

Tom calou-se ao perceber que não era o único com dificuldade em falar. Deixou-se ficar imóvel e deu tempo e espaço para que Nicky respirasse fundo e reflectisse sobre aquilo que lhe queria dizer.

- Quando é que me ias contar? – perguntou Nicky após um longo e sentido silêncio.
- Não sei… Não pensei no assunto… - disse Tom honestamente. Não lhe queria mentir.
- Não me digas que este foi o vosso primeiro beijo desde que se reencontraram…
- Não… Não foi… -
disse Tom timidamente, sabendo que tudo o que dissesse a ia magoar. Era preferível poupar-lhe pormenores.

- Eu sempre percebi que existia um clima entre vocês… Podia ser fruto da minha imaginação, mas pelos vistos, não é… - disse Nicky tentando controlar a dor que sentia brotar do seu interior. Gostava muito de Tom e vê-lo com outra pessoa na sua própria casa era um golpe duro de suportar, mas não podia ser irracional, Tom não lhe pertencia – Só não percebi se esse clima vinha do vosso passado ou de um presente saudosista… Agora já sei… Mas não te preocupes porque não vou fazer um drama sobre o assunto…

- Fala comigo… -
disse Tom aproximando-se dela. Não podia deixar que ela se fechasse no seu mundo engolisse a dor, preferia que ela deitasse tudo cá para fora e lhe batesse se essa fosse a sua vontade, a saber que ela ia viver consumida por aquela traição. Nicky já tinha sofrido o suficiente na sua vida.
- Pensei, na minha inocência… Que se tu tivesses alguma coisa com ela me dizias…
- Eu não te queria magoar…
- Então achaste que ias ser capaz de me esconder o que se passa para sempre?
- … Acho que sim…
- Porque é que haverias de o esconder? Tinhas medo que eu não te aceitasse como és?
- Tinha medo de te magoar… Eu não quero magoar-te mais do que já te magoei… Mais do que já foste magoada… -
disse Tom aproximando-se ainda mais dela, ficando a escassos centímetros do seu corpo – Eu gosto muito de ti…
- Tu és livre de tomar as tuas decisões… És um homem livre, nós não temos nenhum compromisso… Eu sei que não sou a única pessoa na tua vida, isso nunca foi uma novidade para mim… Eu aceito-te como tu és… A nossa relação é simbiótica, tu dás-me força e segurança e ajudas-me a superar os meus obstáculos e eu dou-te prazer…
- Tu dás-me muito mais que isso! Também me dás segurança, amizade, carinho…
- Mas isso tu consegues arranjar noutros sítios…
- Mas tu, és tu… -
disse Tom levando uma mão ao rosto dela para a acarinhar – Eu não tenho muitos amigos, principalmente amigas mulheres… E tu és minha amiga, e és doce, terna…
- Frágil, vulnerável… -
disse Nicky completando as palavras de Tom.
- Todos nós temos dias em que nos sentimos mais fracos… Não quero que o dia de hoje seja um desses dias para ti, só porque viste o que viste… - disse Tom abraçando o corpo dela.

- Eu não quero que estejas comigo contra a tua vontade… - disse Nicky abraçando o corpo dele com toda a sua força, tentando encontrar um apoio ou ganhar coragem – Não quero sentir que estás comigo por piedade… Por teres pena de mim…
- Nunca! –
disse Tom pegando no rosto dela, obrigando-a a olhar para si nos olhos – Eu nunca estive contigo contra a minha vontade! Nunca te menti quanto te disse que te desejava… Eu não sei fingir ou esconder o desejo que sinto, e é por causa disso que me meto em tantas confusões… Sempre tive um fascínio imenso por ti e sempre foste o meu ideal de rapariga…
- Mas…
- Sem mas... –
disse Tom depositando um beijo terno no topo da cabeça dela.

- Gostas dela? – perguntou Nicky afastando-se do corpo dele.
- Não…
- Estás a mentir… -
disse Nicky sorrindo de forma doce para ele – Está na cara que vocês gostam um do outro…
- Ela gosta de mim, mas eu só estou com ela como estou contigo…
- Desculpa, mas não sou capaz de acreditar em ti… Eu vi a forma como vocês se beijaram e olharam um para o outro… -
disse Nicky recordando aquele momento na sua cabeça, desviando o olhar de Tom – É ela que te deixa triste de vez em quando? É ela que ameaça a tua liberdade e te deixa vulnerável aos sentimentos?
- Em parte… -
admitiu Tom sentando-se na cama de Nicky – Não sei… Ando muito confuso…
- Pois andas…


Nicky sentou-se ao lado de Tom e colocou um braço sobre os ombros dele mostrando o seu apoio. Sabia que Tom não andava bem nos últimos dias. Encostou a sua cabeça ao ombro dele e sentiu a mão de Tom procurar a sua cara e acariciá-la.

- Eu não te queria magoar…
- Eu sei… -
disse Nicky abraçando o corpo dele – E eu também gosto muito de ti…
- Mesmo depois de tudo o que aconteceu? –
perguntou Tom olhando para ela suplicando perdão com o seu olhar.
- Mesmo depois de tudo o que aconteceu … Serás sempre muito especial para mim… - disse Nicky depositando um beijo doce na face de Tom.
- E tu para mim… - disse Tom abraçando-a com força – Desculpa…
- Estás desculpado….

- Eu não sou homem de uma mulher só… -
disse Tom soltando o corpo dela – Cada vez tenho mais a certeza disso!
- Mas ela é mulher de um homem só…
- Quem? A K? –
perguntou Tom olhando para Nicky muito espantado.
- Sim… O que lhe estás a fazer deve doer muito…
- E o que eu te estou a fazer a ti?
- Não vou dizer que seja fácil ser confrontada com vocês aos beijos nas minhas costas, mas nós não temos nada um com o outro, e pelo que sei a tua história com a K já é antiga… E ela gosta mesmo de ti…
- Eu sei… Não estou a ser justo com nenhuma das duas…
- Da minha parte não precisas de te preocupar mais com isso… -
disse Nicky enchendo-se de coragem – És livre de ir embora…
- E se eu não quiser? –
perguntou Tom sentindo que estava a perder o apoio de Nicky.
- Tu queres… - disse Nicky acariciando o rosto dele de forma afável – E mesmo que não queiras, é o melhor para nós…

- Queres acabar tudo comigo? –
perguntou Tom sentando-se na direcção dela para falarem melhor – É isso que me estás a querer dizer?
- Sim… -
disse Nicky sentindo pela primeira vez os seus olhos a ficarem aguados com a emoção de saber que abria mão de alguém que lhe fazia tão bem – Nenhum de nós está à procura de um compromisso, e acabámos por nos aproximar mais do que queríamos e devíamos… Chegou a hora de voltarmos a encontrar o nosso caminho e a percorre-lo livremente…
- Mas eu não quero ficar sem ti…
- Shhh… -
disse Nicky colocando uma mão sobre os lábios dele para impedi-lo de falar – Não vais ficar sem mim… Mas vais ter-me de maneira diferente, de agora em diante… Não me procures mais à noite…
- … E se ambos quisermos estar juntos?
- Acontecerá naturalmente… -
disse Nicky abraçando-o – Gosto muito de ti, mas acho que neste momento é melhor mantermo-nos afastados… Tens de resolver a tua vida e eu tenho de continuar a encontrar o meu caminho… Ninguém o pode fazer por mim…
- Vou estar sempre aqui ao teu lado quando precisares… -
disse Tom procurando os lábios dela para a beijar uma última vez com todo o carinho que sentia por ela.
- Eu sei… - disse Nicky beijando-o novamente, aproveitando aquela ternura dele que a fazia sentir-se tão bem consigo mesma.
- Mesmo no dia em que decidires partilhar com o mundo a pessoa fantástica que és e tudo aquilo pelo que passaste para te tornares nesta força inspiradora… - acrescentou Tom dando um beijo na testa dela.
- Isso nunca vai acontecer… - disse Nicky retraindo-se.
- Porquê? Porque é que não te queres dar a conhecer? O teu passado faz parte de ti…
- O meu passado não é fácil de digerir… Por mais que eu esteja a ultrapassar o que aconteceu, ainda não estou preparada para que toda a gente me confronte com o que se passou…
- Então pelo menos pões a hipótese de no futuro, quando te sentires preparada, contares a tua história?
- Para quê Tom? –
perguntou Nicky levantando-se da cama – Para ter toda a gente a olhar para mim como a coitadinha que sofreu de abusos sexuais quando era criança? Para sentir os olhares recaírem em mim com pena e pesar pelo que eu já sofri? Não vale a pena… Estou bem como estou… Para me sentir mal comigo mesma, já basto eu e as minhas crises existenciais!

- Tu és uma mulher nova, confiante, batalhadora… Uma autêntica vencedora! Tu podias ser um exemplo para tanta gente! –
disse Tom levantando-se da cama, aproximando-se dela na tentativa de lhe transmitir força e energia – O mundo precisa de pessoas como tu! A tua história pode ajudar em muito os outros… E não penses que as pessoas vão ficar com pena de ti, eu não tenho pena de ti… Eu só consigo ver a vencedora, nunca vi a fraca nem a oprimida! Tenho a certeza absoluta… Aliás, ponho as minhas mãos no fogo em como toda a gente te vai aceitar como és, e em como vão olhar para ti com ainda maior admiração! Tu és feita daquilo que todos os ídolos deviam ser feitos: de coração e alma…

Nicky sentiu-se atingir pelas palavras de Tom de forma avassaladora e sem querer controlar os seus impulsos, jogou-se nos braços dele procurando o seu ombro amigo, ganhando força e agradecendo-lhe as suas palavras.

- Não percebo porque é que foste buscar essa conversa… - disse Nicky numa voz embargada pela emoção.
- Porque quero que saibas que mesmo nos momentos mais difíceis vou estar ao teu lado… Admiro-te muito e farei de tudo para te ver sorrir… Eu sou teu fã, e como fã dedicado que sou, só te quero ver feliz…
- Agradeço muito o teu apoio… -
disse Nicky desprendendo-se do corpo dele – Mas não é fácil pensar que um dia vou abrir as portas à minha vida pessoal e sentir-me nua perante o mundo… Percebes? Se tu não te sentes bem quando te sentes vulnerável perto de mim e dos teus amigos, imagina o que é sentires-te assim perante o mundo… Sentires os olhares cruéis de quem nos julga e usa as nossas fraquezas como instrumentos de maldade contra nós… A vida não é feita só de coisas boas, também existem pessoas más, e eu tenho de ser forte para me sentir amparada por quem me quer bem, mas ainda mais forte para lutar no meu interior contra aquelas que me querem mal…
- Tens razão… -
disse Tom beijando docemente a testa dela – Espero poder assistir ao dia em que te sentes forte o suficiente para dar cabo deles todos…
- Quem sabe, um dia…



* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *


Entrou no quarto de Miss K para se deparar com ela sentada na cama com a cabeça enterrada entre as mãos, nervosa e impaciente com a conversa que estava a decorrer entre si e Nicky Fuller. Viu-a levantar a cabeça e olhá-lo com pesar nos olhos.

- E então? – perguntou Miss K levantando-se da cama - Como é que correu a vossa conversa?
- Bem… -
disse Tom aproximando-se de Miss K para lhe dar um abraço forte e sentido.
- … E? – perguntou Miss K abraçando-o com força, querendo saber pormenores.
- E… Acabámos tudo o que havia entre nós…

Miss K sentiu Tom soltar-se do seu corpo e olhou para os seus olhos percebendo uma tristeza vinda do seu interior. Abraçou-o novamente sem saber se se devia sentir feliz ou triste com aquela novidade. Sabia que os irmãos Kaulitz nutriam um carinho e um afecto muito especial por Nicky e que não podia ser fácil para Tom pôr um ponto final no seu relacionamento com ela.

- Desculpa ter estragado tudo… - disse Miss K depositando um beijo doce nos lábios dele.
- Tu não tens culpa de nada… Mais dia, menos dia, isto ia ter de acontecer… O que importa é que está tudo bem entre nós e continuamos amigos…
- Isso é bom… -
disse Miss K abraçando o corpo dele – Eu sei que gostas muito dela…
- Ela é muito especial… -
disse Tom passando uma mão carinhosamente sobre os cabelos de Miss K à procura de afecto, e afastando-se dela ligeiramente acrescentou, olhando directamente nos seus olhos – … Por respeito a ela, acho que era melhor ficarmos afastados enquanto aqui estivermos…
- Claro! Não quero que se volte a repetir o que aconteceu… Além disso, a Nicky tem sido incrível comigo, sem me conhecer de lado nenhum… Achas que devia ir embora?
- Não sei… Talvez… Para não dificultar a situação… -
disse Tom soltando-se do corpo dela enquanto pensava no assunto. Era uma boa ideia Miss K procurar refúgio noutro local – Podes passar uns dias num hotel até o Jost ter a casa pronta e depois pode ser que ele te acolha por uns tempos, assim escusamos de gastar dinheiro em hotéis… Mas escusado será dizer que todas as tuas despesas de hotel serão por minha conta!
- Tom…
- Não é Tom, nem meio Tom… Só estás nesta situação por causa de mim… Fui eu que insisti e puxei por ti até ao limite para que cedesses… Tu avisaste-me logo desde o inicio que não querias e não ias ter nada comigo enquanto aqui estivéssemos…
- Mas fui eu que cedi e não devia ter cedido…
- Mas eu sou irresistível… Eu percebo que seja difícil para ti… -
disse Tom exibindo um sorriso timidamente maroto por detrás da sua tristeza.
- És mesmo… - disse Miss K beijando com ternura o peito dele, abraçando-o novamente.

Tom abraçou-a e acariciando a sua face e cabelo num gesto repleto de ternura e carinho, uniu os seus lábios com os dela, num beijo que emanava todo o sentimento que carregava consigo naquele momento. Sentiu as mãos de Miss K abraçarem-no e acariciarem o seu pescoço e sentiu-se arrepiar com aquele beijo de despedida.

- É melhor ir falar com a Nicky… - disse Miss K respirando fundo, preparando-se para o momento em que ia enfrentar a dor de Nicky, com o coração nas mãos.
- Não sei…
- É melhor… Ela fez muito por mim e não quero que fique mau ambiente entre nós… Mas principalmente não quero que fique mau ambiente entre vocês!
- Ok… Fico aqui à tua espera… -
disse Tom acenando afirmativamente com a cabeça e passando uma mão sobre a sua cabeça acrescentou – Ela está no quarto… Boa sorte…

Miss K pegou na mão de Tom que a acariciava e beijou-a de forma doce, ganhando forças para sair e encaminhar-se até à porta do quarto de Nicky Fuller, onde estacou respirando fundo e procurando coragem para o que a esperava. Encheu o peito de ar e bateu à porta do quarto dela três vezes, como já vinha sendo o seu hábito, esperou que Nicky respondesse e sentindo o coração correr de forma desenfreada no interior do seu peito, entrou no quarto e sentiu-se a pior pessoa à face da Terra ao ver Nicky limpar uma última lágrima indiscreta que escorria dos seus olhos.

- Podemos falar? – perguntou Miss K a medo.
- Sim… - disse Nicky tentando colocar uma postura firme e segura de si mesma.

- Desculpa... A culpa foi minha… Fui eu que o beijei… - disse Miss K envergonhada de si mesma, alterando ligeiramente os factos na tentativa de limpar por completo a imagem de Tom.
- Não estou à procura de culpados… Aconteceu… Na vida acontecem muitas coisas que não se explicam e que não necessitam obrigatoriamente de um culpado…
- Por favor não fiques chateada com o Tom… Ele gosta muito de ti e está triste que as coisas tenham acontecido como aconteceram…
- Não estou chateada com ele… Nem contigo…
- Porquê? –
perguntou Miss K incrédula – Devias estar… Eu desrespeitei-te e quebrei a confiança que depositaste em mim… Tu deste-me um sitio onde morar e ofereceste-me a tua amizade sem pedir nada em troca… E esta foi a minha paga…
- Eu e o Tom nunca tivemos nenhum compromisso… Eu sei que ele tem outras pessoas, e sei do vosso passado…Gosto muito do Tom, mas ele gosta de ti… E eu compreendo, tu és uma rapariga lindíssima, tens tudo aquilo que um homem pode querer, e ainda és humilde e batalhadora… Ele seria um idiota se não gostasse de ti e não cedesse ao teu beijo…
- As coisas entre nós nunca foram fáceis ou simples… -
disse Miss K sentindo-se ainda pior com os elogios de Nicky. Como é que ela era capaz de numa altura daquelas se distanciar do que estava a acontecer e olhar racionalmente para a relação que ambas estabeleciam com Tom e o que podiam esperar dele? Tinha muito que aprender com Nicky.
- Sempre ouvi dizer que o amor vence qualquer barreira…
- Há barreiras muito dolorosas de vencer… Abalam qualquer coração, mesmo os mais fortes… -
disse Miss K suspirando.

- O Tom e eu acabámos tudo o que havia entre nós… - anunciou Nicky.
- Ele disse-me…
- Vocês são livres de viverem a vossa vida e serem felizes…
- Nada é assim tão simples com o Tom… Mas obrigada… Acho que nunca teria a capacidade de reagir a uma situação destas como tu reagiste…
- Há coisas muito mais importantes na vida… Como a minha amizade com ele… Valorizo isso mais do que qualquer noite que passemos juntos… O Tom ajudou-me mais do que ele alguma vez conseguirá perceber…
- Ele gosta mesmo muito de ti… -
disse Miss K sentindo que Nicky ficava triste em tocar naquele assunto – … Estive a pensar e acho que devia fazer as malas e procurar outro sítio para ficar…
- Não precisas de ir…
- Preciso… Não me sinto bem com aquilo que se passou e tenho a certeza que tu também não te vais sentir confortável comigo por perto…

- É isso que fazes quando tens um problema? –
perguntou Nicky sem qualquer agressividade na sua voz – Viras-lhe as costas e negas a sua existência?
- Não… -
disse Miss K sem contar que Nicky a tentasse demover da sua ideia de procurar um novo sítio para ficar.
- Então porque é que haverias de ir embora? Se existe um problema entre nós, temos de conviver com ele e fazê-lo desaparecer… A vida ensinou-me isso desde tenra idade… Os meus pais sempre foram exímios em virar as costas aos problemas na esperança que eles se evaporassem como que por magia… Escusado será dizer que isso nunca aconteceu, e com o passar dos anos os problemas agravaram-se e as feridas não sararam, ficaram abertas e a corroer-nos até nos consumirem de vez… - disse Nicky virando-se momentaneamente de costas para Miss K na esperança de conseguir evitar as lágrimas que pareciam querer brotar dos seus olhos – Eu não tenho nada contra ti, muito menos contra o Tom… O que aconteceu era inevitável… Quando me propus a ajudar-te e a dar-te um sitio onde ficares, fi-lo em consciência de que tu e o Tom tinham um passado, e sabendo dos riscos que corria… - disse Nicky voltando a virar-se de frente para Miss K com um sorriso triste mas enternecedor nos lábios – Não vou deixar de gostar de ti por causa do que aconteceu… Eu sei que é capaz de ser complicado nos primeiros tempos conseguirmos gerir o clima entre nós os três, mas gostava muito que ficasses e que me conhecesses melhor, tenho a certeza que ainda podemos ser boas amigas e ajudarmo-nos mutuamente naquilo que nos espera daqui por diante…
- Nem sei o que dizer… -
disse Miss K totalmente rendida a Nicky.
- Diz que sim, que ficas cá em casa e que aceitas ultrapassar o que aconteceu… O que não nos mata, torna-nos mais fortes, não é?
- Sim…

- Então o que me dizes?
- Podemos tentar… Eu estou a gostar muito de te conhecer e depois de hoje, o meu apreço e a minha admiração por ti cresceram tremendamente… -
disse Miss K sem saber como lhe explicar o que significava tudo aquilo que ela lhe tinha dito – Eu não tenho a tua nobreza ou o teu carisma… Seria incapaz de viver com esta situação de livre vontade… Mas tu tens um coração enorme e se é esta a tua vontade, estou disposta a aceitá-la e a fazer os possíveis para que tudo funcione da melhor maneira possível!
- O meu coração não é tão grande assim… Apenas dou valor à vida e àquilo que de bom ela nos dá… Há uma razão pela qual tu foste colocada entre mim e o Tom, e talvez sejas uma enviada de Deus para nos fazer perceber que o Tom e eu nunca seguiríamos em frente como casal, o nosso papel neste mundo é como amigos… Sempre ao lado um do outro, mas sempre como amigos…

- Os enviados de Deus não cometem tantos erros como os que eu já cometi ao longo da minha vida…
- Cometem pois! São humanos! -
disse Nicky aproximando-se de Miss K para lhe transmitir mais confiança – … Aceitas ficar cá em casa?
- Não tenho argumentos para negar o convite… -
disse Miss K sorrindo timidamente.
- Ainda bem! – disse Nicky devolvendo um sorriso amistoso nos lábios.
- Mas quero que saibas que me vou manter afastada do Tom… Não quero causar problemas… Nós respeitamos-te muito e não faremos nada que ameace o equilíbrio que encontrarmos para o nosso futuro…
- Vocês são livres de viverem e serem felizes… Não se inibam de amar por causa de mim… A maior felicidade que eu tenho é em ver as pessoas que me são queridas serem felizes e terem um sorriso no rosto…
- Mesmo assim… Não me sinto bem com nenhuma outra postura a não ser esta, é uma questão de respeito!
- Fica ao vosso critério então…



* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *


Regressou ao seu quarto com um estranho sentimento de paz e controlo. Nicky Fuller era uma pessoa encantadora, a sua aura era deveras mágica e capaz de abarcar um domínio e positivismo que não se lembrava no passado de ter visto em muita gente. Estava cada vez mais fascinada com aquela mulher que embora mediática, tinha um coração capaz de acolher e amar todos os que a rodeavam com um carinho enternecedor. Ao entrar no seu quarto, deu de caras com Tom à varanda a fumar um cigarro. Parecia extremamente nervoso e impaciente em relação ao seu regresso. Miss K foi ter com ele e passando uma mão ao de leve sobre as costas de Tom sorriu-lhe com ternura.

- Como é que correu? – perguntou Tom sôfrego por uma resposta.
- Estranhamente bem… - disse Miss K ainda sem acreditar na conversa que tinha tido com Nicky – Ela foi muito compreensiva comigo… E não quer que eu me vá embora…
- Não quer???
perguntou Tom espantado com aquela noticia.
- Não… Ela quer que eu fique e que ultrapassemos este contratempo... Diz que gosta de mim e que quer dar uma hipótese de nos conhecermos melhores e fortalecermos a nossa amizade para o que nos espera…
- Ela disse isso??? –
disse Tom dando um último bafo no cigarro, apagando-o num cinzeiro improvisado que tinha levado consigo.
- Sim… E eu aceitei…
- Será que é boa ideia? –
perguntou Tom preocupado com o clima que se ia gerar entre eles dali para a frente.
- Não sei… Mas porque não tentar? Porquê virarmos as costas uns aos outros se existe uma possibilidade de nos entendermos?
- Claro… Tens razão, se conseguirmos resolver tudo a bem, melhor ainda…

- Eu disse-lhe que nós nos íamos manter afastados de agora em diante por uma questão de respeito, e faço tenções de manter a minha palavra! –
disse Miss K muito séria para que Tom percebesse aquilo que ela dizia e não dificultasse a sua tarefa.
- Claro, eu tinha-lhe dito a mesma coisa!
- Ainda bem que estamos de acordo…

- Pareces tão calma… -
disse Tom apercebendo-se que ela olhava em direcção ao horizonte com um semblante calmo e sereno – A conversa fez-te mesmo bem…
- Ela é incrível… -
disse Miss K olhando para Tom com um sorriso tímido nos lábios - Acho que se fosse um homem, tinha acabado de me apaixonar!
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Suh!

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MensagemAssunto: Re: [FF] - Kampf der Liebe   [FF] - Kampf der Liebe - Página 18 Icon_minitimeTer Nov 01, 2011 12:22 am

Ainda bem que a conversa da Nick, do Tom e da K correu bem. Pensei que ela ia fazer horrores com eles, mas não. Ela é uma ótima pessoa.

E espero que algum dia o Tom se apaixone, se for possível, pela K, foi uma pena a Nick terminar tudo com ele mas, agora que ele tá liberado, acho que tá na hora deles (o Tom e a K) ficarem juntos de uma vez. E que ele não engane mais nenhuma das duas. Já chega neh!
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dikas
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MensagemAssunto: Re: [FF] - Kampf der Liebe   [FF] - Kampf der Liebe - Página 18 Icon_minitimeQua Nov 02, 2011 9:40 pm

SuuuuuH! \o/ \o/ \o/

Pois.... A koisa podia ter korrido mesmo muitoooooooooooooo mal!!! Ainda bem k a Nicky levou bem as koisas e já estava preparada para o pior.... Sad
Simmmmm... Era muito bom k o Tom se apaixonasse de verdade..... Seria o dia mais feliz da vida da K I love you I love you I love you



* * * KiSsEsSsSSs * * *




176

[FF] - Kampf der Liebe - Página 18 176nw

- Posso falar contigo? – perguntou Tom ao deitar-se na cama, reparando que Bill já se aconchegava no seu leito para dormir.
- Hmm Hmm…
- Não vais adormecer, pois não? – perguntou Tom vendo que Bill estava demasiado confortável para conseguir manter os olhos abertos por muito tempo.
- Depende do tema da conversa…
- Acho que vais gostar…
- Ok… Diz… -
disse Bill virando-se de frente para Tom fazendo um esforço para manter os olhos abertos.

- Esta tarde estive a falar com a Nicky e… Acabámos tudo…
- Estás a gozar??? –
perguntou Bill em forma de espanto, sentando-se na cama para ter a certeza que não estava a sonhar.
- Não… A partir de hoje somos só amigos, como sempre quiseste…
- O que é que aconteceu???
- Ela viu-me com a K… -
disse Tom com medo de levar nas orelhas.
- Foda-se… Que merda Tom!!! Tinhas mesmo de fazer porcaria???
- Calma… Está tudo bem… Ela está bem…
- Não deve estar assim tão bem!!!
- Está! Eu falei com ela, a K falou com ela e até lhe disse que ia sair cá de casa para que as coisas não se tornassem estranhas e constrangedores e a Nicky pediu que ela ficasse e que ultrapassássemos isto os três juntos… O teu pequeno furacão é uma mulher com M grande!
- Disso eu nunca duvidei! –
disse Bill orgulhoso da sua amiga – E agora?
- Agora ela já sabe a verdade… Parte… Não lhe quis contar pormenores…
- Nem deves!
- Pois… Também acho que é melhor ela não saber de algumas coisas…

- Mas está mesmo tudo bem? –
perguntou Bill com receio que Tom lhe estivesse a esconder alguma coisa.
- Tu nem te apercebeste de nada… Por isso não te preocupes, está mesmo tudo bem… Somos amigos e isso é que importa… Ninguém ficou triste ou magoado, mesmo que a situação não seja fácil…
- Ainda bem…

- Amanhã vou mudar-me para o quarto do Jost e da Nova…
- Já calculava…
- Não vale a pena continuarmos a dividir o quarto quando temos possibilidade de ter o nosso espaço individual…
- Mas tem cuidado… -
começou Bill por dizer.
- Eu sei, eu sei… Não te precisas de preocupar… Eu e a K já combinámos que nos vamos manter afastados enquanto cá estivermos para não criar mau ambiente…

- Estou impressionado…
- Com o quê?
- Com a forma adulta e responsável como estás a resolver as coisas… É bom ver-te mais ajuizado…
- Não te habitues! –
disse Tom a rir-se.
- Não precisas de me dizer isso! – disse Bill a rir, dando um murro no ombro de Tom – Já te conheço há tempo suficiente para saber que se te estás a portar como um rapazinho bem comportado é porque te preparas para fazer merda e da grossa!
- Até parece!
- Logo vemos… Mas por enquanto vou aproveitar o meu irmão conscientemente desmiolado!
- Desmiolado vais ficar tu com o quarto só para ti e para a Gabizinha… Vai ser só festa!!! –
disse Tom a rir, dando um murro no ombro de Bill para retribuir a gentileza.
- Para tua informação nós não precisamos de estar sempre um em cima do outro e a foder que nem coelhos… Gostamos de estar juntos só por estar… Eu sei que tu não compreendes o conceito de falar, acarinhar e estar com uma mulher só por estar, mas há quem viva bem só com isso…
- Tu dás-me cá uma vontade de rir!!! –
disse Tom agarrando-se à barriga rindo de forma falsa mas estridente – Guarda a tua encenação de menino bonito e bem comportado para quem acreditar nela!
- Não estou a gozar! –
disse Bill muito sério.
- Pois não, pois não… Mas eu conheço bem o sangue que te corre nessas veias, e nele fervilha uma potência sexual selvagem e dominante…
- Já cá faltava o ego… -
disse Bill em forma de desabafo, levantando uma sobrancelha ao seu irmão gémeo.
- O que é que foi? Vais-me dizer que és um santo e que é por causa disso que elas andam todas atrás de ti?
- Sim, sim Tom… Claro… -
disse Bill acenando afirmativamente com a cabeça na esperança que Tom se calasse.
- Não te estou a perceber! Já me estás a deixar preocupado!!! Tu andas a desperdiçar uma miúda como a Gabi? És um banana na cama? Olha que isso pode ser considerado pecado! Não quero que o meu irmão denigra a minha imagem dessa maneira… Tenho uma reputação a manter…
- Uma reputação criada a sangue, suor, e lágrimas… -
disse Bill a rir sem prestar atenção às idiotices que Tom lhe dizia.
- Vês como sabes! – disse Tom a rir – Mas agora a sério… Se as coisas andarem mal entre ti e a Gabi, e o truca-truca deixar muito a desejar… Eu faço o sacrifício pela família…
- És tão parvo!!! –
disse Bill a rir, dando um novo murro sobre o ombro do seu irmão – Vamos mas é dormir porque amanhã é um novo dia e infelizmente tenho de levar contigo de novo…
- Tu não consegues viver sem mim!
- É a tua sorte!!! –
disse Bill a rir, deitando-se para baixo, aconchegando-se na cama.

- Podemos dormir agarradinhos? – perguntou Tom, chegando-se para junto do seu irmão, abraçando-o por trás.
- Estás-te a passar, ou quê??? – disse Bill afastando Tom violentamente – Vai lá para o teu cantinho!!!
- Ohhh… Pensei que como era a última noite que dormíamos juntos ias querer calor humano… -
disse Tom a rir, fingindo-se de ofendido.
- Eu não sou a Nat...
- … Essa foi baixa! –
disse Tom rindo-se com vontade, adorando a piada do seu irmão, ouvindo o riso de Bill seguir-se ao seu numa noite que se avizinhava bem disposta.


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *


- E não se preocupem que fica prometido que daqui a uma semana quando as coisas estiverem mais calmas e arrumadas, convidamos toda a gente para uma festa de arromba lá em casa! – disse Nova enquanto o motorista do táxi colocava as malas no carro para os levar até à sua nova residência.
- Olha que está prometido! – disse Nathalie contente por ver os seus amigos tão felizes.
- Uma promessa, é uma promessa! – disse Nova dando um último abraço a todos para se despedir deles.
- Estou mesmo contente por vos ter por perto… - disse Nicky ao abraçar Nova.
- E nós por te ter a ti! – disse Nova depositando um beijo afável no rosto dela.

- Sejam muito felizes! – disse Gabi despedindo-se de Nova e Jost.
- Não digas isso assim! - disse Jost fazendo uma careta – Até parece que não nos vamos ver por uma boa temporada!
- Quem me dera não te ver por uma longa temporada! –
disse Tom com um sorriso nos lábios – Infelizmente amanhã lá nos encontramos no tribunal…
- Infelizmente mesmo… -
disse Jost dando um abraço ao seu amigo.
- Mesmo assim, vou continuar a desejar-vos toda a felicidade do mundo para a nova casa e a nova vida… - disse Gabi com um sorriso no rosto.
- Obrigado! – agradeceu Jost com um sorriso sentido no rosto, e olhando para Bill acrescentou – E tu não me dás um abraço e não me desejas boa sorte?
- Claro que sim… -
disse Bill aproximando-se para o abraçar com força – Boa sorte… Que sejas muito feliz!
- E que tu estejas sempre por perto para o presenciar! –
acrescentou Jost abraçando-o com força.

Jost e Nova acabaram de se despedir dos seus amigos e uma vez que o taxista estava já a postos para os levar até à sua nova residência, Jost e Nova começaram a entrar no carro que os levaria rumo a uma nova aventura.

- Bem, amanhã lá nos vemos em tribunal… - disse Jost em forma de despedida – Não se esqueçam de ir meia hora antes para podermos falar com o advogado e acertar os últimos detalhes…
- Sim senhor! -
disse Tom prontamente.
- Até amanhã… - disse Nova baixando a janela do táxi para abanar a sua mão em forma de despedida.
- Adeus… - disse Jost seguindo o exemplo da sua amada.

Deixaram-se ficar à porta de casa de Nicky vendo o táxi que levava Jost e Nova partir. Bill sentia-se embrenhado num triste contentamento. Era difícil ver um dos seus melhores amigos procurar um futuro afastado de si, mas tinha de perceber que ele estava a concretizar o que parecia ser um sonho, e que o fazia com a mulher com quem partilhava a sua vida há já muitos anos, tinha de aceitar e dar-lhe toda a força possível, mesmo que fosse complicado para si. Respirou fundo e seguindo o exemplo dos seus amigos, encaminhou-se para o interior da casa.

- E eu também já vou indo… - anunciou Nicky Fuller colocando a mala a tiracolo.
- Vais ter com o teu novo manager? – perguntou Tom curioso.
- Sim… É hoje que assino o contrato! – disse Nicky com um sorriso tímido nos lábios – Amanhã começa o julgamento e eu quero ter a minha vida minimamente orientada… Uma das coisas que mais me faz falta é ter estabilidade, não sei lidar muito bem com o stress das mudanças, preciso de rituais que me mantenham segura, e este novo contrato espero que me traga isso mesmo… Preciso mudar de vida, e neste momento tenho mais força que nunca para enfrentar o que vier por aí!
- Fico muito contente por ti… -
disse Gabi com um sorriso doce nos lábios.
- O James sempre foi capaz de me guiar e assegurar uma vida tão tranquila que pensei que não tinha nada com que me preocupar… Não é bom confiar numa pessoa tão cegamente… - disse Nicky fitando as suas mãos com um olhar triste.
- O Mercier é passado! – disse Bill muito convicto das suas palavras.
- Ele é mesmo manipulador… É impressionante! – disse Nathalie que por mais que já conhecesse Mercier, ainda se surpreendia com a sua forma de actuar.

- Nicky, posso dar-te uma palavrinha antes de ires embora? – perguntou Bill – Não te roubo muito tempo!
- Claro… -
respondeu Nicky.
- E já agora… - disse Tom aproveitando a deixa – Importas-te que eu me mude para o quarto que era do Jost e da Nova?
- Claro que não! –
disse Nicky sorrindo-lhe – Até já pedi à governanta que arranjasse o quarto para o seu novo hóspede!
- És a maior! –
disse Tom depositando um beijo na testa dela – Boa sorte com o novo manager… Tenho os meus dedos cruzados para que este não seja um tirano como o Mercier!
- Não digas isso, nem a brincar!!! –
disse Nathalie fingindo uma cara de pânico.
- Eu disse que espero que NÃO seja como o Mercier! – repetiu Tom.
- Eu espero que seja um David Jost… - disse Nicky com um sorriso nos lábios.
- Eras uma sortuda se ele fosse um Jost! – disse Bill de sorriso nos lábios.
- Eu sei… E embora ele não seja o Jost, pareceu-me ser muito boa pessoa e muito sério e profissional naquilo que faz… - disse Nicky.
- Ele também foi vitima do Mercier e isso também vos une… - disse Gabi.
- Sem dúvida! – concordou Nicky – Mas mesmo assim vou assinar um contrato com a duração somente de um ano… Prefiro manter um pé atrás que ter uma má surpresa como tive com o James… Devagar e com tempo construiremos uma base de trabalho e confiança, enquanto isso, tenho de me salvaguardar o máximo possível!
- Fazes muito bem! –
disse Bill passando um braço sobre os ombros de Nicky.

- Bem, eu tenho de ir andando, por isso… Queres falar? – perguntou Nicky a Bill.
- Sim, se não te importares… - respondeu Bill.
- Falar contigo é coisa com a qual nunca me hei-de importar! – disse Nicky passando um braço por volta da cintura dele, e dirigindo-se aos outros acrescentou – Então até já, ou até logo!
- Boa sorte! –
disseram Miss K e Gabi ao mesmo tempo.

Bill encaminhou Nicky até ao escritório para que pudessem ter maior privacidade para falar. Nicky pousou a mala sobre o cadeirão que ali figurava e encostou-se à mesa enquanto Bill fechava a porta.

- Tanto mistério… - disse Nicky a rir com o facto de Bill estar com cara de caso e a fechar a porta do escritório.
- Desculpa, mas como em tua casa as paredes têm ouvidos…
- Eu sei…
- Isso é uma das coisas sobre a qual te queria falar… -
disse Bill sentando-se num dos grandes braços do cadeirão – Tu sabes que eu sou teu amigo e hei-de lutar até ao fim para que tu sejas feliz e estejas em segurança…
- Sim… -
disse Nicky estranhando aquela conversa.
- Acho que já não faz sentido viveres constrangida na tua própria casa com medo do que vai chegar até aos ouvidos do Mercier… Devias considerar a hipótese de contratar um novo staff!
- Tenho pensado nisso… -
disse Nicky suspirando – Por um lado custa-me muito porque estas são as pessoas que me têm vindo a acompanhar a vida toda, e tu sabes como eu sou quando me apego às pessoas… É tudo boa gente, e que tirando a convivência com o James, dariam a vida por mim…
- Mas tu não podes estar rodeada por pessoas que te espiam para o Mercier, mesmo que o façam com as melhores das intenções e que pensem que ao fazê-lo te estão a ajudar! Tu és livre de fazer o que quiseres e bem entenderes, não tens de dar justificações a ninguém, e foda-se, estás na tua própria casa, se não te sentires bem aqui, vais-te sentir bem aonde???
- Eu sei… Tens razão… -
disse Nicky entristecida com o assunto – Já pensei em fazê-los assinar um novo contrato em como para além de não divulgarem nenhuma informação para o exterior, ficam proibidos de manter contacto com o James, mas não sei…
- Isso pode não resultar e tu neste momento não podes viver na incerteza de se algo vai resultar ou não… Precisas de estabilidade, tu mesmo a disseste ainda há pouco! –
disse Bill de forma muito séria – Eu adoro as tuas empregadas, elas sempre me trataram muito bem e me mimaram em tudo o que me podiam mimar, mas eu estou a pensar em ti! És tu que me importas! E tu precisas de paz e sossego, e precisas de ter um espaço em que te sintas em casa, longe de tudo e todos… Um espaço onde sejas capaz de beijar quem queres beijar, abraçar quem queres abraçar e viver a tua vida sem te precisares de esconder!
- Tens razão…

- Muda de vida… -
encorajou-a Bill – Novo manager, novo staff… Nova Nicky!
- Acho que vou falar nisso com o Michael, vai ser a primeira missão dele como meu manager… Arranjar pessoas de confiança que substituam o meu staff e tratar dos contratos e acordos com o pessoal!
- Boa! –
disse Bill com um sorriso bem rasgado – Espero que no final deste mês já consigas respirar de alivio com a tua nova vida!
- Espero que sim… -
disse Nicky com um sorriso tímido nos lábios – Obrigada por me dares sempre a força que necessito para seguir em frente e tomar coragem para enfrentar os meus medos e receios! Não sei o que era de mim sem ti… - disse Nicky encaminhando-se até Bill para o abraçar com afecto.
- Eu sinceramente nem quero imaginar… - disse Bill abraçando-a ternamente ao mesmo tempo que lhe afagava o cabelo e depositava um beijo doce sobre a testa.

- Querias falar comigo sobre mais alguma coisa? – perguntou Nicky que por mais que adorasse falar com Bill não queria chegar atrasada aos seus compromissos.
- Sim… E acho que sabes do que se trata…
- Não…
- O Tom contou-me o que aconteceu… -
disse Bill analisando cada gesto dela para perceber se ela estava bem – Ele disse-me que o encontraste com a K e que vocês tinham acabado tudo…
- Sim, é verdade… -
disse Nicky suspirando por detrás de um sorriso entristecido.
- Como é que estás?
- Estou bem…
- Estás mesmo?
- Sim… Eu gosto muito do teu irmão, o que aconteceu entre nós foi muito especial e nunca me hei-de esquecer do carinho, amizade e paciência que ele teve comigo… Eu não estava à espera de namorar ou casar com ele… Acho muito bem que ele esteja com a K se é ela que o faz feliz, já devia de estar até há mais tempo!

- Ok… -
disse Bill, e não satisfeito com a resposta acrescentou – Agora esquece que ele é meu irmão, e diz-me a verdade… Imagina que eu não conheço o Tom e que sou só teu amigo… Como é que te sentes? Tudo o que me disseres fica entre nós…
- Porque é que eu tenho de estar mal?
- Não tens de estar mal, mas tu não és uma pessoa insensível e tal como disseste, tu gostas muito do meu irmão por isso é normal que te esteja a custar um bocadinho…
- Ok… -
disse Nicky evitando olhar para os olhos de Bill, sentindo-se envergonhada pela forma como Bill era sempre capaz de a ler e perceber - Está a ser mais difícil hoje… Parece que só agora a realidade se começa a abater sobre mim… Eu estou bem, a sério que estou… Apenas receio perder o carinho dele, e isso faz-me tão bem…
- Não precisas de ter esse receio, o Tom adora-te e como pudeste ver ainda há bocado ele continua a ser carinhoso e afectuoso contigo!
- Sim, o gesto dele há bocado deixou-me muito feliz… Fico contente que ele saiba lidar bem com a nossa distância e que me queira por perto… -
disse Nicky sorrindo timidamente – Mas a sério que estou bem, estou preparada desde o primeiro dia em que estamos juntos para a nossa eventual separação, aliás na altura falámos disso se bem te lembras… Acredita que aproveitei cada segundo que estivemos juntos e tudo aquilo que ele me podia dar… Ele fortaleceu-me e tornou-me mais capaz de enfrentar tudo e todos… Tu e ele mudaram a minha vida radicalmente… A Nicky de antigamente gostava de ser guiada como um carneirinho, desde que isso me trouxesse paz de espírito… Hoje em dia já percebi que quando tudo corre bem demais é porque algo de muito grave se passa e nos estão a esconder alguma coisa, porque a vida não é perfeita e os problemas acontecem naturalmente, não podemos fazer deles um bicho-de-sete-cabeças, temos de seguir em frente e resolvê-los com tempo e muita paciência…
- Gosto muito de te ouvir falar assim…
- É em parte graças a ti…


Bill levantou-se e aproximando-se de Nicky, abraçou-a fortemente, transmitindo-lhe todo o carinho que sentia por ela, para lhe dar força e apoio nesta nova mudança de vida.

- Adoro-te pequeno furacão!
- E eu a ti… -
disse Nicky abraçando o corpo dele sentindo-se em paz.
- Sempre que precisares de falar…
- Já sei… -
disse Nicky a rir – Dizes sempre isso!
- E mesmo assim quem te acaba sempre por procurar e obrigar a falar, sou eu!
- Mas isso é porque tu tens a capacidade de me ler com um simples olhar!
- Desculpas! -
disse Bill a rir apertando-a com mais força.
- É verdade, e tu sabes que é! – disse Nicky a rir, afastando-se do corpo dele para lhe depositar um beijo terno e fugaz nos lábios como era seu costume – E agora se não te importares tenho de ir andando ou vou chegar atrasada ao encontro com o Michael!

- Queres que vá contigo? –
perguntou Bill vendo-a pegar novamente na sua mala para sair do escritório, achando que a sua companhia podia dar-lhe força para iniciar esta nova fase da sua vida.
- Não é preciso… Estou confiante! – disse Nicky por entre um sorriso que demonstrava aquilo que ela dizia.
- Então boa sorte… - disse Bill com um sorriso encorajador nos lábios.
- Obrigada! – disse Nicky abrindo a porta do escritório para sair – Até logo…
- Até logo… -
respondeu Bill por entre um suspiro.

Bill olhou para a grande janela do escritório e vendo os seus amigos na piscina, sentiu-se irromper numa onda de desejo ao ver Gabi deitada numa espreguiçadeira sobre o sol. A forma como ela se encontrava deitada e o sol reflectia na sua pele já queimada pelo sol, fazia com que ela se tornasse ainda mais bonita do que era. Sem se conter, Bill abriu a janela e colocou a cabeça de fora dizendo:

- Gabi, o Heinmark ligou por causa de uns contratos da Universal
- O quem?!
perguntou Gabi não reconhecendo aquele nome.
- O Flukwerk!
- O quê??? –
disse Gabi a rir, sem perceber nada do que ele dizia – Não estou a perceber nada…
- Ohhh… -
disse Bill de forma encenada, como se estivesse chateado por não ser entendido – Importas-te de chegar aqui? É que assim é mais fácil…
- Ok…


Gabi levantou-se da espreguiçadeira, e colocando um lenço à volta da cintura para ficar um pouco mais apresentável, encaminhou-se até à janela do escritório, ficando do lado de fora.

- O que é que disseste? – voltou ela a perguntar.
- A Dunj ligou e quer falar contigo… Está na Universal… - disse Bill com um sorriso matreiro nos lábios – Entra…
- Telefonou-te a ti?
- Não, telefonou aqui para casa da Nicky… -
disse Bill pegando na mão dela puxando-a para dentro – Entra… Ela está à espera…

Gabi deixou-se entrar e aproximando-se da mesa do escritório, percebeu que o telefone estava colocado no descanso. Olhou para Bill com um ar confuso e percebeu pela forma como ele fechava a janela e se virava para si com um brilho manhoso no olhar que algo naquela história estava mal contado.

- Com que então a Dunj telefonou-me, não foi? – perguntou Gabi com um sorriso divertido nos lábios.
- Ohhh… Desliguei o telefone sem querer… - disse Bill numa teatralização de muito baixa qualidade, para que ela percebesse que ele estava realmente a mentir-lhe – E agora?
- Agora é melhor telefonar-lhe… -
disse Gabi a rir.
- Não é preciso… Eu guardei o recado…
- Ahhh, ela também deixou um recado?
- Sim…
- E o que é que dizia esse recado, posso saber?
- Dizia algo do género: deixa o teu namorado beijar-te, porque ele não é capaz de passar o dia inteiro sem te poder tocar!
- A Dunj telefonou da Alemanha para me dizer isso? –
perguntou Gabi a rir, ao mesmo tempo que se aproximava dele para o abraçar pelo pescoço.
- Sim!!! Acreditas? Eu também fiquei estupefacto… - disse Bill abraçando-a com força, roçando os seus lábios sobre os ombros desnudados dela.

- E ela disse onde é que o meu namorado me devia beijar?
- Ela sugeriu um sítio…
- Foi? –
perguntou Gabi pegando na face de Bill com ambas as mãos para roçar os seus lábios pela face e os lábios dele – Onde é que ela sugeriu que me beijasses?
- Aqui… -
disse Bill levando uma mão até à linha do bikini dela para a acariciar naquela zona.
- Hmmm… Acho que devíamos fazer a vontade à Dunj então… Mas eu também quero beijar-te aqui…. – disse Gabi puxando os lábios dele até aos seus para o beijar de forma intensa e apaixonada.
- Então beija-me… - disse Bill roçando as suas mãos pelas curvas do corpo de Gabi.
- De novo?
- Não me lembro de nada…
- Não? Então anda cá… -
disse Gabi puxando a face dele novamente para o beijar de forma ainda mais intensa, demorando-se nos lábios doces do seu amado.

- Hmmm…. Adoro a Dunj…. – disse Bill com um sorriso nos lábios.
- Então faz o que ela te manda! - disse Gabi abrindo o lenço que trazia à volta da cintura para que Bill tivesse a sua barriga totalmente a descoberto.

Bill levou ambas as mãos até à barriga dela e roçando-as a caminho das suas pernas, foi-se baixando à medida que beijava o peito, a barriga, o umbigo e finalmente a linha do bikini de Gabi, sentindo as mãos da sua amada acariciarem o seu cabelo e nuca de forma instigadora, fazendo com que ele quisesse ir um pouco mais longe. Entretido lambeu, mordiscou e beijou a barriga de Gabi de forma sensual, acariciando o interior das coxas dela de forma provocadora.

- E se nos pudéssemos arriscar mais, eu dizia-te para continuares… - disse Gabi, puxando o corpo dele para cima de encontro ao seu sem conseguir controlar o desejo que Bill lhe tinha despertado – Mas duvido que a Dunj te tenha dito para nos arriscarmos a sermos descobertos…
- Gostava muito de poder continuar…
- Então imagina eu… -
disse Gabi beijando-o embargada pelo desejo – Mas não pode ser… Temos de nos comportar… Pelo menos até logo à noite….
- Hmmm…. Gosto da forma como a tua cabeça pensa! –
disse Bill humedecendo os lábios em antecipação.



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MensagemAssunto: Re: [FF] - Kampf der Liebe   [FF] - Kampf der Liebe - Página 18 Icon_minitimeQui Nov 03, 2011 11:53 am

O Tom querendo dormir agarrado com o Bill essa foi demais kkkk'... Que cara folgado!

Ainda bem que a Nick vai ter outro manager e se afastar daquele monstro do Mercier de vez, e concordo com o Bill dela trocar os staffs dela, aliás já devia ter trocado a muito tempo... E o Bill e a Gabi não se controlam hein?... Se alguém que não deva saber de nada entre os dois pega-os em flagrante, eles estão ferrados!
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MensagemAssunto: Re: [FF] - Kampf der Liebe   [FF] - Kampf der Liebe - Página 18 Icon_minitimeSex Nov 04, 2011 11:23 pm

SuUuUuUhHhhH! \o/ \o/ \o/

LolOlolOlolOL O Tom é o pior... sempre tentando a sua sorte com alguém, dessa vez calhou a sorte ao BiLL =p LolOLolOlol

É.... é bom mm k a Nicky tenha um manager novo...O Mercier já fez muitos danos e é impossivel konfiar nele.... A Nicky tem mm d mudar d vida e mudar o staff tb a pode ajudar muito.... O BiLL até k tem conselhos sábios, né??? =p
Pois.... O BiLL & Gabi tentam controlar-s muito... mas de vez em kd o muito vira muito pouko =p LolOlolOL



* * * KiSsEsSssSss * * *




177

[FF] - Kampf der Liebe - Página 18 177oc

Pegou na mão de Nicky, enlaçando os seus dedos nos dela e respirando fundo, olhou-a nos olhos e percebeu que ela estava petrificada. Também ele estava em pânico. O início daquele julgamento constituía-se como um pesadelo para si e para aqueles que amava. Não suportava a ideia de reviver tudo o que tinha acontecido e estar frente a frente com o homem que tinha alterado a sua vida de forma tão debilitante. Bill largou a mão de Nicky e abraçou-a com força.

- Vai correr tudo bem… - disse-lhe Bill de forma sussurrada.
- Deus queira que sim! – disse Nicky abraçando-o com força.

Soltou o corpo dela ao sentir que o carro parava e pegando novamente na mão de Nicky com cumplicidade, esperou que lhe fosse aberta a porta do carro e saiu, sendo atacado vorazmente por um grupo de jornalistas e paparazzi sedentos por informações e palavras de dor e emoção para colocarem nas primeiras páginas dos seus jornais e revistas. Bill absteve-se de fazer comentários. Ajudou Nicky a sair do carro e com a elegância que já lhe era tão característica, passou pelos jornalistas de mão dada com Nicky e subiu a grande escadaria que dava acesso ao tribunal. Respirou de alivio ao perceber que no interior do edifício do tribunal não se encontrava muita gente e que era capaz de identificar o seu irmão, namorada e amigos reunidos à porta de uma das salas. Sentiu uma mão de Nicky abraçar a sua cintura, e colocou o braço sobre os ombros dela seguindo caminho até à sala do tribunal que ia ditar o futuro das suas vidas.


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *


Os minutos que antecediam a entrada do juiz sentiam-se cinematográficos na sua dramatização e pesados no seu teor emocional. Nathalie sentia-se constrangida e nervosa perante Patrick. A presença dele no mesmo espaço em que estava, não lhe era indiferente, principalmente depois dos recentes acontecimentos. O olhar de Patrick parecia vidrado e hipnotizado por si, e por mais que Nathalie quisesse desprender-se da presença dele naquela mesma sala, era impossível, estava a ser observada de perto e com um olhar que observava cada gesto seu. Gabi sentia-se desconfortável. Por mais que tivesse cheia de coragem de enfrentar os seus malfeitores, a presença de Patrick e James Mercier incomodavam-na tanto quanto se se tratasse do próprio diabo em pessoa. Queria e fazia por ignorá-los a ambos mas mesmo assim sentia um desconforto apoderar-se de si e uma vontade imensa de ver aquele julgamento atrás das costas, para poder sair daquele espaço o mais depressa possível. Bill sentia-se espumar de raiva. Estar frente a frente com James Mercier e Patrick trazia ao de cima todo o seu instinto assassino. Tudo o que desejava era um momento a sós com eles, e a impunidade perante os seus actos. Ninguém no seu juízo perfeito se iria opor a que ambos pagassem pelos seus erros corporalmente, e Bill sentia as suas veias pulsarem e os seus punhos cerrarem de forma automática perante a ideia de poder vingar-se deles. Mercier estava dia para dia mais asqueroso, por mais que se apresentasse em tribunal vestido no seu melhor fato e gravata, para dar a parecer um ar sério e respeitável. Só precisava de cinco minutos a sós com aqueles dois homens e sararia a dor que fervilhava dentro de si. Tom segurava numa das pernas de Bill, mesmo sabendo que não era isso que o ia segurar na sua cadeira. Também Tom sentia no seu interior uma vontade sobre-humana de se vingar corporalmente de James Mercier, Patrick e mesmo de Paige. Os três constituíam-se como os seus inimigos número um. Olhar para a cara de qualquer um deles dava-lha asco e náuseas, mas era um sacrifício que tinha de fazer com vista a um futuro melhor. Segurar na perna de Bill era uma forma de mostrar-se apoiante da dor do seu irmão e fazê-lo sentir que estava ali para o que desse e viesse, mas era também uma forma de o trazer de volta à Terra e contê-lo na sua fúria e raiva, que brotavam do seu olhar e da sua postura da forma mais agressiva em que já alguma vez o tinha visto e sentido. Miss K sentia o olhar de Paige pairar sobre si insistentemente. Queria prendê-la pelo olhar e fazê-la sentir-se mal, mas Miss K não lhe iria dar esse gosto. Sentou-se estrategicamente virada um pouco de lado para que não tivesse de enfrentar a sua ex-melhor amiga e observando todos os contornos da sala e das pessoas que ali se encontravam, foi ignorando o máximo de tempo possível as pessoas que tinham feito de tudo para estragar a vida do irmão do seu amado e consequentemente a vida de Tom também. Nicky sentia-se estremecer de forma violenta. Estar naquele espaço, rodeada de pessoas que tanto a amavam, como lhe faziam mal era muito debilitante para o seu coração já enfraquecido com a história da sua vida. Procurava ignorar a presença do seu antigo manager no lado oposto da sala, mas não era capaz de se manter fiel ao seu pensamento e de vez em quando espreitava aquilo que se passava e via James Mercier sorrir para si como fazia antigamente. Nicky sentia-se enojada com aquele sorriso que em tempos a fazia sorrir e acreditar que tudo ficaria bem e que estava em segurança. Sentiu a mão de Gabi agarrar na sua e olhou para ela percebendo que os seus olhos estavam repletos de lágrimas. O polegar de Gabi insistia em acariciar a sua mão dando-lhe forças para seguir em frente e ser forte. Nicky sorriu-lhe em cumplicidade e quando se preparava para lhe dizer algo, um assistente do Juiz pedia o favor que todos se levantassem para receberem o meritíssimo Juiz que ia liderar a panóplia de processos movidos por Bill e companhia contra James Mercier. O Juiz era um homem na casa dos cinquenta anos, cabelo a começar a ficar grisalho. Assim que se sentou, deu ordem para que os restantes presentes se sentassem e tirou de uma caixa uns óculos de ver ao perto para pegar no primeiro processo a ser julgado.

- Processo: Michael Sarkov contra James Mercier… - leu o Juiz em voz alta – O arguido é acusado de ter chantageado o Sr. Sarkov através do rapto da sua filha… O arguido declarou-se como inocente… - disse o juiz fazendo uma longa pausa enquanto lia um resumo do sucedido deixando todo o tribunal em suspense - Gostava de ouvir a história pela voz da acusação…
- Sr. Sarkov chamado a depor! –
disse o assistente do Juiz.

Michael levantou-se da cadeira de acusação e olhando para trás recebeu força e apoio vindo de Bill e Nicky. Encaminhou-se até ao banco dos depoimentos e contido no seu nervosismo, esperou que o assistente do Juiz lhe entregasse uma bíblia para fazer o juramento em como só diria a verdade e nada mais que a verdade, e acedeu ao pedido do Juiz quando este lhe deu autorização para falar e começar a contar a sua história.

- Há cerca de um ano conheci a agenciada do Sr. James Mercier, a Sra. Nicky Fuller, e após algum entrosamento, apercebi-me que tínhamos muitas coisas em comum e que talvez fosse interessante trabalharmos juntos… Entrei em contacto com a Sra. Nicky Fuller propondo-lhe um novo agenciamento com maiores vantagens para ela e para a sua carreira, e antes que a Sra. Nicky Fuller tivesse a possibilidade de me responder, uma vez que ela tinha ficado de pensar no assunto nos dias seguintes, mesmo que à partida me tivesse dito que estava feliz com o agente dela e que não tencionava mudar, fui abordado pelo Sr. James Mercier, alertando-me para o facto da minha filha ter desaparecido com a roupa que levava vestida e sem levar o telemóvel, do qual ela é inseparável… Confirmado esse facto, fui ameaçado pelo arguido para me manter longe da sua agenciada, sobre pena de algo acontecer à minha filha… O Sr. James Mercier ameaçou-me dizendo que se contasse a alguém aquilo que tinha acontecido sofreria as consequências disso, mas não tanto como a minha filha que seria o seu alvo máximo…. Nessa noite a minha filha foi mantida em cativeiro, e no dia seguinte, por volta do meio-dia, o Sr. James Mercier apareceu em minha casa, com um contrato para eu assinar…. Nesse contrato que apresento como prova daquilo que estou a dizer… - disse Michael Sarkov, percebendo que o Juiz observava com atenção a cópia do contrato que Mercier lhe tinha obrigado a assinar - Eu comprometo-me a desaparecer da vida da Sra. Nicky Fuller, mantendo-me distante de qualquer contacto que ela queira estabelecer comigo…
- Mas na prova que me apresenta não está explicito as contra-partidas do negócio… -
disse o Juiz.
- Meritíssimo… - disse o advogado de acusação – Como deve calcular o Sr. Mercier é um homem que está nesta indústria há muitos anos e não seria tão despromovido de inteligência ao ponto de deixar por escrito e assinado as contra-partidas de tal negócio! Quero mesmo frisar que o Sr. James Mercier elabora contratos há muitos anos e se tiver acesso a outros contratos por ele redigidos, verá que eles têm sempre os deveres e as obrigações de ambas as partes, mas que este contrato especificamente e misteriosamente só implica as obrigações do Sr. Sarkov… Gostava ainda de salientar que…
- Chega! –
disse o Juiz, mandando o advogado calar-se para voltar a interrogar a testemunha – E após a assinatura deste contrato, o que aconteceu?
- O Sr. James Mercier telefonou ao homem que mantinha a minha filha em cativeiro e ela foi entregue à porta de minha casa…
- Esse homem foi já identificado? –
perguntou o Juiz.
- Sim…
- Se o vir novamente é capaz de o identificar?
- Nunca me esquecerei da face dele! –
disse Michael Sarkov muito convicto.
- E depois…
- Depois cumpri com a minha promessa… Afastei-me da Sra. Nicky Fuller, nunca mais a voltei a contactar, ela telefonou várias vezes para o meu escritório para falar comigo, mas eu mandava dizer que não estava e assim um dia ela deixou-me uma mensagem a confirmar que não estava interessada no meu agenciamento e cada um seguiu o seu caminho…

- Muito bem… -
disse o Juiz, tirando os óculos, pousando-os sobre a mesa – A acusação deseja fazer alguma pergunta?
- Não meritíssimo… -
respondeu o advogado - Gostava apenas de salientar que as atitudes do arguido foram deliberadas, pensadas e premeditadas em malvadez e falta de escrúpulos, denotando a falta de carácter e civismo do mesmo!
- Fica anotado…. –
disse o Juiz – A defesa deseja fazer alguma pergunta?
- Não… -
disse o advogado de James Mercier não querendo explorar o assunto.
- Então a testemunha está dispensada… - disse o Juiz.

Michael Sarkov levantou-se e regressou ao seu lugar, trocando um olhar esperançoso e confiante com Bill e Nicky que sorriam felizes com a prestação dele. Após alguns segundos em silêncio e deliberação, o Juiz reflectiu com os seus assistentes sobre pormenores do processo e voltando a colocar os seus óculos de ver, fez sinal ao seu assistente para dar entrada à nova testemunha e anunciou:

- A acusação chama a vítima Hayley Sarkov a depor…
- Hayley Sarkov! –
gritou o assistente do Juiz, abrindo uma pequena porta perto do banco dos depoimentos para dar entrada à próxima testemunha.

Hayley era pequena e franzina. Tinha dezasseis anos, mas o seu corpo aparentava ter menos, ainda não se encontrava desenvolvido como maior parte das adolescentes da sua idade. Entrou muito corada e envergonhada perante a exposição à qual estava a ser alvo e sentou-se no banco dos depoimentos, amedrontada com aquilo que a esperava. Realizou um juramento pela verdade e esperou que o Juiz estivesse disposto a ouvir a sua história.

- O que é que se passou no dia 6 de Fevereiro e que a trás aqui hoje? – perguntou o Juiz.
- Fui raptada… - disse Hayley em voz baixa.
- Mais alto por favor… - disse o Juiz – Não tenha medo Hayley, aqui está em segurança! Conte-nos o que aconteceu…
- Era terça-feira, eu estava a preparar-me para ir para a escola, como faço sempre todas as manhãs e estava a tomar o pequeno-almoço quando ouvi tocar à porta, como geralmente sou sempre a primeira a estar pronta, fui abrir para ver quem era e um homem perguntou-me se eu era a Hayley Sarkov… Eu disse-lhe que sim, e ele disse-me que eu precisava de ir com ele… Eu disse-lhe que não ia a lado nenhum, e ele disse-me que a minha amiga Tita tinha sofrido um acidente de viação a caminho da escola, e eu nem achei estranho porque ela conduz mesmo mal, e só tinha tirado a carta há duas semanas… Eu disse-lhe para ele esperar porque ia avisar o meu pai e a minha mãe e ele começou a puxar-me pelo braço a dizer que o acidente tinha sido no final da rua e que ninguém ia dar pela minha falta… Tentei libertar-me dele mas não consegui, quando ia começar a gritar por ajuda, perdi a consciência…. Não me lembro de mais nada a não ser de acordar numa casa estranha, e estar fechada num quarto de criança…
- Foi drogada? –
perguntou o Juiz.
- Eu acho que sim… Quando acordei ficou noite passadas poucas horas… Calculo que tenha estado a dormir grande parte do dia…
- E depois? –
perguntou o Juiz.
- Depois… Ele levou-me comida, e recusou-se a falar comigo… Fiquei quase a noite toda acordada com medo do que é que se estava a passar e sem perceber o que é que me ia acontecer, mas acabei por adormecer, e no dia seguinte ele preparou-me um pequeno-almoço como nunca tinha comido na minha vida e passadas umas horas disse-me que o papá estava à minha espera e que me ia levar até ele… Ao inicio pensei que ele estivesse a chamar papá a outra pessoa, talvez ao homem que lhe tinha pago para me raptar, ou assim… Mas depois percebei que ele estava mesmo a levar-me até casa… Não percebi nada do que se passou, nem o porquê daquele desaparecimento súbito, embora fosse claro para mim que alguém estava a tentar fazer chantagem com o meu pai…
- Muito bem… -
disse o Juiz – A acusação deseja fazer perguntas?
- Sim… -
disse o advogado de Bill levantando-se e encaminhando-se para o centro da sala de forma a criar alguma tensão – Disse que foi levada de sua casa por esse presumível raptor na manhã de 6 de Fevereiro, certo?
- Sim… -
respondeu Hayley.
- Não fazia ideia do porquê mas ficou com a certeza de que se tratava de algo pessoal contra o seu pai quando na manhã seguinte se apercebeu que estava realmente a ser transportada de regresso até casa…
- Sim…
- Tem ideia do sítio onde foi mantida em cativeiro?
- Não… Quando cheguei lá estava adormecida e quando me vim embora tinha uma venda nos olhos durante uns bons quilómetros… Quando me desvendou eu já estava a 20km de L.A…
- Portanto, foi vendada?
- Sim…
- Somente nessa ocasião?
- Sim… Na casa onde fiquei tinha os olhos destapados…
- Recorda-se de alguma coisa que o seu raptor lhe tenha dito?
- Ele não falava… Mas de vez em quando parecia murmurar algo como: tu já és crescidinha, ou tu já não és pequenina…
- Não achou estranho?
- Achei… Principalmente estando num quarto de criança…
- Descreva o quarto por favor… -
pediu o advogado.
- Era um quarto normal de uma criança de cinco anos… Muitos peluches, tudo muito cor-de-rosa… O quarto que qualquer menina gostaria de ter!

- Como é que ele a tratava? –
perguntou o advogado.
- Não posso dizer que mal… Ele não falava, nem estava ao pé de mim! Geralmente só ia ter comigo à hora das refeições…
- E a Hayley tinha confiança naquilo que lhe era dado a comer?
- Não! Já vi muitos filmes e muitas séries policiais e sei que não se deve aceitar nada que nos dêem para comer nestas situações… Aquilo podia ter alguma coisa! Preferi ficar à fome… Mas não resisti ao pequeno-almoço no dia seguinte…
- É compreensível… É verdade que ficou com um hematoma no braço devido à força que foi exercida quando o seu raptor a levou de casa?
- Sim… Só passado uma semana é que o hematoma começou a sair!
- Alguma vez tentou fugir do quarto onde estava trancada?
- Eu tentei investigar hipóteses de fuga, mas o quarto não tinha janelas e a porta estava trancada…
- Portanto era impossível sair de livre vontade mesmo que quisesse?
- Totalmente!
- Ok… Obrigado Hayley… É tudo! –
disse o advogado sentando-se de volta na sua cadeira.

- Muito bem… - disse o Juiz – A defesa deseja fazer alguma pergunta?
- Não senhor meritíssimo… -
disse o advogado de Mercier – Queria apenas perguntar à Menina Hayley se reconhece o meu cliente como sendo o seu raptor…
- Pode responder… -
disse o Juiz a Hayley Sarkov.
- Não, não foi esse o homem que me raptou…
- Assim sendo quero salientar esse facto meritíssimo… O Sr. James Mercier não tocou num único cabelo da Menina Hayley, e ela deixou bem claro que quem o fez, tratou-a bem, alimentou-a e nunca atentou contra a sua integridade física ou psicológica!

- Peço desculpe Sr. Dr. Juiz… - disse o advogado de acusação, levantando-se do seu lugar, revoltado com o que tinha acabado de ser dito – Mas raptar e manter em cativeiro uma pessoa é só por si atentar contra a sua integridade física e psicológica!
- Vou tomar isso em consideração… -
disse o Juiz anotando algo no processo que tinha à sua frente – Mais alguma coisa?
- Não… -
disse o advogado de defesa.
- Então Menina Sarkov, está dispensada deste tribunal até que seja precisa a sua comparência…
- Obrigada… -
disse Hayley levantando-se de modo franzino, recolhendo-se para o interior da porta por onde tinha saído.

O Juiz pediu que fosse feita uma pausa de quarenta e cinco minutos. Bill tinha uma vontade imensa de vir até ao exterior do tribunal para fumar um cigarro e acalmar o nervosismo que se apoderava de si, mas por mais que o desejasse, era impossível de o fazer. A porta do tribunal estava repleta de jornalistas sedentos de informações escandalosas sobre aquele caso. Tom convenceu-o a levantar-se e ir dar uma volta pelo tribunal para acalmar a inquietação e juntos procuraram fazê-lo, comentando o desenrolar daquela manhã. Já só faltava ouvir James Mercier e o presumível raptor. Mercier parecia estar entre a espada e a parede, somente o raptor seria capaz de confirmar a ligação que existia entre Mercier, Sarkov e o rapto. Após o seu passeio, aproveitaram e juntar-se aos seus restantes amigos no bar do tribunal para comerem algo e tomarem um café. Quarenta e cinco minutos depois, os irmãos Kaulitz e companhia estavam de regresso à sala do tribunal e ocupavam o seu lugar para a continuação daquele julgamento. O Juiz fez algumas considerações sobre aquilo que já tinha sido dito e sem grandes demoras chamou o presumível raptor de Hayley Sarkov a tribunal.

- Jason Declan… - gritou o assistente do Juiz, abrindo a porta por onde saiam as testemunhas.

Nicky ouviu aquele nome e sentiu-se petrificar. Tudo o que conseguiu fazer foi enfiar a sua cabeça no peito de Bill e procurar auxilio para superar aquilo que se tinha acabado de tornar num pesadelo.

- É ele… É ele… É ele… - disse Nicky baixinho, sentindo os braços de Bill abraçarem-na e uma mão dele acariciar o seu cabelo pausadamente como se lhe estivesse a dar apoio e transmitir calma.
- Ele não te pode fazer mal… - disse Bill vendo o violador de Nicky entrar na sala do tribunal e sentar-se no banco dos depoimentos.
- Foi aquele filho da puta??? – perguntou Tom enraivecido, percebendo o que se estava a passar – Foi aquele cabrão de merda que… - disse Tom controlando-se para não falar de mais.
- Eu quero sair daqui… - disse Nicky olhando de soslaio para o seu raptor para perceber que ele olhava fixamente para si como se estivesse encantado em vê-la novamente – Tira-me daqui…
- Não queres ouvir o que ele tem para dizer? –
perguntou Bill aconchegando-a nos seus braços.
- Eu já sei que ele é culpado, não preciso de ouvir nada… Não quero ouvir a voz dele… Tira-me daqui Bill… Por favor… - pediu Nicky com os olhos em lágrimas, escondida no peito dele.
- Eu levo-a… - disse Gabi que estava sentada do outro lado de Nicky e se apercebia de tudo o que estava a acontecer. E abraçando Nicky, disse-lhe – Vem comigo…
- Obrigado… -
disse Bill passando uma Nicky muito debilitada e em estado de choque para os braços de Gabi – Qualquer coisa que seja preciso, manda-me uma mensagem!
- Não te preocupes, eu tomo conta dela… -
disse Gabi levantando-se e arrastando Nicky consigo para o exterior do tribunal.

- Foi aquele cabrão que…??? – perguntou Tom a Bill com o olhar repleto de ódio e raiva.
- Foi… Aquele cabrão que se tinha tornado num anjo de tão inocente e arrependido que estava, afinal andava mesmo a fazer trabalhinhos sujos para o Mercier e a raptar crianças… Temos de meter este cabrão atrás das grades Tom… Custe o que custar!!! – disse Bill tão irado como o seu irmão – A Nicky não vai conseguir viver em paz enquanto este filho da puta não estiver preso e bem preso por aquilo que fez e continua a fazer!!!
- A vontade que eu tenho é de o matar á porrada!!! –
disse Tom cerrando os dentes e os punhos.
- Somos dois!!! – disse Bill – Tenho pena de não ter aproveitado mais quando o tinha nas mãos e ele fingiu-se de vitima inocente!!!

- Silêncio no tribunal! – disse o Juiz apercebendo-se que Tom e Bill não se calavam e começavam a levantar o tom da sua voz à medida que a ira ia aumentando, e apercebendo-se que eles se calavam, acrescentou – Prossiga Sr. Declan…
- Foi isso… Não tenho mais a contar… -
disse Jason Declan.
- Então como é que sabia onde a Menina Hayley morava, o nome da sua melhor amiga, como a convencer a ir consigo, etc?
- São informações fáceis de saber! Hoje em dia pelo Facebook sabe-se tudo… Quem anda com quem, que lugares frequenta, quem são os seus melhores amigos… Além disso hoje em dia as crianças são muito influenciáveis quando de toca em assuntos que seja do interesse deles… Nesta idade eles só querem saber dos amigos…
- Então está a dizer perante este tribunal que cometeu o acto de rapto de forma premeditada, e que ninguém lhe pediu ou pagou para que esse serviço fosse feito? –
perguntou o Juiz.
- Exactamente Sr. Juiz!
- Curioso porque a sua conta bancária conta uma história diferente… Na semana em que cometeu esse crime, recebeu uma transferência avultosa … -
disse o advogado de acusação, e levantando-se apresentou o extracto bancário de Jason Declan ao juiz.
- Isso foi de uns trabalhinhos que eu andei a fazer…. – disse Jason Declan muito nervoso.
- Que trabalhinhos? – perguntou o Juiz.
- Uns arranjos e umas obras… - respondeu a testemunha.
- Então porque é que raptou a Menina Hayley? – perguntou o Juiz.
- Porque ela é uma menina muito bonita e eu queria ser amigo dela… - disse Jason Declan percebendo pelo olhar do Juiz que não o tinha convencido.

- Muito bem… - disse o Juiz – A acusação quer fazer alguma pergunta?
- Muitas Sr. Dr….
- Então é altura disso… -
disse o Juiz.
- Obrigado… - disse o advogado levantando-se da sua cadeira apercebendo-se que o advogado de Mercier e o próprio discutiam algo fervorosamente, nervosos com o depoimento de Jason Declan – Então planeou e fez tudo sozinho com o intuito de conhecer melhor a Menina Hayley?
- Sim…
- E conseguiu fazer uma amiga?
- Não…
- Porquê? Acha que foi porque não lhe dedicou tempo suficiente? Sabe que geralmente quando se quer fazer amigos, leva-se eles a tomarem um café, ou a almoçar, não se fecham dentro de quartos trancados e sem janelas sem se falar com eles…
- Oh Sr. Juiz… Não me diga que agora vamos ter uma lição sobre como se deve fazer amigos! –
disse a defesa.
- Deixe o advogado prosseguir… - disse o Juiz, não prestando atenção ao que a defesa dizia.
- Obrigado… - agradeceu o advogado de Bill – Se estava interessado na amizade da Menina Hayley, raptá-la de sua casa e fechá-la às chaves sem trocar uma palavra que seja com ela, não é a melhor maneira de o fazer…
- Eu nunca tive jeito com pessoas… -
disse Jason Declan.
- Aparentemente não… - comentou o advogado de Bill – Então e diga-me lá, porque é que resolveu levá-la até ao seu papá novamente?
- Porque percebi que ela não queria ser minha amiga…
- Ohhh… Uma amizade que tinha tanto futuro! –
disse o advogado de Bill de forma irónica, provocando risos na sala de audiência.
- Sr. Juiz… Isto é gozar com a cara das pessoas! – disse o advogado de defesa.
- Desculpe… Vou abster-me dos meus comentários! – disse o advogado de Bill.
- Muito bem, prossiga então… - disse o Juiz.

- Gostava de chamar novamente à sala a Menina Hayley, para que ela identificasse o seu raptor… - pediu o advogado de acusação.
- Mande chamar a Menina Hayley Sarkov novamente… - deu ordens o Juiz ao seu assitente.
- Hayley Sarkov… - gritou o assistente abrindo novamente a porta das testemunhas para que ela entrasse.

- Menina Hayley, é capaz de identificar nesta sala o seu raptor? – perguntou o advogado de Bill.
- Sim… É aquele senhor ali! – disse Hayley apontando para o violador de Nicky.
- Já agora… - disse o advogado de acusação - Em algum momento sentiu que ele estava apenas a querer conviver consigo ou a tentar ser seu amigo?
- Não! –
disse Hayley achando aquela pergunta estranha – Ele nem falava comigo!!! Deixou-me trancada no quarto o tempo inteiro!!!
- Ok… Obrigada! –
disse o advogado de Bill feliz e contente com o resultado do inquérito.

- Menina Hayley está dispensada… - disse o Juiz dando autorização para ela voltar a sair, e virando-se para o advogado de acusação, acrescentou – Prossiga…
- Gostava só de tentar apurar qual a ligação entre o Sr. Declan e o Sr. Mercier… Quer-nos ajudar Sr. Declan?
- O Sr. Mercier e eu trabalhámos juntos há muitos anos, na produção de uma série televisiva da qual se devem recordar: Small Family, Big Problems
- E desde que a série terminou, nunca mais teve contacto com ele? –
perguntou o advogado…
- Ãhhhh…. – murmurrou Jason Declan sem saber o que responder.
- É uma resposta de sim ou não Sr. Declan… - disse o advogado de Bill fazendo pressão psicológica.
- Bem… Eu estou aqui…. Estou em contacto com ele… - disse Jason.
- Não foi isso que lhe foi perguntado Sr. Declan… - disse o Juiz – Responda à pergunta que lhe foi colocada!
- Eu repito para que não hajam dúvidas… -
disse o advogado de acusação – Desde que terminou a produção dessa série, e até aos dias de hoje, manteve contacto com o Sr. Mercier?
- Ãhhh… Algum…
- Ou seja, sim?
- Sim… Pode-se dizer que sim...
- E costumam estar juntos? Fazer negócios?
- Não… Claro que não… Que disparate! Eu já saí da indústria do cinema há muitos anos!!! –
disse Jason como se achasse aquela pergunta descabida, olhando para Mercier para o ver espumar de raiva.
- Ai foi? – perguntou o advogado de Bill – E porque é que abandonou essa indústria se aparentemente se dava tão bem nela?
- Sr. Juiz… Sr. Juiz… O que é que isto interessa para o processo em questão? –
perguntou o advogado de defesa, tentando evitar ao máximo que Jason Declan falasse demais.
- Tem razão… Deixe as cusquices para outra altura Sr. Advogado… - disse o Juiz para o advogado de Bill.
- Sim senhor…. Então dou por encerradas as minhas perguntas, mas gostava somente de salientar… - disse o advogado de acusação virando-se para o júri que ali ajudava a julgar aquele caso – Que o Sr. Mercier e o Sr. Declan se conhecem há mais de quinze anos e que juntando dois mais dois, percebemos que o Sr. Declan estava a fazer um favor ao Sr. Mercier em ajudá-lo a manter a Menina Hayley afastada do Sr. Sarkov, para que o contrato fosse assinado… Afirmo aqui sem dúvidas disso que o Sr. Declan, que se encontra em juramento desde que entrou nesta sala, tem estado a mentir com todos os dentes que tem, para proteger o seu sócio James Mercier!
- Sr. Advogado está a tirar conclusões precipitadas! –
disse o advogado de defesa – Aqui quem julga é Sr. Juiz e os Srs. Jurados!
- Mas ao contrário do Sr. que não quer falar nem interrogar as testemunhas, eu faço-o e como tal tenho direito de dizer o meu parecer sobre aquilo que se está a passar neste tribunal e que aparentemente não perturba o Sr. minimamente!!! –
disse o advogado de Bill.
- Srs. Advogados… Peço o favor que se respeitem e não entrem em comentários desses… - disse o Juiz metendo ordem nos advogados antes que a coisa desse para o torto, e virando-se para o advogado de Bill acrescentou – Mais alguma pergunta?
- Não…
- Muito bem… -
disse o Juiz – A defesa quer fazer perguntas?
- Sim Sr. Meritíssimo… -
disse o advogado de Mercier levantando-se – Sr. Jason Declan… Está sob juramento, sabe disso, não sabe?
- Sei sim… -
respondeu Declan.
- O Sr. raptou a Menina Hayley a mando do Sr. meu cliente James Mercier? Este senhor que se encontra aqui sentado a meu lado? – perguntou o advogado de defesa.
- Não senhor! – disse Declan muito rápido.
- Não tenho mais perguntas Sr. Juiz… - disse o advogado de defesa, sentando-se novamente na sua cadeira.
- Sr. Declan… - disse o Juiz – Está ciente de que mentir sob juramento é crime?
- Claro, claro! –
disse Jason Declan rapidamente.
- Muito bem… Então está dispensado… - disse o Juiz dando ordem para Jason Declan abandonar a sala.

A sala ficou em silêncio, o Juiz deliberava alguns aspectos do processo com os seus assistentes. Bill trocou um olhar esperançoso com Tom. Jason Declan tinha mentido de forma evidente, era óbvio aos olhos de qualquer um. Mercier estava envolvido naquele assunto até à ponta dos cabelos e o Juiz tinha percebido isso.

- Assim sendo pergunto-lhe se o seu cliente Sr. James Mercier quer subir ao banco dos depoimentos para se defender das acusações que lhe foram feitas, uma vez que ele se declarou como inocente… – perguntou o Juiz.
- Não Sr. Juiz… O meu cliente não quer prestar quaisquer declarações! – disse o advogado de defesa.
- Mas seria interessante saber onde estava o Sr. James Mercier no dia em que tudo isto ocorreu… - comentou o Juiz.
- O meu cliente não se encontrava na companhia de ninguém, não tendo álibis para confirmar aquilo que diz, como tal, reserva-se ao direito de não prestar declarações… - disse o advogado de Mercier.
- Muito bem… Então assim sendo precisamos de deliberar sobre o processo e aferir se serão necessárias novas investigações ou novos depoimentos… Após a nossa deliberação, serão informados pelo tribunal de uma nova audiência… Dou como encerrada esta sessão… - disse o Juiz batendo com o martelo, levantando-se logo de seguida para abandonar a sala seguido dos seus assistentes.

Bill olhou para o advogado e viu-o sorrir contente com o modo como tinha corrido a audiência. James Mercier estava metido em maus lençóis.


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *


- Posso entrar? – perguntou Tom batendo à porta do quarto de Nicky.
- Sim… - respondeu Nicky levantando-se da sua cama para o receber.
- Queria falar contigo… - disse Tom percebendo pelo seu olhar raiado de sangue que ela tinha estado a chorar.
- Desde que não seja sobre o julgamento…
- De certa forma tem a ver com isso… -
disse Tom aproximando-se dela para a abraçar com força – … Foi aquele homem que te magoou? Foi o Jason…
- Não digas o nome dele, por favor! -
pediu Nicky apertando Tom com mais força de encontro ao seu corpo – Deixa-me esquecer que ele existe…
- Não podes esquecer Nicky! –
disse Tom segurando no rosto dela com ambas as mãos para a obrigar a olhar para si – Por mais que tenha sido uma surpresa dolorosa não podes esquecer! O modo como reagiste à presença dele também foi uma surpresa para mim!
- Não me julgues… Preciso de apoio e não de pessoas que me julguem!
- Não te estou a julgar! –
disse Tom beijando a testa dela de forma ternurenta – Mas tu encaras tão bem tudo o que aconteceu… Porque é que vê-lo te deixa assim? Tens de enfrentá-lo, tanto quanto enfrentas o que aconteceu, se não lhe fizeres frente, não vais ficar livre do passado!

- Tu viste como ele olhou para mim??? –
perguntou Nicky sentindo lágrimas escorrer dos seus olhos feridos.
- Não… Mas ele só olha assim para ti porque sabe que pode e porque de certa forma tem domínio sobre ti… Tens de lhe mostrar o contrário… Tens de ser aquela Nicky forte que nós conhecemos e fazeres-lhe frente!
- Não consigo…
- Sem tentar não podes dizer isso! –
disse Tom – Estive a falar com o Bill… E tu tens de o pôr na prisão Nicky… Aquele homem merece estar atrás das grades ou vai continuar a magoar outras crianças!!! Não podes deixar…
- Eu não consigo… -
repetiu Nicky sentindo-se enfraquecida na sua dor e mágoa do passado – É muito difícil…
- Eu sei… Mas eu e o Bill estamos do teu lado… Tens de ser forte por ti e por todas as outras crianças que já foram vítimas dele…

- É verdade que ele pôs os pés pelas mãos no depoimento? –
perguntou Nicky, afastando-se do corpo de Tom, ao mesmo tempo que limpava as lágrimas e tentava mudar ligeiramente de assunto.
- Sim… O advogado no final da audiência disse-nos que com as provas que temos, este caso está garantidamente ganho! Disse-nos também que pelos vistos a técnica do Mercier vai ser manter-se calado o tempo todo… E faz sentido, ele não tem como se defender daquilo que fez e das provas que temos contra ele. A única saída possível é manter-se calado e deixar o juiz deliberar se as provas que existem são ou não suficientes para o prender e culpabilizar por tudo o que fez…
- E o que é que achas?
- Acho que a lei Americana é muito branda com os criminosos… Devia obrigá-los a deporem e a dizerem a verdade! Esta dele se declarar inocente e depois aparecer em tribunal todo bem vestido como se fosse um santo, comigo não pega… - disse
Tom enraivecido – Aquele cabrão vai pagá-las e não é pouco… Vais ver…
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MensagemAssunto: Re: [FF] - Kampf der Liebe   [FF] - Kampf der Liebe - Página 18 Icon_minitimeSáb Nov 05, 2011 4:07 pm

Finalmente o julgamento chegou u.u'... adorei saber que o Mercier tá todo enrolado e sem poder provar sua inocência em nada, ele e sua "companhia limitada" tem que pagar mesmo tudo que fez.

Fiquei com pena da Nick coitada, ela tem que ser forte pra poder lutar contra o passado dela e colocar aquele molestador na cadeia. Só encarando de frente a situação é que ela vai vencer os seus traumas.
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MensagemAssunto: Re: [FF] - Kampf der Liebe   [FF] - Kampf der Liebe - Página 18 Icon_minitimeDom Nov 06, 2011 10:44 pm

SuuuuuH! \o/ \o/ \o/


Finalmente mesmo...... Que seja feita justiça!!!
Vc tem toda a razão... A Nicky nesse momento tem de ser mesmo forte e ser capaz de olhar em frente e enfrentar os fantasmas do passado... é a unika maneira de seguir em frente mais leve e ver a vida de outro jeito.... I love you



* * * KiSsEsSSss * * *



178

[FF] - Kampf der Liebe - Página 18 178yb

Dois dias tinham passado e uma nova audiência estava na agenda do dia. O aparato mediático parecia tão, ou mais agitado que na audiência anterior. Bill e Nicky apareciam uma vez mais juntos, destacando-se propositadamente das restantes testemunhas e queixosos do processo. Nos jornais e revistas já se viam capas com o casal maravilha de mãos dadas e semblantes preocupados a entrarem para o tribunal. Em todo o mundo corria tinta sobre os contornos dos processos e especulavam sobre temas que nada tinham a ver com aquilo que os levava até lá.

Naquele dia ia ser julgado a tentativa de homicídio de Mercier em relação a Tom e Nathalie. O Juiz e os jurados eram os mesmos. Sentados ao lado do advogado Tom e Nathalie constituíam-se como a acusação.

- Processo: Tom Kaulitz e Nathalie Franz contra James Mercier… - leu o Juiz em voz alta – O arguido é acusado de ter atentado contra a integridade física do Sr. Kaulitz e da Sra. Franz, demonstrando impulsos homicidas… O arguido declarou-se como inocente… Gostava de chamar ao banco de depoimentos o Sr. Tom Kaulitz…
- Tom Kaulitz! –
gritou o assistente do Juiz.

Tom levantou-se da cadeira apertando a mão de Nathalie para recolher forças para o que o esperava, e olhando para trás, cruzou o seu olhar com Bill, na esperança de se tornar um pouco mais forte também, e encaminhou-se até ao banco onde iria depor, colocando a sua mão sobre um bíblia sagrada, jurando que diria a verdade e nada mais que a verdade.

- Sr. Kaulitz, quer-nos contar o que aconteceu? – pediu o Juiz.
- Com certeza… - disse Tom e com muito à vontade prosseguiu como se contasse a história a um amigo seu – Isto já vem de há muito tempo, o Mercier entrou nas nossas vidas através de uma chantagem…
- Sr. Dr. Juiz… Esse facto ainda não se encontra julgado nem provado como verdadeiro! –
disse o advogado de Mercier.
- Sr. Kaulitz, limite-se a contar aquilo que aconteceu! – pediu o Juiz.
- Mas eu preciso que saibam o que me levou a agir como agi, se o Sr. Juiz não conhecer minimamente o nosso passado não será capaz de julgar aquilo que aconteceu! Prometo ser breve no resumo! – defendeu-se Tom.
- Então seja muito breve Sr. Kaulitz e centre-se naquilo que nos interessa… - pediu o Juiz.
- Sim senhor! – disse Tom feliz por ter conseguido a palavra – Como estava a dizer o Mercier entrou nas nossas vidas (minha e do meu irmão), através de uma chantagem, para além dessa chantagem sucederam-se casos de burla, violência verbal e física, abuso de poder, entre outros… E na altura do confronto com o Mercier isto já se vinha a acumular há seis meses… Há seis meses que esse senhor, fazia de tudo para arruinar a minha vida, a vida do meu irmão e a vida dos nossos amigos mais próximos, tanto a nível pessoal como profissional! No passado ele já tinha inclusive atacado o meu irmão fisicamente deixando-o muito debilitado….
- Sr. Kaulitz, leve-nos para o dia em que tudo aconteceu… -
pediu o Juiz.
- Nesse dia eu estava em casa da namorada do meu irmão, a Nicky Fuller… - disse Tom olhando para ela na assistência, recebendo força e coragem através do seu olhar – Eu estava com a Amber (uma amiga dela) na piscina, quando vi o Mercier no escritório e não fui capaz de ficar quieto, abri a janela do escritório e o Mercier começou com provocações, quando dei por mim já estávamos envolvidos numa luta, ele bateu-me, eu bati-lhe…
- Sr. Dr. Juiz e Srs. Jurados… -
disse o advogado de acusação – Quero chamar-lhes a atenção para as fotografias que apresentámos como prova da agressividade do Sr. James Mercier para com os meus clientes!
- Serão tidas em consideração! –
disse o Juiz – Prossiga Sr. Kaulitz…
- A dada altura eu empurrei-o para a água, e a luta continuou no interior da piscina… O Mercier conseguiu apanhar-me numa altura fragilizada e quando dei por isso tinha-o a empurrar-me para debaixo da água, privando-me de oxigénio, tentando afogar-me! Ele só me largou quando a Nat saltou para dentro da piscina e o obrigou a parar, mas nessa altura ele virou-se para ela, e quando eu consegui vir ao de cima e recompor-me ele estava a tentar afogá-la a ela… Claro que não ia ficar quieto e fiz o que podia para salvar a minha amiga! Até que chegou uma empregada e o meu segurança e cada um foi para seu lado…
- Porque é que não apresentou queixa na altura? –
perguntou o Juiz.
- Porque havia uma espécie de código de honra entre nós… Como lhe disse, outras coisas já tinham acontecido e nunca tínhamos apresentado queixa, mas mesmo assim achámos por bem guardar provas do que aconteceu para no futuro termos como nos defender dele!
- Quem é que iniciou a luta? –
perguntou o Juiz.
- Para lhe dizer a verdade não me lembro… Diria que foi ela por ela… - disse Tom ocultando o facto de já andar desejoso de meter as mãos em Mercier muito antes de o ter sequer visto à frente – As provocações e a luta…

- Muito bem… -
disse o Juiz – A acusação quer fazer perguntas?
- Sim Sr. Dr…. –
disse o advogado levantando-se para se aproximar de Tom – Sr. Kaulitz, lembra-se se enquanto a luta estava a acontecer o Sr. Mercier o instigava e provocava para que ela continuasse?
- Oh sim!!! Ele estava desejoso que eu perdesse a cabeça e o controlo para me poder atacar!
- Quando o atirou para a água, fê-lo por defesa?
- Sim, ele estava a atacar-me e eu aproveitei para o empurrar e ganhar vantagem sobre ele!
- Então pode afirmar que tudo o que fez, fez por defesa?
- Grande parte sim… Não ia deixar que ele me atacasse e ficar de braços cruzados!
- É tudo Sr. Dr. Juiz… -
disse o advogado voltando ao seu lugar para se sentar – Que fique bem registado neste tribunal que o meu cliente foi provocado e instigado para a luta e que se atacou o Sr. Mercier, foi para se defender de todo o mal que já lhe tinha sido feito.

- A defesa quer interrogar a testemunha? –
perguntou o Juiz.
- Com certeza! - disse o advogado de Mercier com um sorriso jocoso nos lábios, e levantando-se para se aproximar de Tom acrescentou – Sr. Kaulitz… Como é que foi parar à água?
- Como é que fui parar à água?
repetiu Tom estranhando a pergunta.
- Sim… Se empurrou o Sr. Mercier e este foi parar à piscina, dando-lhe vantagem sobre o meu cliente, como é que depois foi parar à piscina também? – perguntou o advogado.
- Mergulhei! – disse Tom de forma sarcástica.
- Ahh… Então foi de livre vontade?
- Claro!
- Então o que me está a dizer é que podia ter ido embora, pois estava em clara vantagem sobre o Sr. Mercier, mas mesmo assim optou por jogar-se à água para continuar a molestá-lo!


Tom olhou para o advogado e para Bill e percebeu que por ali o poderiam tramar facilmente. Respirou fundo e optou por não fazer comentários para não piorar as coisas. Olhou para o Juiz de soslaio e viu-o escrever algo no processo.

- Sim Senhor… - disse o advogado de Mercier de forma sarcástica – Sr. Kaulitz, o senhor precisou de cuidados médicos depois do seu encontro com o Sr. Mercier?
- Médicos, médicos… Não! Fiquei com hematomas, mas nada que o tempo e uma boa pomada não ajudasse a curar!
- Pois o meu cliente precisou de ir a um médico e passado umas semanas recorreu a um cirurgião plástico… O Sr. partiu-lhe o nariz e abriu-lhe a maçã do rosto!
- E…? Eu tenho culpa de ter mais força e bater melhor? Garanto-lhe que ele não se fez de rogado nem tentou fugir do meu alcance!!! –
disse Tom enraivecido por perceber que estava a perder o controlo.
- Acalme-se Sr. Kaulitz! – pediu o Juiz.

- Que idade é que o Sr. tem? – perguntou o advogado a Tom.
- Vinte… - disse Tom olhando para o seu advogado percebendo que estava entre a espada e a parede.
- Sabe que idade é que o meu cliente tem?
- Não!
- Quarenta e dois… O Sr. está na flor da idade com apenas vinte anos… É alto, espadaúdo, musculado… O meu cliente é consideravelmente mais baixo e franzino que o Sr…. –
disse o advogado com um sorriso jocoso nos lábios – Só para que fique registado… É verdade que a dada altura o Sr. Kaulizt encontrava-se numa posição de dominância sobre o Sr. Mercier e que o esmurrou repetidamente até lhe abrir a maçã do rosto?
- É capaz… Se estávamos envolvidos numa luta, é normal que o tenha feito!
- É também verdade que no passado viu-se envolvido numa luta com uma fã, esmurrando-a numa bomba de gasolina?
- Esse caso já foi julgado e por alguma razão essa dita tem uma caução em cima e não se pode aproximar de mim! –
disse Tom espumando de raiva – Ser uma figura pública não significa somente sorrir, dar autógrafos e ir a festas, lida-se com todo o tipo de gente, algumas bem rascas, como é o caso do seu cliente!
- Sr. Kaulitz, controle-se! –
disse o Juiz numa voz autoritária e agressiva.
- Peço desculpa! – disse Tom percebendo que só se estava a enterrar mais.

- Acho que já percebemos que o Sr. Kaulitz é muito agressivo… - disse o advogado de Mercier de forma sarcástica, e regressando à sua cadeira disse – Não tenho mais perguntas…
- Assim sendo, Sr. Kaulitz está dispensado… -
disse o Juiz.

Tom levantou-se do banco dos depoimentos e evitou olhar para Mercier com medo que os jurados percebessem a forma mortífera com que o desejava fulminar e isso lhe valesse uma nova penalização. Encaminhou-se até à sua cadeira e sentiu Nathalie pegar-lhe na mão, acariciando-o para o acalmar.

- Não fiques assim… - disse Nathalie docemente – Nós já sabemos que é difícil ganhar este caso, mas é crucial para mostrar a falta de carácter que ele tem!
- A dele e a minha! –
disse Tom controlando com muita dificuldade a raiva que brotava de si.
- Não te compares com aquele monstro assassino!!! – disse Nathalie de forma autoritária.

- A defesa chama Nathalie Franz… - disse o Juiz após algum tempo de silêncio.
- Nathalie Franz! – gritou o assistente do Juiz.

Nathalie acariciou uma última vez a mão de Tom e soltou-a, perante as palavras de incentivo e força dele e do advogado. Encaminhou-se até ao banco dos depoimentos e com a ajuda do assistente do Juiz, fez o juramento que lhe era obrigatório. Sentia-se aterradoramente nervosa, ainda mais agora que sentia os olhares de toda a gente sobre si, principalmente o olhar de Patrick que sentado na assistência parecia estar prostrado e preocupado consigo, com medo de vir a descobrir que a verdade que Nathalie trazia consigo para aquele tribunal fosse demasiado dolorosa para ouvir sem que desejasse mandar-se ao pescoço de James Mercier.

- Sra. Franz, pode-nos contar aquilo que aconteceu? – pediu o Juiz.
- Sim… - começou Nathalie por dizer – Eu estava em casa da Nicky Fuller, e estava a preparar-me para regressar para o hotel onde estava hospedada, fui à sala buscar a minha mala e vi o Tom ser empurrado violentamente e contra a sua vontade para dentro de água… - disse Nathalie emocionando-se ao recordar-se daquela visão – Fui a correr lá para fora e comecei a gritar com o Sr. Mercier para que o largasse porque o estava a matar… O Sr. Mercier ameaçou-me e disse-me que se não ficasse quieta e calada era a próxima… Comecei a gritar por socorro, mas percebendo que era uma questão de segundos até perder o Tom, e que tinha de agir, saltei para dentro da piscina e agarrei-me àquele senhor… - disse Nathalie apontando para Mercier – Para que ele largasse o meu amigo e quando dei por isso ele tinha as mãos à volta do meu pescoço, e para além de me sufocar de forma animal, ainda empurrou a minha cabeça para debaixo de água com o intuito de me afogar também!
- E como se viu livre dele? –
perguntou o Juiz.
- O Tom entretanto foi capaz de vir ao de cima e arranjar força para lutar pelas nossas vidas… - e sabendo que a imagem de Tom estava manchada e que tinha uma oportunidade para a limpar um pouco, Nathalie acrescentou – Foi ele que me socorreu da piscina e me tirou lá de dentro porque eu estava em choque e se dependesse de mim tinha ficado petrificada e afogado, o Tom salvou a minha vida!
- Sentiu realmente que a sua vida estava em perigo? –
perguntou o Juiz.
- Senti! Senti que nunca mais ia ver o meu filho e que abandonava este mundo de forma cruel, e que ele não merecia isso, nem aquilo pelo que ia passar após a minha morte!
- Acusação, tem alguma coisa a dizer? –
perguntou o Juiz.
- Sim Sr. Dr… - disse o advogado deles - Sra. Franz, como recorda esse dia?
- Recordar aquele dia é horrível… - disse Nathalie sentindo os seus olhos encherem-se de lágrimas - Parece que ainda consigo sentir as mãos do Mercier à volta do meu pescoço, a vontade de querer respirar e não conseguir, o pânico de vê-lo afogar o Tom e de sentir que o ia perder e não ia ser capaz de fazer nada, e…
- Beba um bocadinho de água Sra. Franz… -
aconselhou o advogado – Não queremos que se sinta mal! – e esperando que Nathalie bebesse um pouco de água prosseguiu - Em que medida é que os eventos desse dia alteraram a sua vida?
- Ao ponto que da vez seguinte que entrei em casa da Nicky, ter ficado petrificada a olhar para a piscina e sentir lágrimas escorrerem pelos meus olhos… Foi muito difícil voltar a entrar naquela casa e sentir-me segura novamente!
- Sra. Franz… Só por curiosidade… Viu o Sr. Kaulitz bater no Sr. Mercier?
- Não! Tudo o que vi foi o Mercier a tentar afogar o Tom… Depois disso entrei em pânico e sei que o Tom conseguiu afastá-lo de mim, mas não me lembro de o ver bater nele… Não me lembro de nada a não ser de sentir o Tom arrastar-me para o exterior da piscina e tentar acalmar-me….
- Sente-se ameaçada na presença do Sr. Mercier?
- Sempre! Eu conheço bem esse homem e sei que ele não tem escrúpulos e isso torna-o mentalmente instável e capaz de tudo para ter o que quer!
- Obrigado Sra. Franz… É tudo Sr. Dr. Juiz… -
disse o advogado regressando à sua cadeira.

- A defesa quer-se pronunciar? – perguntou o Juiz.
- Sim… - disse o advogado de Mercier com um sorriso falso e bem rasgado – Sra. Franz também não necessitou de cuidados médicos após o seu encontro com o Sr. Mercier? – perguntou o advogado de defesa.
- Físicos não, mas mentais acredite que precisei e preciso de muitos… O seu cliente deixou-me marcas muito profundas da maldade de um ser humano!
- Isso quer dizer que a Sra. está num psicólogo?
- Não… Mas devia estar! –
disse Nathalie tentando safar-se da situação.
- Mas se não está é porque não é assim tão grave quanto isso, já o meu cliente, volto a frisar que precisou de cuidados médicos urgentes!
- As piores feridas são aquelas que não se vêem! –
disse Nathalie – E são essas que custam mais para pedir ajuda…
- Que bonito! –
disse o advogado com um sorriso que denotava um falso rejubilo com aquela afirmação – Então e desde esse incidente, já voltou a entrar numa piscina?
- Sim…
- Então não ficou assim tão traumatizada quanto isso, pois não?
- Meretissimo eu sinto ironia nas palavras do advogado de defesa e não acho bonito que se goze com o trauma de uma pessoa que viu a sua vida por um fio! –
disse o advogado de acusação.
- Quero ouvir a resposta… - pediu o Juiz.
- Não é entrar numa piscina que me deixa nervosa ou com medo do que possa acontecer… É estar ao pé do Mercier! – disse Nathalie instintivamente – Acompanhada de pessoas boas vou a qualquer lado… Mas com pessoas como o Sr. Mercier por perto, tenho medo até de sair da minha própria casa, mesmo tendo a certeza que dentro de casa também corro risco!
- Sra. Franz… O que é que a senhora pretende com este julgamento? Se até agora o seu trauma esteve em silêncio e não sentiu necessidade de vir a público com este caso, porquê desenterrá-lo agora?
- Porque nunca é tarde para se fazer justiça! –
disse Nathalie olhando para Nicky tentando inspirá-la de alguma forma – E eu conto que este tribunal a faça, porque eu estou farta de viver aterrorizada! Quero a minha vida de volta!

- Hmmm… Já agora… Que relação mantém com o Sr. Kaulitz?
- Somos amigos…
- Só amigos?! Ouvi dizer que eram namorados…
- Não… Eu e o Tom somos amigos, conheço-o desde que ele tem quinze ou dezasseis anos!
- Ahh… Tem razão, estava a confundi-lo com o seu irmão gémeo… O irmão gémeo do Sr. Kaulitz é que foi seu namorado… -
disse o advogado a rir.
- Também não! Nunca fui namorada do irmão do Sr. Kaulizt! – disse Nathalie enraivecida com a ironia e sarcasmo do advogado de Mercier.
- Sr. Dr. Juiz não vejo como é que isso influencia o caso! – disse o advogado de acusação.
- Sr. Advogado onde quer chegar com esta conversa? – perguntou o Juiz.
- Estava somente a reflectir em voz alta… Uma mulher apaixonada é capaz de tudo para proteger aqueles que ama! – disse o advogado de Mercier – Principalmente quando ele a trocou pela famosa Nicky Fuller… Dá jeito ganhar pontos junto do irmão…
- Sr. Dr. Concentre-se no caso em julgamento! -
pediu o Juiz.
- Acho que já fiz as perguntas que queria fazer… - disse o advogado com um sorriso nos lábios à medida que se encaminhava de regresso para a sua cadeira.
- Sendo assim, Sra. Franz está dispensada… - disse o Juiz.

Nathalie regressou para a sua cadeira, ao lado de Tom e do advogado. Sentia as pernas estremecerem num nervosismo atroz. Assim que se sentou, sentiu um braço de Tom envolvê-la e puxá-la para si, depositando um beijo terno no topo da sua cabeça à medida que lhe dizia:

- Estiveste muito bem!
- Achas?
- Tenho a certeza! –
disse Tom contente com a prestação dela – Se nos safarmos é graças a ti!
- Recordar aquele dia é… -
começou Nathalie por dizer.
- Já passou… Não precisas pensar mais nisso! – disse Tom abraçando-a com mais força, sentindo uma vontade imensa de a proteger.

Nathalie sorriu e tentou acalmar-se. O Juiz concedeu uma pausa no julgamento. Quando regressaram, foram chamados ao banco de depoimentos o guarda-costas de Tom, para descrever a situação que tinha encontrado quando se tinha aproximado da piscina, a empregada de Nicky que os tinha encontrado e saído a correr para chamar ajuda do segurança e Amber que tinha assistido ao inicio das provocações entre Tom e Mercier, e que odiando Mercier como odiava, tinha testemunhado a favor de Tom, denotando a arrogância e falta de carácter que James Mercier tinha, e o desprezo com que tratava as pessoas ao tê-la expulsado da piscina como se fosse um animal. E uma vez mais, James Mercier tinha-se abstido de ser chamado a depor, protegendo-se da justiça e de perguntas incriminatórias. A audiência só terminou no final do dia, tornando-o num dia muito cansativo para todos.

Tom convidou os seus amigos mais próximos a jantarem fora para arejar um pouco a cabeça. A ideia foi muito bem aceite. Seguindo o conselho de Nicky, foram até um restaurante tipicamente italiano que continha salas privadas e onde podiam estar e falar à vontade. Para surpresa de Tom, Miss K tinha feito de tudo para ficar sentada a seu lado. Tom sentia-se um pouco constrangido pois tinha prometido a Nicky que não se manteria próximo de Miss K enquanto estivessem por perto, e Miss K naquele dia parecia não conseguir tirar os olhos de si, tal como Nicky que mesmo despropositadamente dava consigo a olhar mais que o costume para eles, à procura de sinais de que algo se passava. No final do jantar, enquanto esperavam pelas sobremesas, Miss K sentou-se mais virada para Tom e fitou as suas mãos durante algum tempo, sem saber o que dizer. Tom apercebeu-se daquele embaraço e tentando aligeirar a situação perguntou:

- Queres um cigarro? Parece que estás a precisar…
- Não… Tu sabes que eu não fumo…
- Então vou fumar eu por ti! -
disse Tom de sorriso nos lábios, tirando um cigarro do seu maço, acendendo-o sobre o olhar atento de Miss K – …O que é que se passa? Há qualquer coisa a incomodar-te… Queres falar comigo, não é?
- Sim… -
disse Miss K timidamente, sem saber se o devia fazer em frente a toda a gente, mas pensando que talvez fosse melhor, para que não se encontrassem os dois sozinhos e fizessem mais do que deviam – Eu não sabia que as coisas tinham chegado ao ponto de ele te querer matar… É difícil imaginar que correste risco de vida na piscina onde todos os dias apanhamos banhos de sol juntos com um sorriso na cara…
- Eu também pensei que fosse ser difícil… Mas estamos vivos, e isso é que importa!
- Não sei o que seria a minha vida se eu te tivesse perdido… -
disse Miss K sentindo-se emocionar, escondendo os seus olhos dos restantes – Principalmente numa altura em que estávamos afastados e eu pensava que tu me detestavas e nunca mais me querias ver à frente…
- Não vale a pena ficares assim… Está tudo bem… -
disse Tom passando uma mão sobre os cabelos dela, percebendo que aquele assunto tinha-lhe tocado realmente bastante.

- Como é que o Mercier pode ser tão mau? – perguntou-se Miss K retoricamente - Como é que pôde sequer tocar-te com um dedo que fosse? As imagens que foram apresentadas dos teus ferimentos e dos da Nat impressionaram-me muito… Vocês não estiveram a brincar, estiveram realmente a lutar pela vossa vida…
- Foi um dia difícil… -
disse Tom dando um bafo no cigarro, por entre um longo suspiro.
- Apetece-me tanto abraçar-te… - disse Miss K de forma praticamente sussurrada para que ninguém ouvisse – Depois do que descobri hoje, quero ainda mais estar ao teu lado e proteger-te… Apetecia-me tanto abraçar-te e nunca mais te deixar partir dos meus braços…
- Não podemos… -
disse Tom com pesar no olhar. Um abraço de Miss K seria perfeito naquele momento.
- Eu sei… E é isso que me faz sentir ainda pior… - confessou Miss K – Se pudesse sentir-te mais próximo… Sinto-me muito afastada de ti, e neste momento precisava mesmo de te sentir por perto para saber que estás bem…
- Fico-te a dever um abraço… -
disse Tom humedecendo os lábios, sentindo que era também aquele o abraço de que necessitava para se sentir melhor depois daquele dia de julgamento penoso e complicado, e baixando o seu tom de voz acrescentou – Eu estou bem… Mas o teu abraço era a melhor coisa que me podia acontecer agora…

Miss K sorriu e tentou disfarçar a imensa alegria que sentia no seu interior. Sentou-se mais direita e agradecendo a sobremesa que lhe era servida, pegou na colher a começou a comer, sem conseguir esconder a felicidade que tomava conta de si, mesmo que no seu interior ainda existisse uma tristeza associada àquilo pelo qual Tom e Nathalie tinham passado e que não era do seu conhecimento. Tom apagou o cigarro, e antes de começar a comer, pegou na garrafa de vinho que estava sobre a mesa e encheu os copos de toda a gente, dizendo:

- Eu sei que é muito cedo para celebrar… Mas queria fazer um brinde a todos nós… - disse Tom levantando-se e erguendo o seu copo – Há coragem que tivemos para enfrentar tudo o que se passou nos últimos meses… Há coragem que estamos a ter para enfrentar o Mercier pela frente, por trás e por todos os lados… Mas principalmente queria fazer um brinde à Nat, por me ter salvo a vida há um mês atrás… Sem ela, não estaria aqui convosco e cheio de vontade de viver e ser feliz!
- À Nat!!! –
disse Bill imediatamente, levantando-se e erguendo o seu copo também, sendo seguido por todos os seus amigos.
- Ohhh… - disse Nathalie sem contar com aquela surpresa – Não fiz mais do que qualquer outra pessoa faria!
- Não interessa o que as outras pessoas fariam… -
disse Bill emocionado – Interessa aquilo que tu fizeste! Tu salvaste a vida do meu irmão e por isso ser-te-ei infinitamente grato para o resto da minha vida!!!
- Era o mínimo que podia fazer… -
disse Nathalie levantando-se também para erguer o seu copo naquele brinde – Se perdesse este desmiolado, quem saltava para a piscina para matar o Mercier com as suas próprias mãos, era eu!

- Obrigado… Do fundo do meu coração! –
disse Tom encaminhando-se até ela para passar um braço sobre os seus ombros e chocar o seu copo com o dela.
- Que coração? – perguntou Gabi na brincadeira.
- Ah ah ah… - disse Tom deitando a língua de fora a Gabi que se ria com a sua provocaçãozinha.
- Aquele que ele finge não ter! - disse Bill deitando a língua de fora a Tom como vingança.
- Ahhh esse… - disse Gabi a rir.
- Vocês estavam bem era um para o outro! – disse Tom piscando o olho a Bill, embargado pela onda de sorrisos – Era da maneira que só se estragava uma casa!
- Tens razão! –
disse Gabi a rir – Ainda por cima como tu moras na mesma casa que o Bill, só se estragava mesmo uma!
- Vês!?! –
disse Tom a rir – Olha Nicky, quando não o quiseres, já sabes para onde o enviar!!!

- Mas este brinde sai, ou não sai? –
perguntou Jost possuído pelo riso que se gerava naquela sala.
- Sai pois… Um brinde a nós, mas em especial à Nat! – disse Tom erguendo novamente o seu copo, chocando-o com o dos seus amigos.
- Obrigada… - disse Nathalie chocando o seu copo com o dos outros.

Miss K olhou para Nathalie com apreço e amizade e erguendo uma vez mais o seu copo no ar agradeceu-lhe com o olhar e pronunciando de forma muda a palavra “Obrigada”. Nathalie sorriu e acenando com a cabeça, ergueu por ela novamente o seu copo no ar. Salvar Tom tinha sido algo natural e instintivo em si, uma questão de sobrevivência.
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Suh!

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MensagemAssunto: Re: [FF] - Kampf der Liebe   [FF] - Kampf der Liebe - Página 18 Icon_minitimeSeg Nov 07, 2011 4:35 pm

Esse advogado do Mercier já tá enchendo o saco. Fica fazendo perguntas que não tem nada a ver com o caso pra quê? Ridiculo isso...

Enfim, a Nat é uma guerreira mesmo neh, porque enfrentar aquele monstro do Mercier não é pra qualquer um. Mas foi por uma grande causa: salvar o seu amigo. E essa atitude dela não tem preço!
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dikas
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MensagemAssunto: Re: [FF] - Kampf der Liebe   [FF] - Kampf der Liebe - Página 18 Icon_minitimeTer Nov 08, 2011 10:02 pm

Suuuuuuuuh! \o/ \o/ \o/

O advogado do Mercier é da mesma laia que ele.... GrRrRrRrRrr.......... p*t* p*t* p*t* p*t*

A Nat é uma grande mulher sim!!!! E graças a ela o Tom está vivinho da silva....




* * * KiSsEsSSsSs * * *





179

[FF] - Kampf der Liebe - Página 18 179mp

Ver partir aquelas que sempre a tinham mimado e tratado como sua filha entristecia-a amargamente. Sabia que as suas empregadas estavam ressentidas e magoadas com o facto dela as estar a despedir, mas Nicky tinha feito de tudo para lhes explicar o porquê daquela demissão e assegurar que se manteriam em contacto. A indemnização que Nicky lhes pagava era também ela bem mais generosa do que aquilo que geralmente era pago, mas Nicky não se queria conter em questões monetárias, apenas certificar-se que aquelas pessoas que a tinham acompanhado a sua vida toda não iriam ter dificuldades económicas de maior ordem enquanto procuravam por um novo trabalho. Agora tinha de treinar todas as suas novas empregadas para desempenharem o seu papel da forma como gostava que a sua casa fosse gerida, ia dar muito trabalho, e a lacuna e o vazio que sentia no seu interior naquele momento não lhe dava forças para pensar nesse assunto.

- Queres falar? – perguntou Bill abraçando-a após Nicky fechar a porta de sua casa com lágrimas nos olhos.
- Não, só queria que as coisas fossem diferentes… - disse Nicky abraçando Bill recolhendo força para seguir em frente.
- E vão ser… A partir de agora vai ser tudo diferente! – disse Bill depositando um beijo terno no topo da cabeça dela – És livre de fazer o que quiseres!

- Menina Nicky… -
disse uma empregada aproximando-se deles muito corada e envergonhada por estar perante Nicky Fuller e Bill Kaulitz e deles estarem em trocas afectuosas de abraços e carinhos – Peço desculpa…
- Sim… -
disse Nicky libertando-se dos braços de Bill para encarar a nova governanta da casa de frente.
- Deseja alguma coisa especial para o jantar? – perguntou a empregada.
- Não, o jantar fica sempre ao critério da cozinheira, a não ser que eu tenha algum pedido especial ou que não goste de alguma coisa e peça para que não seja cozinhado mais vezes… Confio que a cozinheira faça um bom trabalho!
- Sim menina… -
disse a governanta fazendo-lhe uma espécie de vénia repleta de nervosismo.
- Peça só o favor na cozinha que o jantar seja servido sempre às oito… Amanhã prometo dar-vos um pouco mais de atenção e ensinar-vos onde está o quê e como é que eu gosto que as coisas funcionem cá em casa, hoje peço desculpa mas não estou em condições para isso…
- Com certeza menina, nós compreendemos e arranjaremos uma maneira de encontrar aquilo que necessitamos sem precisar de a incomodar… -
disse a governanta com um sorriso maternal nos lábios.
- Obrigada… - disse Nicky sorrindo-lhe de volta.

- Parece simpática… - comentou Bill enquanto a governanta se afastava.
- Sim… - disse Nicky suspirando – Mas vou ter tantas saudades da comida da Maggie… Ninguém cozinhava tão bem quanto ela! Maior parte das pessoas gosta da comidinha da mamã, ou da avó… Para mim não há nada como a comidinha da Maggie…
- Eu sei… Ela cozinhava muito bem… -
disse Bill voltando a abraçá-la para não a deixar ir abaixo – Mas agora tens uma nova vida pela frente… Novos cozinhados, novos sabores… Tudo é possível novamente, isso não é óptimo?
- É… Mas também é normal que esteja triste…
- Claro… -
disse Bill passando as mãos sobre o cabelo dela – Tira o dia para ressacar da tua antiga vida e amanhã começas com mais força ainda!
- É o que vou fazer… -
disse Nicky suspirando novamente - Agora já não precisas de estar comigo por obrigação… Podes estar com a Gabi… Estás finalmente em segurança…
- Por mais que eu adore essa ideia… Talvez seja melhor mantermos tudo igual… Em breve o nosso namoro vai acabar, porque não mantermos a farsa, e fazer com que toda a gente acredite que é real e que nos separámos quando não dava mais? Tu já não tens nada com o Tom, afastares-te de mim não te vai beneficiar em nada, e eu e a Gabi temos mesmo de ter muito cuidado e não podemos descuidar-nos tantas vezes como temos feito… É melhor continuar tudo igual, assim as tuas novas empregadas vão achar que nós somos mesmo um casal… Aliás, a tua governanta estava bem corada quando nos encontrou juntos, acho que ela é nossa fã…
- Parece que sim! –
disse Nicky a rir – Mas eu não quero atrapalhar mais a tua vida…
- E não estás a atrapalhar… Prometo! –
disse Bill depositando um beijo terno e fugaz nos lábios dela – Tu és uma das minhas melhores amigas, eu gosto de estar contigo, não é sacrifício nenhum…
- Ok… Então talvez seja melhor não falarmos mais nisto aqui…
- Por mim não falamos sequer mais sobre o assunto! Para todos os efeitos tu és minha namorada e és a melhor namorada do mundo!!!
- Não digas isso muito alto, não quero ter problemas com a tua respectiva!
- Porquê? Ela é ciumenta… Deixa-a ficar picada, que quem sai a ganhar sou eu! –
disse Bill a rir, piscando o olhos a Nicky.
- És igual ao teu irmão! – disse Nicky a rir.
- Somos feitos da mesma matéria… Eu sei é ser mais subtil, coisa que ele só ganhava se aprendesse comigo… Mas enfim, não vamos falar de desgraças, nem de desastres da natureza! – disse Bill a rir, contagiando Nicky com a sua boa disposição – Queres ir apanhar sol para a piscina ou ir passear com o teu namoradão???
- Acho que me apetece passear e fazer umas comprinhas…
- Então encontramo-nos aqui daqui a dez minutos para dar tempo de nos prepararmos e vamos a isso… Estou mesmo a precisar de comprar umas coisinhas!
- Deves estar mesmo a precisar… -
disse Nicky de forma irónica, gozando com ele.
- Ok… Não estou a precisar… Mas quero fazer umas compras…
- Também me pareceu que fosse mais isso! –
disse Nicky a rir.


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *


- Queres vir connosco e com a Nova às compras? – perguntou Nathalie a Miss K – Ela precisa de comprar umas coisinhas de decoração e pediu-nos que fossemos com ela para a ajudar a escolher.
- Preferia ficar em casa se não se importassem… Estou a começar a ficar com uma dor de cabeça daquelas… Acho que está para me aparecer o período… -
disse Miss K estendida na sua cama a descansar da moleza e mal-estar que se apoderavam dela naquela tarde.
- Oh, claro que não nos importamos! – disse Gabi prontamente.
- Queres que te arranje uma aspirina ou assim? – perguntou Nathalie, desejando sempre tomar conta de todos aqueles que
- Não é preciso, obrigada… Vou ver se descanso um bocadinho a ver se passa… - disse Miss K.
- Ok, mas se precisares de alguma coisa, diz… Mesmo que seja da farmácia! Nós provavelmente vamos passar o dia todo às compras, por isso não nos incomoda nada! – disse Nathalie.
- Ok, obrigada! – agradeceu novamente Miss K, vendo-as encaminharem-se em direcção à porta do seu quarto para a deixarem descansar – Boas compras… Mandem um beijinho meu à Nova!
- Nós mandamos! –
disse Gabi – As melhoras!
- Sim, bom descanso… Alguma coisa, liga…


Miss K sorriu. A simpatia de Nathalie e Gabi era enternecedora. Perto delas nunca se sentia abandonada ou sem coragem para enfrentar fosse o que fosse, mesmo que somente uma dor de cabeça. Aninhou-se na sua cama e sem dar por isso adormeceu, viajando até um mundo onde Tom a maltratava e brincava com os seus sentimentos de forma cruel. Sentia uma vontade imensa de chorar e desprender-se dele mas ao mesmo tempo sentia-se ligada a ele de forma vinculativa e incapaz de lhe virar as costas, abraçando o sofrimento que ele lhe proporcionava. Acordou com a imagem de Tom repleto de raiva, preparando-se para lhe dar uma estalada e o som do punho cerrado de alguém a bater na sua porta. Sentiu o seu coração despedaçar-se em pequenos e incalculáveis pedacinhos e agradeceu o facto de ter acordado antes que ele lhe tivesse batido, ou seria incapaz de olhar para a cara de Tom, mesmo que tudo não passasse de um pesadelo terrífico.

- Sim? - disse Miss K sentando-se na cama, com o coração a bater de forma galopante.
- Sou eu… Posso? - perguntou a voz de Tom vinda do corredor.
- Entra… - disse Miss K sentindo-se ainda mais fragilizada com a presença dele no seu quarto. Ainda bem que o Tom verdadeiro tinha impedido o Tom dos seus sonhos de a agredir fisicamente.

Tom entrou no quarto de Miss K e sem segundas intenções, mas percebendo que era o melhor que podia fazer para lhes garantir alguma privacidade, fechou a porta do quarto dela e aproximou-se da zona da cama para a ver ainda meio assarapantada com o que tinha acabado de acontecer.

- Passa-se alguma coisa? – perguntou Tom, achando estranho o ar preocupado e debilitado dela.
- Acabo de ter um pesadelo horrível…
- Conta!
- É melhor não… A minha cabeça às vezes é capaz de fabricar coisas mesmo doentias…

- É impressão minha, ou estamos sozinhos? –
perguntou Tom não querendo insistir num tema em que ela aparentemente não se sentia à vontade para falar, mudando de assunto para algo mais leve.
- A não ser que alguém tenha entrado enquanto eu dormia… Acho que sim!
- Sozinhos em casa! –
disse Tom por entre um sorriso matreiro e um humedecer de lábios.
- Estamos?
- Parece que sim… A Nat e a Gabi foram ter com a Nova… O Bill e a Nicky saíram para espairecer e ir às compras… Só sobramos nós… -
disse Tom sentando-se na cama de Miss K.
- Mas nós temos um acordo! – disse Miss K afastando-se de Tom com medo que ele se descontrolasse e ela perdesse a cabeça. Estava decidida em honrar aquilo que tinha dito a Nicky.
- Eu sei, não te preocupes! – disse Tom levantando as mãos no ar para que ela não o crucificasse antes de tempo – Mas isto quer dizer que podemos estar juntos e falar sem nos preocuparmos com quem possa estar a olhar para nós…
- Sim… -
disse Miss K calculando que não haveria mal nenhum nisso.

- Trouxe-te uma coisa… - disse Tom metendo a mão ao bolso para procurar algo e desejar mentalmente que os seus bolsos fossem mais pequenos e facéis de vasculhar, e conseguindo alcançar o brinco que Miss K em tempos tinha perdido em sua casa, estendeu-o a ela – Está aqui, pode-te fazer falta…
- … Ainda tens o meu brinco? –
perguntou Miss K por entre um sorriso tímido, pegando no seu brinco matando saudades com o olhar.
- Claro que sim… Não o ia deitar fora…
- Porque é que o trouxeste para LA?
- Porque sabia que íamos estar juntos e que teria a oportunidade de to devolver…
- Porque é que só o fizeste agora?
- Não sei… -
disse Tom encolhendo os ombros – Talvez estivesse à espera do momento certo para o fazer…
- E o que é que torna este o momento certo?
- Hoje estás muito curiosa! -
disse Tom a rir – Não sei… Achei que era altura dele regressar para ti, e aqui está…

- Se quiseres podes ficar com ele… -
disse Miss K estendendo-o de volta a Tom – Eu sei que a forma como tu te apoderaste dele não foi a melhor, mas… Gostava que tivesses algo meu para te recordares de mim…
- Isso quase me parece uma despedida… -
disse Tom pegando no brinco rodando-o entre os seus dedos.
- Mas não é…

- E era neste momento que eu te dizia que não preciso de nada para me lembrar de ti porque os momentos que passámos juntos nunca me deixarão esquecer-te, não era?
- Só se for sentido…
- Tu sabes que é… -
disse Tom passando uma mão sobre o cabelo loiro dela, acariciando a face de Miss K com o seu polegar.
- Ok, agora é que isto está a parecer uma despedida… - disse Miss K sentindo-se envergonhar e entristecer com o toque dele.

- Gostava de te dar alguma coisa minha também… - disse Tom fitando o pequeno brinco que rodava nas suas mãos – Mas não tenho nada que possas carregar contigo e que te acompanhe no teu dia a dia…
- Não precisas de me dar nada… -
disse Miss K sentindo-se emocionar com o simples facto dele querer que ela tivesse algo dele que a acompanhasse sempre.
- Mas eu quero… - disse Tom tentando pensar em algo que pudesse oferecer a Miss K.

Não demorou muito para que Tom se lembrasse de algo que poderia acompanhar Miss K sempre, e para onde quer que fosse. Sorriu e pousando o brinco dela sobre a cama, levou as mãos à cabeça e tirou o lenço preto que tinha enrolado à volta da testa e que se constituía como uma das suas imagens de marca. Miss K sentiu o seu coração disparar de forma esfusiante. Tom preparava-se para lhe oferecer um dos seus lenços? Ainda por cima um lenço que ele usava diversas vezes e que se lembrava de o ter visto usar em variadas ocasiões. Aquele gesto ocupava grande parte do seu coração e fazia-la suspirar de emoção. Sentiu Tom pegar na sua mão direita e com um sorriso terno nos lábios, enrolar à volta do seu pulso o lenço e dar um nó para que ele ficasse preso a si. Miss K era incapaz de tirar os olhos dele e da concentração e dedicação que ele colocava naquele gesto. Sentia-se transbordar de amor.

- Fica-te muito bem! – disse Tom acariciando o pulso e a mão dela.
- Não tão bem quanto a ti…
- Mas isso já sabemos que é difícil! –
disse Tom a rir.
- Obrigada… - disse Miss K com um sorriso doce nos lábios, segurando na mão dele, entrelaçando os seus dedos nela – É oficialmente o meu tesouro mais valioso…
- É só um lenço…
- Talvez tenha sido sé um lenço até agora, mas a partir de hoje é muito mais que isso…

- É incrível a maneira como tu dás valor às coisas…
- Mais que às coisas, dou valor a momentos como este… -
disse Miss K olhando-o fundo nos olhos percebendo que ele não estava à vontade com aquela intimidade – Desculpa se te deixo desconfortável ao dizer estas coisas, mas é o que sinto e não tenho vergonha de o dizer…
- Não precisas de ter vergonha… -
disse Tom evitando olhar para os olhos dela.

- Posso dar-te um abraço? – perguntou Miss K sem conseguir controlar o desejo em sentir os braços dele à volta do seu corpo – Estou-te a dever um…
- Pois estás… -
disse Tom a sorrir de forma meiga – E acho que mereço outro por te ter dado o meu lenço… E tu outro por me teres dado o teu brinco…
- Daqui a um bocado ficamos aqui o resto da tarde toda em abraços… -
disse Miss K a rir.
- Se isso acontecesse eu não me importava… Acho que ia gostar...
- Eu também…
- Então do que é que estás à espera? Abraça-me… -
disse Tom olhando para ela com desejo.

Miss K sorriu e soltando a mão de Tom, colocou ambos os braços à volta do pescoço dele, aproximando-se o máximo que podia para sentir o corpo de Tom envolvê-la da forma como só ele era capaz de a envolver. Deitou a cabeça sobre o ombro dele e deixou-se dominar por um suspiro longo e sentido, até ao espaço mais recôndito do seu ser. Sentiu as mãos de Tom acariciarem as suas costas de forma cativante e puxarem-na para ele ao mesmo tempo que os seus lábios se apoderavam de forma instintiva do seu pescoço, e a beijavam de forma sedutora e lânguida, provocando um sem fim de arrepios a Miss K que se recordou de no dia anterior ter ouvido pela primeira vez a história de como Tom quase tinha perdido a sua vida naquela mesma casa. Abraçou-o com maior vivacidade e desejo, e quando se apercebeu, as suas mãos subiam até ao rosto dele para o segurar e acariciar, e as suas faces estavam frente a frente numa troca de olhares fulminantes e expectantes por mais. Viu os olhos de Tom recaírem sobre os seus lábios, e as mãos dele acariciarem as curvas do seu corpo de forma mais desinibida e pulsante, e sentiu-se enlaçada nas garras dele e incapaz de agir contra o seu coração e desejo.

- Tens a certeza que só me queres abraçar? – perguntou Tom fitando-a sedutoramente.
- Tenho a certeza que só nos devemos abraçar…
- Mesmo que estejamos totalmente sozinhos em casa?
- Mesmo que estejamos totalmente sozinhos em casa… -
repetiu Miss K sentindo as suas capacidades intelectuais diminuírem com a proximidade a Tom e o calor que isso lhe estava a provocar.
- Pois eu tenho a certeza que não te quero somente abraçar… - disse Tom passando uma mão sobre o rosto dela, entranhando os seus dedos pela nuca de Miss K.
- Mas que é isso que vais fazer…
- Não… -
disse Tom humedecendo os lábios – Não posso ficar somente por abraçar-te… Desculpa…

E antes que Miss K tivesse tempo de responder, Tom levou os seus lábios aos dela ao mesmo tempo que puxava a sua nuca de encontro a ele e devorava a textura e sabor que tão bem conhecia. Os lábios de Miss K eram aveludados e dotados de uma destreza que o cativava a cada toque. Envolveu o corpo dela com os seus braços e sentiu-a receptiva a cada entrelaçar de língua. Miss K não era capaz de estar tanto tempo afastada de si, mesmo que o tivesse por perto. Sentiu as mãos dela acariciarem o seu peito e percebeu que ela estava tão acelerada e excitada quanto ele. Levou uma mão ao peito dela para também a acariciar e sentiu o coração dela bater numa loucura desenfreada. Soltou-se dos lábios de Miss K e sorrindo de forma atrevida olhou para ela mordendo o lábio inferior.

- Passado este tempo todo, continuo a mexer contigo… O teu coração não engana…
- Porquê? Os meus lábios enganam? As minhas mãos enganam? Os meus olhos enganam? –
perguntou Miss K colocando uma mão sobre a mão de Tom que insistia em ficar presa ao seu peito para sentir o seu coração.
- Não… Mas os teus lábios és tu que os controlas, tal como as tuas mãos e o teu olhar… - disse Tom substituindo a sua mão pelo seu ouvido, encostando-se ao peito dela, sentindo a mão que outrora acariciava a sua mão a apoderar-se da sua face para o acariciar – O teu coração não… O teu coração fascina-me…
- Ele também é fascinado por ti…
- Está a bater mais forte… -
disse Tom por entre um sorriso entusiasmado.
- Estás mais perto dele… - disse Miss K derretendo-se com a forma entusiasmada com que ele auscultava o seu coração.

- É este o som do amor? – perguntou Tom libertando-se do coração dela para a olhar nos olhos.
- Se existir um som para o amor, é sem dúvida alguma este…
- Gosto deste som… Como músico acho que é um som que devia ser mais explorado… -
disse Tom por entre um sorriso cheio de segundas intenções.
- Como boa apreciadora de música, acho que devia ser um som a fazer parte da tua vida…
- Talvez o devesse incluir numa música do próximo álbum…
- Talvez o devesses incluir em todos os dias da tua vida…
- O que é que queres dizer com isso? –
perguntou Tom estranhando os comentários dela.
- Que ele bate assim por ti há muito tempo e que não tenciona deixar de bater tão cedo… Pelo contrário, ele gostava de bater por ti todos os dias ao som do bater do teu coração também…

Tom sentiu-se tomar pelo olhar apaixonado e provocante de Miss K e sem saber o que dizer, voltou a abraçá-la e beijá-la de forma incitadora, fazendo com que as suas mãos percorressem o corpo dela, repletas de fome e desejo de a ter uma vez mais. Percebia perfeitamente aquilo que Miss K lhe queria dizer, e por mais que respeitasse e amasse a forma como ela o amava, não sabia o que dizer perante uma situação daquelas, nem como expressar os seus sentimentos sem ser demasiado brusco. Sentiu as mãos e os lábios de Miss K apoderarem-se de si e uma força que não sabia se partia dela ou de si mesmo a puxá-los para a cama.

- Nós não devíamos fazer isto… - disse Miss K afastando os seus lábios dos dele, sentindo-o apropriar-se do seu pescoço vorazmente.
- Eu sei… - disse Tom encostando a cabeça ao ombro dela, parando por um segundo para pensar naquilo que fazia – Nós prometemos à Nicky que nos íamos manter afastados…
- E prometemos um ao outro que íamos fazer o mesmo… Porque é que tens de ser uma tentação? –
perguntou Miss K puxando a face dele até si para o beijar novamente.
- A culpa é tua… - disse Tom por entre um beijo selvagem consumido por desejo – Podemos ficar apenas aqui deitados por entre abraços e beijinhos…
- Não vamos conseguir… E ninguém nos vai conseguir parar depois… -
disse Miss K empurrando delicadamente Tom de cima de si – É melhor ires embora… É melhor não falarmos, nem estarmos juntos até eles voltarem… Só assim vamos estar em segurança…

- Como é que a minha vida se tornou nisto? –
perguntou-se Tom deitando-se ao lado de Miss K na cama, passando as mãos pela cabeça – Desde quando é que eu perdi o rumo e comecei a brincar às escondidas e a ter de me conter para fazer seja o que for???
- Quando me conheceste… -
disse Miss K entristecida por perceber que aquilo perturbava Tom.

Tom olhou para Miss K e percebeu que o seu desabafo tinha sido ouvido como uma queixa. Miss K parecia triste em julgar-se um elemento negativo na vida de Tom, quando na verdade ela era tudo menos isso, mesmo que se constituísse como uma prisão à sua liberdade e capacidade de se dar a outras.

- Eu não te culpo por nada… - disse Tom virando-se de frente para ela, passando uma mão sobre a sua face – Só eu sou responsável por aquilo que faço…
- Eu não quero ser uma prisão para ti… -
disse Miss K afastando a sua cara da mão dele, virando-se de lado para ficar de costas voltadas para ele.
- Não vamos falar mais sobre isso… - disse Tom puxando o corpo dela para que Miss K ficasse virada de barriga para cima e o olhasse nos olhos. E acariciando a sua face, acrescentou – Só estamos juntos porque queremos, ninguém nos obrigada a nada…
- Eu sei, mas…
- Mas nada… -
disse Tom beijando os lábios dela com doçura – É melhor eu ir embora antes que cometa alguma loucura para te mostrar como gosto de estar contigo!
- É melhor… -
disse Miss K abraçando o pescoço dele para o abraçar junto ao seu peito.
- Posso beijar-te mais uma vez, antes de ir?
- Podes e deves… -
disse Miss K sorrindo ao mesmo tempo que acolhia os lábios de Tom com os seus.

- Ai ai… Só tenho tentações nesta vida… Depois querem que eu me porte bem!!! – disse Tom em tom de desabafo ao mesmo tempo que ria e se sentava na cama.
- Eu gosto que te portes mal… - disse Miss K a rir, fazendo uma das suas mãos acariciar as costas de Tom por debaixo da t-shirt que ele trazia vestida, provocando-lhe um arrepio.
- Eu sei… - disse Tom olhando para ela fazendo-lhe olhinhos e humedecendo os lábios - Tens a certeza que não te queres portar mal agora? Só um bocadinho… Pode ser rapidinho…
- Tenho totó! –
disse Miss K a rir, ajoelhando-se na cama para o abraçar pelas costas e beijá-lo com desejo – Não vamos ceder à tentação!
- Tens razão… Temos uma missão pela frente e temos de cumpri-la como prometido… -
disse Tom suspirando, ao mesmo tempo que batia no rabo de Miss K e mordia o lábio inferior todo entusiasmado – Mas é tão difícil resistir…
- Mas vai ser tão bom quando podermos ceder…

- Ahhhhhhhhhhhhhhh….. Vou embora! –
disse Tom levantando-se de rompante para não perder a coragem de sair daquele quarto.
- Vai… - disse Miss K a rir do ar de pânico dele.
- Preciso de ver gente para me controlar… - disse Tom a rir enquanto se encaminhava até à porta.


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *


- Eu acho que o Jost vai adorar as tuas compras! – disse Gabi saindo da loja com as suas amigas.
- Achas? – perguntou Nova que não estava confiante do mesmo.
- Claro que sim! – disse Gabi.
- Ele disse-me para escolher o que eu gostasse, mas a casa é dos dois e eu queria mesmo que ele também gostasse daquilo que comprei! – disse Nova.
- Se tiver problemas, tivesse vindo contigo! – disse Nathalie.
- Mas não vai haver problemas porque é tudo mesmo bonito, tens imenso bom gosto e é por ele saber disso que confiou em ti a vossa nova casa! – disse Gabi de sorriso nos lábios.

- Como é que está a ser viver em LA? – perguntou Nathalie.
- Está a ser diferente, mas muito bom! – disse Nova ao mesmo tempo que parava no meio do passeio e olhava fixamente para o outro lado da rua, acrescentando – Olha, não é o Bill e a Nicky?
- Onde? –
perguntou Gabi sentindo os seus radares entrarem em funcionamento.

Gabi e Nathalie viraram-se no sentido em que Nova estava virada e confirmaram que numa esplanada do outro lado da rua, Bill e Nicky encontravam-se sentados lado a lado, entre trocas de sorrisos e carícias, como se fossem um casal apaixonado. À sua volta, um sem fim de sacos de compras demonstrava a tarde divertida que eles tinham passado na companhia um do outro.

- Vamos lá? – perguntou Nova começando a andar na direcção da berma do passeio.
- É melhor não… - disse Gabi segurando no braço de Nova, impedindo que ela continuasse – É melhor deixá-los estar…
- É o Bill e a Nicky! –
disse Nova não percebendo qual era o problema de irem ter com os seus amigos.

- Estás a falar na condição de relações públicas ou namorada ciumenta? – perguntou Nathalie que já conhecia a sua amiga bem demais.
- As duas coisas… - disse Gabi virando-se de costas para Bill e Nicky, tentando evitar ver aquela encenação dolorosa para o bater do seu coração – Não quero estar com eles quando eles estão assim… Além disso faz-lhes bem divulgarem o namoro, ainda mais agora que estão no centro das cusquices de todas as revistas cor-de-rosa!
- Eu também não gostava de ver o David com ninguém… -
comentou Nova entristecida pela mudança drástica de comportamento de Gabi que parecia prostrada.

- Não fiques assim… - disse Nathalie agarrando-se ao braço de Gabi para a animar – Vamos fazer umas comprinhas… Sim, porque isto não é só fazer compras para a Nova e o Jost… Nós também merecemos!
- Concordo! –
disse Nova com um grande sorriso.
- Eu estou bem… - disse Gabi sorrindo debilitadamente - Tendo em conta que em breve tudo vai acabar, até lhes faz bem estarem juntos, eles são muito amigos e tenho a certeza que vão sentir muito a falta um do outro… É melhor deixá-los aproveitar este momento a dois…

- Hmmm… Tarde demais… Acho que fomos apanhadas… -
disse Nova fazendo adeus a Bill e Nicky que acenavam-lhes de forma animada e faziam sinal para que elas atravessassem a estrada e se juntassem a elas.

Gabi virou-se para o outro lado da rua e fazendo sinal com a mão, agradeceu o convite e deu a entender que elas estavam com pressa e que iam continuar o seu caminho. Bill perdeu o sorriso que tinha no rosto e o brilho de ter visto a sua amada naquela tarde. Gabi apercebeu-se disso e sorrindo de forma debilitada, levou o anel que trazia no dedo como sinal do seu compromisso com Bill aos lábios e beijou-o, levando-o de seguida ao seu peito. O sorriso nos lábios de Bill não se restabeleceu, e Gabi sentiu-se desmoronar ainda mais. Será que estava a ser demasiado fria com ele? Tinha de se lembrar que Bill estava naquela situação por obrigação e que Nicky era de confiança.

- Podemos sair daqui? – pediu Gabi escondendo a sua tristeza por detrás dos seus óculos de sol.
- É melhor… - disse Nathalie percebendo que aquele encontro tinha sido complicado tanto para Bill, como para Gabi.
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MensagemAssunto: Re: [FF] - Kampf der Liebe   [FF] - Kampf der Liebe - Página 18 Icon_minitimeQua Nov 09, 2011 2:44 pm

O Tom e a K não tem jeito mesmo, pensei até que ia rolar algo entre eles. E se a Nicky visse ia ser outro problema.

Porque será que o Bill ficou nesse estado com a Gabi, realmente ainda não entendi. Não vejo a hora dele terminar com a Nicky e ficar de vez com ela.
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MensagemAssunto: Re: [FF] - Kampf der Liebe   [FF] - Kampf der Liebe - Página 18 Icon_minitimeQui Nov 10, 2011 11:27 pm

Suuuuuuuuuuh!


Não tem jeito mesmo... Mas por isso é k a gente gosta deles, né??? =p Se a Nicky tivesse visto algo era um problema MESMO!!!

MistéRiOoOoOoOoOoo tongue




* * * KiSsEssSS * * *




180

[FF] - Kampf der Liebe - Página 18 180dq

Entrou no quarto de Gabi e Nathalie quando sabia que elas ainda se estavam a arranjar para o pequeno-almoço. Naquele dia tinham um novo processo em tribunal e ninguém queria ter falta de comparência. Assim que Nathalie viu o olhar cabisbaixo de Bill percebeu que estava a mais e que eles precisavam de falar a sós.

- Vou andando lá para baixo… Não se atrasem! – disse Nathalie encaminhando-se até à porta, parando a meio caminho para dar um beijo a Bill.

- Bom dia… - disse Bill entrando mais para o interior do quarto ao mesmo tempo que ouvia a porta fechar-se com a saída de Nathalie.
- Bom dia… - respondeu Gabi ao mesmo tempo que colocava um colar ao pescoço.

- Ontem não foste ter comigo… - comentou Bill sentando-se na cama a olhar para Gabi a arranjar-se.
- Estava tão cansada que adormeci assim que me deitei…
- Podias ter-te deitado ao pé de mim…
- Quando me deitei ouvi gente no corredor e não quis correr o risco…
- Isso não são desculpas, pois não?
- Não! –
disse Gabi parando o que estava a fazer para olhar para ele – Porque é que eu haveria de querer dormir sem ti?
- Porque é que haverias de querer ignorar-me ontem à tarde quando me encontraste na rua?
- Porque estavas com a Nicky… Vocês precisam de ser vistos os dois juntos, e não entre um bando de mulheres…
- Então porque é que beijaste o anel?
- Para saberes que estava tudo bem…

- Porque é que não me dizes realmente o que te passou pela cabeça quando nos viste juntos? –
perguntou Bill pegando na mão dela que tinha o anel, puxando-a para junto de si.
- Eu não te estou a mentir… - disse Gabi sentindo uma mão de Bill acariciar o seu anel e outra a sua perna, sentindo-se impelida a afagar a cabeça de Bill de forma terna – O que aconteceu ontem à noite não tem nada a ver com o facto de te ter visto à tarde com a Nicky…
- Magoei-te de alguma forma?
- Não… Não penses nisso…
- Mas eu quero compreender, porque eu sinto que algo não está bem, e eu não me quero sentir assim… -
disse Bill abraçando o corpo dela pela barriga, beijando-a de forma doce.

- … É ridículo se disser que senti ciúmes? – perguntou timidamente Gabi – Estamos há três semanas aqui, três semanas em que tens andado com a Nicky de um lado para o outro como se fossem um casal… Um casal que nós nunca fomos… Custa…
- Eu sei… -
disse Bill apertando-a com mais força nos seus braços.
- Geralmente eu não vos vejo juntos, mas ontem aconteceu… Não consigo deixar de ter ciúmes, desejar o mesmo para nós… Estamos há tanto tempo juntos e nunca saímos à rua… Nunca nos sentámos numa esplanada a conversar ou namorar… Eu sei que tu preferias estar comigo, mas isso não apaga o vazio que senti dentro de mim quando te vi ao lado dela…
- Foi por isso que preferiste ir embora?
- Em parte… O meu lado irracional achou melhor fugir a ter de conviver com o vosso namoro… O meu lado racional achou que vocês deviam mesmo estar sozinhos e que a nossa companhia ia incomodar o vosso plano…
- Eu juro que dava tudo para que fosses tu a estar ao meu lado… Juro!
- Eu sei que entre vocês não existe nada, e que era comigo que querias estar, mas custa na mesma… -
disse Gabi sentando-se ao lado dele - Desculpa se fui infantil contigo, deixei que os meus ciúmes me dominassem…
- Eu acho os teus ciúmes a coisa mais fofa do mundo! –
disse Bill sorrindo de forma tímida, pegando na face dela com ambas as mãos para a beijar de forma doce e apaixonada.

- Mas não penses que isso teve alguma coisa a ver com o facto de ontem à noite não ter ido ter contigo… Não teve… Mesmo que eu sentisse vontade em isolar-me, tudo o que queria era atracar-me a ti e provar a mim mesma que tu és meu, só meu, e de mais ninguém… Mas a Nova estafou-nos… Quis entrar em todas as lojas e ver tudo o que havia para ver… Estava mesmo cansada e não aguentei… Desculpa…
- Eu acredito em ti… -
disse Bill beijando-a com um sorriso feliz nos lábios.
- Amor, tu sabes que eu te adoro, mas… - disse Gabi afastando uma mão mais atrevida de Bill das suas pernas – Temos de nos despachar para ir para o tribunal…
- Maldito Mercier!!! Até nos meus momentos de intimidade o cabrão tem de estragar tudo!!!
- És tão tontinho… -
disse Gabi a rir, beijando a ponta do nariz de Bill para de seguida se levantar e estender-lhe a mão – Vamos?
- Que remédio… -
disse Bill suspirando, pegando na mão de Gabi para se levantar e segui-la até ao pequeno-almoço.


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *


- Então o que a senhora nos está a dizer é que o Sr. Mercier lhe pagou para seguir o Sr. Bill Kaulitz… - repetiu o advogado de Bill para tornar aquele ponto bem assente – E que tipo de fotografias é que o Sr. Mercier lhe pediu que tirasse?
- Todas e mais algumas! –
disse a fotógrafa contratada para tirar fotografias comprometedoras de Bill para o chantagear - A ideia era fazer uma foto reportagem dos dias do Sr. Kaulitz e tentar apanhá-lo em situações comprometedoras… Qual era o propósito das fotos não sei, apenas fiz o trabalho que me foi proposto.
- É verdade que numa das noites em que trabalhava para o Sr. Mercier, se envolveu com o irmão do Sr. Bill Kaulitz? –
perguntou o advogado.
- Sim… Mas isso não teve nada a ver com trabalho… Ele pareceu-me interessante e bastante interessado em mim e as coisas fluíram… - disse a fotógrafa com um sorriso atrevido.
- E qual a opinião do seu patrão perante esse acto? Ele não ficou chateado por se ter aproximado demasiado da sua vítima? Podia ser reconhecida por Tom Kaulitz…
- Duvido que ele se lembre da minha cara… Digamos que algumas vendas podem ter sido utilizadas para potenciar a nossa experiência… -
disse a fotógrafa um pouco intimidada em falar da sua vida sexual perante um vasto júri – Além disso os compromissos que o Sr. Bill Kaulitz tinha nos dias seguintes eram a solo…
- Isso quer dizer que tinha uma lista dos compromissos do Sr. Bill Kaulitz? –
perguntou o advogado de Bill.
- Sim… Eu trabalho para uma revista muito conhecida na Alemanha e temos sempre acesso a todas as informações oficiais dos famosos, isso inclui as aparições públicas…
- E o Sr. Mercier pediu-lhe que usasse essa informação?
- Claro… Tendo-a disponível, facilitava-nos o trabalho aos dois…
- É tudo Sr. Dr. Juiz…. –
disse o advogado de Bill encaminhando-se até à sua cadeira com um sorriso nos lábios.


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *


- O Sr. diz que informou o Sr. Mercier sobre festas onde era esperada a presença do Sr. Bill Kaulitz, falsificou convites de entrada para o cúmplice dele, recebeu subornos para colocar notícias fabricadas acerca das pessoas mais próximas ao Sr. Kaulitz…. Tudo isto a mando do Sr. Mercier, e o Sr. diz isso tudo assim… De livre vontade…. Mesmo sabendo que tudo aquilo que fez é crime… - disse o advogado de Mercier.
- Se eu fiz o que fiz foi porque pensei que era em boa fé… - disse o jornalista – Nós estávamos convencidos que o Sr. Patrick era realmente um representante do Sr. Kaulitz e que não haveria problema em enviar-lhe os convites para as festas… E o suborno não foi bem suborno, apenas me limitei a acreditar nas informações que o Sr.Mercier me deu…
- E quer que nós acreditemos que um homem como James Mercier, o procurou a si para lançar boatos? E que para além dele estar a fazer o seu trabalho de fabricar noticias, ainda lhe pagou para isso? É impressão minha ou geralmente vocês é que pagam a informadores para que sejam descobertos segredos?
- Sim, geralmente é isso que acontece, mas desta vez não… O Sr. Mercier procurou-me sim…
- Confesse lá que só veio até tribunal porque é amigo do Sr. David Jost e ele pediu-lhe que o fizesse… -
disse o advogado de Mercier com um ar trocista.
- Eu posso ser amigo do Jost mas isso não quer dizer que o favoreça… Favoreço a verdade e apenas a verdade… Estou sob juramento! – disse o jornalista irritado com as insinuações do advogado de Mercier – Como amigo do Jost o que fiz foi simplesmente avisá-lo que havia informações sobre ele que em breve iriam sair no jornal, o resto foi incontrolável… Havendo informações (mesmo que falsas) sobre algo relacionado com os Tokio Hotel é impossível controlá-las na redacção, mesmo que eu dissesse que era tudo mentia, o jornal ia vender mais edições, e o editor não ia dispensar deixar aquela noticia de fora! É assim que funciona a redacção de um jornal cor-de-rosa… Não sou eu que faço as regras!
- Pois é… No fundo o Sr. é inocente e está no meio disto tudo sem querer… -
disse o advogado de Mercier de forma irónica e trocista.
- Sr. Advogado mais respeito pelas testemunhas! – disse o Juiz, chateado com a ar trocista do advogado de defesa.
- Peço desculpa Sr. Dr. Juiz… É difícil acreditar naquilo que a testemunha diz, mas eu vou fazer um esforço…
- Sr. Advogado, considere-se avisado! –
disse o Juiz numa voz austera.
- Desculpe, desculpe… - disse o advogado de Mercier – Não tenho mais a acrescentar, apenas quero deixar explicito que lá que este senhor tenha agido de boa fé a pensar que estava a fazer o bem e a ajudar os seus amigos, não quer dizer que não tenha praticado o mal! Não há provas em como o meu cliente subornou ninguém a troco de nada, aliás… Em que é que um homem como James Mercier iria beneficiar por saírem noticias a difamar o Sr. Bill Kaulitz e companhia? Meus caros, o Sr. Mercier era agente da Sr.ª Nicky Fuller e ele com certeza não teria qualquer interesse em ver o nome da sua cliente sair nos jornais associado a escândalos ou boatos do Sr. Bill Kaulitz!


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- Sim…. Nesse dia recebi um telefonema do meu amigo Dom a avisar-me que o Sr. James Mercier tinha contactado a redacção do jornal onde ele trabalha com informações a meu respeito, informações essas que eu prontamente lhe disse que eram falsas, mas ele avisou-me que elas já circulavam no interior da redacção e que o máximo que ele podia fazer era atrasar um pouco a publicação delas para que eu me preparasse… - disse Jost sentado no banco das testemunhas – Depois aproveitei para falar com ele sobre algumas aparições do Sr. Patrick em festas do jet set, para tentar perceber se ele sabia alguma coisa sobre o assunto e foi nesse momento que fui informado que ele ia como representante dos Tokio Hotel… E escusado será garantir que nunca, em tempo algum, os Tokio Hotel contrataram alguém para fazer aparições por eles… Os membros da banda são livres de irem onde quiserem ir, e não irem onde não quiserem ir, sem que para isso enviem pessoas em sua representação!
- E que provas tem em como foi realmente o Sr. James Mercier a subornar o seu amigo? –
perguntou o advogado de Mercier.
- Tenho a palavra do meu amigo que chega e basta para mim…
- Grande amigo esse, que nas suas costas falsificou convites para o Sr. Patrick Franz entrar nas festas dos seus clientes sem nunca desconfiar que estava a fazer algo de errado, nem nunca falar consigo para confirmar essa história…
- Na altura a banda estava em tour e eu não tinha tempo sequer para respirar… -
disse Jost – Claro que se o Dom me tivesse telefonado eu tinha-lhe esclarecido essa questão em dois tempos, mas como ele mesmo me disse, o Sr. Mercier consegue ser muito convincente e como ele estava relacionado aos Tokio Hotel através da sua cliente, o Dom não teve porquê desconfiar, tratou de arranjar convites em nome do Patrick achando que me estava a fazer um favor!
- Favor esse que uns meses depois trá-lo até este tribunal… Que amizade estranha! –
comentou o advogado de Mercier.

- Sr. Advogado, se continuar com esses comentários escusados, terei de pedir a sua substituição! – avisou o Juiz.
- Prometo que me vou conter! – disse o advogado de Mercier percebendo que estava a ir longe demais – Continuam-me a faltar provas palpáveis de que este suborno aconteceu realmente…
- Sr. Dr. Juiz, se me permite… -
disse o advogado de Bill levantando-se – O Sr. David Jost é uma vitima no meio disto tudo, não deve ser tratado desta forma, nem o Sr. Advogado deve exigir que ele tenha provas daquilo que aconteceu, o cliente dele é que se tem de defender das acusações que lhe estão a ser feitas… Há mais do que uma pessoa a dizer que foi subornada para manter o olho ou divulgar informações sobre o Sr. Bill Kaulitz, todas elas dizem que foi o Sr. Mercier o mandante das acções… Geralmente quando o mundo está contra alguém, acaba sempre por se averiguar que é esse alguém que está contra o mundo…
- O que é que quer dizer com isso Sr. Advogado? –
perguntou o Juiz.
- Quero dizer que estamos perante um caso de: ou extrema injustiça com o Sr. Mercier que é visto como um monstro sem coração que anda a perseguir há meses o Sr. Kaulitz sem que para isso haja algum fundamento, ou um caso em que realmente o Sr. Mercier tem bastantes conhecimentos e manhas para influenciar e danificar a vida de alguém… E sendo que existem várias pessoas contra ele, eu acredito que o Sr. James Mercier não seja o homem de respeito que aparenta ser... Até porque por alguma razão ele tem vários processos contra si, já foi demonstrada a falta de carácter que possui… E claro que misteriosamente o Sr. Mercier nunca tem nada a dizer em sua defesa, esconde-se atrás do seu advogado e…
- Isso é um ultraje!!! –
disse o advogado de defesa.
- Sr. Advogado, deixemos as alegações finais para o final! – disse o Juiz.


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- É verdade que se tem assumido como representante dos Tokio Hotel e que o faz com documentação falsa? – repetiu a pergunta o advogado de Bill.

Patrick petrificou, era chegado o momento de escolher se queria realmente falar a verdade ou encobrir Mercier. Procurou Nathalie na assistência e a dor e temor que ela tinha no olhar, derreteu-o por dentro. Todo o sofrimento que lhe tinha causado era hediondo. Tudo aquilo que Mercier a tinha feito sofrer, dava-lhe uma vontade imensa de o matar e fazer com que ele pagasse em dobro. Meter James Mercier na prisão seria um prazer, mesmo que para isso tivesse de ir com ele. Não tinha razões para mentir, não podia prejudicá-la e danificá-la mais. Tinha uma hipótese de fazer com que tudo ficasse bem, pagar pelos seus erros e seguir em frente com ela do seu lado. Tudo o que queria era isso mesmo: tê-la do seu lado. Baixou a cabeça e fitando as mãos de forma nervosa, respirou fundo diversas vezes, pensando naquilo que ia dizer.

- Sr. Franz… - chamou-o à atenção o Juiz.
- Sim… - disse Patrick.
- Sim, o quê? – perguntou o advogado de Bill.
- Sim é verdade que assumi o papel de representante dos Tokio Hotel nas festas a que ia e que tinha como missão estragar a imagem deles o máximo possível… Sim é verdade que o fiz com documentação falsa… Sim é verdade que trabalhava para James Mercier e que foi ele que me pediu que fizesse tudo isso… - disse Patrick olhando para Nathalie, vendo-a chorar de forma silenciosa – E fi-lo por raiva, por estupidez… Pensei que o Bill andava com a minha mulher… Queria encontrar uma maneira de me vingar dele… Pensei que danificar a sua imagem me ia dar prazer… Mas apenas me fez sentir mais oco e vazio… Perdi o meu rumo e tornei-me num ser detestável…
- Trabalhava mesmo para o Sr. James Mercier?
- Sim… Com contrato assinado e tudo…
- E o que fazia para ele?
- Tudo… Era o representante dele aqui na Europa, mas como raramente haviam coisas a serem tratadas, entretinha-me em ser o cabecilha dos planos que ele engendrava para estragar a vida do Bill… -
e virando-se para Bill que estava sentado numa cadeira da acusação acrescentou – Não sei o que é que lhe fizeste, mas ele odeia-te e é capaz de tudo para te destruir!
- Sr. Dr. Juiz… Por amor de Deus! –
disse o advogado de Mercier tentando proteger o seu cliente daquelas afirmações.

Patrick olhou para Mercier e o olhar de raiva e ódio ditavam o seu final. Se James Mercier não fosse preso, era o seu fim.

- Porque diz isso? – perguntou o advogado de Bill a Patrick.
- Porque eu sei que ele tem o triplo dos planos para acabar com a vida do Bill quando o namoro dele com a Nicky acabar… O que o salvou até agora foi a Nicky Fuller… Se por um lado o Mercier odeia de morte o Bill, por outro é obcecado de forma doentia pela Nicky…

- Analisando o seu extracto bancário, vemos que todos os meses o Sr. Mercier transferia-lhe um ordenado bastante simpático, e que de vez em quando recebia somas avultadas de dinheiro… Essas somas referem-se a quê? –
perguntou o advogado.
- Favores especiais… Festas bem sucedidas…
- O que é que entende por festas bem sucedidas?
- Quando era capaz de dar prejuízo à casa, era recompensado…
- Está-nos a dizer que o Sr. James Mercier, recompensava-o cada vez que era capaz de denegrir a imagem do Sr. Kaulitz e da sua banda?
- Sim… -
disse Patrick olhando para Bill com pesar. Não merecia perdão pela sua maldade, mas o olhar de Bill parecia feliz e aliviado, como se o simples facto dele confessar e confirmar todas as maldades de Mercier fosse uma forma de ser perdoado.


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- Sim… Fui chantageado pelo Mercier para assinar um contrato com a sua cliente… - disse Bill não querendo entrar em pormenores do contrato para não prejudicar-se a si mesmo e a Nicky – Na altura ainda não a conhecia bem e não tinha qualquer interesse de a vir a conhecer depois do contrato, mas entretanto conhecia melhor e fiquei encantado por ela… E foi esse mesmo encanto que me valeu uma perseguição frutífera até aos dias de hoje…
- E de que é que se tratava esse contrato? –
perguntou o advogado de Mercier fazendo um ar nada inocente.
- Assuntos de foro profissional, de uma parceria que ia fazer com a Nicky… Não quero entrar em detalhes… - respondeu Bill.
- Mas porquê? – perguntou o advogado de Mercier com ar matreiro.
- Sr. Dr. Juiz… O foro do contrato não é para aqui chamado, o Sr. Juiz e os Srs. Jurados estão em posse do contrato e sabem perfeitamente do que se trata, preferíamos que esse acordo fosse mantido em segredo e a quem de interesse. Os senhores sabem do que se trata e é isso que interessa… Não é preciso falar sobre o acordo profissional entre o meu cliente e a Srª. Nicky Fuller para se saber que o meu cliente foi alvo de chantagem…
- Prossiga Sr. Kaulitz… -
disse o Juiz.
- Obrigado… - agradeceu Bill, respirando fundo por se ver livre daquele assunto – O contrato não me era minimamente apelativo, mas o Mercier apresentou-me fotos comprometedoras sobre a minha pessoa…
- Fotos essas que o Sr. Juiz e os Srs. Jurados também têm em sua posse e que agradecia que não fossem divulgadas publicamente uma vez que foram obtidas de forma ilegal e comprometem o meu cliente que não tem de ser alvo de escrutínio e merece direito à sua privacidade… -
acrescentou o advogado de Bill.
- Pare de nos interromper! – pediu o Juiz, e virando-se para Bill acrescentou – Prossiga…
- E eu tive de aceitar o contrato… O que de bom resolveu desse contrato foi o facto de me ter apaixonado pela Nicky, mas de resto, tudo o que podia correr mal, correu… O Mercier fez da sua missão de vida destruir-me… Mas felizmente nunca conseguiu, nem nunca irá conseguir…
- Por amor de Deus, alegar que o Sr. Mercier, que é conhecido no seu meio e é um homem importante e ocupado, tem tempo para andar numa perseguição infantil contra si, é ridículo… -
disse o advogado de Mercier.
- Diga isso ao seu cliente… Se o conseguisse convencer eu agradecia! – respondeu Bill de forma altiva – Ele não consegue suportar a ideia de que eu e a Nicky gostamos um do outro e estamos juntos… Com, ou sem contrato!
- FALSO! –
gritou Mercier perdendo o controlo – MENTIROSO! TU NÃO GOSTAS DELA…
- Controle-se Sr. Mercier ou serei obrigado a expulsá-lo da sala! –
disse o Juiz.
- Pedimos muitas desculpas Sr. Dr. Juiz… - disse o advogado de Mercier correndo até à mesa onde James Mercier estava para lhe sussurrar umas palavras de controlo.

Bill sorriu e fazendo sinal ao seu advogado assentiu que ele entrasse em acção.

- A acusação quer apresentar novas provas… - disse o advogado de Bill levantando-se – Chegaram ontem à noite de Berlin… Ao que parece as vídeo-conferências realizadas em salas de reunião da Universal são gravadas para arquivo… Só tivemos conhecimento há pouco tempo e só ontem à noite nos conseguiram facultar a gravação onde é assinado o contrato entre o Sr. Bill Kaulitz e a Sr.ª Nicky Fuller… Acho que depois de visionada esta gravação, não vão haver dúvidas de que o meu cliente foi indubitavelmente chantageado…
- Aproxime-se… -
disse o Juiz, para receber a gravação do advogado de Bill – Assim sendo vou pedir que seja efectuada uma pausa para que as novas provas sejam autenticadas e visionadas… - acrescentou o Juiz encerrando a sessão por uma hora.

Bill estava radiante, as novas provas eram a garantia de que Mercier o tinha realmente chantageado e que não valia nada enquanto ser humano. A notícia de que as vídeo-conferências eram gravadas tinha chegado na altura certa, aquela era a prova indiscutível de que tudo o que estava a ser debatido em tribunal naquele dia era verdade, e James Mercier não tinha como escapar. O seu advogado era incansável, tinha tentado tudo por tudo para arranjar provas que conseguissem garantir que Mercier ia para a prisão e era graças a ele que muito provavelmente isso aconteceria.

Uma hora após a pausa ser deliberada e para surpresa de todos os presentes, mas principalmente Mercier, Nicky Fuller foi chamada ao banco das testemunhas para após o juramento, responder a algumas questões.

- Sr.ª Nicky Fuller, sabe porque se encontra aqui presente? – perguntou o Juiz.
- Não… - respondeu Nicky que não estava à espera de ser chamada a depor naquele caso.
- Gostava de saber o porquê de escolher o Sr. Bill Kaulitz, e até que ponto a Sr.ª está envolvida neste caso… - disse o Juiz – É certo que pelo que podemos observar na gravação que nos foi atribuída a Sr.ª parecia incomodada e melindrada com tudo o que estava a acontecer, mas quero ouvir a sua versão dos acontecimentos…
- Ok… -
disse Nicky baixinho, respirando fundo para se preparar para depor – Há muito tempo que andava à procura da pessoa certa para realizar aquele contrato… Sempre gostei do trabalho do Bill e ele sempre me pareceu uma pessoa séria e responsável… Quando o conheci não tive dúvidas de que gostava de trabalhar com ele… Mas não sabia que o James o andava a seguir e que tencionava fazer chantagem com ele caso ele não aceitasse a nossa proposta… Só vim a saber disso quando numa tarde o Bill me telefonou e me disse que ia aceitar o contrato mas que fazia questão que eu ficasse a saber que o fazia contrariado e sobre chantagem…
- Mas o Sr. James Mercier trabalhava para si…
- Sim... Mas eu nunca controlei o que o James fazia, nem nunca lhe tentei ensinar a fazer aquilo que ele faz tão bem… Se a minha carreira é um sucesso, é porque ele me levou nos braços até ao estrelato… Eu reconheço isso… Mas só hoje em dia é que estou a descobrir a forma como ele o fez, e à custa de quem é que eu sou, quem sou… Não me orgulho daquilo que ele fez, não me orgulho de ter subido na vida às custas da maldade dele… Mas seria incapaz de compactuar com qualquer uma das histórias que ouvimos aqui hoje…
- Mas compactuou… -
disse o Juiz – A partir do momento que soube que o Sr. Kaulitz estava a ser chantageado e obrigado a assinar o contrato, a Sr.ª podia ter travado as coisas…
- Sim… Talvez tenha sido fraca… -
disse Nicky olhando para Bill com os olhos aguados – Talvez te pudesse ter salvo da crueldade de que foste vitima…

Bill sentiu-se emocionar pela forma doce e sentida como ela falava. Abanou a cabeça da direita para a esquerda, como se negasse que ela fosse capaz de o ter ajudado mais do que tinha, mas no fundo sabia que se alguém podia ter feito algo mais por si, logo desde o inicio, esse alguém era Nicky.

- A culpa disto tudo é minha… Era eu que andava atrás de alguém para realizar o contrato… Fui eu que escolhi o Bill… Fui eu que acreditei que era natural no meio onde estou inserida que os contratos sejam realizados assim, porque o James me disse que era normal e eu seria incapaz de duvidar da palavra dele… Também fui eu que pedi ao James para ser brando, mas não me certifiquei de que ele o estava a ser… Acreditei cegamente nele e ele trai-me… Como todos os outros… - disse Nicky deixando que uma gota escorresse dos seus olhos.

Bill olhou para Mercier e apercebeu-se pela primeira vez desde que se lembrava de conhecer o ex-manager de Nicky, que os olhos deles pareciam mostrar alguma emoção, como se estar perante aquela Nicky fragilizada o estivesse a incomodar mais do que gostaria.

- Que tipo de relação estabelecia com o Sr. Mercier nessa altura? – perguntou o Juiz.
- Ele era meu manager já há bastantes anos… Era como um pai para mim…
- Nunca se envolveu de forma romântica com ele?
- Alguma vez o Sr. Juiz se envolveu de forma romântica com a sua mãe? –
perguntou Nicky incomodada com aquela pergunta, e sem conseguir controlar o choro acrescentou – Para mim é a mesma coisa! Ele pode não ser do meu sangue, mas foi ele que me amparou nos momentos mais difíceis da minha vida… Em todos eles…
- Então porque razão o despediu?
- Com todos os processos instaurados contra ele, ainda me pergunta porque é que eu o despedi??? Eu não gosto de trabalhar com pessoas que me fazem mal a mim e aos que me rodeiam… Pessoas dessas dispenso na minha vida…. Preciso de pessoas positivas, que me tornem melhor pessoa, e não alguém doentio e maldoso que faz de tudo para me deitar abaixo para se manter em controlo de mim…
- O que é que quer dizer com isso?
- Que o James usou trunfos do meu passado contra mim… Que se aproveitou deles para me debilitar, enfraquecer, tornar-me num ser fechado e facilmente manipulável… -
disse Nicky voltando às lágrimas – Ele tornou-me numa pessoa horrível… Uma pessoa que espero nunca mais vir a encontrar, porque a quero morta e enterrada assim como todos os problemas que o James me causou… Quero uma vida nova, viver e ser feliz!

- Pois… -
disse o Juiz em reflexão – Acontece que nós temos um problema… A senhora assinou de livre vontade e em conhecimento das condições do acordo, um contrato com o Sr. Kaulitz, isso faz de si cúmplice do plano do Sr. James Mercier…
- Cúmplice???
repetiu Nicky em choque com aquela afirmação.
- Sr. Dr. Juiz, a testemunha como pode provar pelas gravações tentou amenizar o contrato da melhor forma possível… É claro que ela não tinha intenções que as coisas fossem feitas do modo que foram! – disse o juiz de Bill tentando defender Nicky da melhor forma que sabia.
- Sim Sr. Dr. Advogado, e isso será levado em consideração mas ela é cúmplice da chantagem… A não ser que tenha sido alvo de chantagem também, mas tendo em conta que ela lutou pelos direitos do Sr. Bill Kaulitz, como mostra a gravação, não me pareceu que o Sr. James Mercier a tivesse coagido a tal… - disse o Juiz.
- Cúmplice??? – voltou a repetir Nicky desta vez mais baixinho, como se tentasse perceber aquilo que lhe diziam, mas fosse demasiado complicado assimilá-lo na sua cabeça. Não queria ser cúmplice de alguém como ele.
- Sim Menina Fuller… - disse o advogado – Por isso aconselho-a a procurar um bom advogado de defesa…
- Mas eu nunca seria capaz… -
começou Nicky por dizer.

- ELA NÃO FEZ NADA…. – disse Mercier levantando-se da sua cadeira contra a vontade do advogado – EU FIZ TUDO SOZINHO!
- Sr. Mercier, não é a sua vez de falar… -
disse o Juiz – Peço-lhe o favor que se sente!
- Mas ela é inocente… -
disse Mercier soltando a mão do advogado que o puxava para baixo e o alertava para estar calado – Fui eu… Tudo eu…
- Sr. Mercier…. Já foi avisado… -
disse o Juiz numa voz mais austera.
- Chame-me a depor e eu conto-lhe tudo o que passou… - pediu Mercier querendo ver Nicky fora do alcance do tribunal

- Não faça isso, homem!!! - disse o advogado de defesa de Mercier, levando uma mão à cabeça.
- Porquê? Já estou condenado na mesma… Desta já não me safo! – respondeu-lhe Mercier de forma ríspida.

O Juiz fez uma longa pausa, na qual conferenciou algo com os seus assistentes e após a deliberação conjunta, deu ordem para que Nicky Fuller se retirasse e fosse chamado pela primeira vez ao banco das testemunhas James Mercier.
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MensagemAssunto: Re: [FF] - Kampf der Liebe   [FF] - Kampf der Liebe - Página 18 Icon_minitimeSex Nov 11, 2011 2:32 pm

Ainda bem que não foi nada de grave o que aconteceu entre o Bill e a Gabi. Pensei até que ele ia discutir com ela, enfim...

E esse tribunal aí tá tenso hein? Cada vez mais o Mercier se complica... Quero ver o que ele vai dizer agora sobre as armações dele.
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MensagemAssunto: Re: [FF] - Kampf der Liebe   [FF] - Kampf der Liebe - Página 18 Icon_minitimeSáb Nov 12, 2011 11:54 pm

SuuuuuuuuuH! \o/ \o/ \o/


Podia ter sido pior... Mas esses dois se amam tanto I love you I love you I love you
O tribunal tá tenso MESMO!!! Mas o Mercier fez muita asneira.... Tá na hora de pagar.....



* * * KiSsEsSSsSSs * * *



181

[FF] - Kampf der Liebe - Página 18 181wc

- Preciso falar contigo… - disse Gabi a Bill enquanto se levantavam da mesa, assim que o jantar terminou.
- Queres ir até lá acima ao meu quarto? – perguntou Bill por entre um sorriso matreiro, planeando já uma fuga sem que ninguém desse pela falta deles.
- Sim… - respondeu Gabi sem mostrar qualquer tipo de emoção. E virando-se para Nathalie acrescentou – Nat podias chegar lá acima comigo, por favor?
- Claro… -
concordou Nathalie de imediato.
- Estou à tua espera… - sussurrou Gabi a Bill.

Bill ficou preocupado com o modo como Gabi falou. Viu-a desaparecer por entre a escadaria que dava acesso ao corredor dos quartos e por momentos temeu que tivesse feito algo para estragar aquilo que havia entre eles, mas tinham regressado há pouco de um dia complicado no tribunal e estavam todos demasiado cansados para especular à volta de problemas imaginários. Talvez fosse somente sua impressão.


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *


- Vais falar agora com ele? – perguntou Nathalie.
- Sim… Preciso mesmo de tirar isto de dentro de mim… - disse Gabi entristecida – Tens a certeza que não te importas de ficar um bocadinho aqui no quarto, só para não parecer que eu e o Bill estamos sozinhos?
- Sim, é na boa… Não te preocupes comigo, que eu mantenho-me entretida!
- Detesto ter de te pedir isto… É ridículo termos de andar a brincar às escondidas… Estou tão farta…
- Em breve terá terminado… -
disse Nathalie abraçando a sua amiga, percebendo que Bill aparecia no inicio do corredor e que era altura de os deixar a sós – Boa sorte!
- Obrigada… -
disse Gabi por entre um suspiro.

Nathalie sorriu de forma amigável na direcção de Bill e entrou para o seu quarto deixando-os a sós no corredor.

- O que é que se passa? Pareces triste e a Nat estava-te a abraçar… - comentou Bill percebendo que alguma coisa estava a acontecer e que Gabi não estava bem.
- Falamos no teu quarto… - disse Gabi encaminhando-se até ao quarto de Bill.

Gabi esperou que Bill entrasse, fechou a porta, e uma vez lá dentro passou as mãos pela cabeça e respirou fundo na tentativa de se acalmar e pensar numa forma de explicar o melhor possível aquilo que ia no seu interior de forma a que Bill não ficasse chateado consigo.

- Fala comigo amor… - pediu Bill aproximando-se dela para a ver fugir de si. Algo tinha de estar realmente muito mal para que Gabi tivesse aquela reacção. Bill sentiu o seu coração estremecer com medo do que pudesse vir a caminho.
- Isto pode ser uma estupidez, mas eu preciso de tirar isto da minha cabeça… - disse Gabi olhando para ele com pesar.
- O que quer que seja nós havemos de resolver, juntos!

- … Porque é que disseste em tribunal que estavas apaixonado pela Nicky? –
perguntou Gabi com o coração nas mãos.
- É isso que te está a deixar assim? – perguntou Bill com um sorriso nos lábios, diminuindo a preocupação dela.
- Não te rias! – pediu Gabi sentindo-se ainda pior – Tu estavas sob juramento, por isso das duas, uma: ou cometeste um crime ao mentir, ou gostas mais dela do que me tens vindo a admitir…
- Só podes estar a gozar… -
disse Bill passando as mãos pela cabeça, rindo-se daquilo que Gabi lhe dizia – Que brincadeira é esta? Foi o Tom que te pediu para gozares comigo?
- Eu estou a falar a sério! -
disse Gabi muito séria – Tu não tens noção o quão doloroso é ver-vos aos dois juntos… No momento em que te ouvi, sob juramento, declarares-te apaixonado pela Nicky o meu mundo desabou… Porque é que o fizeste? Não precisavas de ter dito aquilo, principalmente se não for verdade…

- Se não for verdade??? Estás a duvidar do que eu sinto por ti??? –
perguntou Bill abismado e chocado com o que ouvia da boca da única mulher que algum dia tinha realmente amado.
- Não… Estou a duvidar do que sentes pela Nicky… Se gostas dela, diz-me Bill… Não me enganes!
- Aquilo que estás a dizer é ridículo!!! Tu sabes que a Nicky é só minha amiga!!!
- Então podias ter feito as coisas de maneira diferente… Porque é que te tinhas de declarar apaixonado por ela em pleno tribunal? Para quem é que estavas a manter a farsa se o Juiz e os Jurados sabem a verdade sobre o vosso contrato? Tu estavas sob juramento Bill… Eu estava lá, eu ouvi com os meus próprios ouvidos, o meu namorado jurar que ia dizer a verdade e nada mais que a verdade…
- Pára!!! Pára, pára, pára…. Por favor… -
disse Bill aproximando-se dela ao ver os seus olhos começarem a ficar cheios de lágrimas, para a abraçar com toda a sua força – Eu amo-te a ti e só a ti…
- Então porque é que disseste que estavas apaixonado por ela? Porque é que mentiste? Porque é que me magoaste? –
perguntou Gabi agarrando-se ao corpo dele à procura de uma justificação e de algum conforto para a dor que sentia.
- … Porque queria magoar o Mercier… - confessou Bill sentindo-se um monstro por ter colocado Gabi no meio daquela situação toda, magoando-a de forma premeditada para que pudesse alcançar Mercier também. Na verdade não tinha pensado em como as suas palavras iriam afectar Gabi, mas sabia que James Mercier se iria ressentir – Mas não te queria magoar a ti! Eu sabia que se o dissesse o Mercier ia-se descontrolar, ele é obcecado pela Nicky, é capaz de tudo por ela… Se ele pensasse que nós tínhamos tido realmente alguma coisa, talvez ganhássemos um trunfo contra ele…

- Nem te lembraste de mim… -
disse Gabi afastando-se dele, limpando as lágrimas que escorriam no seu rosto – Há quanto tempo já andavas a pensar nisso?
- Falei nisso ao advogado no outro dia e ele achou que podia ser uma boa ideia… Precisamos de atacar o Mercier com tudo o que tivermos ao nosso alcance…
- Podias ter falado comigo…
- Desculpa… Se pudesse voltar atrás tinha-te preparado para o que aconteceu... –
disse Bill levando uma mão até ao cabelo dela para a acariciar de forma doce e apaixonada, arrependido de a ter magoado de forma tão estúpida e evitável – Prometo que não te estou a esconder mais nada… Mas que continuarei a fazer os possíveis para magoar o Mercier sempre que puder…
- Não gosto de ver essa raiva dentro de ti…
- Foi ele que a semeou… Eu detesto aquele homem, tudo o que desejo é que ele apodreça na prisão ou que morra com o seu próprio veneno… -
disse Bill beijando a testa dela ternamente – Mas não vamos deixar que isto nos deixe chateados, pois não?
- Não… -
disse Gabi suspirando, procurando afastar-se novamente dele – Mas talvez seja melhor afastarmo-nos um pouco… Acho que preciso de espaço…
- Queres dar um tempo??? –
perguntou Bill sentindo-se esmorecer.
- Não… Não quero abrir mão de ti… Mas preciso de um pouco de espaço para mim mesma… Estamos há demasiado tempo aqui, é demasiado tempo a fingir que não somos nada, nem ninguém um para o outro… Sinto-me emocionalmente um caco… Preciso de levar as coisas com calma e pôr a cabeça em ordem…

- O que é que queres fazer? –
perguntou Bill sem perceber como é que ela queria ter espaço sem se separar de si.
- Acabar com as nossas noites, acabar com tudo aquilo que me anda a incomodar e que me deixa assim: receosa, a duvidar de mim, de ti, de todos… Preciso de ti e de sentir que és só meu… Estou farta de te partilhar com ela…
- Foste tu que me pediste para continuar com ela e arranjar uma forma mais teatral de acabar o nosso relacionamento!
- Não… Foi a Gabi relações públicas dos Tokio Hotel que o fez… Mas esta Gabi… -
disse Gabi colocando a mão sobre o seu peito – A Gabi que te ama… Esta mal pode esperar pelo dia em que estejas livre… Não preciso que digas a ninguém que nós estamos juntos, mas preciso de saber que não te divido com mais ninguém… Preciso tanto de ti e do teu amor…

Bill aproximou-se dela de rompante e abraçando-a com força, beijou-a de forma avassaladora, transmitindo-lhe tudo aquilo que sentia ao ouvi-la dizer aquelas palavras. Amava-a demasiado para a ver naquele estado debilitado. Era capaz de tudo para apagar a tristeza do coração dela. Era capaz de tudo para que ela sentisse que ele estava ali do seu lado e que nenhuma percentagem do seu coração pertencia a outra mulher. Era por ela que tinha esperado tantos anos, e por ela seria capaz de lutar até à morte.

- Falta pouco para nós acabarmos… Em breve mudo-me para um hotel e tu podes vir comigo… - disse Bill acariciando a face dela com ambas as mãos, olhando-a fundo nos olhos.
- É melhor não… É muito arriscado… Vais ter a comunicação social em peso em cima de ti… - disse Gabi acariciando o peito dele de forma doce – É melhor eu ficar aqui… A distância vai-nos fazer bem…
- Eu não quero ficar afastado de ti…
- É melhor para todos… Dá-me tempo para fortalecer… A K fica aqui comigo...
- Tens a certeza? Parte-me o coração afastar-me de ti…
- Tenho… -
disse Gabi depositando um beijo doce nos lábios dele.

- Obrigada por seres tão forte e aguentares a pressão de viver ao meu lado… Eu sei que não é fácil… Não é qualquer mulher que é capaz de o fazer…
- Neste momento sinto-me longe de ser forte… Sinto-me bem fraca por te pedir para irmos com mais calma…
- Eu sei que o que queres é o oposto, e que os meios justificam os fins… Vamos com mais calma, para que tudo corra bem e possamos estar juntos sem criarmos escândalos e problemas com a comunicação social… Confio em ti e no teu profissionalismo para nos guiares… E essa é a única razão pela qual estou a aceitar esta loucura de não te ter comigo todas as noites e ficares aqui quando me for embora… Porque acredito que tu queres o melhor para nós e que é isso que estás a fazer…
.

Gabi abraçou-o com força e deixou que os braços dele a assegurassem que dias melhores viriam. Precisava de acreditar nisso para ganhar força para o que ainda a esperava.


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *


Sentado na sala de estar com Miss K, Tom entretinha-se a tagarelar, ver televisão e olhar de vez em quando para as janelas que davam acesso à piscina, observando Nicky sentada numa das espreguiçadeiras enrolada numa manta a olhar para o horizonte. O dia tinha sido exausto para todos, mas especialmente para Nicky que enfrentava pela primeira vez desde há muito tempo James Mercier e os seus planos maquiavélicos para estragar a vida de todos aqueles que se colocavam no seu caminho. Era visível que isso a tinha transtornado e que precisava daquele momento a sós entre si e a natureza. Tom sentia-se perdido num transe momentâneo até ouvir o telemóvel de Nathalie tocar, e acordar. Olhou para trás e reparou que Nathalie descia as escadas encaminhando-se até eles.

- A minha mãe?!? – estranhou Nathalie olhando para o telemóvel enquanto descia as escadas e olhando também para o relógio, acrescentou – Pelas minhas contas são nove da manhã na Alemanha, será que aconteceu alguma coisa???
- Atende! –
disse Tom preocupado.
- Estou… - atendeu Nathalie derretendo-se ao ouvir a voz do seu filho do outro lado Ohhh Erik… Como é que estás meu amor? … A sério? A avó vai levar-te ao jardim zoológico? Wow… Que coisa boa… E vais passar lá o dia todo??? Que sortudooo!

- É incrível como a vida consegue ser tão simples quando se é criança… -
comentou Miss K com um sorriso doce nos lábios, e um suspiro.

- Cansada com o dia de hoje? – perguntou Tom sorrindo-lhe.
- Sim… Passar o dia enfiada no tribunal é complicado… E ainda nem chegaram os dias piores para mim…
- Vais ver que vai ser mais fácil do que pensas… Estamos todos a lutar pela verdade, tens o nosso apoio! – disse Tom espreitando lá para fora para se aperceber que Nicky continuava no mesmo sitio e não parecia ter mexido um músculo.
- Eu sei… Mas o Juiz intimida-me…
- Hmmm… Gostas de homens vestidos de batas?
- Não, acho que é exactamente o contrário!
- Estou a ver… Preferes homens de saia, tipo kilts, não é? –
disse Tom a rir olhando novamente para a zona da piscina.
- Vai lá…
- Hã?! – murmurou Tom sem perceber como é que aquela podia ser uma resposta à sua pergunta.
- Ainda não paraste de olhar lá para fora… - disse Miss K de forma meiga – Talvez lhe faça bem falar com um amigo…
- Não sei, ela parece querer estar sozinha…
- Está sozinha há muito tempo… Agora precisa de um ombro para desabafar… Vai… -
incentivou Miss K.
- … Não te importas?
- Claro que não…
- Ok… -
disse Tom levantando-se do sofá para se afastar delas.

Tom abriu uma das grandes janelas que davam acesso à zona da piscina, e encostou-a novamente para que Nicky se sentisse à vontade e em privado consigo. Aproximou-se dela e reparou que ela parecia hipnotizada pela vista magnífica sobre as colinas de Hollywood. A sua aproximação não tinha desencadeado qualquer movimento por parte dela. Tom estacou ao seu lado sem saber o que dizer. A noite estava fria, e a t-shirt que trazia sobre o corpo não era suficiente para aguentar aquela intempérie.

- Há espaço para mim debaixo dessa manta? – perguntou Tom esfregando as mãos sobre os braços.
- Há sempre espaço para mais um… - disse Nicky olhando para ele pela primeira vez, abrindo a manta de forma convidativa para que ele se sentasse do seu lado e ficasse bem acolhido sobre sua alçada.

Tom sorriu e sentou-se ao lado dela, embrulhando-se no pedaço de manta que lhe estava destinado. Deixou-se ficar em silêncio por um tempo enquanto pensava naquilo que devia dizer, e sentiu a cabeça dela abrigar-se sobre o seu ombro como se descansasse em paz e se sentisse protegida assim.

- … Queres falar? – perguntou Tom levando uma mão ao rosto dela para a acariciar de forma terna.
- Estava a pensar sobre o dia de hoje…
- Correu muito bem… O advogado disse que este processo está mais que ganho!
- Sim… Foi bom para nós…
- E neste momento é isso que interessa… Precisamos de conseguir provar que o Mercier não vale nada para nos vermos livres dele de uma vez por todas…
- Sim… -
disse Nicky levantando a cabeça do ombro de Tom voltando ao seu estado de hipnotismo.

- Não estás com pena dele, pois não?
- Não…
- Eu sei que ele foi como um pai para ti, mas ele não presta, ele tem de pagar por tudo o que fez, e tem de ser travado para não fazer ainda pior assim que se vir fora desta onda de processos…
- Eu sei…
- Então o que é que te está a incomodar?
- Ele gosta tanto de mim… -
disse Nicky timidamente – Ele defendeu-me e protegeu-me em tribunal…
- Ele já estava condenado Nicky!
- Mesmo assim… Ele podia ter ficado calado e ter-se vingado de mim como presumível cúmplice dele, mas não o fez… Eu estou a tentar colocá-lo na prisão e ele a tentar salvar-me de ir parar a uma… Não me sinto bem comigo mesma…
- Ok… Ele protegeu-te… -
disse Tom tentando dar a volta ao assunto para que Nicky não pensasse que Mercier tinha feito algo bom – Mas se pensares bem a única coisa que ele fez foi assumir a culpa que tem…
- Mas fui eu que quis este acordo…. Fui eu que escolhi o Bill…

- Diz-me uma coisa… O que é que fazias se o Bill dissesse que não ao contrato?
- O que é que eu podia fazer? Tinha de aceitar e procurar outra pessoa…
- Exacto… Não recorrias a chantagens! Percebes a diferença? Não foste tu que o obrigaste a fazer aquilo que ele fez, ele fê-lo porque é mau, porque tira prazer de manipular e estragar a vida das pessoas… O que aconteceu hoje foi simplesmente a justiça merecida… Se ele te tivesse deixado ficar como cúmplice dele, ele estava apenas a ser o mesmo cabrão que sempre foi! O que ele fez não foi nada de bom ou admirável, ele fez aquilo que estava correcto, aquilo que devia fazer! Pode ter sido a primeira vez na vida, mas não merece ser admirado por isso… Além disso as provas contra ele eram irrefutáveis… Admitir que é culpado, só o vai ajudar na redução da pena…
- Eu sei que tudo o que dizes tem razão de ser, mas ainda há uma parte de mim que gostava que as coisas fossem diferentes…
- E achas que eu não? –
perguntou Tom olhando para ela com seriedade – Achas que eu preferia que o meu irmão tivesse sido chantageado? Que o Patrick tenha andado a difamar-nos? Que tenham saído notícias falsas sobre o Jost? Que a Gabi tenha de ter passado por aquilo que passou? Que a Nat tenha perdido o filho? Que eu…
- Ok, ok… -
disse Nicky interrompendo-o – Tens razão… Eu sei que está a ser feita justiça… A única coisa que me custa é sentir que o James no fundo fez o que fez, por mim… Porque gosta de mim…
- Eu também gosto de ti… O Bill também gosta de ti… Vês algum de nós a comportar-se como um criminoso sem escrúpulos para te provar isso? Alguém que faz aquilo que ele faz é incapaz de amar… O problema dele é doença e não amor! Tu não tens culpa de nada… Tu não és responsável por aquilo que ele faz… Quando é que vais perceber isso?
- Eu percebo…
- Mas dentro de ti ainda existe uma Nicky que acha que tudo o que acontece à tua volta é culpa tua… Que tu é que atraís o mal…
- Acho que sim…

- Não podias estar mais longe da verdade… - disse Tom abraçando-a depositando um beijo terno no topo da cabeça dela – Cada pessoa é responsável por si mesma… Cada um tem o que merece… Chegou a hora do Mercier…
- Acho que ainda vivo num mundo encantado em que o mau só é mau porque não teve hipóteses de ser bom… Porque a vida lhe ensinou a ser mau mesmo que no fundo tenha bom coração…
- Cada um faz as suas escolhas, há sempre um caminho bom e um caminho mau para seguir, cabe-nos a nós escolhermos qual seguir… O Mercier escolheu o mau deliberadamente e sabendo aquilo que fazia… Ele podia ter tudo, mas foi ganancioso, quis sempre mais e não olhou a meios para subir na vida…


Nicky olhou para Tom e começou a rir-se de forma doce. Tom estava cada vez mais desenvolto na sua forma de falar.

- Porque é que te estás a rir? – perguntou Tom estranhando o riso dela quando ele falava de algo sério.
- Estás cada vez mais parecido com o teu irmão…
- Hmmm… Isso é suposto ser um elogio? –
perguntou Tom levantando a sobrancelha direita – É que se ficar parecido com ele é parecer uma pulga eléctrica, uma diva com o período, ou o pior lamechas à face da Terra, não estou lá muito interessado nessa comparação!
- Mas és definitivamente mais engraçado do que ele… Mas shhhhh… É o nosso segredo, não lhe podes contar! –
disse Nicky a rir.
- A minha boca é um túmulo! – disse Tom prontamente, abraçando-a com força, esfregando os braços dela para a aquecer.

- Está frio… As tuas mãos sabem bem… - comentou Nicky.
- Sempre souberam… - disse Tom com um sorriso maroto nos lábios.
- Não o posso negar…
- Tens saudades delas? –
perguntou Tom deslizando uma das suas mãos até às pernas de Nicky, acariciando-a.
- E com essa mão atrevida, voltaste a ser o mesmo Tom de sempre! - disse Nicky a rir.
- Não é suposto estares-te a rir!!!
- Desculpa mas é incontrolável! –
disse Nicky pegando na mão de Tom para a afastar de si – Tenta continuar num registo menos Tom…
- Estás-me a rejeitar?! –
perguntou Tom em tom de brincadeira – Olha que não sei se sou capaz de sobreviver a isso!
- Convém que sejas… Atrás de nós é capaz de estar uma pessoa com o coração nas mãos, a observar cada movimento que fazes… -
disse Nicky referindo-se a Miss K.
- Não vou deixar de ser eu mesmo por causa disso…
- Não te estou a pedir que deixes de ser tu mesmo, mas que penses um bocadinho nela e evites certas coisas… Até porque tu sabes que daqui não vais levar nada…
- Nada?
- Nada…
- Mesmo nada?
- Nada, nada… -
disse Nicky a rir – A não ser isto… - acrescentou Nicky depositando um beijo meigo no rosto de Tom – Obrigado por teres vindo ter comigo…
- Já é alguma coisa! –
disse Tom sorrindo de forma doce para ela, retribuindo o beijo que ela lhe tinha dado, na testa de Nicky.
- Anda… Vamos lá para dentro… - disse Nicky levantando-se pegando na mão de Tom para o ajudar a levantar também – Está muito frio cá fora…

Nicky e Tom entraram na sala e repararam que Bill e Gabi também já tinham regressado dos quartos, e que Nathalie ainda se mantinha ao telefone.

- O que é que aconteceu? Está tudo com uma cara de enterro! – perguntou Tom.
- Mete-te na tua vida! – respondeu Bill.
- Uiiiiii… Temos diva! – disse Tom em tom de gozo.
- Vou fingir que não ouvi… - disse Bill.
- Queres que repita? – perguntou Tom a rir.
- Tom, importas-te de não arranjar confusão? – pediu Gabi.
- Ok, já percebi… - disse Tom percebendo que a conversa de Gabi com o seu irmão não tinha sido das melhores – Estamos a precisar de álcool…. Não há álcool nesta casa?
- Eu não bebo… Mas tenho sempre uma garrafa de champagne guardada para a eventualidade de ser necessária… E no outro dia tinha pedido que comprassem cervejas, porque sei que vocês gostam…
- Cervejas??? Tens cervejas cá em casa e esperaste até agora para dizer isso??? –
disse Tom num tom chocado.
- Desculpa… - disse Nicky.
- Não peças desculpa… Venham mas é as cervejas!!! – disse Tom de forma animada.
- Vou buscá-las… - disse Nicky a rir começando a encaminhar-se para a cozinha.
- Nós ajudamos-te! – disse Miss K, fazendo sinal a Nathalie para ir com elas até à cozinha, achando que talvez fosse boa ideia dar espaço a Tom, Bill e Gabi.

Tom esperou que elas saíssem em direcção à cozinha.

- Não sei o que aconteceu, não me interessa, mas vocês livrem-se de ficarem chateados, ou eu atormento-vos para o resto da vida!!! – disse Tom olhando de forma intensa para Bill e Gabi alternadamente.
- Já estou habituado… - disse Bill suspirando.
- Nós não estamos chateados… - disse Gabi – Estivemos só a falar...
- Acho bem! -
disse Tom.

- Tenta evitar falar de nós… - pediu Gabi - É muito arriscado…
- Tu e eu??? Hmmm… Não é só arriscado, também é divertido! –
disse Tom fazendo-lhe olhinhos.
- Foda-se Tom acalma-te!!! – pediu Bill que não estava com vontade de aturar um Tom eléctrico depois de tudo o que tinha acontecido naquele dia – Nós estamos a tentar dar um pouco de espaço para que as coisas corram melhor e sem problemas… Respeita isso…
- Não sabia… -
disse Tom sentando-se num sofá, com medo que aquilo pudesse significar problemas no relacionamento deles.
- Não te preocupes… O que nós sentimos um pelo outro não mudou em nada… Queremos apenas fazer as coisas bem e como devem ser feitas… - disse Gabi.

- Mas aconteceu alguma coisa e eu não me apercebi? – perguntou Tom estranhando aquela mudança de atitude neles.
- A pressão tem feito alguns danos, mas nada que não desapareça assim que regressarmos a casa… - disse Gabi suspirando.
- Hey Gabi… - disse Tom aproximando-se dela – Aguenta-te… Precisamos de ti! Não te podes ir abaixo ou não vamos aguentar o barco sozinhos…
- Estou a fazer os possíveis… -
respondeu Gabi – Talvez não fosse má ideia fazer uma visita à psicóloga antes de irmos para Itália…
- Se isso te ajuda e te faz sentir melhor… -
disse Bill preocupado com ela.
- Sim, tem sido um grande apoio… - disse Gabi.
- Então é melhor falar com a Nicky sobre isso, não falta muito para irmos para Itália… - disse Bill.

- E agora quero ver toda a gente a sorrir, o Mercier lixou-se há grande hoje e vamos ter direito a cervejas!!! – disse Tom com um sorriso nos lábios.
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MensagemAssunto: Re: [FF] - Kampf der Liebe   [FF] - Kampf der Liebe - Página 18 Icon_minitimeDom Nov 13, 2011 2:46 pm

Nossa como o Bill é louco, falar que tava apaixonado pela Nicky assim na frente da Gabi foi uma burrice e tanta. Devia ter avisado a ela pelo menos. E fiquei com peninha deles principalmente da Gabi, não deve ser fácil pra ela namorar o Bill.

E Nicky pelo amor de Deus não vai se envolver com o Mercier só porque ele te defendeu no tribunal, pois não? Seria a pior loucura que ela faria na vida dela, como o Tom disse ele tem é doença e não sente amor por ela.
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MensagemAssunto: Re: [FF] - Kampf der Liebe   [FF] - Kampf der Liebe - Página 18 Icon_minitimeSeg Nov 14, 2011 9:27 pm

SuuuuuuuuuuuuuuuuH! \o/ \o/ \o/


N é mesmo fácil ser namorada do BiLL....... A Gabi fikou kom o koração nas mãos e n é para menos.... ela é uma grande mulher e tem de ser mesmo muito forte parsa aguentar muita koisas I love you Sad I love you

Seria mesmo a pior loukura k ela poderia fazer..... O Mercier n é kapaz de amar ninguém sem ser ele próprio.... p*t* p*t* p*t*




* * * KiSsEsSSss * * *




182

[FF] - Kampf der Liebe - Página 18 182bh


- Processo: Nathalie Franz contra James Mercier… - disse o Juiz lendo o processo que tinha entre mãos – A acusação alega que foi subornado um Juiz do Tribunal de Menores para que a Sr.ª Franz perde-se a custódia do seu filho… Esta é uma acusação muito grave Sr.ª Franz… A ser verdade este Juiz perderá a sua carteira profissional e será julgado e preso pelos seus actos no seu país de origem… - disse o Juiz reflectindo em voz alta, olhando para Nathalie para a ver abanar a cabeça de forma afirmativa mostrando-se em conhecimento daquela pena – Muito bem… Sr.ª Franz venha até ao banco das testemunhas…
- Nathalie Franz… -
gritou o assistente do Juiz para a chamar.

Nathalie respirou fundo e encaminhou-se até ao assistente do Juiz que a ajudou a fazer o juramento e a encaminhou até ao banco para que se sentasse e preparasse para a audiência.

- Queira então contar-nos o que aconteceu… - pediu o Juiz.
- Tal como já foi mencionado neste tribunal o Sr. Mercier chantageou o meu amigo e colega de trabalho Bill Kaulitz com vista a que ele aceitasse o contrato que a sua cliente Nicky Fuller lhe propunha… Nessa altura eu estava em processo de divórcio e a lutar pela custódia do meu filho… As fotografias que o Sr. Mercier utilizou para chantagear o Bill comprometiam-me a mim de igual forma, e era certo de que se elas chegassem a público eu perdia a custódia do meu filho… Foi essa a principal razão que levou o Bill a ceder tão facilmente à chantagem… Como também já foi dito em tribunal, o Patrick achou que eu tinha um romance com o Bill e quis-se vingar de nós, aliando-se ao Sr. Mercier… Claro que o Patrick sabia que a melhor maneira de me magoar era tirando-me o meu filho…. Claro que o Sr. Mercier fez o favor de o ajudar…
- Segundo aquilo que foi entregue em tribunal… -
disse o Juiz dirigindo-se ao advogado de Nathalie – A única prova de que aquilo que diz é verdade é a entrada de uma soma avultada de dinheiro na conta do alegado Juiz, dez dias depois da sentença da custódia do filho dos senhores ter saído… E isso por si só não prova nada, até porque o dinheiro vem da conta do Sr. Patrick Franz e não do Sr. Mercier!
- Sim Sr. Dr. Juiz… -
disse o advogado de Nathalie – Não temos outras provas do sucedido, mas temos testemunhas que podem comprovar que tudo o que foi dito pela Sr.ª Franz é a mais pura das verdades… E convenhamos que é estranho um Juiz receber transferências tão exorbitantes de alguém que esteve judicialmente envolvido consigo…
- Não estou a duvidar que tenha existido um suborno, isso parece-me claro… Mas… Estou curioso para ouvir essas testemunhas… -
disse o Juiz que se encontrava melindrado por aquele processo envolver a condenação de um dos seus.


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *


- Não me lembro ao certo por onde andava… Sei que estava em tour com os Tokio Hotel… - começou Bill por dizer – E que numa conversa telefónica com o Mercier, depois de insultos e ameaças, ele confessou-me ter subornado o Juiz para que a Nat perdesse o filho em tribunal… Acho que disse algo em relação a querer mostrar o quão forte e poderoso era na tentativa de me meter medo e ver se eu me afastava da Nicky… Claro que não teve êxito… Pelo contrário, ainda nos aproximou mais…
- E provas disso Sr. Kaulitz? –
perguntou o advogado de Mercier – Se eu quiser também posso vir para aqui confessar que o Sr. antes de entrar neste tribunal me disse que tinha sido o próprio a subornar o Juiz… Mas até que ponto a minha palavra conta? Sem provas, ninguém sabe se o senhor está a dizer a verdade…
- Tem toda a razão… -
disse Bill colocando um ar falsamente inocente – Mas parece que o Sr. Dr. se está a esquecer que eu estou sob juramento… Não me passa sequer pela cabeça mentir… Não sou nenhum criminoso e não pretendo cometer nenhum crime em jurar algo que não cumpro… Já foi provado neste tribunal que eu sou uma das grandes vitimas do seu cliente, o que quero é que seja feita justiça… Ele fez mal a muita gente, não preciso acrescentar esquemas e mentiras ao seu rol de acções porque ele sozinho fez mais do que devia para se enterrar….

- O Sr. disse que o que quer é que seja feita justiça… A que custo? É visível que o senhor odeia o meu cliente…
- Alguma vez me viu agredir o seu cliente? O único confronto físico que tivemos partiu dele… Sou eu quem está a trazer o seu cliente a tribunal… Sou eu que quero que seja feita justiça de forma legal em vez de usar os subterfúgios que ele utiliza… O preço terá de perguntar ao meu advogado no final do processo, ele ainda não me pediu honorários… Já o seu cliente, para chegar até mim gastou uma fortuna em chantagens, subornos e falcatruas… Devia ter feito essa pergunta a ele se tinha assim tanta curiosidade… Mas em privado, claro! Porque ele seria incapaz de vir até este banco contar aquilo que fez a tanta gente que se cruzou com ele nesta vida…
- Não tenho mais perguntas… -
disse o advogado de Mercier retirando-se com medo daquilo que Bill pudesse dizer.


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *


- Sim… - confessou Patrick respirando fundo ao mesmo tempo que olhava para Nathalie retirando forças no olhar dela para ir em frente com aquela declaração – O Mercier pagou-me e eu paguei ao Juiz… Eu não queria que a Nathalie ficasse com o nosso filho… Ela está sempre fora do país, o Erik precisa de mim… E eu pensei que ela me andasse a trair… Eu sei que o Erik é o bem mais precioso dela e que ela o ama incondicionalmente… Pensei que se ficasse com ele, a estava a fazer pagar por ela me ter traído… Eu pensei mesmo que ela me tinha traído… E estraguei tudo… Nós podíamos não ser um casal convencional, mas éramos felizes… E agora não somos nada um para o outro….
- Também foi o senhor que falou com o Juiz e acertou as condições do negócio? –
perguntou o advogado de Nathalie.
- Não… O Mercier fez tudo… Eu só expressei a minha vontade em ficar com o meu filho e limitei-me a transferir o dinheiro ao Juiz…
- Seria com o intuito de esconder as provas de que no fundo tinha sido o Sr. James Mercier que tinha pago indirectamente ao Juiz? –
questionou o advogado, querendo deixar aquela ideia no ar.
- Acho que sim…

- Não foi muito descuidado da sua parte pagar ao Juiz? Não temeu que o vosso esquema fosse descoberto e o senhor acabasse por ser apontado como o autor deste crime?
- Quando se está cego pela raiva e pelo orgulho não se pensa racionalmente… Eu só queria ver a Nathalie perder o nosso filho, o Mercier era a minha fonte inesgotável de soluções para os meus problemas… Esse homem é capaz de tudo… E quando eu digo tudo, é mesmo tudo!
- É tudo Sr. Dr. Juiz… -
disse o advogado de Nathalie feliz com a confissão, regressando ao seu lugar.


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *


- Os acordos foram feitos na totalidade com o Sr. James Mercier... Quem me pagou não sei… – confessou o Juiz que tinha tratado da custódia de Erik e aceite o suborno.
- Então confirma que o Sr. James Mercier lhe pagou para que retirasse a custódia à mãe da criança? – perguntou o advogado de Nathalie.
- Confirmo… - disse o Juiz a muito custo. Admitir que tinha cometido um crime quando era visto aos olhos da sociedade como aquele que limpava o crime das ruas, não era fácil.
- Bem… Se a testemunha confirma a prática do crime e não põe quaisquer entraves para que seja descoberta a verdade… Não tenho mais perguntas Sr. Dr. Juiz… - disse o advogado de Nathalie sentando-se na sua cadeira.

- O Sr. sabe aquilo que enfrenta? – perguntou o Juiz que sentenciava aquele caso – Aquilo que fez é muito grave… O nosso papel é trazer paz e justiça à vida de pessoas injustiçadas… O Sr. percebe que num caso tão grave como este, terei de instaurar um processo contra si, que será julgado no seu país de origem onde o crime foi cometido… A sua carteira profissional deixou de existir, o Sr. nunca mais poderá exercer a sua profissão…
- Eu sei… Mas também nunca gostei do meu trabalho….
- O Sr. mancha o nome e a reputação de qualquer Juiz que se preze… Fico feliz por poder afastá-lo do caminho de pessoas inocentes que procuram apoio no sistema judicial… -
disse o Juiz indignado com toda aquela situação, e virando-se para o advogado de Mercier acrescentou – Está claro que o Sr. James Mercier está metido nisto até à ponta dos cabelos… Não o deixarei passar impune….

Tom sentiu Nicky enlaçar os dedos numa das suas mãos e olhou para ela, vendo-a retornar o seu olhar com um sorriso confiante, retirando forças daquele aconchego de mãos. Finalmente tudo parecia começar a encaminhar-se.


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *


- Eu sei que é cedo para celebrações mas queria fazer uma festa lá em casa para inaugurá-la e celebrarmos o facto de estar tudo a correr tão bem… – disse Jost à porta do tribunal.
- Pois, só te estás a esquecer que amanhã eu, o Tom, a Gabi e a Nat vamos para Itália… Temos o Mtv TRL à nossa espera, lembras-te? – disse Bill.
- Claro que sim! Mas não estou a dizer que a festa tenha de ser hoje à noite! – disse Jost.
- Nem pode ser hoje à noite porque não temos nada preparado! – disse Nova olhando para o entusiasmo de Jost como uma verdadeira dona de casa – Temos tempo para combinar tudo… Preciso de preparar as coisas com antecedência! Quando vocês regressarem pensamos na festa…
- Também são só dois dias… -
disse Tom desejoso por uma festa.
- Mais um para ir e um para regressar! – disse Gabi prevendo o cansaço das quinze horas de viagem.
- Ok, então para a semana pensamos numa festa! – disse Jost vendo a cara de Tom esmorecer, e virando-se para Nicky acrescentou – Depois gostava que me ajudasses a fazer uma lista de convidados, era bom que pudesses chamar alguns amigos teus para ver se começamos a conhecer mais gente e a ampliar a nossa lista de contactos…
- É na boa… Tirando uma sessão fotográfica e uma participação especial num programa de televisão, estou de férias! –
respondeu Nicky com um sorriso amistoso no rosto.

- Olha-me aquela cabrão… - disse Bill apercebendo-se que Patrick se aproximava do seu grupo de amigos – Não me digas que ele vem mesmo para aqui…
- Calma… -
pediu Gabi apercebendo-se que a aproximação de Patrick constituía-se como um perigo para a segurança de Bill que parecia espumar de raiva com a simples visão dele.

Gabi sentiu o seu coração acelerar num nervosismo atroz e percebendo que tinha de fazer alguma coisa, colocou-se entre Bill e o espaço por onde se aproximava Patrick.

- Deixa-o vir… - disse Tom com uma voz consumida por um heroísmo potencialmente perigoso.
- Se achas que eu te vou deixar aproximar dele, estás muito enganado! – disse Miss K seguindo o exemplo de Gabi, colocando-se em frente a Tom.
- Tu não me podes travar! – disse Tom olhando para ela em desafio.
- Experimenta! – respondeu Miss K mostrando-se à altura do desafio com o seu olhar felino.

- Vai-te embora… - pediu Nathalie percebendo que aquela aproximação ainda ia dar confusão.
- Quero falar contigo… - disse Patrick parando a poucos metros deles.
- Não temos nada para falar… - disse Nathalie.
- Não ouviste o que ela disse? – perguntou Jost tomando controlo da situação – Vai-te embora, o que vocês têm para falar, pode ser falado dentro do tribunal…
- Desaparece da minha frente antes que eu te parta a cara!!! –
disse Bill sem conseguir conter a raiva viril e animal que o consumia e que o puxava de encontro a Patrick.
- Não faças isso… - pediu Gabi num sussurro, colocando as mãos sobre o peito de Bill para o travar, ao mesmo tempo que sentia os seus olhos encherem-se de lágrimas – Tu prometeste-me…
- Foda-se cabrão desaparece… Estás-te a habilitar!!! –
disse Tom consumido pela raiva do seu irmão gémeo.

- Nathalie… - disse Patrick colocando um ar infeliz implorando com o olhar uma oportunidade.
- Eu não tenho nada para te dizer… - disse Nathalie sentindo o coração nas mãos.
- Mas eu tenho… - disse Patrick dando um passo em frente na direcção deles.

Gabi sentiu-se ser arrastada por Bill que sem olhar a meio avançava também ele, como se se tratasse de uma luta entre touro e toureiro.

- Bill…... – disse Gabi olhando para ele com todo o amor e temor que sentia naquele momento na esperança que ele se acalmasse – Preciso de ti agora… Aqui… Neste momento…
- Mas… -
começou Bill por dizer, sentindo-se derreter pelo olhar e pelas palavras dela. Era a primeira vez que Gabi se libertava do seu profissionalismo em público. A primeira vez que ela falava consigo e apelava ao seu coração em público, mesmo correndo o risco de alguém perceber que algo mais se passava entre eles – É difícil, mas… Ok…
- Leva a tua namorada daqui para fora… -
pediu Gabi olhando para Nicky, vendo-a acenar afirmativamente ao mesmo tempo que pegava no braço dele para o arrastar dali para fora – Por mim…
- Eu não te vou deixar aqui sozinha com esse filho da puta!!! –
disse Bill de forma colérica, sentindo a raiva apoderar-se novamente de si.
- Não te preocupes… Eu não vou a lado nenhum… - disse Tom mostrando domínio sobre a situação.
- É que podes ter a certeza que não! – disse Gabi olhando para ele fulminando-o com o olhar, e virando-se para Nicky acrescentou – Vai… Leva-o… Vão dar uma volta, apanhar ar… Encontramo-nos em casa…

Nicky puxou Bill pelo braço e a muito custo conseguiu levá-lo para o exterior do tribunal. Gabi deixou-se ficar a observá-los ir embora. De vez em quando Bill olhava para trás e parecia fazer força para impedir que Nicky o levasse dali para fora. Sentiu Tom aproximar-se de si e colocar-se à sua frente olhando para ela em claro desafio. Nada, nem ninguém encostaria um dedo que fosse em Gabi.

- Só se for rápido… - disse Nathalie respirando fundo, cedendo à pressão do olhar de Patrick e ao incómodo de toda a gente.
- Estás louca!!! – disse Tom surpreso com aquilo que Nathalie dizia.
- Só preciso de cinco minutos… - disse Patrick.
- Cinco minutos chegam para ele te matar ou violar!!! – disse Tom tentando demover Nathalie daquela ideia. E olhando para Gabi percebeu que a tinha deixado transtornada com as suas palavras.
- Volto já… - disse Nathalie decidida em afastar-se com Patrick.
- Nem penses!!! – disse Tom começando a andar em direcção de Nathalie para a travar, sentindo a mão de Gabi segurá-lo por um braço e impedi-lo de o fazer enquanto Nathalie e Patrick se afastavam do grupo para falar, e virando-se para ela perguntou – O que é que estás a fazer???
- Eles precisam de falar… -
disse Gabi serenamente.
- Eles??? Eles são a Nat e o PATRICK!!! Estás parva, ou quê??? – disse Tom mostrando-se interessado em segui-los, sento travado pela força de Gabi novamente.
- Acho que também estás a precisar de ir apanhar ar… - disse Gabi olhando para Miss K dando a indirecta.
- Esse truque pode resultar com o meu irmão porque ele é incapaz de te negar seja o que for, mas comigo não vai resultar! – disse Tom em tom de desafio.
- Podes ter a certeza que vai… - disse Gabi fazendo-lhe frente, olhando para Jost de seguida à espera que ele a ajudasse.

- É melhor ires andando Tom… - disse Jost chegando-se à frente – A K e a Nova vão contigo…
- Traidor!!! –
disse Tom ressentido – Devias estar a ajudar-me!!!
- Eu só quero evitar escândalos e tu neste momento não queres colaborar comigo… -
disse Jost – Se estás assim tão preocupado com a segurança da Nat, eu fico aqui para me certificar que nada lhe acontece… Além disso o guarda costas da Gabi também está connosco… - disse Jost dando um ligeiro toque com a cabeça para a esquerda, apontando discretamente para o guarda costas de Gabi que se mantinha sempre a uma distância de segurança – Vai…
- Não! –
disse Tom cruzando os braços – Prometi ao meu irmão que ficava!
- Deixa de ser criança! –
disse Jost de forma mais ríspida – Não confias em mim?
- Não confio no Patrick! -
respondeu Tom olhando para Nathalie e Patrick a falarem à distância.

- Os teus amigos estão-te a pedir um favor para evitar escândalos… Não tornes isto ainda mais complicado do que já é! – disse Miss K numa voz autoritária.
- Ouviste??? – perguntou Gabi na esperança que vindo de Miss K, Tom ouvisse e colaborasse.
- Anda… - disse Nova agarrando nele pelo braço, vendo Miss K agarrar no outro puxando-o para fora daquela situação.

Tom deixou-se arrastar muito contra a sua vontade e a metade do caminho largou-se dos braços de ambas e andando de forma agressiva, sacou do maço de tabaco que trazia nas calças, colocando um cigarro preso entre os lábios à espera de sair do tribunal para finalmente poder acendê-lo e fumar.

- Estás bem? – perguntou Jost a Gabi.
- Estou… - respondeu Gabi com um ligeiro aceno de cabeça – … Achas que a Nat está?
- Dentro dos possíveis… -
disse Jost observando com atenção a conversa entre Nat e o seu ex-marido - … E passado este tempo todo, voltamos a estar os cinco dentro de um tribunal, à espera que o Patrick faça o seu choradinho à Nat… A única diferença é que desta vez eu sei o porquê do teu nervosismo e das tuas mãos estarem suadas…
- Os cinco?!
- Eu, tu, a Nat, o Patrick e o teu guarda-costas…
- Pois… A outra diferença é que desta vez eu sei o porquê de um homem me andar a seguir…


Jost sorriu e percebendo que o olhar de Gabi estava amedrontado, abraçou-a de forma terna para a tentar acalmar.

- Vou ter de arranjar uma maneira de ficares a trabalhar connosco quando a Dunj voltar da licença de maternidade… - comentou Jost com um sorriso nos lábios – Para além de seres uma excelente profissional, nunca vi ninguém (para além de mim) a conseguir meter os rapazes em ordem… Principalmente o Tom!!!
- O Tom tem medo de mim… -
disse Gabi com um sorriso divertido e meigo no rosto – Ele sabe que eu sou capaz de o pôr nos eixos e não se estica…
- Isso quer dizer que aceitas ficar a trabalhar connosco?
- Não… -
disse Gabi de forma inocente – Quer dizer que o Tom sabe que não se deve meter comigo, que há uma linha ténue que não deve ser ultrapassada… Mas claro que aceitava ficar a trabalhar convosco! Era um sonho poder estar ao vosso lado por muitos e longos anos! Já vos considero a minha segunda família…
- Ainda bem… -
disse Jost abraçando-a novamente – Até porque, acho que já fazes mesmo parte da família… Nunca vi o Bill tão seguro de si mesmo… Nunca o vi gostar tanto de alguém como gosta de ti… Fazes-lhe muito bem…
- E ele a mim… Acredita… -
disse Gabi por entre um suspiro – Se não fosse ele não tinha coragem nem força para enfrentar nada do que enfrentei…
- Eu sei… -
disse Jost depositando um beijo terno no topo da cabeça dela.


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *


- Posso? – perguntou Bill batendo à porta do quarto de Gabi e Nathalie.
- Entra… - disse Gabi encaminhando-se até à porta para o receber de braços abertos e beijá-lo cheia de saudades.
- Eu já vou sair para vocês ficarem a sós… - disse Nathalie levantando-se da cama.
- Não é preciso… - disse Bill largando o corpo da sua namorada – Vim para falar contigo!
- Queres que saia? –
perguntou Gabi percebendo pelo ar de Bill que a coisa era séria.
- Não… Não tenho segredos de ti e convém que não pensem que estou no quarto sozinho com a Nat… - disse Bill entrando para o interior do quarto delas.

- Ok… - disse Nat olhando para Gabi vendo-a encolher os ombros em perplexidade sem saber o que levava Bill até ali – Calculo que seja algo muito sério aquilo que tens para me dizer…
- Para mim é… -
disse Bill olhando para ela de forma intensa – O Tom disse-me que cedeste à pressão do Patrick… Foste falar com ele…
- Sim…

- Porque é que cedes sempre? Porque é que não te livras daquele filho da puta de uma vez por todas??? –
perguntou Bill irritado e transtornado com aquela informação.
- Ele é o pai do meu filho… - disse Nathalie.
- E…??? Isso quer dizer que eu devia ir a correr ter com o meu pai caso ele me aparecesse agora pela porta??? Só porque o filho da puta tem os meus genes??? O Patrick nem isso tem de ti!!! Ele já fez mal suficiente a toda a gente… O que é que é preciso acontecer para o expulsares do teu coração??? – perguntou Bill levando as mãos à cabeça.
- Ele não é um gajo qualquer que eu conheci há alguns anos Bill… - disse Nathalie tocada mas ofendida pelas palavras do seu amigo – Nós temos um passado, uma história… E quer queiramos, quer não, neste momento ainda temos um presente… E teremos sempre um futuro, porque o Erik é nosso filho… Não consigo virar-lhe costas facilmente, nem totalmente… Não é possível!
- Eu estou-me pouco a marimbar para o facto dele ser o pai do Erik neste momento! –
disse Bill aproximando-se dela – O que me perturba é ver a forma como olhas para ele… Como cedes sempre aos seus pedidos… Como ainda o amas….
- … O que é que queres que faça? –
perguntou Nathalie entristecida – Eu estou a tentar fazer os possíveis para o esquecer… Dá-me tempo…
- E apoio… -
disse Gabi não se querendo intrometer, mas fazendo-o pelo bem da sua amiga e da amizade deles – A Nat precisa de nós…

Bill olhou para Gabi e viu no olhar dela um carinho e uma compreensão que excediam aquilo que seria normal para alguém que tinha sido uma das principais vítimas de Patrick. Como é que ela era capaz de o perdoar daquela forma? De esquecer o que tinha acontecido e o facto de Patrick não ser boa pessoa?

- Como é que…? – começou Bill por inquiri-la sem saber como formular a pergunta – É o Patrick… O Patrick!!!
- Não… É a Nat… -
disse Gabi – Temos de pensar é nela, naquilo que ela sente, na força que precisa de ter para superar isto tudo… Por mim ele pode apodrecer na prisão… Merece pagar por tudo o que fez… Mas não julgues a tua melhor amiga só porque ela ama um homem que não presta… Ninguém manda no coração…
- Mas… -
começou Bill por dizer.
- Mas tu por exemplo… Não queres ser aceite pela minha família mesmo sabendo que eles não vão gostar de ti e que vão fazer de tudo para nos separar?
- Mas eu nunca subornei juízes nem violei mulheres!!! -
começou Bill a defender-se.
- Pois não… Mas se calhar levas uma vida inconstante, que levará a minha família a pensar que o que sentes por mim não é sério, que como eu, tens mais umas quantas… Que pelo teu aspecto podias muito bem ser um criminoso…
- MAS NÃO SOU FODA-SE!!! SERÁ QUE NINGUÉM VÊ A MERDA DA DIFERENÇA!!! –
disse Bill enraivecido explodindo em raiva – Como é que és capaz de me comparar com o homem que te ameaçou e…
- Eu não te estou a comparar! Estou apenas a dizer que tens de te centrar é na Nat… Naquilo que lhe faz bem neste momento… Naquilo que ela precisa! E o que ela precisa é do nosso apoio para superar tudo o que aconteceu com o Patrick e seguir em frente… Tal como a minha família deverá centrar-se em mim e no que me faz feliz quando eu lhes contar sobre o nosso namoro… -
disse Gabi assustando-se com a forma como Bill falava. Talvez se tivesse excedido nas comparações.
- Não foi isso que disseste!!! – disse Bill alterado.
- Expliquei-me mal… - disse Gabi sentindo o seu coração encolher.

- Vá lá não se chateiem por causa de mim… - pediu Nathalie impressionada com a raiva e o descontrolo de Bill – Ninguém te está a comparar ao Patrick… A Gabi estava só a exemplificar com uma situação diferente que por vezes, por mais que algo nos pareça muito mal, temos de nos centrar no positivo e aprender a viver com o lado negativo da coisa… Eu sei que o Patrick não é o melhor para mim, e eu estou desejosa de me ver livre dele… Acredita! … Mas preciso de tempo… Dá-me tempo… E entretanto… Um bocadinho de compreensão…

- O que é que ele queria contigo??? –
perguntou Bill andando de um lado para o outro do quarto.
- O mesmo de sempre… Dizer que me ama, que está a cumprir com o acordo contra tudo e contra todos… Que o faz por mim e pelo Erik… - respondeu Nathalie intimidade com a presença austera de Bill.
- … E tu o que é que lhe disseste? – perguntou ele curioso.
- Que os julgamentos ainda não acabaram… Que ele ainda tem que confessar o pior dos seus pecados… - disse Nathalie.
- É que tem mesmo!!! – disse Bill por entre dentes.
- Vês?? A Nat é crescidinha e sabe resolver os seus problemas sozinha… De nós só precisa de apoio e força para seguir em frente sem olhar para trás… - disse Gabi tentando acalmar as coisas.

- Eu não vos quero ver sofrer mais por causa daquele cabrão… - disse Bill abanando a cabeça da direita para a esquerda em negação da realidade.
- E não vais… - disse Gabi aproximando-se dele para o abraçar com força sentindo o corpo dele recorrer ao seu abraço de forma forte e sentida.
- Ele não nos pode magoar mais do que já magoou… - disse Nathalie por entre um suspiro – Agora a única coisa que me deixa magoada é ver-te chateado com pessoas que amas por causa de alguém como ele…
- Eu não vou deixar que ele destrua a minha vida! -
disse Bill passando as mãos pelos cabelos de Gabi, procurando os lábios dela para a beijar.
- Fazes bem… - disse Nathalie ouvindo o seu telemóvel começar a tocar, pegando nele para estranhar o número ser americano, e não comentando com Bill e Gabi para não os alarmar, acrescentou – Vou atender… Estou…

- Eu nunca seria capaz de te comparar com o Patrick… -
disse Gabi baixinho para que somente Bill ouvisse.
- Parecia… - disse Bill unindo a sua testa à dela, enquanto passava as mãos sobre o cabelo de Gabi.
- Não foi essa a minha intenção… - disse Gabi roçando o seu nariz de encontro ao dele – Desculpa…
- Sou louco por ti, sabias? –
perguntou Bill roçando os seus lábios nos dela.
- Não… - disse Gabi sorrindo docemente, beijando os lábios de Bill de forma ternurenta e sentida.

- Oh meu Deus!!! – disse Nathalie em choque colocando a mão que tinha livre sobre a boca, olhando para Bill e Gabi muito assustada.
- O que é que aconteceu??? – perguntou Bill soltando Gabi, encaminhando-se até Nathalie em pânico com a semblante dela.
- Oh meu Deus… - repetiu Nathalie sem saber o que mais dizer – Vou já para aí… Não me interessa... Quero estar aí… Obrigada…
- O que é que se passa??? –
perguntou Bill sentando-se na cama, vendo Nathalie desligar o telefone e começar a calçar-se com pressa de sair.
- O Patrick está no hospital… - disse Nathalie levantando-se para procurar a mala freneticamente.
- O que é que aconteceu??? – perguntou Bill chocado com a noticia.
- Foi assaltado e esfaqueado diversas vezes… - disse Nathalie colocando o telemóvel dentro da mala – Dizem que foi numa rixa, num beco qualquer, mas conhecendo o Mercier como conheço, acredito que tenha sido ele… Ele não ia ficar de braços cruzados depois de tudo o que o Patrick tem dito…
- Sim… E ele tem de se prevenir para o que ainda vem por aí… -
disse Bill pensando em voz alta – Que cena…. E que merda… Só nos faltava esta!!!

- Queres que vá contigo? –
perguntou Gabi ao ver que a amiga não estava em condições de ir sozinha a lado nenhum.
- Não, deixa estar… - disse Nathalie olhando para o quarto tentando perceber se se tinha esquecido de alguma coisa.
- Não podes ir sozinha… É perigoso… - disse Bill levantando-se – Eu vou contigo…
- Vamos os dois!!! –
disse Gabi.
- Nem pensar!!! – disse Nathalie imediatamente – Vocês não podem ser vistos juntos… Não se preocupem… Eu fico bem… Provavelmente vou ter de ficar a noite toda por lá, ele vai ser operado e só amanhã de manhã é que mo deixam ver…
- Então porque é que não descansas esta noite e não vais amanhã?? –
perguntou Bill.
- Achas mesmo que eu vou conseguir dormir alguma coisa? – inquiriu-o Nathalie – Quero estar lá junto dele quando ele acordar… Depois telefono-vos a dizer alguma coisa… - disse Nathalie abrindo a porta do quarto para sair apressada, e lembrando-se que tinha um avião para apanhar para Itália na manhã seguinte, acrescentou - Ahhh… Bill… Não te importas que não vá convosco para Itália? Queria mesmo ficar cá…
- Claro… -
disse Bill percebendo perfeitamente as razões dela – Eu arranjo maneira de me safar…

- Nat espera!!! –
disse Gabi lembrando-se de algo – A K vai contigo!!!
- Não é preciso… -
disse Nathalie com pressa de sair.
- É sim… Dá-me cinco minutos para falar com ela e com a Nicky para pôr o motorista à vossa disposição… Por favor, não vás embora, são só cinco minutos…
- Ok… -
disse Nathalie vendo Gabi sair do quarto a correr para ir bater à porta do quarto de Miss K. E virando-se para Bill que parecia também ele chocado com a notícia que tinha acabado de receber acrescentou – Ela toma mesmo conta de toda a gente…
- Tem cuidado contigo… -
pediu Bill aproximando-se dela para a abraçar.
- O segurança da K também há-de vir connosco…
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MensagemAssunto: Re: [FF] - Kampf der Liebe   [FF] - Kampf der Liebe - Página 18 Icon_minitimeQua Nov 16, 2011 8:50 am

Que maldade do Patrick ter afastado o próprio filho da Nat, não gostei nem um pouco dessa atitude dele. Acho que os Kaulitz deviam se controlar mais em termos de violência, depois eles não queiram ir presos também lixa

Mesmo todo encrencado o Mercier não deixa de aprontar neh mesmo? Coitado do Patrick, mesmo ele tendo sido cúmplice das armações dele, acho que não merecia isso. E acho que a Nat devia voltar pra ele de novo, sei lá. Ela devia dar uma chance a ele.
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MensagemAssunto: Re: [FF] - Kampf der Liebe   [FF] - Kampf der Liebe - Página 18 Icon_minitimeQua Nov 16, 2011 10:26 pm

SuuuuuuuuuuuuuuH! \o/ \o/ \o/


O k o Patrick fez foi muito feio mesmo.... Evil or Very Mad
É bom k os Kaulitz se kontrolem..... Rolling Eyes Rolling Eyes Rolling Eyes

O Mercier é uma criatura desprezavel.... GrRrRrrRrr..... p*t* p*t* p*t* O Patrick n merecia mesmo.....
Sério??? Vc axa k a Nat devia voltar para o Patrick??.... K curioso Razz



* * * KiSsEsSSss * * *



183

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Tinha acabado de adormecer. O cansaço tinha suplantado a capacidade de ficar acordada e alerta. Patrick estava na sala de operações há mais de cinco horas, os danos que tinha sofrido deviam ser agravados e complicados de reparar. Nathalie tinha adormecido encolhida num sofá do hospital em que Patrick estava a ser operado. Ao seu lado, sentada no sofá encontrava-se Miss K. Tinha estado a dormir nas últimas três horas e encontrava-se agora estranhamente desperta e sem vontade de voltar ao mundo da fantasia. Levantou-se para ir buscar café a uma máquina e quando regressava para junto de Nathalie apercebeu-se que um médico com ar de cirurgião se encaminhava para a sala de estar.

- Desculpe doutor… – disse Miss K aquecendo as mãos no copo de café – Foi o senhor que operou o Patrick Franz?
- Sim… -
disse o médico achando estranho o facto de ser interpelado por alguém que vinha atrás de si – É familiar?
- Não… Mas a minha amiga é ex-mulher dele, telefonaram-lhe a avisar que ele tinha dado entrada no hospital… Deixe-me só acordá-la… -
disse Miss K encaminhando-se até Nathalie para a acordar num gentil abanão – Nat… Nat… A cirurgia do Patrick já terminou…
- Ãh?!
disse Nathalie acordando em estado muito alerta, sentando-se rapidamente no sofá, ajeitando o cabelo. E apercebendo-se que o médico que tinha operado Patrick estava ali para falar consigo, levantou-se num ápice e estendeu a mão ao médico – Desculpe estar a dormir… Foi uma noite muito longa…
- Calculo que sim… -
disse o médico com um sorriso amigável.
- Nathalie Franz… - apresentou-se Nathalie – Como é que ele está? A cirurgia correu bem?
- Felizmente sim… -
disse o médico – Parece que o seu ex-marido tem um anjo da guarda, os ferimentos dele são muito graves… Pensámos que ele não fosse capaz de sobreviver à cirurgia, mas ele é forte e vai ficar bem! Agora vai é demorar algum tempo até sarar por completo… Foi-me dito que ele está cá em LA por causa de um processo de tribunal… Talvez tenha de ser adiado, não acho que ele esteja em condições de se apresentar perante um Juiz muito brevemente…
- Mas vai ficar tudo bem? –
perguntou Nathalie, querendo certificar-se que estava realmente tudo bem – Quando é que eu posso vê-lo?
- Sim, vai ficar tudo bem… Mas ele precisa de repouso absoluto agora! Pode vê-lo quando ele acordar da anestesia… -
e em tom de cusquice o médico acrescentou – Isto se o senhor que está à porta do quarto lhe permitir a entrada!

- Ele tem um polícia à porta? –
perguntou Miss K impressionada.
- Não é um policia… - disse o médico – Parece-me ser mais um segurança privado…
- Será que foram eles? –
perguntou-se Miss K em voz alta.
- Foi o Bill… - disse Nathalie sorrindo. Tinha a certeza que tinha sido o seu melhor amigo num gesto de compreensão e apoio. Aquilo que ela realmente precisava agora era que Patrick ficasse bem. Detestaria ter de dar a triste notícia a Erik, que tinha ficado sem pai. Bill apoiava-a – Tenho a certeza…
- De qualquer maneira… -
disse o médico voltando a centrar as atenções naquilo que lhe importava – Vou falar com as enfermeiras para a deixar entrar assim que o Sr. Franz acordar…
- Obrigada doutor!!! –
disse Nathalie muito agradecida por aquele gesto.
- É verdadeiramente um prazer poder salvar vidas… E hoje foi isso que aconteceu na minha sala de cirurgia! Alguma coisa que queiram ver esclarecida?
- Calculo que o doutor não me saiba dizer o que aconteceu… -
disse Nathalie timidamente.
- Infelizmente não… Só lhe sei dizer que dos casos de assaltos que nos chegam ao hospital, nunca ninguém chegou neste estado… Eu diria até que isto não tinha sido um assalto, mas sim uma rixa entre gangs! O seu ex-marido apresentava diversas lesões… Foi esfaqueado num total de sete vezes… A sorte dele foi não terem atingido nenhum órgão vital de forma mortífera e uma pessoa ir a passar no momento em que tudo aconteceu e ter chamado imediatamente a policia e uma ambulância para o local…
- Oh meu Deus… -
disse Nathalie chocada, sendo imediatamente abraçada por Miss K.
- Mas não se preocupe… Vai ficar tudo bem! – disse o médico para a acalmar - Quando o Sr. Franz acordar faço-lhe uma visita para ver como se encontra…
- Obrigada senhor doutor… -
agradeceu novamente Nathalie, estendendo a mão ao médico.
- Não tem de quê! – disse o médico com um sorriso nos lábios – Agora se me dão licença, tenho de ir… Também estou a precisar de descansar…
- Claro, claro… -
disse Nathalie acenando afirmativamente com a cabeça estendendo novamente a mão ao médico, vendo Miss K fazer o mesmo.

- Vai ficar tudo bem! – disse Miss K a Nathalie depois do médico ter saído.
- Espero que sim… - disse Nathalie respirando fundo – Obrigada por teres vindo comigo…
- Era o mínimo que podia fazer! Queres que telefone ao Tom e lhe deixe mensagem sobre o estado de saúde do Patrick?
- Obrigada, mas não é preciso… Gostava de falar com o Bill pessoalmente… Vou telefonar-lhe… -
disse Nathalie encaminhando-se até aos sofás para pegar na sua mala e tirar o telefone do seu interior, e virando-se para Miss K acrescentou – Mas podias fazer-me um favor?
- Claro…
- Arranjas-me um café?
- Sim… Não te preocupes… -
disse Miss K com um sorriso simpático, saindo novamente da sala, deixando Nathalie a sós.

Nathalie procurou o número de telefone de Bill e respirando fundo ligou-lhe. Bill estava a demorar a atender, o telefone tocava, e ninguém parecia querer atender. Talvez estivesse a dormir, ou talvez estivesse acompanhado naquela noite. Quando se preparava para desligar, ouviu aquela voz que tão bem conhecia.

- Estou… Nat? – disse a voz de Bill muito ensonado.
- Desculpa acordar-te…
- Não tem problema… Daqui a pouco tinha mesmo de acordar para ir para o aeroporto… Já tens novidades do Patrick?
- Sim… Ele está bem… A cirurgia foi muito complicada, mas correu tudo bem… Aliás mais que bem, o médico diz que pensou que ele não ia sobreviver… -
disse Nathalie com o coração nas mãos – Ele foi esfaqueado sete vezes Bill…. Sete!!!
- Foda-se… É um milagre ele estar vivo!!!
- É isso mesmo: um milagre!!! O médico disse que não lhe parecia ser uma agressão por assalto mas de um gang
- Eu não tenho dúvidas de que foi o Mercier!!! –
disse Bill prontamente – Quem mais podia querer mal ao Patrick? Só se fossemos nós! Mas nós não somos criminosos e queremos é que seja feita justiça!
- Sim… Tem de ter sido ele… Quando o Patrick acordar da anestesia vou estar com ele e pergunto-lhe o que é que aconteceu e do que é que ele se lembra…

- E tu, como é que estás? –
perguntou Bill preocupado com a sua melhor amiga.
- Com o coração nas mãos… - disse Nathalie respirando fundo – Sem saber como é que vou telefonar ao meu filho para lhe dar a noticia… Mas feliz por pelo menos poder dizer-lhe que o pai dele é forte e vai sobreviver…
- Tenho a certeza que vais encontrar a melhor maneira de o fazer… -
disse Bill tentando tranquilizá-la – Nat… Fico contente que ele tenha sobrevivido… Por ti e pelo Erik… Estou a ser sincero!
- Eu sei que estás… Obrigada… -
disse Nathalie sentida com ele, e lembrando-se do segurança privado que estava à porta do quarto de Patrick acrescentou – E obrigada pelo segurança… Foste tu, não foste?
- Sim… Achei que era necessário… Se o intuito do Mercier era acabar com o Patrick, vou tornar-lhe a vida complicada! Ninguém entra no quarto dele sem ser revistado e autorizado a tal… Não vou deixar que lhe façam mal Nat…
- Ele é muito precioso para nós neste momento… -
disse Nathalie referindo-se aos processos em tribunal.
- Sim… Mas independentemente do momento, também é muito precioso para ti e para o Erik, e eu não me sentiria bem se não tivesse feito aquilo que está ao meu alcance para o proteger… O Patrick tem de pagar pelo que fez, mas não é desta maneira… É atrás das grades… Aí não terei qualquer tipo de piedade dele…
- Eu sei… -
disse Nathalie – Mas obrigada por o teres feito por mim e pelo Erik… São estas coisas que te tornam tão diferente e tão especial…
- Tu mereces pessoas que sejam especiais na tua vida…

- Desculpa não ir convosco para a Itália… -
disse Nathalie, vendo Miss K voltar a entrar na sala de espera com o seu café nas mãos e um sorriso amistoso nos lábios – Detesto deixar-te pendurado…
- Não tem problema… Imprevistos destes acontecem! Já estou a pensar em alternativas… Vou vestir-me de forma casual, fazer uma maquilhagem básica com a ajuda da Gabi e usar uns óculos de sol durante o directo! Como aquilo é ao ar livre deve estar sol… -
disse Bill a rir.
- Tens mesmo tudo pensado!
- Sabes como é…

- Bem… Vou-te deixar dormir o que ainda te resta para dormir… Diz-me qualquer coisa quando chegarem, ok?
- Não te preocupes connosco, vamos ficar bem! O importante agora é que penses em ti e na tua família…
- Obrigada… Beijinhos Bill….
- Adeus, beijinhos…
- Boa viagem!
- Obrigado… -
disse Bill momentos antes de desligar.

- Aqui tens… - disse Miss K oferecendo a Nathalie um dos cafés que trazia nas mãos – Espero que esteja do teu agrado, se quiseres mais açúcar diz…
- Neste momento quanto mais forte e agressivo for o café, melhor… Preciso manter-me bem acordada…
- O que é que o Bill disse? –
disse Miss K sentando-se ao lado de Nathalie.
- Que foi ele que colocou o segurança à porta do quarto… Tal como eu previa… - disse Nathalie sorrindo debilmente – Ele é uma pessoa muito especial…
- Ninguém o pode negar... Aquela família é toda ela deveras especial… -
disse Miss K sem se dar conta.
- O Tom anda-te a dar muitas dores de cabeça?
- As do costume…
- Isso já é mau o suficiente! –
disse Nathalie a rir.

Nathalie e Miss K entregaram-se à conversa e assim passaram grande parte da manhã na esperança de terem notícias sobre o estado clínico de Patrick. Quando regressavam de uma incursão ao exterior do hospital, para irem tomar o pequeno-almoço fora daquela ambiente pesado, Nathalie recebeu permissão para entrar no quarto do seu ex-marido que acabava de acordar da cirurgia. Com o coração nas mãos e um nervosismo que a consumia por completo, Nathalie foi revistada pelo segurança que se encontrava à porta do quarto de Patrick. Entrou no quarto e encontrou-o deitado na cama, com um ar prostrado e desfalecido, como se toda a energia que algum dia tivesse tido no corpo, lhe tivesse sido roubada naquele momento débil. Nathalie aproximou-se devagarinho sem saber se ele estaria em condições de falar e reparando que ele mantinha os olhos abertos e fixos na janela do quarto, chamou pelo nome dele de forma suave para não o assustar. Patrick virou a cabeça na sua direcção e fechou os olhos como se tivesse vergonha de ser visto naquele estado e não fosse capaz de olhar para ela. Nathalie aproximou-se e dobrando-se sobre a cama, passou uma mão sobre a cabeça dele olhando para o seu corpo, que mesmo coberto por um lençol deixava avistar o penso de dois dos golpes infligidos a Patrick, um no peito e outro num dos seus braços.

- Pensava que ia morrer… - disse Patrick numa voz embargada pela anestesia, abrindo os olhos com alguma dificuldade.
- Ainda tens muito para viver… - disse Nathalie passando uma mão sobre o rosto dele – Tens o teu filho para ver crescer…
- … O Erik…. –
balbuciou Patrick enquanto os seus olhos se enchiam de lágrimas que rolavam sobre os seus olhos ininterruptamente – Pensei que nunca mais fosse olhar para ele…
- Mas vais… Nem que eu tenha de ir buscá-lo à Alemanha para ele te vir visitar! Tu não vais a lado nenhum, ouviste? –
disse Nathalie sentindo os seus olhos encherem-se de lágrimas também, depositando um beijo terno no topo da cabeça dele.
- … Desculpa…
- Não faças isso por favor… -
disse Nathalie sentindo-se incapaz de o ver ainda mais debilitado do que ele já estava – Deixemos as desculpas para outro dia… Como é que te sentes? Tens dores? – e perante um aceno negativo da cabeça de Patrick, continuou – Ainda bem… Os médicos disseram-me que tiveste muita sorte em ter sobrevivido… Não nos podes deixar…
- Eu não quero morrer… -
disse Patrick chorando a sua mágoa.
- E não vais morrer! - disse Nathalie beijando o topo da cabeça dele novamente – O Bill colocou um segurança à tua porta para te proteger enquanto aqui estiveres…
- … O Bill?!
perguntou Patrick em choque.
- Sim… O Bill tem um coração de ouro… Já devias saber disso… - disse Nathalie sem querer entrar por falsos sermões – Nós temos medo que o Mercier se queira aproximar de ti para acabar aquilo que começou…
- O Mercier….. –
balbuciou Patrick com dificuldade.
- Sim… Nós estamos convencidos que foi ele…
- Sim…
- Sim???
perguntou Nathalie incendiada pela confirmação – Tens a certeza que foi ele???
- Sim… Eles disseram-me que eu ia pagar pelo que lhe andava a fazer… -
disse Patrick num esforço praticamente desumano.
- Eles, quem??? Os homens que te atacaram??? Eles disseram que vinham do Mercier??? – perguntou Nathalie, recebendo um aceno afirmativo de Patrick que não conseguia falar muito mais devido ao cansaço e à anestesia – Filho da mãe… Que raiva!!! Quem devia morrer era ele!!! … Temos mesmo de ter muito cuidado então… Ele deve ter mandado dizer que vinham dele porque a ideia era tu não sobreviveres… Agora que sobreviveste, ele vai querer finalizar aquilo que começou, nem que seja para salvar o couro dele… Temos de pedir-te protecção do tribunal… Vou falar com o Jost por causa disso… - disse Nathalie acariciando o rosto de Patrick – Vai ficar tudo bem… Não vou deixar que ele se chegue perto de ti… Prometo!


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *


A aparição no Mtv TRL em Itália chegava ao final. Os gémeos encontravam-se exaustos da viagem e da apresentação do programa. Tinham dormido um total de quatro horas desde que tinham chegado àquele destino e por mais que quisessem ali permanecer e desfrutar daquele belo pais, não podiam, tinham os julgamentos pendentes e precisavam de regressar o quanto antes para Los Angeles. Gabi tinha mandado arranjar um jantar de despedida para eles no hotel onde estavam hospedados, para que pudessem comer descansados e em segurança, antes de seguirem caminho novamente para o aeroporto.

- Vou dormir a viagem toda! - comentou Tom abrindo a boca e cruzando os braços, refastelando-se na cadeira, enquanto um empregado do hotel lhes servia o jantar.
- Somos dois… - disse Bill agradecendo com um aceno de cabeça a gentileza de os servirem, e olhando para o ar cansado e abatido de Gabi acrescentou – Ou será que somos três?
- Acho que sim… -
disse Tom a rir vê-la abrir a boca, contagiada por si.
- O que eu precisava agora era de uma cama e não de uma viagem! – disse Gabi.

- Bom apetite… - disse o empregado ao terminar de os servir – Se precisarem de alguma coisa é só chamar…
- Obrigado… -
agradecerem eles em uníssono, desatando-se a rir de seguida enquanto o empregado os deixava a sós.

- E por falar em camas… - disse Tom pegando nos talheres para começar a comer – Não têm bem noção de como sabe bem estar aqui na vossa companhia… Só nós os três… Livre de mulheres e problemas…
- Não era suposto ficares assim tão surpreso… Já devias saber que a nossa companhia é imbatível no que toca a fazer com que os outros se sintam bem! –
disse Bill com um sorriso nos lábios.
- Convencido… - disse Tom a rir.
- Estás a falar nos problemas que tu causas quando tens mulheres por perto? – perguntou Gabi franzindo o sobrolho – Estou cheia de pena de ti….
- Vou fingir que nem ouvi… -
disse Tom, colocando uma garfada à boca.
- Queres que repita? – perguntou Gabi.
- Ela costuma ficar sempre assim rabugenta quando está com sono? – perguntou Tom a Bill.
- Nem sempre… Mas muitas vezes… - disse Bill a rir, para picar Gabi.
- E tu nada de fazeres complôs com o teu irmão contra mim! – disse Gabi olhando para Bill com um olhar ameaçador.
- Já não levas nada esta noite! – disse Tom a rir para Bill – Ela está agressiva!
- Já não ia levar na mesma… Esta noite vai ser passada no avião, lembraste? -
disse Bill.
- E??? Nunca ouviste falar no clube das milhas? – perguntou Tom – Aquele grupo de pessoas que costuma aproveitar as viagens de avião para cometer loucuras sexuais…
- Sim Tom, dá-lhe ideias! –
disse Gabi – Ele nem é uma figura pública nem nada! Se for descoberto, não vira escândalo, nem vai preso… Incentiva-o mais…
- Vais-me dizer que não gostavas de dar uma lá em cima??? –
perguntou Tom a rir, perante o olhar atento de Bill que procurava uma resposta – Sabes que em altitude tudo se sente em triplicado… Não estás curiosa para sentir o meu maninho levar-te à loucura???
- O teu maninho leva-me à loucura sem eu precisar de altitude para isso… Mas se tu precisas… Já percebo porquê tanto interesse… -
disse Gabi com um sorriso jocoso.

- Por acaso e para tua informação ainda não pertenço ao clube das milhas… Mas faço questão de um dia vir a pertencer! – disse Tom com naturalidade.
- Ohh obrigada por teres partilhado essa informação comigo, não sei como é que ia viver daqui para a frente se não o tivesses feito! – disse Gabi de forma irónica, revirando os olhos, continuando a comer perante o riso dos gémeos.

- Eu também não me importava de pertencer a esse clube… - disse Bill baixinho, olhando de soslaio para Gabi.
- Não digas isso que a mulher ainda te mata!!! – disse Tom a rir, olhando para Gabi fitar Bill.
- Isso sei eu… Não fosses tu ter o mesmo código genético desse tarado do teu irmão! – disse Gabi.
- Tarado mas feliz! – acrescentou Tom com um sorriso maroto e animado.
- … Não gostavas? – perguntou Bill a Gabi com um olhar de
- Estou a gostar da conversa… - comentou Tom, olhando atentamente para Gabi à espera da resposta dela Diz que sim, diz que sim…
- Não me vais fazer falar nisso à frente do teu irmão, pois não? –
perguntou Gabi estupefacta com a pergunta de Bill.
- Ohh qual é o problema??? Somos todos amigos!!! Os amigos falam sobre estas coisas… É tudo na teoria… A conversa não sai daqui! – disse Tom expectante com a resposta.
- Sim, sim Tom… - disse Gabi que já o conhecia há tempo suficiente para saber que ele era capaz de dizer tudo para que ela respondesse.
- Era só por curiosidade… - disse Bill como se percebesse o erro que tinha cometido em perguntar-lhe aquilo.
- Pergunta-me novamente quando estivermos em privado… Talvez te responda! – disse Gabi bebendo um gole de água.
- Talvez?!? – repetiu Tom escandalizado – Mas é preciso armares-te em difícil e fazeres um drama à volta disto? É uma pergunta inocente, que só tem como resposta sim ou não, não precisas de descrever onde e como o gostarias de o fazer, embora nós adorássemos pormenores…
- Nós?!?
perguntou Bill olhando-o de sobrancelha levantada.
- Sim… - confessou Tom percebendo que o irmão não tinha gostado daquela observação Ohh… Tu sabes que eu adoro falar nestas coisas!!!
- Sim Tom… Toda a gente sabe… -
disse Gabi encolhendo os ombros a Bill para que ele não se preocupasse com o assunto e não desse resposta ao irmão.

- Juro que se esta noite não estivesse tão cansado… Aventurava-me no clube das milhas… - disse Tom com um sorriso atrevido.
- Mas ainda agora disseste que te estava a saber bem estares livre de mulheres! – disse Bill levantando a sobrancelha, surpreso com aquela observação.
- Até parece que não sabes que quando o teu irmão diz essas coisas ele não se está a referir a mulheres no sentido lato… - disse Gabi – Está-se a referir a compromissos!
- Ora nem mais! -
disse Tom a rir.
- Nunca te hei-de perceber… - disse Bill suspirando.
- Se tu nunca me hás-de perceber, estou condenado a ser incompreendido para todo o sempre! – disse Tom enconlhendo os ombros.
- O que é que é difícil de perceber? – perguntou Gabi retoricamente – O teu irmão gosta de brincar com as meninas, e agora anda há tanto tempo só com a K e a Nicky que tem saudades de fazer os seus joguinhos habituais…
- Mas não estás bem com estás? –
perguntou Bill – Tu e a K dão-se tão bem…
- Nós estamos óptimos… -
respondeu Tom – Mas não temos nenhum compromisso… Ela aceita que eu leve a vida que levo, porque é que eu não hei-de aproveitar? Eu gosto de estar com ela, mas… Há uma monotonia e uma rotina que não me agrada nisso… Gosto de ser livre e de fazer o que bem me apetecer… E com ela posso ter as duas coisas… Ser livre e estar com ela…
- Pensava que tivesses ganho algum juízo… -
disse Bill suspirando – Nos últimos tempos tiveste duas miúdas espectaculares nas mãos e estás a abdicar das duas por sexo? Até parece que elas não te dão o suficiente!
- Tu nunca hás-de perceber… -
disse Tom – Tu és um homem de uma mulher só…
- Graças a Deus!
disse Gabi por entre dentes.

- Se tens alguma coisa para dizer, podes dizê-lo em voz alta… - sugeriu Tom a Gabi.
- Tu não queres ouvir o que tenho para te dizer… - respondeu Gabi.
- Experimenta… - pediu Tom.
- Não gosto da maneira como tratas as mulheres… E aparentemente nem as que te são próximas escapam! Pronto, já disse…. – disse Gabi muito rápido.
- Era só isso? – perguntou Tom – Não é preciso ser-se um génio para saber que não gostas da forma como eu trato as mulheres com que me relaciono… Mas o que se passa entre nós, é entre nós… Eu não obrigo ninguém a estar comigo nem a aceitar o meu estilo de vida, se a K quer estar do meu lado sabendo que eu sou assim… É decisão dela!
- E isso é que é uma loucura… -
disse Gabi suspirando.
- O quê? – perguntou Bill.
- Alguém querer estar ao lado dele nestas condições… - respondeu Gabi – A vida é curta demais para gastarmos o nosso tempo com alguém que não nos dá o devido valor! Não percebo como é que há pessoas que preferem ser usadas e enganadas a serem livres e seguirem em frente com a sua vida!
- Eu dou valor à K! –
protegeu-se Tom das acusações e indirectas.
- Não o que ela merece! - disse Gabi - Ela merecia que a tratasses como uma princesa, ou então que abrisses mão dela e deixasses de a ter em cativeiro para quando bem te interessa… O que andas a fazer é a brincar com a cara da K… Só a queres para tua escrava sexual, e aparentemente ela não te é suficiente porque se fosse não precisavas de pensar no clube das milhas sem a teres por perto…
- Calma… -
disse Bill percebendo que Gabi estava a levar aquilo muito a sério.
- É isso que queres que eu faça? – perguntou Tom – Que a leve ao altar ou que a largue de vez?
- Que eu quero que tu faças???
perguntou Gabi – Eu não mando na tua vida… O que eu quero, ou deixo de querer não vale de nada…
- Ainda bem que te apercebes disso! –
disse Tom zangado com o tom acusativo da voz dela.
- Mas acho que já estava na hora de seres um homenzinho e deixares de gozar com a cara das pessoas de uma vez por todas! – disse Gabi – Se fosse comigo, eu já tinha tomado a decisão por ti há muito tempo, mas não sendo, e uma vez que a K também não faz nada… Tu bem que podias fazer! Ahhh… E não… Não quero que a leves ao altar… Não lhe desejo tanto mal!
- Só podes estar a gozar comigo!!! –
disse Tom ofendido.
- Acalmem lá os ânimos… Estamos todos cansados e a precisar de descanso… - disse Bill olhando para eles de forma alternada – A sério… Não nos vamos chatear agora com isto…

Tom e Gabi olharam um para o outro e fizeram um silêncio sepulcral. Bill percebeu que eles estavam a fazer um esforço para se manterem quietos e calados e voltou as suas atenções para a refeição enquanto pensava num tema de conversa para aligeirar o ambiente.

- Ouve… - começou Gabi por dizer a Tom.
- Não, por favor… - pediu Bill – Chega por hoje… Vamos dormir sobre o assunto e vão ver que fica tudo bem! Detesto ver-vos discutir…
- Deixa-me falar… -
pediu Gabi carinhosamente, fitando-o com um olhar enternecedor, e virando-se para Tom continuou – Eu não gosto do estilo de vida que levas, mas não tenho nada a ver com isso… O que me chateia é que tu deixaste de fazer o teu estilo de vida com raparigas comuns, com quem te encontravas numa noite, e passaste a fazê-lo com um grupo de raparigas restrito… Raparigas essas que são nossas conhecidas e que eu já considero como minhas amigas… Percebes? O que me chateia é saber que por mais alegrias que lhes dês, dás-lhes também muitas tristezas por causa do teu estilo de vida… Principalmente à K que te ama… Se soubesses como é debilitante ver a pessoa que amas com outra… - disse Gabi olhando para Bill com uma tristeza no olhar – Ver o teu irmão com a Nicky é doloroso demais e eu sei que não se passa nada entre eles… Imaginar a dor e o sofrimento da K que teve de conviver com o facto de tu passares todas as noites com a Nicky… É insuportável… Eu admiro-a muito por ela ter a coragem que tem e por te ser tão dedicada… Aquela rapariga era capaz de dar a vida por ti… Mas por gostar tanto dela é que também acho que ela merece mais respeito… Merece um homem melhor… Por isso é que acho que a hipótese de tu te transformares nesse homem, ou deixares que ele se aproxime da K e a faça feliz devia ser algo a passar na tua cabeça… Eu sei que tu gostas muito dela… Mais do que às vezes admites… Porque é que não pensas na felicidade dela? Porque é que não a queres ver verdadeiramente feliz? Ela já abdicou de muito por ti e para te ver feliz…. Porque é que não fazes o mesmo por ela?
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MensagemAssunto: Re: [FF] - Kampf der Liebe   [FF] - Kampf der Liebe - Página 18 Icon_minitimeSex Nov 18, 2011 9:03 pm

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[FF] - Kampf der Liebe - Página 18 184wa

Era muito cedo quando tinham chegado a casa de Nicky Fuller vindos directos do aeroporto. A casa encontrava-se calma e os seus habitantes adormecidos. Bill, Tom e Gabi, entraram directos para os seus quartos fazendo o mínimo barulho possível. Bill tinha pousado a sua mala num canto do quarto, não se ia preocupar com ela tão cedo, tudo o que queria era encontrar novamente a sua cama e dormir o tempo que ainda lhe restava até à hora do almoço. Quando finalmente se deitou na cama, ouviu a porta do quarto ser aberta e achou estranho. Esticou-se o máximo possível para ver quem entrava e sorriu ao ver Gabi.

- Que surpresa boa… - disse Bill sorrindo com um olhar matreiro ao mesmo tempo que se recostava na cama e via Gabi andar para junto de si – A que devo esta honra?
- Vim desejar-te boa noite… -
disse Gabi sentando-se ao lado de Bill na cama – Há três dias que não o faço como desejo fazer…
- Hmmm… E como é que o desejas fazer?
- Assim… -
disse Gabi abraçando o corpo de Bill com firmeza, deixando-se relaxar nos braços dele – E assim… - acrescentou ela procurando os lábios dele para os beijar de forma doce, lenta e prolongada.
- Já estava com saudades dos teus lábios… - comentou Bill passando as mãos sobre o rosto dela, entranhando-as de seguidas nos seus cabelos.

- Tenho muitas saudades tuas… - confessou Gabi evitando o olhar de Bill, ao mesmo tempo que brincava com uma mão sobre o peito desnudado dele – Tenho saudades de um tempo em que te tinha só para mim, quando estávamos refugiados em tua casa…
- Nossa casa… -
corrigiu Bill procurando os lábios dela para a beijar – Já tínhamos chegado à conclusão que aquela casa também é um bocadinho tua…
- Sim… -
disse Gabi sorrindo de forma cúmplice e terna abraçando-o com ainda mais força por entre um longo suspiro.
- Eu também tenho saudades tuas… Muitas!
- Eu sei…
- Mas temos de ser pacientes, não é? –
disse Bill para a encorajar, encorajando-se a si mesma também – Foste tu que me ensinaste isso…
- Sim…


Gabi deitou-se sobre a cama e encostou a cabeça ao peito de Bill, fechando os olhos por um momento para sentir apenas a respiração e o bater do coração dele. Adorava ficar assim. O mundo parecia parar quando se sentia tão próxima do seu amado. Sentiu os braços de Bill apertarem-na mais para junto dele e uma das suas mãos acarinhar o seu cabelo e suspirou, dava tudo para poder adormecer assim nos braços dele sem se ter de preocupar com o sítio onde estavam ou com quem os pudesse estar a ver.

- Vou falar com a Nicky para acabarmos tudo… - disse Bill de forma inesperada.
- O quê?! – perguntou Gabi levantando a cabeça para olhar para ele espantada.
- Era isto que tínhamos combinado. Eu aguentava este namoro mas só até aos julgamentos… Está na hora de pôr termo a isto tudo! Quero estar contigo sem precisar de dar justificações a ninguém!
- Tens de pensar bem naquilo que vais fazer, não pode ser precipitado ou mal feito…
- Amanhã mesmo falo com ela e resolvo isto tudo… Vou mandar uma mensagem ao Jost para ele vir cá ter… Amanhã conversamos todos juntos e acabamos com esta farsa de uma vez por todas!


Gabi sorriu emocionada com o modo decidido com que ele falava e procurou os lábios dele para o beijar de forma lenta e apaixonada, acariciando o seu pescoço e o peito. Soltou os seus e roçou o nariz de encontro ao nariz de Bill por entre um sorriso. Sentia-se novamente uma menina indefesa e apaixonada pela primeira vez na vida. Tudo o que desejava era poder ter aquele homem do seu lado sem entraves à sua felicidade. E lembrando-se de uma das últimas conversas que tinham tido disse:

- Adorava… - disse ela roçando os seus lábios nos dele, olhando-o de forma algo atrevida – Contigo era em qualquer lugar…
- Hãh?!?
- Num avião, num banco de jardim, numa pista de gelo, no topo da Torre Eiffel… Em qualquer lugar… Desde que fosse contigo…
- No topo da Torre Eiffel também? –
perguntou Bill a rir, percebendo do que ela estava a falar.
- Ou na base, ou a meio, ou no elevador, ou nas escadas…Não sou esquisita quando estou com o homem que amo…
- Ele deve ser um sortudo… -
disse Bill pegando na face dela com ambas as mãos para a beijar de forma apaixonada e feliz.
- Não tanto quanto eu… – disse Gabi por entre um suspiro, beijando o tronco desnudado de Bill inúmeras vezes, sentando-se na cama de seguida, dando a entender que se preparava para ir embora.

- Fica comigo…
- Não posso… -
respondeu Gabi acariciando a face dele, depositando um beijo terno na ponta do seu nariz.
- Vá lá… Quero tanto estar contigo… Não precisa de acontecer nada…
- Mas eu quero que aconteça… E essa é mais uma razão para eu não poder ficar… -
disse Gabi levantando-se, depositando um beijo doce nos lábios dele – Boa noite amor…
- Não vás… -
pediu Bill puxando-a por um braço, impedindo que ela se afastasse de si.
- Tu precisas de descansar… Hoje vamos ter um dia repleto de emoções… Deixa-me ir…
- Ok… Mas só vais comigo contrariado… -
disse Bill largando o braço dela, e com um sorriso malandro pegou novamente no braço dela e puxou-a sobre a cama acrescentando – E só se me deres mais um beijinho…
- Como se alguma vez na vida, eu fosse sair por aquela porta sem te dar pelo menos mais um beijo! -
disse Gabi a rir, agarrando-se ao pescoço dele para o beijar de forma ágil e repleta de carinho.


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Sentados no escritório a porta fechada, Jost, os gémeos, Gabi, Nathalie e Nicky preparavam-se para uma conversa que ia mudar o rumo da vida de muitos.

- Disseste que tinhas novidades… - disse Jost para Nathalie.
- Sim… - disse Nathalie respirando fundo preparando-se para contar aquilo que tinha tomado conhecimento no hospital – O Patrick foi intimado a responder perante o tribunal via vídeo-chamada, uma vez que ele se encontra lúcido e capaz de responder pelo que fez. Ao que parece o Juiz não quer adiar o processo… Acho que é um recurso novo que eles utilizam quando uma pessoa está incapacitada de sair do hospital ou quando precisa de protecção em caso de risco de vida…
- Isso são óptimas notícias! –
disse Jost entusiasmado.
- O Mercier deve estar furibundo! – disse Tom a rir.
- Olha que pena! – disse Bill com ironia.
- Então não nos precisamos de preocupar com o julgamento, continua a decorrer tudo como planeado? – perguntou Jost só para se esclarecer.
- Sim, a única diferença será para o Patrick que vai estar no hospital, rodeado de policias e com representantes oficiais do tribunal! – esclareceu Nathalie.
- Isso são mesmo boas noticias… - comentou Jost entre dentes, e levantando a voz acrescentou Ah é verdade, antes que me esqueça e uma vez que ficou prometido, este sábado há festa lá em casa!
- Fessssssssta!!!
disse Tom contente.
- Gosto de ver esse ânimo todo! – disse Jost a rir,
- Gostas? – perguntou Gabi abrindo muito os olhos – Eu se fosse a ti tinha ficado preocupado!!!
- Ela adora-me…. –
disse Tom a rir, mandando um beijo aéreo a Gabi que revirava os olhos com aquela gesto dele.
- Sempre me podes ajudar com a lista de convidados? – perguntou Jost a Nicky que se entretinha a rir das picardias entre Tom e Gabi.
- Claro! – disse Nicky por entre o riso – Podemos falar no final se quiseres...
- Óptimo! –
disse Jost – Então estão todos convidados e sintam-se à vontade para convidar quem quiserem!
- Hmmm…. –
disse Tom sem qualquer inocência.
- Com juízo! – acrescentou Jost preocupado com aquele som emitido por Tom. E virando-se para Bill perguntou – Então conta lá porque é que me chamaste cá com tanta urgência e nos reuniste a todos?
- Na verdade não é nada assim tão urgente, mas… -
disse Bill olhando para Gabi para retirar forças para aquilo que tinha a dizer, e olhando de seguida para Nicky acrescentou – Acho que está na hora de pormos um ponto final no nosso namoro…
- … Sim… -
disse Nicky por entre algum pesar – Está na hora de acabar com tudo para sermos livres de novo…

- Ok… -
disse Jost por entre um silêncio sepulcral e uma troca de olhares com os presentes – Já todos sabíamos que este dia estava para breve…
- Sim… -
disse Nicky sorrindo timidamente – Mas vai ser estranho de um dia para o outro ficar sozinha de novo… Já não estou habituada a ficar entregue às paredes do meu quarto e aos meus pensamentos…
- Não vais ficar sozinha! –
disse Gabi imediatamente – Eu e a K ficamos contigo… É muito arriscado nós mudarmo-nos para o hotel, principalmente eu… Não convém ser vista perto do Bill sem ser por motivos profissionais nos próximos tempos, pelo menos até tudo acalmar um pouco… Isto claro se aceitares que nós fiquemos por cá, senão…
- Claro que não me importo! –
disse Nicky com um sorriso mais feliz e rasgado – Pelo contrário, a vossa presença faz-me muito bem e quero muito ter-vos aqui comigo!
- Ainda bem… -
disse Gabi com um sorriso amigável no rosto.

- Então e como é que querem fazer tudo? – perguntou Nicky – Já alguém pensou no assunto?
- Então, eu saio aqui de casa e aparecemos no tribunal separados, não era isso que estava combinado? –
perguntou retoricamente Bill.
- Sim… - disse Nicky – Mas acho que conseguimos fazer melhor…
- Tens alguma ideia? –
perguntou Gabi.
- Algumas… - disse Nicky enquanto pensava sobre o assunto.
- Então, escreve o guião… - disse Jost de sorriso no rosto – Tu é que és a actriz e estás habituada a estes dramas românticos!

- E se aproveitássemos a festa a nosso favor? –
sugeriu Nicky.
- Eu acho uma óptima ideia … Mas… - disse logo Jost – Não se esqueçam que a Nova anda entusiasmada com esta festa há imenso tempo e eu não quero escândalos nem nada que possa pôr o sucesso da festa em questão, senão ela mata-me!
- Pois, é melhor não irmos por aí… -
disse Bill.
- A ideia não é criar nenhum escândalo, mas fazer com que as pessoas que estão na festa se apercebam que se passa algo de errado… - disse Nicky – A festa vai estar repleta de gente rica e famosa...
- Se tudo correr bem… -
comentou Jost por entre dentes.
- Pessoas perspicazes e que vivem de fofocas e mexericos… Porque não alimentar-lhes a curiosidade? Assim quando aparecermos separados em tribunal e as revistas começarem a falar sobre o assunto, eles vão poder comentar que já o estavam a prever porque nós andávamos estranhos… - disse Nicky.
- Gosto da ideia… - disse Gabi entrando em sintonia com Nicky – Mas para isso, convinha que vocês chegassem juntos à festa, mas andassem separados lá dentro, como se fossem dois desconhecidos…
- Sim… -
disse Nicky percebendo que Gabi estava em sintonia consigo – Uma troca de olhares carregada de emoções… Uma troca de palavras menos amigável, mas muito discreta e só para olhares indiscretos… Uma encenação ou outra junto dos meus amigos, mostrar-lhes que ando bem, mas não tão feliz quanto isso… Até posso fingir que é por causa dos media e do julgamento… Mais tarde eles vão pensar que era por causa do Bill e que eu lhes estava a esconder, e quando eles me procurarem (se me procurarem) para falar sobre o assunto, eu posso confirmar e dizer que na altura não quis falar porque julgava que as coisas ainda se iam resolver entre nós…

- Hmmm… Isto vai ser interessante… -
comentou Tom que até então estava calado a ouvir as ideias.
- A Nat podia ajudar… - pensou Gabi em voz alta – A Nat podia andar sempre por perto do Bill… Tornava ainda mais óbvio que algo se estava a passar entre vocês…
- Mas isso pode dar azo a rumores… -
disse Nathalie preocupada.
- Só no interior da festa, de resto quem vos conhece sabe que vocês são inseparáveis desde sempre, não vão achar estranho! – disse Tom – É uma boa ideia, e uma razão para a Nicky estar ainda mais triste e enciumada durante a festa…
- Parece-me óptimo para lançar desconfianças… -
disse Nicky.
- Sim… - concordou Jost enquanto pensava no assunto.

- E aqui dentro? Com as empregadas? – perguntou Bill.
- Discutam! – disse Gabi como se fosse a coisa mais natural do mundo – Tornem-se credíveis!
- Eu sou mau actor… -
disse Bill preocupado com a sua capacidade de representação.
- Mas a Nicky é boa actriz! Deixa-te levar… - disse Jost.
- Eu posso guiar-nos numa discussão… - disse Nicky confiante de si.
- E depois? – perguntou Bill.
- Depois vais-te embora e o namoro terminou! - disse Jost.
- Mas só na manhã seguinte! – alertou Gabi – Queremos que a cidade esteja acordada e tudo seja passível de ser visto!
- Acho um bom plano… -
comentou Nathalie.
- Pois eu acho genial! – disse Tom cruzando os braços – Depois a Nicky passa mais tempo que o costume fechada no quarto a fingir que deprime e o Bill faz o mesmo… E está o assunto arrumado!
- Depois é esperar que os jornalistas vos ataquem ferozmente com perguntas quando aparecerem novamente em tribunal separados… -
disse Jost.
- E nessa altura respondemos? – perguntou Bill querendo um guião bem estudado.
- Talvez seja melhor tu não responderes… - sugeriu Gabi – Talvez fosse melhor a Nicky dar a cara… Geralmente são as mulheres que falam nestas coisas…
- Sim, eu entro no tribunal a evitar as perguntas, mas quando sair, faço uma declaração emocionada… -
disse Nicky.
- Tu vais evitando as perguntas, e quando este assunto já estiver esquecido, numa entrevista ao acaso mencionas algo indirectamente que denote a tua tristeza em ficares separado desta relação, mas confirmando que seguiste em frente e que a vida te sorri… - disse Gabi a Bill.

- Isto é uma loucura! – disse Bill levando as mãos à cabeça – Como é que chegámos a este ponto?
- Desculpa… -
disse Nicky sentindo que a culpa era sua.
- Não vale a pena estarmos à procura de culpados neste momento… - disse Jost – Acham que conseguem fazer com que isto funcione e pareça credível?
- Sim! -
disse Nicky sem hesitar.
- Acho que sim… - disse Bill a medo.
- Então está combinado… - disse Gabi por entre um longo suspiro, olhando para Bill para lhe transmitir coragem e força para fazer aquilo que tinha de ser feito.

- It’s show time! – disse Tom esfregando as mãos uma na outra.


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- K… - disse Jost encaminhando-se até ela que estava deitada numa das espreguiçadeiras à volta da piscina – Já estive a falar com o resto do pessoal, este sábado há festa lá em casa e conto contigo, ok?
- Ok… Obrigada pelo convite! –
disse Miss K com um sorriso nos lábios, desejosa que sábado chegasse.
- Depois o Tom fala melhor contigo, que eu agora tenho de ir… Fiquei de ir ter com a Nova a uma loja que segundo ela tem coisas lindas de morrer lá para casa!!! - disse Jost a rir.
- Vai… - disse Miss K a rir com o ar pouco entusiasmado dele – Manda-lhe um beijinho meu!
- Eu mando… -
disse Jost piscando-lhe um olho ao mesmo tempo que colocava uns óculos de sol e se preparava para voltar para o interior da casa para se despedir dos restantes.

Miss K respirou fundo e deitando-se novamente sobre a espreguiçadeira, fechou os olhos e deixou que o sol tomasse conta do seu corpo. Sentia-se flutuar calma e serenamente com o som da natureza que a circundava, quando foi interrompida por alguém que se sentava da espreguiçadeira ao seu lado e lhe tapava o sol. Abriu os olhos e ao ver Tom, sorriu. Não podia desejar uma visão mais perfeita para contemplar e abrilhantar aquele momento.

- Tenho de falar contigo… - anunciou ele.
- Fala…
- O Jost falou-te na festa em casa dele este sábado?
- Falou-me por alto, disse que tu depois falavas comigo… É preciso alguma coisa? Eles precisam de ajuda? –
perguntou Miss K, puxando o corpo para cima, para o ver melhor.
- Não… Mas precisas de saber de algo importante que se vai passar nessa festa…
- Ok… -
disse Miss K focando todas as suas atenções somente nele.
- O Bill e a Nicky vão acabar nessa noite… - disse Tom confiante que ouvidos indiscretos não os entenderia pois falava em alemão com ela – Eles vão-te parecer estranhos e distantes durante a festa, vão andar mais separados do que é normal, e quando chegarmos a casa eles vão ter uma discussão, tudo encenado… Na manhã seguinte nós vamos embora… Eu, o Bill e a Nat…
- Isso quer dizer que a Gabi também fica aqui?
- Sim… É mais seguro por causa do Bill e deles… -
disse Tom percebendo que tinha deixado Miss K de alguma forma incomodada – Queres fazer-me alguma pergunta?
- Não… Não tenho nada a ver com o assunto… Obrigada por me teres contado o que se vai passar… -
disse ela evitando olhar para ele, sentindo-se inevitavelmente triste por saber que na manhã seguinte à festa iria ficar definitivamente afastada de Tom.

- Podes perguntar o que quiseres… - disse Tom deixando-a à vontade.
- Eu sei… - disse Miss K. E não aguentando não fazer um comentário, acrescentou - É incrível como isso já está tudo tão planeado, como se fosse uma encenação digna de Hollywood… Mas nós estamos em Hollywood… Não me devia espantar tanto!
- Isto sempre foi uma encenação… Começou como uma, termina como uma…
- Tens razão… -
disse Miss K. E sem conseguir resistir à pergunta, acrescentou – … E nós? Como é que ficamos quando tu deixares de morar nesta casa?
- Como sempre ficámos antes de morarmos nesta casa! -
respondeu Tom com naturalidade.
- Quando é que eu te posso ver? Calculo que deixes de vir até cá e que seja perigoso ir muitas vezes ter contigo ao hotel… Vamos acabar por nos ver somente em tribunal, e sem podermos estar juntos por causa de olhares indiscretos…
- Havemos de nos encontrar como antigamente… O que torna tudo ainda mais picante! -
disse Tom sorrindo de forma atrevida ao mesmo tempo que lhe piscava o olho.
- Sim…

Miss K não queria voltar ao antigamente. Não queria voltar à distância e às interrogações e dúvidas sobre o dia de amanhã. Mas como dizê-lo a Tom se ele parecia excitado com a ideia de ter distância de si? Como explicar-lhe que depois dos dias que tinha passado na companhia dele, ia sentir a sua falta de forma excruciante? Ia procurá-lo pela casa, nem que fosse simplesmente para olhar para ele, falar com ele, abraçá-lo, senti-lo por perto. Tinha-se habituado a fazê-lo todos os dias, e agora não sabia como voltar a um tempo em que a sua ligação com Tom era única e exclusivamente ocasional, sem qualquer tipo de relacionamento. Como dizer-lhe que queria mais dele, quando ele parecia feliz por querer menos de si? Sentia uma ponta de arrependimento por não ter aproveitado melhor o tempo que tinham passado juntos debaixo daquele tecto. Não o queria imaginar de volta aos seus costumes de playboy, sem responsabilidades ou receios de magoar quem quer que fosse.

- Não vou para o fim do mundo! – disse Tom a rir – Não precisas ficar triste… Vou estar na mesma cidade que tu, mas hospedado num sitio diferente!
- Eu sei… -
disse Miss K querendo esconder a sua tristeza, mas percebendo que tal era difícil – Mas vai ser difícil para mim…
- Vais ver que não será assim tão difícil!
- Talvez… -
disse Miss K sabendo que lhe iria ser muito custoso, mas percebendo que Tom não conseguia sequer imaginar o quanto.

- A não ser que estejas assim tão desejosa de me meter as mãos em cima… - disse Tom humedecendo os lábios em luxúria.
- Não… Nem por isso… - disse Miss K sem conseguir conter um sorriso atrevido que dizia exactamente o oposto.
- Eu acho que estás… - disse Tom sentindo-se picado e intrigado com o sorriso dela.
- É fruto da tua imaginação…
- Tens razão… Tu não estás somente desejosa de me colocar as mãos em cima… Estás desejosa de te colocar totalmente em cima de mim, certo?
- Vês como me percebes… -
disse Miss K para o picar ainda mais.
- E eu como sou simpático, era bem capaz de te deixar…
- Que simpático! Como é que consegues ser tão generoso?
- Não sei… Deve ser um dom… -
disse Tom a rir.

- E tu? Vais sentir saudades minhas? Vais ficar desejoso de me pôr as mãos em cima também? – perguntou Miss K curiosa por saber se Tom sentiria saudades suas.
- Claro que sim! - respondeu Tom de forma automática.
- Não precisas mentir…
- Não estou a mentir!
- Então não estás a dizer toda a verdade!
- Já me conheces assim tão bem? –
perguntou Tom espantado – Estou tramado contigo…
- Conheço-te melhor do que julgas…

- Eu vou sentir a tua falta… -
disse Tom pensando numa maneira simpática de dizer aquilo que queria dizer – Mas também me vai saber bem estar sozinho… Há muito tempo que não estou, e sinto falta de ter o meu espaço…
- Espaço de todos em geral, ou de mim em particular?
- Tu também fazes parte do todos em geral!
- Desculpa… Por momentos pensei que eu não fosse parte do todo e tivesse direito a um lugar especial… Pensei que a relação que manténs comigo fosse diferente da que manténs com os outros… Erro meu! –
disse Miss K ficando triste.
- Claro que és especial… Mas neste momento gostava de ter o meu espaço… - disse Tom tentando justificar-se – Sinto falta de estar na minha casa, no meu canto… Não que aqui não me sinta à vontade, mas é diferente…
- E estar num hotel vai-te fazer sentir em casa?
- Os hotéis são como segundas casas para mim… Estou tão habituado à cama deles, como à minha! Ouve K… Não é nada contra ti, apenas não desgosto da ideia de ir para outro sitio onde possa estar mais à vontade e ter alguma privacidade…
- Eu percebo… Mas eu gostava de saber que mesmo nesse outro sítio, tu gostarias de me ter ao teu lado, e que como é impossível isso acontecer, que vais sentir saudades minhas…
- Vamos continuar a ver-nos!
- Tom… Eu tenho saudades tuas neste preciso momento, e tu estás à minha frente! –
disse Miss K sentindo um turbilhão de emoções tomar conta de si.
- Hãh?! Porquê? Como? – disse Tom sem perceber.
- Eu sei que sou demasiado romântica para ti, mas o facto de te ter à minha frente todos os dias e ser incapaz de te tocar e de estar contigo à vontade não me satisfaz… Preciso de mais… Vou sempre precisar de mais quando se trata de ti…
- Sim mas daí a teres saudades…
- De te tocar, de te beijar, abraçar, ouvir dizer o quanto me desejas, sentir as tuas mãos… Tenho saudades de imensas coisas… Pensei que tu também pudesses ter saudades disso, nem que fosse do meu cheiro, dos meus beijos, do meu corpo…
- E tenho… Mas ao mesmo tempo…

- Ok, já percebi! -
disse Miss K sentando-se na espreguiçadeira, farta de o ouvir. Cada palavra que ele dizia magoava-a e fazia-la sentir-se estúpida por o desejar e querer tanto quando ele não parecia sequer importar-se com a distância que os ia consumir dali por diante – O que queres é mesmo espaço… De mim e de todos! Não te precisas de preocupar porque agora quando fores para o hotel vais ter o espaço todo que quiseres… Eu e as minhas saudades sobreviveremos, não te preocupes!
- Não fiques assim comigo… -
pediu Tom ao ver Miss K vestir o vestido que tinha pousado na espreguiçadeira do lado – Não faças um drama acerca disto!
- Aí está outra coisa da qual não vais precisar de ter saudades… Dos meus dramas! –
disse Miss K levantando-se, sendo seguida por Tom que se colocava à sua frente impedindo-a de passar para o interior da casa. Miss K parou e olhando-o nos olhos disse – Há quanto tempo é que nos conhecemos? Há já algum… Não precisas de fingir-te incomodado pelo facto de eu desejar ser mais para ti do que aquilo que sou… Nem precisas de fingir que eu sou mais do que a tua one night stand preferida, podes-me dizer a verdade, eu aguento… Não vais sentir saudades minhas? Olha que pena… Quem fica a perder és tu!
- Eu vou sentir saudades tuas, mas não vai ser nos primeiros dias… -
disse Tom percebendo que ela estava a perder a paciência – Nos primeiros dias o espaço vai-me saber bem…
- E eu começo a pensar que a mim também… -
disse Miss K reiniciando a sua marcha, passando por Tom para entrar em casa e recolher-se no seu quarto.
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MensagemAssunto: Re: [FF] - Kampf der Liebe   [FF] - Kampf der Liebe - Página 18 Icon_minitimeDom Nov 20, 2011 9:09 pm

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[FF] - Kampf der Liebe - Página 18 185hd

- Tom Kaulitz! – gritou o assistente de Juiz.

Tom levantou-se e respirando fundo encaminhou-se até ao banco das testemunhas onde foi interpelado pelo assistente de Juiz para jurar que diria somente a verdade e nada mais que a verdade. Tom realizou o juramento e sentou-se no banco que lhe estava destinado. Olhou para o grande júri e sentiu-se estranhamente nervoso por estar ali sentado e ter de falar sobre a sua vida privada perante um vasto grupo de estranhos. Olhou para Bill, que se encontrava sentado na audiência, e sentiu-se um pouco mais forte, mas ainda assim debilitado.

- Conte-nos em que circunstância conheceu a arguida… - pediu o Juiz.
- Conheci-a num bar quando estava algures em tour com os Tokio Hotel… Não falámos muito, não sabia nada sobre ela quando nos envolvemos…
- Quando se envolveram? –
perguntou o Juiz querendo que Tom desse pormenores do tipo de envolvimento entre eles.
- Sim… Quando passámos a noite juntos…
- O que o senhor quer dizer é que se envolveram fisicamente nessa noite? -
esclareceu o Juiz para que ficasse bem claro.
- Sim… Só nessa noite… Fomos para o meu quarto de hotel e passámos a noite juntos… Embora ela não tenha literalmente passado a noite comigo, se é que me faço entender…
- Sim, estou a perceber o que está a dizer… -
disse o Juiz – Vocês envolveram-se fisicamente e depois cada um seguiu o seu caminho!
- Exacto! –
disse Tom feliz por não ter de entrar em pormenores – Na altura eu não sabia que ela era sobrinha do Mercier, foi apenas uma miúda que conheci na noite, que me atraiu e que quisemos estar juntos… Mais tarde vim a saber que ela estava envolvida num esquema para me difamar a mim, ao meu irmão e à nossa banda… E que o nosso encontro e o jogo de sedução dela não tinham sido obra do acaso…
- Que esquema? –
perguntou o Juiz.
- O esquema consistia em lançar um boato de que eu consumia drogas… Na noite em que nos envolvemos ela plantou provas falsas contra mim no quarto onde estava hospedado e tirou fotografias para usar como prova… Sei inclusive que ela planeava colocar droga nas minhas guitarras para que o boato fosse mais credível e o escândalo viesse a público numa das viagens da banda…
- Como soube de tudo isso?
- Através da cúmplice dela… -
disse Tom fitando as suas mãos com algum nervosismo. Falar de Miss K era algo demasiado intimo e complicado de fazer em público – Ela não tinha planeado tudo sozinha, aliás, os planos dela vêm da mente maléfica do tio que queria mais um trunfo para utilizar contra o meu irmão, para o caso dele não querer aceitar o contrato que lhe era proposto… A ideia dele era forçar o meu irmão a assinar o contrato… Caso ele o negasse, tinha um trunfo na mão…
- Mas o seu irmão assinou o contrato… Porquê continuar com o tal esquema?
- Porque o meu irmão o desafiou… Ele não tem medo de cobardes!
- Meritíssimo… -
levantou-se imediatamente o advogado de Paige e Mercier.
- Sr. Kaulitz, este tribunal não aceita ser utilizado como um veículo para o senhor ofender ninguém! – disse prontamente o Juiz.
- Peço desculpa… Foi mais forte do que eu! – disse Tom com um ar falsamente inocente – O que eu queria dizer é que o meu irmão fez frente às ameaças do Mercier, e ainda lhe roubou o seu bem mais precioso: a Nicky Fuller… O Mercier nunca será capaz de digerir o facto da Nicky não querer nada com ele… Por isso, resolveu levar o plano em frente, e usá-lo assim que tivesse uma oportunidade!
- Sr. Dr. Juiz… -
entreviu o advogado de Tom – Peço-lhe que tome em consideração as provas que apresentamos das fotos que a Menina Paige tirou… Todas elas fabricadas com o intuito de denegrir a imagem do meu cliente e da sua banda!
- Serão tomadas em consideração! –
disse o Juiz, e virando-se para o Tom acrescentou – E essa cúmplice da Menina Paige, a Menina Keri, como é que ela entra nesta história?
- A Keri entra nesta história para me prender aos encantos dela e me manter por perto… A K é uma miúda lindíssima, elas sabiam que eu não lhe iria resistir… Era só uma questão de tempo… -
confessou Tom – Ela começou a enviar-me postais, e-mails… Quando dei por mim já estávamos a falar ao telefone e a combinar encontros para nos conhecermos pessoalmente…
- Sr. Dr. Juiz… Srs. Jurados… -
entreviu o advogado de Tom novamente – Junto também vos apresentei os e-mails que foram trocados entre o meu cliente e a Sra. Keri para que possam comprovar como ela fazia de tudo para aliciar o meu cliente e mantê-lo por perto…
- Ela estava sempre ao corrente da minha agenda, o Mercier tinha acesso a ela por causa do relacionamento do meu irmão com a Nicky e partilhava-a com a sobrinha, que mais tarde planeava uma forma de chegar até mim através da K… -
continuou Tom a contar.
- Então chegou a conhecer a Menina Keri? - perguntou o Juiz querendo perceber melhor aquela história.
- Muito bem… - confessou Tom, olhando para Bill tentando recolher forças para se relembrar de todo o seu passado atribulado com Miss K – Quando nos conhecemos pessoalmente gostámos da companhia um do outro e fomos mantendo uma relação ocasional… No inicio patrocinada pela Paige…
- No inicio?
- Sim… A K sempre me tentou proteger da Paige e do Mercier… Ela gostava de mim, não queria que nada de mal me acontecesse, por isso fazia de tudo para que a Paige não chegasse até mim…
- Mas ela chegou… -
comentou o Juiz.
- Sim… Nas costas da K… A Paige percebeu que a K estava demasiado envolvida comigo e aproveitou para fazer a jogada nas costas dela… Na verdade, a K foi apenas uma distracção para me manter ocupado e tornar a jogada da Paige mais fácil… A K contou-me que quando ela e a Paige se zangaram, a Paige lhe confessou que ela era apenas um peão neste jogo… O verdadeiro esquema não a envolvia a ela, ela era só alguém que ia servir para me magoar, magoando-me a mim, magoava o meu irmão… Enquanto isso, e estando eu distraído, a Paige seria capaz de ir pelas costas e fazer aquilo que tinha de ser feito, ou seja, plantar as provas contra mim….
- Esta história é muito confusa… -
disse o Juiz pensando em voz alta - Então o Sr. só conheceu a Menina Paige, depois de já estar envolvido com a Menina Keri?
- Sim… Muito tempo depois… E só passado outro tanto é que soube que elas vinham a mando do Mercier…
- Como é que pode ter tanta certeza? –
perguntou o Juiz.
- Está a gozar comigo?! – perguntou Tom muito espanto e vendo o Juiz cerrar-lhe os olhos como se estivesse ofendido, acrescentou – Peço desculpa… Não foi minha intenção ofendê-lo… A Paige é sobrinha do Mercier, ela disse à K que estava a lutar por um lugar na empresa do tio e uma soma avultada de dinheiro, e que este esquema tinha sido a porta aberta para isso… Sabe como é, zangam-se as comadres, sabem-se as verdades!

- Muito bem… -
disse o Juiz meditando sobre o assunto – … A acusação quer fazer alguma pergunta?
- Sim… -
disse o advogado de Tom levantando-se – Sr. Kaulitz, tirando as razões óbvias, que outras razões teria a Menina Paige para lhe querer tanto mal?
- Que eu saiba nenhuma… Nunca a tinha visto na vida! –
respondeu Tom.
- E que razões teria a Menina Keri para se aproximar de si da forma que se aproximou com os conhecimentos acerca da sua pessoa que tinha? Seria possível uma fã da sua banda saber as informações que ela sabia? – perguntou o advogado.
- Não… É possível saber muita coisa, mas não tudo o que ela sabia! Mas a K nunca foi um problema para mim, ela fez o que podia para me manter longe dos Mercier, às vezes à custa de muito sangue, suor e lágrimas… A Paige é que planeou e executou tudo sozinha… A K foi só mais uma distracção…


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *


- Queira dizer-nos como conheceu o Sr. Kaulitz e a Menina Paige… - pediu o Juiz a Miss K que se encontrava petrificada no banco das testemunhas.
- Conheci a Paige quando trabalhava num café perto de casa dela… Ela era cliente habitual, e um dia combinámos encontrar-nos a seguir ao meu expediente e acabámos por ficar amigas… Pensava eu… – respondeu Miss K suspirando – O Tom… Conheci-o pessoalmente antes de ele iniciar a tour Europeia com os Tokio Hotel… ele estava em Londres para ver o palco e o guarda-roupa que tinha sido criado para o espectáculo e eu fui ter com ele ao hotel onde ele estava hospedado, mas antes disso já falávamos por e-mail e telefone… Fui eu quem começou a procurá-lo enviando-lhe mensagens para os hotéis onde estava hospedado… Depois criei-lhe um endereço de e-mail para que pudéssemos falar por escrito… Até então não sabia se as minhas mensagens chegavam ao destinatário e se ele lhes dava alguma atenção…
- Quais eram as suas intenções para com o Sr. Kaulitz? –
perguntou o Juiz.
- Por pior que isto possa soar… - disse Miss K olhando para Tom sentado ao lado do seu advogado, com um nervosismo atroz que não a deixava manter as mãos quietas por um segundo que fosse – A minha intenção era brincar com ele… Mas saiu-me o tiro pela colatra….
- Explique-se melhor… -
pediu o Juiz.
- A Paige não gostava dele, eu também não lhe tinha nenhum amor em especial… Ela sugeriu-me tentarmos aproximar-nos e ver até onde conseguíamos ir, gozar um pouco com a cara dele e no caminho fazer alguns estragos… Em circunstâncias normais não teria aceite, mas ela disse-me que havia alguém interessado em pagar-nos uma boa quantia de dinheiro para que o fizéssemos, e eu precisava do dinheiro com alguma urgência e aceitei… As coisas ficaram complicadas quando ela me revelou que o plano envolvia droga… Pior ainda quando… - disse Miss K fazendo uma pausa para olhar para Tom que a observava com toda a atenção.
- … Quando? – perguntou o Juiz, obrigando-a a continuar o seu raciocínio.
- Quando… Conheci o Tom pessoalmente e me apaixonei perdidamente por ele… - disse Miss K por entre um longo suspiro, olhando uma vez mais para Tom para o ver desviar o olhar de si – Como é que eu ia ser capaz de o magoar quando tudo o que eu queria era protegê-lo e amá-lo? Não fui capaz… Bastou conhecê-lo pessoalmente para saber que nunca seria capaz de fazer tamanha crueldade a alguém… Continuei com os esquemas da Paige a início por ser uma maneira de estar próxima dele… Mentia à Paige sobre tudo o que acontecia entre nós para que ela pensasse que ele estava na minha mão… Aos poucos fui moldando o jogo a meu favor… Aproximando-me mais do Tom, e afastando a Paige cada vez mais, mas ela desconfiou… Como é que eu podia esconder algo tão forte dentro de mim? Tentei apelar ao bom senso dela, fazer-lhe ver que o Tom era uma pessoa boa e que não merecia ser alvo de uma brincadeira e de uma vingança tão suja… Nada que eu dissesse a convencia do contrário, ela estava disposta a levar tudo até ao fim…

- Então no fundo a Menina aproximou-se do Sr. Kaulitz com a intenção de o envolver nesse escândalo das drogas, mas acabou por não atentar contra a sua pessoa? –
tentou esclarecer o Juiz.
- Pelo contrário, fiz tudo o que podia para o proteger dos Mercier… Mas um dia foi inevitável…
- O que aconteceu nesse dia? –
perguntou o Juiz.
- O Tom estava em tour em Zurique… - disse Miss K recordando-se do dia em que o seu coração tinha sido apunhalado brutalmente pela sua suposta melhor amiga, sentindo os seus olhos querem ceder às emoções sombrias desse dia – Recebi uma mensagem da Paige a provocar-me…
- Mensagens essas que se encontram na posse do Sr. Dr. Juiz… -
disse o advogado de Tom, que queria fazer questão que aquele pormenor não passavam ao lado da lei – Mensagens, e-mails, fotografias… Tudo na sua posse…
- Já sabemos Sr. Dr… -
disse o Juiz impacientemente, virando-se para Miss K de seguida – Continue…
- E depois da primeira mensagem, chegou outra… E outra… -
disse Miss K fazendo uma pausa, virando a cara de lado para tentar conter as lágrimas.
- E o que diziam essas mensagens? – perguntou o Juiz.
- Eram provocações dela, com fotografias do Tom a dormir numa cama de hotel… Ela quis esfregar-me na cara que tinha ido para a cama com ele e que tinha feito o trabalho sujo por mim… E às minhas custas… No primeiro encontro que tive com o Tom, ele estava vendado… Tudo o que conseguia fazer era cheirar-me e sentir-me… O perfume tinha sido escolhido propositadamente para o perturbar, e com ele um batom vermelho com o qual o marquei antes de me ir embora… Eram essas as minhas imagens de marca… Foi assim que ela usou para o aliciar nas minhas costas… O meu perfume e o meu batom… Foi tudo programado ao pormenor… Ela sabia que o Tom não ia resistir quando a visse… - disse Miss K limpando a primeira lágrima fugidia que escorria dos seus olhos.

Tom respirou fundo e fechou os olhos por um momento. Recordava-se perfeitamente daquele primeiro encontro, melhor do que da sua noite com Paige. Nunca se iria esquecer daquela Miss K feroz e destemida que tinha usado e abusado do seu corpo deixando-o louco de desejo e à espera de mais. Olhou para ela no banco das testemunhas e viu uma Miss K totalmente diferente, alguém magoado pelo passar do tempo, da malvadez de quem lhes queria mal, das suas constantes lutas pelo amor. Passou as mãos pelos olhos e sentiu saudades desses tempos longínquos em que tudo parecia calmo e em paz, em que era genuinamente feliz quando estava ao lado dela.

- E depois? – perguntou o Juiz.
- Depois nunca mais fui capaz de olhar para a cara da Paige… - disse Miss K com o coração nas mãos – Tentei fingir-me de amiga dela porque sabia que era a única maneira de proteger o Tom, e mais que nunca ele precisava de alguém por dentro do esquema, para antever o que ia acontecer, mas não fui capaz… A Paige já não confiava em mim…. Optei por contar a verdade ao Tom, percebendo que era a única maneira de ele se proteger…. Pelo menos da verdade que eu sabia até àquele momento… Eu e o Tom afastámo-nos definitivamente quando ele descobriu que ela era sobrinha do Mercier e que vinha a mando dele… Depois disso virei costas à Paige, já tinha perdido o Tom, já tinha perdido aquela que julgava ser a minha melhor amiga… Não estava ali a fazer nada… Foi numa discussão que tivemos que ela me contou a verdade…
- E qual é a verdade? –
perguntou o Juiz.
- Que se tinha aproveitado de mim… Que nunca tinha sido verdadeiramente minha amiga, apenas me mantinha por perto à espera do dia em que eu lhe fosse ser útil… Ela escolheu-me única e exclusivamente pelo meu aspecto físico… Ela sabia que eu seria capaz de chamar a atenção do Tom… A intenção dela era que eu me aproximasse dele e abrisse portas para que ela pudesse fazer o que tinha de ser feito… Ela disse que sabia que eu seria incapaz de seguir com o planeado, mas que seria capaz de fazer com que o Tom ficasse bem magoado ao descobrir que eu estava com ele só por interesse… - disse Miss K parando para beber um copo de água e acalmar o seu batimento cardíaco evitando ao máximo olhar tanto para Tom como para Paige – E tinha razão… Eu magoei-o muito quando lhe contei o que se estava a passar nas costas dele… Pensei que nunca mais o fosse ver… Pensei que o tinha perdido para sempre…
- Então e o que é que aconteceu depois? O Sr. Kaulitz e a Menina seguiram caminhos diferentes, a Menina e a Menina Paige também… - começou o Juiz por dizer, seguindo uma linha de raciocínio.
- Não foi bem assim… - disse Miss K respirando fundo – Eu e o Tom afastámo-nos e seguimos caminhos diferentes, sim… Mas eu e a Paige não! Ela disse-me que se eu estava do lado do Tom, automaticamente estava contra ela, e que me ia fazer a vida negra… E foi o que fez…
- Então foi nesta altura que começaram as ameaças? –
perguntou o Juiz.
- Sim… Primeiro só a mim, depois a envolverem a minha família…
- Meritíssimo… -
começou o advogado de Tom por dizer.
- Já sei Sr. Dr…. – disse o Juiz fazendo sinal para que o advogado nem se levantasse – Temos as provas todas connosco… - e virando-se para Miss K perguntou – Alguma vez sentiu que a sua vida corria risco?
- A partir do momento que recebo órgãos ensanguentados pelo correio e mensagens escritas a sangue… É um bocado inevitável ter receio que a minha vida esteja em risco… -
respondeu Miss K – Ela mantinha-me debaixo de olho a par e passo… Eu sabia que era seguida de casa para a faculdade, da faculdade para o trabalho, e do trabalho para casa, mesmo que saísse do trabalho à uma da manhã! Ela mandava-me sempre uma actualização das minhas rotinas...

- Como é que o seu caminho se cruza novamente com o do Sr. Kaulitz? –
perguntou o Juiz.
- Eu procurei-o quando comecei a temer pela minha vida… - disse Miss K olhando para ele, vendo-o entristecido e dorido por recordar tudo aquilo pelo qual tinham passado juntos – Senti que estava na hora de fazer alguma coisa e travar a Paige de uma vez por todas… Contactei-o e voltámos a encontrar-nos… Eu tinha as provas suficientes para provar que andava a ser ameaçada, mas também tinha provas sobre os esquemas que ela tinha desenvolvido para o difamar a ele e à banda dele… Pensei que o pudesse ajudar se ele estivesse disposto a ir a tribunal… Foi nesse momento que ele me disse que já o estava a fazer, e decidimos juntar-nos novamente, desta vez em busca de justiça….

- Muito bem… Estou esclarecido… -
disse o Juiz, conferenciando com os seus assistentes por uns segundos – A acusação deseja fazer alguma pergunta?
- Não Meritíssimo… -
respondeu o advogado de Tom - Acho que a Menina Keri deixou bem claro a falta de escrúpulos e carácter desta família e as provas falam por si… Todas elas são confissões de que tudo o que o Sr. Kaulitz e a Menina Keri disseram é verdade… Só queremos que seja feita justiça!
- Defesa? –
perguntou o Juiz.
- Vou aproveitar… - disse o advogado de Paige levantando-se com todo o seu ar teatral, chegando-se perto dela para com um sorriso lhe perguntar – … Que relação mantém com o Sr. Kaulitz?
- Somos amigos… -
disse Miss K sentindo um nervosismo ainda maior tomar conta de si, sabia que ia ser posta a prova e que tudo o que dissesse ia pesar contra si.
- Só amigos? – perguntou o advogado por entre um sorriso jocoso e um piscar de olhos – Duas pessoa com um passado tão fervoroso, encontram-se depois de tanto tempo e são… Amigos?
- Sim…
- Então não estiveram juntos intimamente desde que se voltaram a reencontrar?
- Isso não lhe diz respeito! –
disse Miss K sentindo-se ofendida com a pergunta.
- Sr. Dr. Advogado, não vejo o interesse da sua pergunta… - comentou o Juiz querendo que ele fosse ao cerne da questão.
- Tem razão… De qualquer das formas a Menina Keri acabou de responder à pergunta pela forma agressiva como o fez… Claro que a vossa amizade é colorida… Sempre foi, não é verdade? – disse o advogado de forma sarcástica e sem tirar o sorriso do rosto.
- Sr. Dr…. – disse o Juiz numa voz autoritária, não dando autorização para que o advogado se prolonga-se muito mais sobre aquele assunto.
- Desculpe… - disse o advogado de Paige virando-se para o Juiz – Eu só queria perceber se a Menina Keri continua perdidamente apaixonada pelo Sr. Kaulitz como no dia em que o conheceu… Só para perceber esta ligação estranha entre eles, e como ela pode vir a afectar este julgamento…
- Responda Menina Keri… -
pediu o Juiz.
- … Sim… - disse Miss K de forma tímida, evitando olhar para Tom.
- Sim, o quê? – perguntou o advogado – Queremos que fique registado!
- Sim, continuo apaixonada pelo Tom…
- Ao ponto de ser capaz de vir para este banco dizer o que for preciso para o salvar?
- Não!
- A Menina disse que seria capaz de fazer de tudo para o proteger… Por amor!

- Cabrão!!! –
disse Tom entre dentes.
- Calma… Ele só está a tentar deixá-la fragilizada e nervosa… - disse-lhe o seu advogado em surdina – Já sabíamos que ia ser assim… Ela está preparada para isto…
- Aguenta-te K, por favor! –
disse Tom praticamente em surdina como se lhe quisesse dar força para o que a esperava.

- Eu não preciso de mentir pelo Tom, nem por ninguém! – disse Miss K de forma destemida – Tenho provas de tudo aquilo que digo… A melhor maneira de proteger o Tom neste momento é contando a nossa história e pedindo auxilio a este tribunal!
- Que bonito! Está mesmo apaixonada! –
disse o advogado a sorrir – Só queria esclarecer isso, porque o Sr. Kaulitz disse que a Menina não tinha passado de uma distracção…

- Filho da puta!!! –
disse Tom contorcendo-se na cadeira em raiva.
- Calma… - pediu o advogado – Não perca a cabeça porque é pior!

Miss K olhou para Tom e sentiu uma dor tomar conta do seu peito. No fundo era verdade, ela nunca tinha sido mais do que uma distracção para Tom. O olhar dele parecia repleto de raiva e dor, mas a dor dele nunca seria capaz de ser semelhante à sua, àquela que brotava de forma esmagadora do seu coração e a submetia às maiores torturas que alguma vez tinha vivenciado por amor.

- É verdade… - disse Miss K praticamente de forma inaudível.
- Desculpe, disse alguma coisa? – perguntou o advogado a Miss K, uma vez que não tinha ouvido bem aquilo que ela tinha dito.
- Eu disse que é verdade! – repetiu Miss K alto e em bom som – Eu fui uma distracção para o Tom…
- Ok, assim estamos esclarecidos… A Menina quis brincar com ele, mas quem acabou por brincar consigo, foi o Sr. Kaulitz!
- Sr. Dr. poupe-nos esse tipo de ironia e maldizeres! –
alertou o Juiz.
- Sim Meritíssimo! – assentiu o advogado imediatamente – Quero só fazer-lhe mais umas perguntinhas… Alguma vez atentaram contra a sua integridade física desde que começou a receber ameaças?
- Não…
- Nunca lhe tocaram com um dedo que fosse?
- Não… Mas aterrorizaram-me e fizeram-me viver sobre medo constante, e isso é ainda pior!
- Acha que sim?
- Tenho a certeza! –
disse Miss K de forma confiante e batalhadora.
- Bem, se o diz… - disse o advogado não dando grande importância – Mas a verdade é que nunca sofreu qualquer dano físico ou material resultante de nenhuma ameaça… Podemos dizer que foi somente uma brincadeira!
- Não, não podemos! –
disse Miss K sem hesitar.
- Ok, foi de mau gosto, mas foi uma brincadeira… - acrescentou o advogado.
- Não vale a pena estarmos a discutir isso… - disse Miss K - O Juiz está aqui para decidir isso por nós… Pode passar à próxima pergunta…

- Incha porco!!! –
disse Tom entre dentes, contente por Miss K se estás a portar à altura.

- A Menina sabe que será indiciada como cúmplice da Menina Paige, não sabe? – perguntou o advogado.
- Sim… E? – perguntou Miss K sem paciência para as provocações do advogado.
- É só para que tenha plena noção disso… Não nos podemos esquecer que foi a Menina Keri que aliciou o Sr. Kaulitz até às teias dos Mercier! Não é tão inocente como se está a fazer passar neste tribunal!
- Sr. Dr. Advogado, se continuar a fazer insinuações desse tipo terei de o mandar sentar! –
disse o Juiz chateado com a forma como o advogado de Paige gozava e provocava a testemunha.
- Desculpe… Tenho somente mais uma pergunta para a Menina Keri… Ou para a Miss K como gosta de ser chamada… - disse o advogado contente por poder provocar Miss K sem que o Juiz se apercebesse da densidade da provocação – Estou curioso para saber o que foi feito do dinheiro que ganhou ao levar o Sr. Kaulitz até à Menina Paige? Fez algum investimento? Com a soma avultada que ganhou, deve estar bem na vida… Ouvi dizer que até deixou o seu trabalho recentemente…
- Fiz sim, um bom investimento! –
disse Miss K com um sorriso nos lábios, sabendo que o advogado tinha acabado de cavar a sua própria sentença.
- Quer partilhar connosco? – pediu o advogado de Paige enquanto se encaminhava de regresso para a sua cadeira – Ouvi dizer que nem tentou devolver o dinheiro… Deve ter-lhe dado jeito!
- Muito! –
disse Miss K esperando que o advogado se sentasse para continuar – Foi integralmente transferido para uns orfanatos que desde sempre tive em mente ajudar… Não sei se o Sr. Dr. sabe, mas eu vivi num orfanato quando era criança, e sempre tive vontade de retribuir aquilo que eles fizeram por mim… Nada melhor do que aproveitar esse dinheiro… Bem sei que é dinheiro sujo, mas garanto-lhe que entregue nas mãos que foi, ficou bem limpinho!

- Engole!!! –
disse Tom com um sorriso radioso nos lábios, olhando para Miss K com um sentimento de vitória esplendoroso.


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *


- Estiveste muito bem hoje! – disse Tom aproximando-se de Miss K que se encontrava na sala a relaxar e ver televisão.
- Obrigada… - respondeu ela olhando para ele com um sorriso ténue nos lábios, voltando a centrar as suas atenções para a televisão.
- Queres uma? – perguntou Tom, erguendo a cerveja que trazia na mão.
- Não, obrigada…

Tom sentou-se no sofá e perante um silêncio constrangedor foi bebendo a sua cerveja e vendo um pouco de televisão. A casa estava silenciosa, toda a gente se encontrava nos seus quartos, apenas Nathalie lhes fazia companhia adormecida no sofá ao lado. Tom olhou para Miss K e percebeu que ela fazia por o ignorar. O ambiente entre eles estava estranho já há alguns dias. Tinha perdido a capacidade de seduzi-la por palavras, apenas o seu corpo era capaz de o fazer quando a procurava de forma esfomeada. Vê-la sentada no banco das testemunhas naquela tarde tinha sido muito complicado, principalmente perante as provocações da defesa. Relembrar tudo aquilo que tinham vivido juntos, era até certo ponto doloroso. Porque é que se sentia tão distante dela quando ela estava ali, sentada a seu lado, receptiva à sua atenção? Tudo o que precisava de fazer era tocar-lhe no coração uma vez mais e tinha a certeza que veria os seus olhos sorrirem para si. Porque é que as palavras de Gabi ainda ecoavam no seu interior? Palavras que lhe diziam para ser mais homem, mais responsável por Miss K, ou para deixá-la ser feliz com alguém que fosse capaz de o ser.

- Vou-me deitar… Ficas? – perguntou Miss K levantando-se do sofá assim que o programa que via acabou.
- Se isso for um convite, vou contigo! – disse Tom por entre um olhar malandro e um sorriso atrevido.
- Não, não é um convite… Só te estava a perguntar se ficas por causa da Nat, para saber se a acordo ou não…
- Ahh… -
disse Tom sentindo-se aparvalhado com o facto dela nem responder à sua picardia e levá-lo tanto a sério – Fico… Sim… Não te preocupes com ela que eu depois acordo-a para ela ir para a cama…
- Ok, então boa noite… -
disse Miss K de forma forçadamente natural, começando a encaminhar-se para o exterior da sala.

- K… - chamou Tom.
- Sim… - disse Miss K virando-se de frente para ele sentindo o seu coração parar com receio daquilo que ele lhe pudesse dizer. Sentia-se tão sensibilizada a ele naquele dia, que preferia manter-se distante com medo de sair ainda mais magoada.
- É impressão minha, ou passa-se alguma coisa?
- É impressão tua…
- Entre nós…. Não se passa nada? –
perguntou novamente Tom para que ficasse tudo esclarecido.
- Não Tom, entre nós não se passa mesmo nada… Há já muito tempo! – disse Miss K sem se conseguir controlar, arrependendo-se imediatamente do que tinha dito.
- É por causa disso que estás assim comigo? Porque não se passa nada entre nós há já algum tempo?
- Não…
- Porque se for podemos tratar do assunto… -
disse Tom piscando-lhe o olho.
- Eu sei, tu estás sempre disponível para tratar de qualquer assunto desse tipo… Acontece que eu não, e sinceramente não me apetece estar contigo neste momento, estou cansada e quero ir para cama…

- Pensei que tínhamos resolvido os nossos problemas da última vez que falámos…
- Pensaste mal…
- Então o que é que se passa agora? –
perguntou Tom cruzando os braços à espera do sermão.
- Nada... É que não se passa mesmo nada… - disse Miss K como se fosse a coisa mais óbvia do mundo – Nunca passei tanto tempo na tua companhia e nunca me senti tão longe de ti… Antigamente podíamos não nos ver muito, mas quando nos víamos aproveitávamos a nossa companhia ao máximo, éramos felizes, à nossa maneira mas éramos… Agora, passamos o dia juntos e eu sinto que sou totalmente dispensável para ti… Estar aqui, ou não estar é exactamente a mesma coisa… A não ser que estejas com vontade de te distrair e não haja mais ninguém disponível, aí sim, como segunda opção já percebi que sou óptima!
- É diferente… Antigamente quase não estávamos juntos, tínhamos de aproveitar o pouco tempo que tínhamos… Agora vivemos na mesma casa, temos o tempo a nosso favor e as coisas tornam-se mais chatas e rotineiras…
- Obrigada pela parte que me toca!!!
- É verdade! Mas, não te esqueças que em breve vou para o hotel… As coisas vão voltar ao que eram de antes…
- Nada é o que era…
- Parecido…
- Nem isso… -
disse Miss K com uma tristeza no olhar ao recordar os tempos em que se sentia a mulher mais feliz do mundo ao lado dele - … Vou dormir… Boa noite…

Tom ficou imóvel ao vê-la virar-lhe costas e procurar a escadaria que dava acesso ao piso dos quartos. Não sabia o que dizer, nem como reagir. Não sabia o que fazer para travar aquela mau estar que se tinha instalado entre eles, só sabia que tinha de tomar alguma atitude ou aquela bola de neve em breve tornar-se-ia numa mágoa profunda.
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MensagemAssunto: Re: [FF] - Kampf der Liebe   [FF] - Kampf der Liebe - Página 18 Icon_minitimeTer Nov 22, 2011 9:06 pm

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Abraçou-a com força e beijou a sua face de forma doce e já saudosa. Sentiu os braços de Nicky envolverem-no também e um longo suspiro pairar sobre o seu pescoço, provocando-lhe um arrepio. Estavam prestes a chegar. O início do fim, estava para breve.

- Pronta para o que der e vier? – perguntou Bill ao ouvido de Nicky, com medo que o motorista fosse capaz de os ouvir.
- Seja o que Deus quiser… - disse Nicky abraçando-o com ainda mais força – Adoro-te!
- E eu a ti meu pequeno furacão… -
disse Bill procurando os lábios dela para depositar um beijo longo, embora doce e inocente sobre eles.
- Desculpa tudo o que te disser e tudo o que se vai passar esta noite…
- Só espero estar à altura do desafio… -
disse Bill amedrontado, ao sentir o carro parar e o motorista sair do carro para lhes ir abrir a porta.
- Vai correr tudo bem… - disse Nicky beijando-o ternamente uma vez mais antes de ouvir a porta do carro ser aberta e colocar um ar altivo e impenetrável, como se estivesse de costas voltadas para o mundo.


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *


- Um brinde aos três da vida airada! Somos inseparáveis… – disse Tom erguendo o seu copo de encontro ao de Bill e Nathalie.
- Inseparáveis até que apareça alguém que te interesse mais, não é Tom? – disse Nathalie com um sorriso provocador para o picar.
- Elementar minha cara Nat! – disse Tom com um sorriso malandro, piscando-lhe um olho – Mas agora fora de brincadeiras, já repararam que é mesmo verdade? Os anos passam mas nós estamos sempre juntos… As pessoas à nossa volta vão mudando, mas nós os três somos sempre inseparáveis!
- Neste momento isso só acontece porque eu estou proibido de estar com a Nicky e com a Gabi… -
disse Bill bebendo um gole da sua bebida, olhando para Nicky Fuller que tentava mostrar-se entretida enquanto falava com Amber e Charlize Theron.
- E tu com a Nicky e a K… - disse Nathalie para Tom – E eu… Bem, eu não estou proibida de estar com ninguém, mas sou obrigada a estar com o Bill, o que vai dar ao mesmo!
- O que vale é que é só esta noite, se fosses obrigada a estar sempre com ele, não sei o que era de ti! –
disse Tom a rir, recebendo um olhar ameaçador de Bill – Descontrai… Está a correr tudo bem… Estás a precisar de uma bebida! – e bebendo de um só trago o que ainda restava no seu copo acrescentou – Vou buscar…


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *


- Então e quando é que trabalhamos de novo juntas? – perguntou Charlize Theron a Nicky.
- Quando surgir um projecto interessante, podes contar comigo… - disse Nicky com um sorriso nos lábios.
- Estou a estudar um guião muito interessante… Estou até com vontade de o produzir! Se for em frente com ele, gostava de te ter como a minha protagonista… Acho que aquele papel foi feito para ti! – disse Charlize – Só tu consegues dar-lhe aquela profundidade e naturalidade que lhe é pedida, é um papel muito exigente e que me cheira a um Oscar…
- Um Oscar?
repetiu Amber entusiasmada.
- Porque não? A história é densa e a nossa Nicky é actriz para isso! – disse Charlize, e reparando que Nicky parecia ausente e perdida a olhar para Bill, acrescentou em tom de brincadeira – Já estás com saudades dele?
- Não… -
disse Nicky sorrindo de forma triste, inclinando a cabeça para baixo ao mesmo tempo que a abanava em forma de negação.
- Hmmm… Não me pareces muito contente… - disse Charlize – Passa-se alguma coisa? Queres falar? Sabes que podes contar sempre comigo para tudo querida…
- Eu sei, obrigada… Mas está tudo bem… -
disse Nicky olhando discretamente para Bill novamente, mas de forma a que Charlize se apercebesse.
- Bem não está… Percebesse a milhas! – disse Amber desbocada como sempre, mas dentro de tudo o que se estava a passar e a querer ajudar a amiga na sua encenação – Esta coisa toda do Mercier está a consumir-te Nicky, não te podes deixar ir abaixo…
- Ohh… Eu li algo sobre isso… -
disse Charlize – De facto nunca conhecemos realmente as pessoas que temos ao nosso lado, pois não?
- Não… -
disse Nicky embargada na sua falsa tristeza, alimentando-se da sua tristeza real – O James enganou-me bem…
- Mas não vale a pena ficares assim… Acredita que a justiça será feita! –
disse Charlize.
- Sim… Além disso hoje é dia de festa, é para celebrar!!! – disse Amber.
- Têm razão… - disse Nicky por entre um sorriso tímido.

- E eu a pensar que estavas a ter problemas com o teu namorado! – disse Charlize em tom de brincadeira e ironia – Nem me lembrei que estavas com problemas bem mais graves que esse!
- Pois, antes fosse só isso… -
disse Nicky.
- Mas ele também não saí de ao pé daquela loira… - comentou Amber de propósito para provocar.
- É aquela amiga dele, a Nathalie… - disse Nicky como se não desse grande importância, nem a conhecesse muito bem.
- Pois, são sempre amigas… - comentou Amber revirando os olhos.
- Não vale a pena chateares-te por causa disso, temos é de aproveitar a festa… - disse Charlize tentando animar Nicky e afastar os pensamentos negativos que pairavam sobre ela de forma evidente.


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *


- Uff…. Já estou exausta de andar a correr de um lado para o outro e ainda agora a festa começou! – desabafou Nova aproximando-se de Gabi e Miss K.
- Vida de dona de casa de Hollywood é assim! Prepara-te! – disse Gabi a rir.

- Então e como é que estão a correr as coisas? – perguntou Nova querendo um resumo do que se passava no pouco tempo de pausa que tinha para si mesma.
- Parece estar a correr tudo bem… - comentou Gabi observando Bill e Nicky à distância.
- E a festa está a ser um sucesso? – perguntou Miss K com um sorriso no rosto.
- Acho que sim… Pelo menos vieram mais pessoas do que eu suponha que pudessem vir… - disse Nova, apercebendo-se nesse instante que Jost fazia-lhe sinal do outro lado da sala para que ela se juntasse a ele para cumprimentar alguns convidados – Tenho de ir… O David já me está a fazer sinal…
- Vai… -
disse Gabi a rir do ar desesperado dela.
- Boa sorte! – disse Miss K a rir antes de Nova sair de ao pé delas, e virando-se para Gabi sugeriu – Queres sentar-te um bocadinho?
- Ver as vistas? –
perguntou Gabi em tom de gozo.
- Porque não!
- Vamos…


Gabi e Miss K procuraram um sofá disponível e sentando-se começaram a falar animadamente sobre quem estava na festa e o que se passava à sua volta. Gabi reparou que Tom se dirigia até ao bar e fez sinal a Miss K para observar o ar feliz que ele exibia enquanto se passeava de um lado para o outro. Tom adorava festas e sentir-se no meio da sua espécie, acabava sempre por se tornar num Tom menos humilde e mais egocêntrico e vanglorioso. Uma vez no bar Tom manteve-se entretido numa troca sedutora de palavras e provocações com a barmaid que não escapavam nem a quem observava aquela interacção de longe. Gabi ria-se divertida com o ar de playboy dele, enquanto Miss K sentia o seu coração ser esmigalhado pela força opressiva de uma demolidora. Vê-lo a pôr em prática a sua arte de sedução com outra mulher, era demasiado violento para o poder suportar. Tom parecia fazer de tudo para lhe mostrar que estava a mais na sua vida, porque é que insistia em ficar perto dele e em magoar-se daquela forma? Até que ponto não estava a ser masoquista em procurar a sua auto-mutilação? Até quando o seu coração ia aguentar ser posto em segundo plano?

- De certeza que já está bêbado… - disse Gabi a rir.
- Ele não precisa de estar bêbado para ser assim…
- Também é verdade… Mas eu acho que ele já está alegre!
- E eu acho que sou muito estúpida em sentir-me incomodada com aquilo que ele faz ou deixa de fazer….
- Ohhh K… -
disse Gabi sentindo-se mal por lhe ter chamado a atenção para Tom. Devia saber que ele iria fazer algo que a magoasse – É difícil não nos sentirmos mal quando vemos a pessoa de quem gostamos com outra… Mas lembraste daquilo que te disse quando viemos para LA? O melhor trunfo que podes ter é mostrar-lhe que tudo isto te é indiferente e que és superior aos joguinhos dele… O melhor que podes fazer é aproveitares a festa, divertires-te e esfregares-lhe na cara que não precisas dele para nada!
- Isso é fácil de dizer…
- E de fazer também! –
disse Gabi decidida – Vais levantar esse rabo, e vens comigo até ao bar…
- Estás louca???
- Não… Vamos até ao bar pedir uma bebida, e quando ele se aperceber que estamos lá, tu ignora-lo como se ele não fosse ninguém para ti…
- Vou estar a morrer por dentro…
- Mas o que interessa é que ele não vai perceber nada disso e vai ficar a pensar no que é que tu andas a fazer para te estares tão nas tintas para ele…. Vá, anda… -
disse Gabi levantando-se do sofá, puxando-a por uma mão para a levar atrás.
- Agora?! – perguntou Miss K
- Sim, agora enquanto ele está no bar!
- Mas o meu copo ainda está cheio!
- Então estás à espera de quê para o beber? –
perguntou Gabi como se fosse a coisa mais natural do mundo. E chocando o seu copo de encontro ao de Miss K, bebeu também ela de um só trago todo o conteúdo que estava no seu próprio copo, fazendo uma careta devido ao sabor agressivo do vodka que acabava de ingerir – Agora anda…

Miss K não conseguia tirar os olhos de Tom e da forma como ele humedecia os seus lábios e sorria para a barmaid que o servia e que começava agora a preparar shots para eles os dois. A intimidade entre eles aumentava exponencialmente. Miss K começava a criar uma barreira à volta do seu coração para se proteger contra tudo o que via. Sentiu Gabi praticamente arrastá-la para a ponta oposta do bar e só quando parou junto do balcão é que se deu conta que tinha de parar de olhar para Tom e colocar o ar mais misterioso que conseguisse naquele momento.

- Posso ajudá-las? – perguntou o bartender, aproximando-se delas com um largo sorriso.
- Sim… - começou Gabi por dizer com um sorriso amistoso, enquanto pensava naquilo que ia querer beber.
- Qual é o cocktail mais alcoólico que tem? – pediu Miss K sobrepondo-se à voz de Gabi.
- O mais alcóolico? Hmmm…. – repetiu o bartender enquanto pensava.
- Não interessa qual é… É esse mesmo que eu quero! – disse Miss K.
- A ideia não é embebedares-te!!! – disse Gabi a Miss K abrindo-lhe muito os olhos – Tens de estar em controlo de ti mesma!
- E para si? –
perguntou o bartender a Gabi.
- Uma água, por favor… - respondeu Gabi.
- Ahh… E dois shots de vodka… Puro!! – acrescentou Miss K com um sorriso nos lábios.
- Estás louca??? – disse Gabi sem saber como controlar Miss K.
- Posso acrescentar um e pedir três? – perguntou uma voz estranhamente familiar vinda do lado de Miss K.
- Claro… - disse Miss K virando-se de seguida para a pessoa que estava ao seu lado para ficar sem reacção ao ver que se tratava de Leonardo DiCaprio.
- Peço desculpa pela intromissão, mas aproveito para me juntar a vocês… A não ser que esteja a incomodar e este seja um brinde a dois! – disse Leonardo de forma muito cavalheira.
- Não incomoda nada! – disse Gabi prontamente, apercebendo-se que Tom acabava de reparar que elas estavam bem acompanhadas, dando uma cotovelada discreta a Miss K.
- Nada mesmo! - disse Miss K ainda sem saber como reagir ao facto de estar perante a sua grande paixão de quando era criança.

- E vamos brindar a quê? – perguntou Leonardo enquanto via o bartender servir os shots de imediato antes de começar a fazer o cocktail e trazer a água.
- Porque não à felicidade? – sugeriu Gabi com um sorriso feliz nos lábios. Nada conseguiria deixar Tom mais intrigado do que ver Miss K com um homem bem mais poderoso do que ele.
- Acho que é sempre um brinde perfeito! – disse Leonardo pegando no seu shot, erguendo-o para junto do delas – À felicidade…

Gabi e Miss K ergueram o seu copo e brindaram com o seu novo amigo. Miss K parecia nem sentir o álcool arder pelo seu corpo, já Gabi não conseguiu evitar de fazer uma nova careta enquanto se sentia consumir por aquela chama intensa. Olhou de soslaio para Tom e percebeu que ele tinha deixado de estar tão interessado na barmaid como antigamente, o seu olhar descaía agora para elas e Leonardo DiCaprio.

- Já agora, eu sou o Leonardo… - disse ele com um sorriso animado no rosto.
- Keri…
- Gabi…
- Prazer em conhecê-las! –
disse ele.
- Deseja alguma coisa para beber? – perguntou o bartender aproximando-se novamente deles para entregar o pedido de Miss K e Gabi, e averiguar se Leonardo DiCaprio desejava algo.
- Isso é bom? – perguntou Leonardo a Miss K apontando para a bebida dela.
- Não sei… Nunca provei… - disse Miss K por entre um sorriso tímido.
- Posso? – perguntou Leonardo, pegando no copo dela pedindo permissão para beber.
- Força… - disse Miss K em estado de choque. Acreditar que ele estava ali era por si só incrível, vê-lo beber do seu copo, parecia ser um sonho.
- Hmmm… É muito bom… Quero um também! – disse Leonardo ao bartender, após provar a bebida – Mas só se vocês me fizerem companhia…
- Eu não posso… Mas a Keri ia adorar… -
disse Gabi prontamente.
- Ia? – perguntou Leonardo DiCaprio com um sorriso no rosto.
- Claro que sim… - respondeu Gabi percebendo que Miss K estava num transe profundo, e tentando acordá-la deu-lhe mais uma cotovelada discreta.
- Sim, sim… Claro que sim… - disse Miss K.
- Ainda bem… - disse Leonardo com um sorriso bem rasgado – Então como é que vocês conhecem os donos da casa?
- Eu trabalho com o Jost… -
disse Gabi, e olhando para o fundo da sala fingiu que alguém a chamava para os deixar a sós Ohh… Estão-me a chamar, volto já… Peço desculpa…

Miss K olhou para Gabi em pânico, recebendo um sorriso em retorno. Estava entregue a si mesma. Observou Gabi ir embora e sentindo-se corar olhou para Leonardo DiCaprio e sorriu sem saber ao certo o que dizer ou como reagir. Estava demasiado constrangida e eufórica para ser capaz de proferir uma frase eloquente.

- E tu? – perguntou Leonardo, com um sorriso demasiado sedutor para ser verdade.
- Eu sou só uma amiga…
- Não me lembro de alguma vez te ter visto… Acho que se nos tivéssemos cruzado me ia lembrar…
- Não, nunca me viu…
- Podes tratar-me por tu! –
disse ele recebendo a sua bebida e erguendo-a a Miss K com o intuito de fazer um novo brinde, e vendo Miss K erguer a sua bebida acrescentou – A novas amizades…
- A novas amizades… -
disse Miss K derretida pelo sorriso dele e ainda meia adormecida sem acreditar que aquilo estava realmente a acontecer.

- Queres ir comigo até lá fora? – sugeriu Leonardo depois do brinde ser feito.
- Claro… - disse Miss K não acreditando que ele pudesse ter algum interesse em si. Apercebendo-se somente depois, que desde que Leonardo DiCaprio se tinha aproximado de si, nunca mais se tinha lembrado sequer que Tom existia.


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *


- Bem demoraste uma eternidade!!! – disse Nathalie ao ver Tom regressar para junto deles com as bebidas da mão.
- Estava de olho no nosso querido amigo Leonardo DiCaprio… - disse Tom de forma irónica, distribuindo as bebidas.
- Estás a pensar virar gay? – perguntou Nathalie a gozar com ele.
- Não… Mas ele estava muito interessado na nossa Gabi! – disse Tom levantando uma sobrancelha, olhando para Bill com um ar suspeito.
- Não é bem assim… - disse Bill a rir – Nós estávamos a ver tudo!
- Sim… –
disse Nathalie a rir, ao perceber que Tom estava a distorcer os factos – O DiCaprio só estava a ser charmoso com a Gabi para chegar à K, estava mais que na cara... E tu sabes disso… Mas não sei porque é que isso te incomoda, tu estavas todo derretido com a rapariga do bar também!
- Ohh… Achas mesmo que isso me incomoda??? –
perguntou Tom fingindo-se muito macho.
- Nãooooo! – disse Bill de forma sarcástica a rir.
- Ohhh…. – disse Tom encolhendo os ombros, mantendo-se virado para a parte exterior da casa onde conseguia ver Miss K e Leonardo DiCaprio em trocas de sorrisos e palavras. E querendo ignorar o que via perguntou – E por aqui? Tudo na mesma?
- Tudo… -
disse Nathalie.
- Olha, a Nicky vem aí… - disse Bill perdendo qualquer vontade de rir, sentindo-se estremecer ao vê-la atravessar a sala de forma tão forte e vincada. Quando Nicky incorporava uma personagem parecia realmente ganhar outra vida.

- Podias pelo menos tentar fazer-me alguma companhia esta noite, em vez de andares com outras… - disse Nicky olhando para Bill com profundidade e de soslaio para Nathalie com algum desdém.
- Para quê? – perguntou Bill tentando seguir a deixa.
- Para quê? – repetiu Nicky como se estivesse ofendida – … Se é isso que me tens a dizer, então não vejo mesmo para quê! Faz o que quiseres e diverte-te com quem quiseres, porque eu vou fazer o mesmo!
- Está bem… -
disse Bill encolhendo os ombros como se aquilo que ela lhe tinha dito não significasse nada para si.

Nicky abanou a cabeça ligeiramente da direita para a esquerda e saiu de juntos deles.

- Para quê?! – repetiu Tom a rir.
- Foi o que me saiu! – justificou-se Bill atrapalhado.
- Estiveste bem! – disse Nathalie passando uma mão sobre o braço de Bill dando continuidade à encenação – Vais ver que isso já lhe passa…
- Estas miúdas têm sempre a mania de verem coisas onde não há… -
disse Tom tentando entrar no jogo, recebendo um olhar perdido de Bill e Nathalie, percebendo que talvez fosse melhor ficar calado.
- É qualquer coisa assim… - disse Bill suspirando.

- Aquilo está assim tão interessante? – perguntou Nathalie ao apanhar Tom fixado a olhar para o exterior.
- Não! – disse Tom de forma agressiva, bebendo um longo gole do seu copo.
- Eu acho que há química entre eles… - disse Bill observando Miss K e Leonardo DiCaprio juntos – Não te ponhas a pau e vais ver…
- Vou ver o quê??? –
perguntou Tom na defensiva.
- Que ficas a chuchar no dedo! – respondeu Nathalie.
- Estás a ser ultrapassado à grande… - disse Bill – Eu se fosse a ti, ia lá fora e fazia alguma coisa, antes que o nosso amigo fique com a tua miúda!
- Ela não é minha! –
disse Tom imediatamente – Mas eu vou… E vou só porque gostava de conhecer o DiCaprio e porque vocês precisam de ficar sozinhos…
- Claro Tom, claro… -
disse Nathalie que já o conhecia melhor do que ele lhe dava crédito.

Tom afastou-se de Bill e Nathalie e enquanto se encaminhava para a parte exterior da casa sentiu-se perdido. O que é que estava a fazer? Porque é que tinha de ir atrás dela? Ela tinha o direito de se divertir, porque é que não a conseguia ver com outro? Eles nem estavam a fazer nada de mais. Mas porque é que parecia que ela não via ninguém sem ser ele? Porque é que a sua atenção lhe era roubada? Aproximou-se de Miss K e Leonardo DiCaprio e perante o ar espantado de Miss K, ficou sem saber o que dizer. Ela parecia incomodada. O seu olhar não brilhava como de costume.

- Tom… - disse Miss K constrangida e intimidada pela presença dele ali.
- Olá… - disse Tom acenando com a cabeça em forma de cumprimento a Leonardo DiCaprio – Posso falar contigo num instante?
- Agora não me dá muito jeito… Podemos falar depois? –
sugeriu Miss K.
- Sim, mas… - começou Tom por dizer.
- Não te sintas constrangida por causa de mim… - disse Leonardo DiCaprio sorrindo de forma sedutora para ela – Eu posso ir buscar mais um shot para nós enquanto vocês falam…
- É rápido? –
perguntou Miss K a Tom.
- Sim… - respondeu a Tom sem saber sequer ao certo o que tinha para lhe dizer.
- Então aceito! – disse Miss K sorrindo alegremente para a sua companhia – Pede dois para cada!
- Vamos sair daqui a cambalear! –
disse Leonardo com um sorriso divertido, olhando para Tom com um olhar avaliador da sua concorrência, momentos antes de se afastar deles em direcção ao bar.

- Espero que o que quer que tenhas para me dizer seja muito importante! – disse Miss K, sentindo o seu coração enfraquecido ao ver que ele tinha ido atrás de si.
- Com que então o DiCaprio, hãh? - disse Tom piscando-lhe o olho em provocação, ao mesmo tempo que se sentia patético por ter ido ter com ela.
- Não vieste aqui para me dizer isso, pois não?
- Claro que não… Estava só a comentar…
- Então vai directo ao assunto, porque não tarda nada ele está de volta e eu não quero que ele se sinta mal com esta situação…
- Só vinha perguntar se daqui a um bocado não te queres encontrar comigo lá em cima… -
sugeriu Tom.
- … Estás a gozar? - disse Miss K incrédula.
- Não… Faz parte da tradição experimentar um dos quartos quando se vai a uma festa de inauguração! – disse Tom a rir.
- Desde quando?!
- Desde hoje… Porque não? –
disse Tom de forma sedutora – As tradições têm de ser criadas nalgum dia, não é?
- Então porque é que não vais criar as tuas tradições com as tuas amiguinhas? Ainda não reparaste que eu estou acompanhada e bem acompanhada? –
perguntou Miss K sentindo-se ofendida com a sugestão dele – Quando é que vais parar de me procurar só para sexo??? Eu já te disse que não sou um brinquedo e não gosto que me trates como tal!
- Eu não te estou a tratar como um brinquedo… -
disse Tom tentando defender-se daquilo que parecia ser óbvio – Não consigo parar de olhar para ti e de pensar em ti… Quero estar contigo… Quero mesmo muito estar contigo… Preciso dos teus lábios neste preciso momento!
- Porquê? Porque eles são de outro? –
perguntou Miss K num misto de deleite e raiva.
- O que é que queres dizer com eles serem de outro??? – perguntou Tom pensando que Miss K e Leonardo DiCaprio já se tinham envolvido.
- Ele vem aí… Vai-te embora Tom, deixa-me em paz! – disse Miss K sentindo o seu coração desfalecer – Não me podes fazer isto… Não me podes ter como um capricho sempre que queres!
- K… -
disse Tom com dor na voz.

- Aqui está! – disse Leonardo ao aproximar-se novamente deles com cinco shots na mão, e virando-se para Tom acrescentou – Trouxe um para ti também, assim brindas connosco…
- Não quero essa merda para nada! –
disse Tom em alemão virando costas a eles regressando para o interior da sala.

- É impressão minha ou ele acabou de me mandar à merda? – perguntou Leonardo pousando os copos num muro que tinha por perto.
- Ele não está bem… Mas ele não te mandou à merda… Mandou o brinde à merda… É diferente… – corrigiu Miss K envergonhada com aquela situação.
- Mais sobra… - disse Leonardo a rir, colocando um copo nas mãos de Miss K e pegando noutro para si – Nunca pensei que fosses alemã, o teu inglês é tão perfeito e britânico!
- Eu sou inglesa, mas a minha mãe é alemã… -
disse Miss K erguendo o copo.
- Parece que temos algo em comum, a minha mãe também é alemã…
- Eu sei… -
confessou Miss K por entre um sorriso tímido.
- Então um brinde às nossas mães e à Alemanha! – disse Leonardo chocando o seu copo contra o dela.
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MensagemAssunto: Re: [FF] - Kampf der Liebe   [FF] - Kampf der Liebe - Página 18 Icon_minitimeQui Nov 24, 2011 7:42 pm

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- Já estás de volta? – perguntou Bill ao ver Tom juntar-se a si e Nathalie – Foi rápido!
- És capaz de me dizer porque é que ela tem de ser tão casmurra??? –
perguntou Tom – Ela diz que me quer, mas depois é a primeira a virar-me as costas quando eu vou à procura dela!
- O que é que lhe disseste? –
perguntou Bill curioso.
- Que me queria encontrar com ela lá em cima daqui a um bocado para experimentar um dos quartos… - respondeu Tom.
- O Jost não ia gostar nada dessa ideia, muito menos a Nova! – disse Bill.
- Se só a procuras para sexo, é normal que ela não goste… - disse Nathalie deixando aberto o seu raciocínio.
- Qual é o mal??? Não foi sempre essa a nossa ligação??? – perguntou Tom alterado – Qual é o mal de a procurar para sexo??? Sabes quantas raparigas não davam tudo para que eu as procurasse para uma noite de sexo??? Estou-me aqui a humilhar e a rebaixar para ir atrás de uma miúda e só levo com os pés!!!
- Acredito que tenhas milhares de raparigas desejosas de estar contigo por uma noite, mas a K gosta realmente de ti Tom… Sexo já vocês têm à meses… Ela já suportou mais do que qualquer outra rapariga suportou contigo, e tu foste um cabrãozinho com ela por diversas vezes… É normal que chegue a uma dada altura e ela olhe à sua volta e perceba que está a desperdiçar tempo contigo! –
disse Nathalie, olhando para a parte exterior da casa para ver Miss K e Leonardo DiCaprio em trocas de palavras e sorrisos muito animadas – Ainda por cima tendo o DiCaprio a babar por ela…
- O que é que tem o DiCaprio??? Por acaso é melhor do que eu só porque factura mais no final do mês??? –
perguntou Tom retoricamente.
- Não Tom, tu és muito mais giro que ele… - disse Bill a rir.
- Ohh, não gozes!!! Se ela me amasse não se estava a esfregar nele!!! – disse Tom.
- Ela não se está a esfregar nele, eles estão só a conversar e a tomar uma bebida! – disse Nathalie a rir da crise de ciúmes de Tom – Não vais começar a inventar coisas só porque há mais gente interessada nela, pois não?
- Ela tem o direito de ser feliz… -
disse Bill – Se tu não queres nada sério com ela, não te devias preocupar com os DiCaprios que aparecerem pelo caminho… A K é uma mulher linda, é normal que os outros homens se interessem por ela! Vai-te habituando a vê-la com outros também…

- Olha para aquilo!!! –
disse Tom vendo Miss K e Leonardo DiCaprio beberem de seguida os shots que ele tinha trazido para eles – Ele está a tentar embebedá-la para se aproveitar dela!
- Como se isso fosse preciso… -
disse Nathalie a rir – Achas mesmo que o Leonardo DiCaprio precisa de embebedar alguém para conseguir seja o que for?
- Isso não ajuda Nat… -
disse Bill levantando uma sobrancelha.
- Olha, estou-me a cagar!!! – disse Tom bebendo de um só trago o resto da sua bebida.
- Ainda bem que não literalmente! - disse Bill por entre sorrisos cúmplices com Nathalie, tentando aligeirar a situação com humor.

Tom manteve os seus olhos em Miss K durante todo o período no qual ela se manteve no exterior da casa. Ela parecia nem se aperceber da sua existência. Nem por um momento Miss K tinha olhado para o interior à sua procura. Leonardo DiCaprio parecia realmente decidido em acabar a noite com ela. Era oficialmente seu concorrente directo ao coração de Miss K. Porque é que sentia que a desejava cada vez mais a cada segundo que passava e que a qualquer momento a podia perder? Detestava aquele sentimento, tudo o que queria era estar com ela. Sentia-se capaz de fazer uma loucura. Lembrou-se das palavras que Gabi lhe tinha dito e não se sentiu capaz de ser o homem seguro e ajuizado que seria capaz de amar Miss K com todo o desejo e amor que ela merecia. Porquê? Porque é que não podia ser esse homem? Porque é que não podia ser um nobre cavaleiro em busca da sua amada? Pelo contrário, sentia-se capaz de agarrar a primeira mulher que olhasse para ele com desejo e levá-la lá para cima. Provar-se a si mesmo e a Miss K que não gostava dela e que se ela queria estar com outros, podia estar à vontade, porque ele tinha a sua agenda preenchida. Era ele que a rejeitava, e não ela que o rejeitava a si.

- Só podes estar a gozar!!! – disse Tom ao ver Leonardo DiCaprio puxar Miss K por uma mão até ao interior da casa, procurando uma zona perto do Dj para dançarem os dois, numa dança que parecia um ritual de acasalamento – É que só podes mesmo estar a gozar!!!
- Não me digas que ela nunca dançou assim contigo? -
disse Bill deliciado com a forma como o seu gémeo se roía de ciúmes.
- Ela nunca dançou comigo!!! – disse Tom de forma automática, sentindo-se demasiado seduzido pela forma como ela dançava. Porque é que nunca a tinha visto dançar?
- É nisso que dá só pensares em sexo… Perdes tudo o resto… - disse Nathalie – Há muita coisa para além do sexo, sabes? E algumas coisas, tão simples como uma dança, podem ser um aperitivo para as tuas fantasias…
- Não faças ainda pior! –
disse Bill dando uma cotovelada simpática a Nathalie que o parecia querer espicaçar ainda mais. E virando-se para Tom acrescentou – Deixa a miúda em paz e aproveita para te divertires!
- Acho que preciso de mais álcool … -
disse Tom depois de procurar novamente o seu copo, para se aperceber que ele estava vazio.
- Então vai buscar álcool… Assim sempre te distrais… - disse Bill suspirando ao perceber que Tom não estava realmente nada contente com aquela situação.
- Querem alguma coisa? – perguntou Tom.
- Não… - responderam Bill e Nathalie em coro.
- Já volto… - disse Tom antes de se encaminhar novamente até ao bar.

- Nunca tinha visto o teu irmão ter uma crise de ciúmes… A K mexe mesmo com ele! – disse Nathalie.
- Só ele é que ainda não se apercebeu disso… - disse Bill encolhendo os ombros – Mas deixa-o pensar no assunto, pode ser que lhe faça bem! Só espero é que ele não faça porcaria… Sabes como é o Tom quando se sente encurralado… Tende a fazer sempre aquilo que não deve!


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *


- Nicky!!! – chamou-a Tom ao encontrá-la a caminho do bar.
- Tom! Estás a gostar da festa? – perguntou Nicky com um sorriso nos lábios, contente por se ter cruzado com ele.
- Não… - disse Tom rapidamente, mudando de assunto ainda mais rápido – Mas isso não interessa… Olha, já não estou com a K…
- Ohh, o que é que aconteceu? -
perguntou Nicky chocada com aquilo que ouvia.
- Não dá… As coisas não funcionam connosco…
- Mas quando é que isso foi?
- Ainda não foi, mas é inevitável ser… Tenho de fazer o que está certo, não é? –
perguntou retoricamente Tom – E o que está certo é deixá-la ser feliz, principalmente agora que o DiCaprio anda de volta dela e ela adora… Mas de uma coisa tenho a certeza…
- Do quê? –
perguntou Nicky confusa com aquela conversa. Será que Tom já estava bêbado?
- Ela nunca vai gostar dele como gosta de mim! Tenho a certeza disso!!! … Ela nunca vai gostar de ninguém, como gosta de mim!

- Tom… Estás bêbado? –
perguntou Nicky incomodada com aquela situação.
- Não… Mas estou livre de novo… Não queres estar comigo? Podíamos ir lá para cima…
- Tom eu não estou livre, e tu também não… Precisas de falar com a K! Mas mesmo que estivesses, lembraste daquilo que tínhamos combinado de cada um seguir o seu caminho? –
relembrou-lhe Nicky – Nós já não temos nada… Além disso, esta noite é uma noite muito importante para mim e para o teu irmão, não estragues tudo, por favor!
- Tu também não queres nada comigo??? –
perguntou Tom sentindo-se rejeitado.
- Tu não estás bem, precisas de te sentar, descansar um bocadinho…
- Vou ter muito tempo para descansar quando estiver morto!
- Tom não fiques assim… -
disse Nicky apercebendo-se que ele já não estava propriamente sóbrio e que precisava de o ter debaixo de olho – Tu precisas de te acalmar e procurar falar com a K… Ela não tem olhos para mais ninguém sem seres tu!
- Vê-se mesmo que ainda não a viste com o DiCaprio… –
disse Tom apontando para Miss K para que Nicky a visse alegremente a sorrir e dançar com o seu amigo de longa data: Leonardo DiCaprio.
- Eles estão só a dançar… Aquilo não é nada… Não faças nada que te possas vir a arrepender!
- Eu nunca me arrependo de nada! –
disse Tom de forma altiva virando as costas a Nicky.

Encaminhou-se até ao bar e uma vez nele pediu para ser atendido pela barmaid que o atendera anteriormente. Tinha de ocupar a mente para se esquecer daquilo que o perturbava de forma tão agressiva.

- Já estavas com saudades minhas? – perguntou a barmaid ao aproximar-se de Tom.
- Nem sabes quantas… - disse Tom inclinando-se sobre o balcão – A que horas é que sais?
- Às quatro…
- E depois… Queres continuar a festa noutro sítio?
- Adorava… -
disse a barmaid percebendo que aquele dia ia terminar da melhor forma possível – … Acho que isso merece um brinde…
- Desde que tenha vodka!
- Vodka e tudo o que quiseres… -
disse ela piscando o olho a Tom, dedicando-se a fazer um shot para eles.

Tom olhou para Miss K e viu Leonardo DiCaprio começar a agarrar na cintura dela e a segredar coisas ao seu ouvido. Sentiu-se corroer numa raiva tão grande que a sua vontade era de ir até lá para separá-los. Manteve o seu olhar fixo neles até se aperceber que Miss K olhava para si também e que exibia um olhar triste sempre que os seus olhares se cruzavam. Recebeu o shot das mãos da barmaid e chocando-o contra o dela bebeu-o de um trago só mantendo o olhar preso em Miss K.

- Gostaste? – perguntou a barmaid pegando no copo dele para o colocar para lavar.
- Muito… Até acho que merecemos outro para ajudar à festa… - disse Tom por entre um sorriso atrevido.
- Concordo!

Tom deixou-se ficar a observar Miss K e Leonardo DiCaprio. Já se sentia um pouco tocado pelo álcool que tinha consumido naquela noite, mas se dependesse de si, ia beber muito mais para esquecer metade das coisas que tinha visto e ouvido naquela noite. Viu Miss K procurar o pescoço de DiCaprio e abraçá-lo com um sorriso doce nos lábios e sentiu-se desfalecer como se uma faca acabasse de trespassar o seu coração. Porque é que ela lhe estava a fazer aquilo? Porque é que ela dizia que o amava e agora procurava conforto nos braços de outro homem? Recebeu o shot das mãos da sua mais recente amiga e bebeu-o de um só trago sem se importar com o brinde que ela parecia querer fazer. Inclinou-se sobre o balcão do bar e puxou a cabeça dela de encontro a si para lhe dar um beijo fugaz e muito atrevido que deixava bem claro aquilo que ele lhe queria fazer no final da noite. Olhou para Miss K assim que soltou os lábios da barmaid e percebeu que ela tinha assistido a tudo. Sentiu um rejúbilo privado e maquiavélico dentro de si.


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Aproximou-se de Gabi que deambulava pela sala a observar aquilo que se passava em seu redor e puxou-a por um braço até um sítio mais privado onde pudessem falar à vontade.

- Preciso que me faças um favor! – pediu Nicky encarecidamente e com um semblante preocupado.
- Claro… - assentiu Gabi sem saber do que se tratava mas percebendo que o assunto era sério e que devido aos acontecimentos daquela noite Nicky não podia agir sobre eles.
- Preciso que fales com o Bill ou que tu mesma fales com o Tom… Ele não está bem, veio ter comigo com uma conversa típica de bêbado a dizer que tinha terminado tudo com a K e que queria ir comigo lá para cima… - disse Nicky meio atabalhoada sem saber como contar aquilo que se tinha passado ao certo.
- Ele acabou tudo com a K??? – perguntou Gabi em choque, sentindo o seu coração mirrar pensando que era a responsável por tudo aquilo estar a acontecer – Porquê??? Só por causa do Leonardo DiCaprio???
- Não sei… Ele diz que ainda não falou com ela, mas que é inevitável ter de acabar… Faz qualquer coisa, por favor… Eu queria poder ajudar, mas acho que neste momento ele não me vai ouvir… Aliás tenho a certeza porque eu já tentei e ele não me deu ouvidos!
- Claro… Onde é que ele está?
- No bar… -
disse Nicky olhando na direcção do bar para se aperceber que Tom beijava a barmaid Oh meu Deus! Ajuda-o Gabi, ele está a deitar tudo a perder!
- Porque é que ele tem de ser tão estúpido às vezes??? –
disse Gabi em forma de grunhido – Eu vou lá…

Gabi saiu de ao pé de Nicky e encaminhou-se até Tom num passo apressado com medo que algo pior acontecesse. Procurou Miss K com o olhar e viu-a afastar-se de Leonardo DiCaprio como se algo a tivesse incomodado. Ela tinha presenciado tudo. Tom estava repleto de ciúmes e a estragar tudo aquilo que ainda restava entre ele e Miss K. Aproximou-se dele e puxou-o por um braço ficando cara-a-cara com ele.

- És capaz de parar de te armar num puto birrento e deixares de fazer dramas?
- O que é que queres? Porque é que não te metes na tua vida? Não tens mais que fazer? -
perguntou Tom zangado por ela estar a ser tão agressiva e imperativa.
- Que história é essa de teres acabado com a K???
- Mais uma defensora das fracas e das oprimidas para cima de mim é que não!
- A K não é fraca nem oprimida! –
disse Gabi empurrando o peito de Tom contra o balcão do bar – Faz-te um homenzinho de uma vez por todas! Estás assim por causa de quê? Por ela estar com outro? Cresce Tom…
- Achas que eu me importo com isso??? Eu já tenho a noite garantida queridinha, e se quiseres arranjo um espacinho na agenda para ti!

- Que bonito Tom…. Sim senhor… Agora viraste um gigolô com agenda marcada e tudo!!! Cada dia estás pior… - disse Gabi com nojo daquilo que ele dizia – É bom que te recomponhas, porque o Jost e a Nova não precisam de levar com escândalos num dia tão importante para eles!
- Pensa na K… Pensa no Jost e na Nova… -
disse Tom imitando a voz de Gabi em forma de gozo – E quem é que pensa em mim???
- Tu estás SEMPRE a pensar em ti e em mais ninguém… Tudo o que tu fazes é por causa de ti e para ti!!!
- Isso é mentira… Eu ajudei-te com o Bill quando vocês estavam separados!!!
- Cala-te!!!! –
disse Gabi colocando uma mão sobre a boca de Tom para que ele não falasse mais do que devia. A sorte deles é que estavam entre um grupo de gente maioritariamente americano e que não fazia a mínima ideia daquilo que Tom tinha acabado de dizer – Tom, anda comigo… Vamos apanhar ar…

- AMBER!!! –
gritou Tom libertando-se da mão de Gabi que lhe tapava a boca, puxando Amber por um braço enquanto a via passar atrás de Gabi.
- Tom!!! – disse Amber jogando-se ao pescoço dele num longo abraço, feliz por sentir aquele entusiasmo na voz dele.
- Estava mesmo à tua procura!!! – disse Tom beijando o pescoço dela. Amber seria incapaz de lhe dizer que não – Precisamos de falar… Urgentemente!
- Hmmm… Sabes como eu adoro falar contigo… -
disse Amber com um sorriso que não escondia aquilo que queria fazer com ele.
- Tom não faças isso… Pensa… Por favor… Vem comigo… - disse Gabi vendo-o abraçar a cintura de Amber com força, beijando o ombro a descoberto dela.
- Tenho assuntos pendentes para tratar… - disse Tom puxando Amber para longe, deixando Gabi a falar sozinha.
- Tommmm…. – chamou ainda Gabi sem efeito – Que merda!

Gabi colocou os cotovelos sobre o balcão do bar e enterrou a cabeça nas mãos enquanto pensava no que podia fazer para impedir que Tom fizesse algo que não devia. Porque é que ele tinha de tornar tudo tão difícil?

- Onde é que ele foi? – perguntou a barmaid aproximando-se dela.
- Ãh?! – perguntou Gabi franzindo o sobrolho a ela.
- Onde é que ele foi? E quem era aquela?
- É mais uma na lista dele… E tu, quem és? –
perguntou Gabi de forma arrogante, afastando-se do bar, procurando Miss K com o olhar percebendo que a tinha perdido a ela e a Leonardo DiCaprio. E agora?


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *

Sentia o seu coração mirrar em tristeza e dor. Com Tom, era sempre assim. Ele nunca era capaz de se manter fiel a si, tanto dizia que a desejava e que queria estar consigo, como no momento a seguir estava com outra e não mostrava qualquer interesse em tentar conquistá-la de volta. Tom desistia sempre de si à primeira, mesmo quando lhe queria fazer parecer que ela era especial e única entre as outras. Sentia-se usada e ferida pelo passado deles e por aquele presente que a estava a lacerar excruciantemente. Queria divertir-se e ser capaz de estar com outro homem sem pensar nele mas era impossível. Se Leonardo DiCaprio não era capaz de afastar a sua mente de Tom, nenhum outro seria. Aquele beijo que ela o tinha visto dar à barmaid era uma clara provocação para si, sabia disso, mas isso não fazia com que doesse menos, nem com que a dor de se ver trocada pela primeira que lhe tinha aparecido à frente, fosse menos forte.

- Deves estar a apanhar uma seca e a achar que o meu vício do tabaco é a coisa mais nojenta do mundo… - disse Leonardo DiCaprio enquanto fumava e olhava para ela com um sorriso convidativo.
- Não… - disse Miss K voltando ao presente e ao facto de estar escondida no jardim da casa para que a sua companhia fumasse um cigarro calmamente – Conheço muita gente que fuma…
- Não deixa de ser um vicio terrível… Fazes bem em não fumar…
- Às vezes até gosto de observar as pessoas a fumar… Há quem pareça relaxar de tal forma, que é tranquilizante para quem observa… Como se estivesse em conformidade com algo ou alguém… -
disse Miss K pensando em como Tom fumava de modo tão pacífico e tranquilo, transmitindo-lhe sempre uma energia imensamente positiva.
- … Como eu? – perguntou Leonardo a rir.

Miss K observou-o fumar durante alguns segundos e desatando-se a rir teve de concordar.

- Sim… Como tu! Tu tens aquilo que se chama de estilo!
- Pareço cool a fumar? –
perguntou ele a gozar.
- Muito… - disse Miss K timidamente sentindo-se envergonhar por lhe estar a fazer aquele elogio.

- Foste a melhor surpresa que esta festa me trouxe… - disse ele num tom de voz típico de galã de cinema – Nem acredito que estive para não vir…
- Só sou a melhor porque te tenho mantido em cativeiro… Assim não podes receber outras… E sem concorrência, serei sempre a melhor! –
disse Miss K a rir de forma tímida.
- Não… Já fui a muitas festas e tive muitas surpresas, mas poucas são como tu… Tu és feita da matéria-prima das surpresas… - disse Leonardo mandando o cigarro para o chão, apagando-o com o pé.
- … Isso funcionou com as outras?
- O que é que isso interessa agora? –
perguntou Leonardo levando uma mão ao rosto dela para o acariciar de forma terna – O que interessa é que só estamos aqui nós os dois, e que não tenho olhos para mais ninguém…
- Pelo menos não me tentas enganar… -
disse Miss K por entre um suspiro e um sorriso tímido, enternecida com as palavras e as carícias dele. Mas porque é que ainda pensava em Tom quando se sentia tão bem junto de Leonardo?
- Eu não te quero enganar… Já deves ter percebido que estou interessado em ti… Gostava que esta noite não acabasse tão cedo… - disse Leonardo aproximando-se dela, segurando na face de Miss K com ambas as mãos, acariciando-a com os polegares – Sinto uma química muito forte entre nós…
- Eu também… -
disse Miss K sentindo-se corar.

Leonardo aproximou os seus lábios dela e numa provocação doce, roçou-os levemente sobre os de Miss K para averiguar se tinha permissão para os procurar com maior ambição. Sentiu as mãos dela procurarem a sua cintura e tomou os lábios dela na totalidade, beijando-a lenta e vigorosamente, perscrutando o interior da sua boca de forma sedutora. Miss K sentiu as suas pernas fraquejarem com aquele beijo tão arrebatador e sentido, ao mesmo tempo que tentava expulsar da sua cabeça Tom e tudo aquilo que se estava a passar entre eles. Precisava de pôr a cabeça em ordem para conseguir aproveitar aquele momento único e estranhamente mágico, com o qual tinha sonhado diversas noites na sua adolescência. Sentiu os lábios dele separarem-se dos seus e as mãos dele roçarem-se até à sua cintura, puxando-a para junto dele como se se tratasse de uma dança, tão simples e natural, como se os seus corpos já se conhecessem de há muito. Miss K sorriu envergonhada e passou uma mão sobre o rosto dele que sorria e lhe beijava os dedos, aquando da passagem pelos seus lábios. Leonardo era um homem muito bonito e atraente, mas Tom cativava-a de forma inequívoca. Era por Tom que o seu coração batia.

- … Queres ir embora daqui? – perguntou Leonardo procurando os lábios dela uma vez mais, para os voltar a provar. Estava deliciado com eles.

Miss K sorriu. E agora? O que é que ia fazer? Abandonar a festa com Leonardo e procurar a felicidade onde obviamente ela lhe sorria, ou ficar e lutar por resolver as coisas com Tom? O que falava mais alto? A vontade de seguir em frente e ser feliz, ou a vontade de estar com o homem que amava mesmo que isso significasse sofrer novamente? Respirou fundo e abraçou o corpo de Leonardo à procura do conforto e segurança que só os braços de Tom lhe davam. Não a encontrou. Mas encontrou uma paz e sossego que há muito não conhecia, e uma ternura doce ao sentir a mão dele procurar afagar os seus cabelos. E agora? O que é que ia fazer?

- Isso é um sim? – perguntou Leonardo segurando no queixo de Miss K com uma mão, puxando os lábios dela até aos seus para a beijar novamente.
- … Preciso de resolver uma coisa… - disse Miss K por entre um suspiro e um sorriso entristecido. Nunca seria capaz de ser verdadeiramente feliz sem resolver aquilo que tinha pendente com Tom, por mais que soubesse que isso lhe ia custar muitas lágrimas – … Esperas por mim?
- Sim… -
disse Leonardo soltando o corpo dela depois de a beijar novamente – Espero por ti lá dentro, pode ser?
- Claro… -
disse Miss K abraçando-o uma vez mais, sem certeza de nada daquilo que dizia ou fazia.

Encaminharam-se juntos de mão dada até ao interior da casa e uma vez lá dentro, Miss K sorriu para Leonardo e largou-lhe a mão, vendo-o ser imediatamente cumprimentado pelo que parecia ser um amigo de longa data. Miss K optou por passear-se pelo salão da casa à procura de Tom. Viu Jost e Nova confraternizarem com os convidados, Bill e Nathalie em cumplicidades, Nicky a falar com alguns dos maiores nomes da actualidade do mundo do cinema e Gabi sozinha no bar. Encaminhou-se até Gabi e a forma como ela a olhou quando se apercebeu que estava junto de si, assustou-a e fez com que o seu batimento cardíaco parasse por alguns milésimos de segundo.

- Sabes onde é que está o Tom? – perguntou Miss K com medo de saber a resposta.
- … Não… - disse Gabi com alguma reticência. Não sabia até que ponto deveria interferir naquilo que estava a acontecer e que lhe era alheio.
- … Estás a mentir… - disse Miss K apercebendo-se pela hesitação de Gabi que ela sabia mais do que lhe queria dizer, e isso só podia significar algo muito mau para o bater do seu coração – Onde é que ele está? …Ou com quem é que ele está?
- Eu não quero ter nada a ver com isso… Não me metas no meio dos vossos problemas e desta confusão toda!
- Gabi, o Tom já é crescidinho… O que quer que ele esteja a fazer, e com quem quer que esteja, a responsabilidade é única e exclusivamente dele! Tu não tens nada a ver com isso e eu nunca ficaria chateada contigo por tu me teres dito alguma coisa! Mas eu preciso de saber a verdade… Tu percebes, não percebes? … Se fosse com o Bill também ias querer saber…
- K…
- Eu percebo que não queiras interferir, mas se o Tom é homenzinho para umas coisas, também tem de ser homenzinho para outras… Eu preciso de saber…

- … Lá em cima… -
disse Gabi levando uma mão à cabeça com medo de estar a cometer um grande erro, mas Miss K tinha razão, se fosse com Bill, também ia querer saber se ele estava acompanhado.
- Estou a ver… - disse Miss K percebendo que as suas suspeitas estavam certas. Tom estava acompanhado. Porque é que no fundo ainda tinha esperança que ele estivesse à sua espera? Porque é que era tão estúpida a esse ponto? – E é melhor eu não ir à procura dele porque posso ter uma surpresa desagradável, não é?
- … Sim… -
disse Gabi com pesar no olhar. Sentia-se como uma mensageira de más notícias, mesmo sabendo que só Tom podia ser responsável por aquilo que estava a fazer e que o tinha tentado impedir de o fazer da melhor maneira que sabia.
- Mas eu preciso de o ver com os meus próprios olhos… Não posso ficar por imaginar, ou tirar conclusões precipitadas… Preciso de o encontrar… - disse Miss K sentindo-se amargurada e triste – Obrigada por seres minha amiga…

Passou uma mão sobre o braço de Gabi sorrindo-lhe com pesar e encaminhou-se até à escadaria que dava acesso ao piso superior. Sentia as pernas estremecerem e o seu coração adormecido em dor. Não sabia como reagir ao que quer que fosse encontrar. Percorreu o corredor dos quartos de uma ponta a outra, e apercebeu-se que somente um quarto se encontrava com a porta fechada. Tinha de ser ali que se encontrava escondido Tom. Colocou uma mão sobre a maçaneta da porta e sentiu-a tremer com uma violência tal que voltou a retirá-la e a abaná-la no ar como se isso ajudasse que ela voltasse ao seu estado normal. Encostou o ouvido à porta e ouviu a voz de uma mulher gemer tão alto que achou estranho ainda não se ter apercebido daquele som, mesmo por cima da música que vinha de lá de baixo. Será que devia mesmo abrir a porta? E se não fosse Tom? Estaria preparada para interromper outro casal? Estaria preparada para ver Tom na cama com outra? Respirou fundo e percebeu que o tinha de fazer para seguir em frente com a sua vida. Abriu a porta e entrando para o interior do quarto, deparou-se com Tom deitado sobre um corpo esguio, ruidoso e ofegante em gemidos de prazer. Estava sem t-shirt e com as calças para baixo. Roçava-se sobre ela de forma agressiva. Parecia um animal a devorar a sua presa selvaticamente, como se não comesse há uma semana e estivesse sôfrego, sem ser capaz sequer de respirar com medo que ela lhe escapasse. Miss K sentiu o seu coração sangrar dolorosamente. Dos seus olhos brotaram lágrimas incessantes de pânico e dor. Aquela era a gota de água. Tinha tentado tudo por tudo para ser feliz à maneira dele, mas não era capaz. Sentia-se mais triste por estar ao lado dele, do que quando estava afastada e sem noticias.

- Acho que a porta se abriu… - disse Amber ao aperceber-se que o som que vinha de lá de baixo tinha aumentado significativamente de volume.
- Que se foda! - disse Tom atacando os lábios dela vorazmente, fazendo com que as suas mãos a apalpassem e despissem apressadamente.
- Que me fodas! - disse Amber soltando um guincho estridente que denotava o prazer que sentia em tê-lo em cima de si e em estarem prestes a consumar aquele encontro. E apercebendo-se que Miss K se encontrava no quarto e os observava, disse num tom sensual – Fecha a porta e junta-te a nós querida…

Miss K apercebeu-se que o seu estado de choque ao descobrir quem estava com Tom, a tinha feito ficar imóvel no mesmo sítio onde estava. Esperava que Tom estivesse com qualquer pessoa, menos Amber. Como é que tinha sido tão inocente ao ponto de pensar que Tom alguma vez se tinha realmente arrependido de ir para a cama com uma mulher tão louca e provocadora como Amber? Voltou a si, sem saber bem como e deu meia volta saindo a correr do quarto.

- Com quem é que estás a falar? – perguntou Tom a rir olhando na direcção para a qual Amber estava a olhar, ficando alerta ao ver um vulto desaparecer. Será que era Nicky? Miss K? E saltando de cima de Amber com uma rapidez assustadora, voltou a perguntar – Quem é que estava aqui???
- Aquela pequenina toda assanhada que está convosco em casa da Nicky… -
disse Amber puxando o corpo de Tom para cima do seu novamente.
- Larga-me! – disse Tom afastando-se dela, puxando as calças para cima, procurando a sua t-shirt sobre a cama para a vestir.
- Só podes estar a gozar comigo!!! Não me vais deixar aqui sozinha, pois não???
- Não tens namorado agora? Pede-lhe a ele para terminar o trabalhinho… -
disse Tom saindo do quarto a correr.

Percorreu o corredor até às escadas e tendo uma visão privilegiada sobre a sala, procurou Miss K com o olhar, percebendo que a sua visão estava demasiado turva para que o conseguisse fazer. Desceu as escadas o mais rápido que conseguiu agarrando-se ao corrimão e encaminhou-se até Bill e Nathalie.

- A K??? – perguntou Tom ofegante.
- Acabou de sair com o nosso amigo… - disse Bill percebendo que Tom tinha estragado tudo.
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MensagemAssunto: Re: [FF] - Kampf der Liebe   [FF] - Kampf der Liebe - Página 18 Icon_minitimeSáb Nov 26, 2011 11:12 pm

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[FF] - Kampf der Liebe - Página 18 188il

Trocou um olhar doce com Gabi enquanto a via subir as escadas em direcção ao seu quarto, e sorriu ao vê-la beijar o anel que simbolizava o amor deles. Viu Nathalie arrastar Tom até às escadas e desaparecerem por elas acima e respirou fundo à espera que a confusão principiasse.

- Quero falar contigo! – disse Nicky de forma imperativa, batendo com a porta de casa violentamente.
- Já é tarde… Apetece-me ir para a cama, dormir… - disse Bill virando-se de frente para Nicky percebendo pelo olhar frutífero dela que estava a levar a encenação mesmo a sério.
- Vais continuar a ignorar-me? – disse Nicky entrando para a sala, fazendo um ligeiro sinal para que Bill a seguisse – Já não basta a vergonha que me fizeste passar hoje à noite?
- Que vergonha? –
perguntou Bill entrando para a sala – O que é que queres Nicky? Não podemos falar amanhã? Tens alguma coisa assim tão importante para me dizer, que não pode esperar até amanhã?
- Não me ligaste nenhuma a noite toda, e para piorar as coisas, passaste a noite toda agarrado a ela…
- Isso são só desculpas! Sabes muito bem que não é isso que te anda a incomodar! Já andas assim há dias… -
disse Bill abrindo ligeiramente os olhos a ela para que Nicky não perdesse o rumo da conversa e não o transformasse num traidor sem coração.
- Ok… Tens razão… - disse Nicky andando de um lado para o outro sem parar – Não é isso que me anda a incomodar… O que me anda a incomodar é este silêncio que existe entre nós… Nós não éramos assim… O que é que aconteceu connosco?
- Não sei…
- Eu sei… É este maldito julgamento… Esta maldita sombra que há entre nós e que não nos deixa viver em paz!
- Tens de compreender que isto é tudo muito complicado para mim…
- E para mim, não??? Quem é que foi enganada por ele a vida toda??? –
disse Nicky fazendo um ligeiro sinal a Bill com a cabeça para que ele a seguisse em direcção à cozinha, uma vez que o quarto da governanta ficava-lhe anexado – Tu és muito importante para mim… Mas eu não consigo viver assim, não consigo viver com os restos do que éramos no passado… É demasiado doloroso olhar para nós e ver que nos tornámos nisto…
- Nisto???
- Sim… Há quanto tempo é que não dizes que me amas? –
perguntou Nicky aproximando-se dele para lhe pegar no rosto com ambas as mãos – Sabes há quanto tempo é que eu olho para os teus olhos e não vejo aquela chama que sempre conheci? Sabes há quanto tempo olho para ti e vejo um vazio? Como se estares comigo ou com outra qualquer fosse exactamente a mesma coisa…
- Estás a ser injusta! Eu gosto muito de ti, tu sabes disso… Mas estamos sobre ataque cerrado há tanto tempo… É difícil relaxar e deixar-me levar quando sei que sempre que baixo as guardas sou ferozmente atacado! –
disse Bill pegando nas mãos dela.

- E depois? – perguntou Nicky afastando-se dele – O que é que será de nós depois disto tudo acabar? Quando já não tivermos o fantasma do James à nossa perna… O que é que vai restar de nós?
- Não sei… Mas duvido que seja capaz de apagar da minha memória tudo o que aconteceu…
- Então talvez seja melhor darmos um tempo…
- … Não sei o que te diga…
- E isso por si só já diz muita coisa! –
disse Nicky encaminhando-se até à estufa para levar as mãos à cara, escondendo a dor que brotava do seu rosto de forma estranhamente real. Ficar sem Bill ia ser demasiado difícil de gerir – O Bill que me amava tinha sempre alguma coisa para dizer… Ele não iria querer dar um tempo, ia querer lutar por mim e ficar do meu lado…
- Isso quer dizer que me estás a testar?
- O que é que queres dizer com isso??? –
perguntou Nicky olhando para ele admirada e sem saber o que significava aquela pergunta.
- Disseste que querias dar um tempo só para saber aquilo que eu te ia responder?
- Claro que não!
- Eu não gosto desse tipo de jogos! –
disse Bill mostrando-se indignado e zangado com aquela afrontação.
- Eu não estou a fazer nenhum jogo contigo! Eu disse que talvez fosse melhor dar um tempo porque eu não te quero preso a mim por obrigação… Se neste momento as coisas não resultam entre nós, prefiro separar-me de ti sabendo que és meu amigo, que posso confiar em ti, e que daqui a uns tempos estaremos bem, do que levar-nos à exaustão, até que já não nos consigamos ver mais à frente!

- Tu sabes que eu gosto muito de ti, não sabes? Que me preocupo muito contigo e que só te quero ver feliz? –
disse Bill aproximando-se dela para lhe passar uma mão sobre o rosto.
- Sim… - disse Nicky sentindo lágrimas escorrerem sobre os seus olhos.
- Não quero ser uma razão para que a tua vida seja ainda mais complicada e confusa… - disse Bill unindo os seus lábios aos dele num toque doce e fraternal – Talvez seja melhor darmos mesmo um tempo… Ver onde esse tempo e a nossa amizade nos leva…
- Sim… -
disse Nicky abraçando-o com força com medo de o perder para sempre. Porque é que sentia um medo terrífico em perder a amizade de Bill de verdade? Mesmo conhecendo-o e sabendo que o que existia entre eles era amizade pura e verdadeira.

- … Amanhã vou-me embora… - disse Bill sentindo os seus olhos repletos de lágrimas por ver Nicky tão debilitada com as suas palavras. Nunca tinha sido um bom actor, mas ver Nicky viver todas aquelas emoções de forma tão real, contagiavam-no – Prometo não dificultar as coisas…
- Gosto tanto de ti… O que é que eu vou fazer sem ti?
- Haveremos de arranjar uma maneira de sobreviver a tudo isto… -
disse Bill aconchegando-a no seu peito, acariciando os seus cabelos – Estarei sempre por perto para te amparar… Sempre que precisares de um amigo, estou aqui…
- E quando precisar do meu amor?
- Se optarmos por seguir caminhos diferentes, não poderás contar comigo como mais do que teu amigo, senão as coisas vão-se tornar ainda mais difíceis e confusas… Temos de estar certos daquilo que queremos daqui por diante…
- Custa tanto… Dói tanto… -
disse Nicky abraçando-o sem vontade de o largar.
- A mim também… Mas é para o nosso próprio bem, não é? – perguntou Bill pegando no rosto dela com ambas as mãos – Temos de pensar nisso…
- Sim… É por nós…
- Meu pequeno furacão… -
disse Bill suspirando fundo ao mesmo tempo que a acarinhava de encontro ao seu peito.


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *


Ouviu-o entrar no quarto e fechar a porta e percebeu imediatamente que ele não estava bem. Levantou-se da cama dele e quando o viu, percebeu que aquela noite tinha sido demasiado desgastante.

- Gabi?! – disse Bill espantado ao vê-la no seu quarto. Não estava à espera daquela surpresa.
- Estava preocupada contigo… - disse ela jogando-se nos seus braços para receber um abraço bem apertado e um beijo doce – Como é que estás?
- Triste… Mas ao mesmo tempo, sinto como se um peso me tivesse saído de cima dos ombros…
- Vai ficar tudo bem… Prometo… -
disse Gabi passando as mãos sobre o rosto e o cabelo dele, beijando de seguida a testa do seu amado – Eu estou aqui…
- Não te quero perder nunca… -
disse Bill procurando os lábios dela para a beijar lenta e desesperadamente.
- Eu estou aqui… - voltou a repetir Gabi num sussurro sedutor por entre os lábios de ambos.

- Esta é a última noite que estamos juntos… - disse Bill roçando os seus lábios até ao pescoço dela – Fica comigo, por favor… Preciso de ti, preciso de te sentir por perto… Eu sei que tu não gostas, mas…
- Shhh… –
disse Gabi beijando os lábios dele para que Bill se calasse – Não importa onde estamos… Esta noite não saio de ao pé de ti… Vamos deixar os problemas fora deste quarto e ser felizes como no dia em que me deste este anel? – disse Gabi levando o seu anel de compromisso aos lábios de Bill para que ele o sentisse.

Bill beijou o anel de Gabi e abanou a cabeça afirmativamente. Tudo o que desejava era aproveitar aquela noite ao máximo para estar com a mulher que amava. As restrições que se avizinhavam no futuro para o namoro deles iam ser debilitantes. Precisava dela como de água para viver. Sentiu Gabi desprender-se dos seus braços e sentiu-se incompleto e entristecido novamente. Viu-a encaminhar-se até à porta do seu quarto e fechá-la à chave trazendo a mesma consigo. Pousou a chave sobre a mesa-de-cabeceira de Bill e puxou-o de encontro a si pela t-shirt que ele trazia vestida, queria sentir o corpo dele colado ao seu, não sabia quando seria possível senti-lo em si novamente. Elevou a t-shirt de Bill para fora do seu corpo e levou os seus lábios até ao peito desnudado dele para o beijar e acariciar. Sentia demasiadas saudades dele para ser capaz de se manter afastada naquela noite.

- Não precisas fazer isto se não é o que queres… - disse Bill pegando no rosto dela com ambas as mãos puxando-o até si para a beijar apaixonadamente.
- É tudo o que eu mais quero… - disse Gabi deslizando as suas mãos sobre o tronco de Bill em direcção às suas calças para as desapertar lentamente – Quero estar contigo e ser tua, hoje e para sempre… O mundo lá fora pode esperar…
- E se… -
disse Bill pensando nos perigos de ser apanhado com Gabi no interior da casa de Nicky quando era já do conhecimento geral que eles se iam separar e que tudo estava fresco demais.
- Shhhh…. Deixa-te levar… - disse Gabi mordiscando o lábio inferior dele ao mesmo tempo que puxava as calças dele para baixo – Sê mais espontâneo e atrevido… Quando é que teremos novamente uma oportunidade de ter uma noite como estas só para nós?
- Queres que seja mais atrevido? –
perguntou Bill exibindo um sorriso sedutor e libidinoso, atacando o pescoço dela com uma dentada, lambendo o seu caminho até aos lábios dela para a beijar de forma esfomeada, ao mesmo tempo que fazia com que as suas mãos passeassem sobre as curvas dela e a puxava para mais perto de si querendo-a anexar ao seu corpo tal era o grau de loucura e desejo que sentia por tê-la por perto – Acabaste de assinar a tua própria sentença…
- Óptimo! –
disse Gabi despindo o top que trazia vestido, mandando-o para o chão – Sinto-me capaz de te devorar esta noite…
- Então devora-me… -
disse Bill atacando os lábios dela energeticamente ao mesmo tempo que a empurrava em direcção à cama.


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *


- Entra… - disse Nathalie sentando-se na cama, acendendo a luz da sua mesa-de-cabeceira, estranhando o facto de Tom a estar a procurar àquela hora da noite.

Tom entrou no quarto e estranhando o facto de Gabi não estar por perto, perguntou:

- Estás sozinha?
- Sim, a Gabi está com o teu irmão… O que é que se passa?
- Não consigo dormir… -
disse Tom encaminhando-se para a cama dela, sentando-se no lugar que pertencia a Gabi – Estive uma hora a tentar ganhar coragem para telefonar à K, e quando finalmente consegui, ela rejeitou-me a chamada e desligou o telefone… Achas que eles…?
- Que eles estão juntos? Que aconteceu alguma coisa?
- Sim…
- Se ela ainda não voltou para casa… Talvez… -
disse Nathalie a medo, não sabia como Tom iria reagir àquela noticia, que efeitos o ciúme tinha sobre ele.

- Eu estraguei tudo, não foi?
- Pode ser que não… -
disse Nathalie na esperança de lhe dar algum ânimo – Ela gosta muito de ti…

- Não chegou a acontecer nada entre mim e a Amber! -
disse Tom numa tentativa de se desculpar a si mesmo.
- Pois, mas pelo que tu me contaste, faltava pouco para acontecer, e só não aconteceu porque a Keri apareceu…
- Eu sou mesmo um idiota… Só faço merda! –
disse Tom enterrando a cabeça nas mãos.
- Tens de parar de esconder a tua frustração e os teus problemas em mulheres… E principalmente tens de parar de ver as mulheres como objectos de prazer e nada mais! Nós também temos sentimentos e também gostamos que olhem para nós como mais do que um corpo… Mesmo que algumas, como a Amber, adorem resumir-se a um corpo! … Não te devias ter aproveitado da Amber da forma como o fizeste, tu sabes que ela não te consegue dizer que não… E também não te devias ter visto livre dela da forma como o fizeste… Tu tratas as mulheres abaixo de cão… Tu só usaste a Amber para meter ciúmes à K e esconder aquilo que sentias!
- Depois não é de admirar que elas fujam a sete pés quando encontram alguém melhor…
- Pois…

- Posso ficar aqui contigo até a K voltar? –
perguntou Tom descalçando-se e deitando-se sobre a cama ao lado de Nathalie, sem antes ouvir a resposta dela.
- Sim… Mas pensa bem naquilo que vais fazer e naquilo que vais dizer quando ela chegar! Não deites tudo a perder!
- Já está tudo perdido… -
disse Tom aninhando-se na almofada, virando-se de lado para Nathalie – Sinto-me tão só esta noite… Tão abandonado e resumido a nada…
- Tu não estás sozinho, e muito menos foste abandonado… Ela tem direito de seguir em frente com a vida dela, e se tu não queres fazer parte da vida dela, ela tem o direito de procurar alguém que queira… Não a podes manter presa a ti eternamente!
- Se ao menos eu tivesse esperado um pouco mais… Se não tivesse levado a Amber para o quarto…
- Para quê? Para teres mais uma noite com ela? Para estares com ela por capricho? Para continuar tudo na mesma e vê-la sofrer noutra altura? Ela conhece-te… Ela sabe que tu és assim e que nunca vais mudar… Deixa-a afastar-se lentamente, não dificultes ainda mais as coisas…
- Mas eu não quero que ela vá embora…
- Então abre mãos das Ambers deste mundo e prova-lhe que a amas…
- … Amor… Eu não quero saber o que é o amor… O amor só traz problemas…
- Então decide-te porque não podes ter tudo! –
disse Nathalie de forma impaciente – Não é justo ela ser infeliz porque tu continuas a alimentar este desespero de vida que ela leva!
- Eu não presto… Sou igualzinho ao meu pai…
- Não digas disparates!!! –
disse Nathalie dando-lhe um safanão no ombro ao vê-lo ir-se abaixo daquela forma.
- É verdade, podes dizê-lo…
- Se fosse verdade, eu dizia-te… Mas não é!

- Eu não quero estar sozinho esta noite… Não quero pensar no que está a acontecer entre ela e o DiCaprio! –
disse Tom levando as mãos à cabeça, escondendo os olhos e os seus sentimentos.
- Então não penses…
- Não consigo…
- Claro que consegues! –
disse Nathalie deitando-se na cama, virando-se de lado para ele de forma a poder mantê-lo debaixo de olho. Estava realmente preocupada com aquele Tom que tinha à sua frente.

- … Faz-me esquecer de tudo… - pediu Tom suplicando-lhe com um olhar triste e embargado pela dor.
- … Tom… - disse Nathalie abanando a cabeça de forma negativa sem saber o que dizer. Sentia o seu coração diminuído pela dor que via nos olhos dele.
- … Preciso de esquecer…
- Precisas de descansar… Amanhã é um novo dia, tudo será mais fácil…
- Não consigo… Não consigo dormir… Não consigo deixar de pensar que sou um anormal e que por causa disso acabei de perder alguém que me ama… E se nunca mais ninguém me for capaz de amar?
- Não digas disparates! Ainda vais ser muito amado…
- Dizes isso porque és minha amiga… Toda a gente que me conhece verdadeiramente, ou não gosta de mim, ou saí tão magoada comigo e com a merda que faço, que me abandona…
- Onde é que vais buscar esses disparates todos???
- Olha para ti, para a Gabi… Vocês seriam incapazes de olhar para mim duas vezes… Até a Nicky, na hora de me virar as costas foi implacável…
- Sabes muito bem que isso é mentira!!!
- Não, não é… E a prova disso é que tu te envolveste com o Bill numa noite em que estavam bêbados mas serias incapaz de fazer o mesmo comigo! Tu conheces-me, tu sabes que eu não valho nada, e que comigo só ias sofrer!
- Só podes estar bêbado ainda! –
disse Nathalie espantada com as coisas que ele lhe dizia e o tamanho dos disparates que lhe saiam da boca – E se isso é uma tentativa de fazeres chantagem emocional comigo e levar-me a fazer aquilo que tu queres, podes esquecer!
- Não, não é chantagem emocional… Estou apenas a fazer-te ver a realidade!
- A realidade é que o que eu tive com o teu irmão aconteceu porque nós sempre fomos muito próximos…
- E nós, não?
- A minha relação com o Bill é totalmente diferente da minha relação contigo! Lá porque fui para a cama com ele, não quer dizer que vá para a cama contigo também! Eu não sou uma das vossas putas Tom!!! –
disse Nathalie ficando ofendida com o discurso dele.
- Eu sei… Eu sei… - disse Tom levando as mãos à cabeça envergonhado com aquilo que dizia - Desculpa… Mas tu podias tornar tudo tão mais fácil para mim…
- Não… -
disse Nathalie puxando-lhe uma trança para o chamar à razão – Eu podia tornar tudo ainda mais difícil! São estas as coisas que tens de evitar… São elas que te trazem ainda mais problemas… Não é por passares uma noite com alguém que quando acordares a tua vida vai estar diferente…

- … Tens nojo de mim? Da pessoa em que me tornei?
- Claro que não anormalóide! Mas mete nessa cabecinha que o sexo não resolve nada… Se o sexo fosse uma solução para os problemas de alguém, não haviam guerras!
- O sexo sempre foi uma solução para mim… Sempre foi a única maneira de encontrar um caminho… De me sentir em poder de algo…
- E não achas que está na altura de mudar?
- Não… Eu adoro sexo!
- Eu não te estou a dizer para dares numa de celibatário!!! Mas olha… Pelo menos eu tentei! –
disse Nathalie por entre um grande suspiro de quem perdia a paciência em tentar remar contra a maré – Apenas não te chegues para o meu lado… Sabes muito bem que daqui não levas nada… Podes estar bêbado e achar que isto é o melhor para ti, mas garanto-te que não é e que amanhã te ias arrepender amargamente porque não me ias querer ver ao teu lado… Mais que isso… Garanto-te que neste momento só achas que eu te posso ajudar a esquecer seja quem for porque ainda estás bêbado e magoado… Isto seria um grande erro… A K ia ficar ainda mais magoada contigo, e ia ficar muito magoada comigo…
- Estás-te a tentar convencer a ti mesma, não estás? –
perguntou Tom achando piada à forma ininterrupta como ela pensava e falava em voz alta. E chegando-se para perto dela, abraçando a sua cintura e puxando-a para si acrescentou – Tu no fundo queres-me… Sempre me quiseste!
- És tão estúpido… -
disse Nathalie afastando a cara de Tom que esticava os lábios na tentativa de lhe dar um beijo – Porta-te com juízo que eu tenho idade para ser tua mãe!
- Tinhas de ter sido muito precoce para isso… Mais precoce do que eu! –
disse Tom a rir, libertando o corpo dela.
- Isso era complicado…
- Tu não tens idade para ser minha mãe, mas eu tenho idade para ser pai do teu filho… -
disse Tom saltando para cima do corpo dela mordendo o seu pescoço.
- Não sejas parvo! – disse Nathalie empurrando-o de cima de si – Vê se tens juízo! Para quem estava muito deprimido, espevitaste muito rápido!
- Obrigadinho pela lembrança… -
disse Tom suspirando, deitando-se ao lado dela de braços cruzados a fitar o tecto – Espanta-me que tenhas tido um filho com esse tipo de conversa…
- Respeitinho!!! –
disse Nathalie batendo-lhe no braço – Ninguém aqui ia fazer nada que desse remotamente origem a filhos por isso… Não venhas com esse tipo de conversa! Dorme e deixa-me dormir…
- Eu vim ter contigo porque não conseguia dormir… Lembraste?
- Também ainda não te vi fazer um esforço para dormir…
- Ok… Vamos dormir… -
disse Tom em tom de birra como se lhe quisesse provar que não era capaz de o fazer.
- Boa! – disse Nathalie contente, ajeitando-se na cama – Boa noite Tom, até amanhã…
- Até amanhã… -
disse ele contrariado.

Fechou os olhos e deixou que o tempo passasse e que a sua cabeça acalmasse da noite atribulada que tinha tido. Tudo em que conseguia pensar era nela. Miss K assombrava o seu pensamento de forma assustadora. Olhou para o lado e apercebeu-se que Nathalie já tinha adormecido. Deviam ter passado vinte minutos desde que se tinha empenhado em tentar adormecer. Suspirou de forma profunda e uma vez mais pensou em ligar a Miss K para saber se estava tudo bem e se ela estava realmente acompanhada. Levantou-se da forma mais silenciosa que conseguia e pegou nos seus sapatos, saindo em direcção ao corredor. Uma vez lá fora pegou no telemóvel e tentou telefonar novamente àquela que importunava o seu pensamento. O telemóvel dela continuava desligado. Sentiu-se uma vez mais perdido e desgastado nos seus pensamentos. E agora, o que podia fazer?


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *


Fechou a porta do quarto com cuidado e receio de acordar alguém. Não queria causar nenhum aparato para o facto de estar a chegar àquelas horas tardias. A noite anterior devia passar o mais despercebida possível de todos os habitantes daquela casa. Entrou no interior do quarto e assustou-se ao ver um vulto levantar-se de rompante da sua cama. Tom estava acordado e à sua espera.

- Ahh! – gritou Miss K, deixando cair os sapatos e a mala que trazia presos numa mão, conferindo com o olhar de que aquele era realmente o seu quarto e não se tinha enganado – O que é que estás aqui a fazer??? Este é o meu quarto!!!
- Estava à tua espera! –
disse Tom abrindo as cortinas do quarto como se quisesse que ela se apercebesse que era de dia e que ele tinha passado a noite ali – Onde é que estiveste? Sabes que horas são? Sabes quantas vezes te tentei telefonar? Porque é que desligaste o telemóvel?
- Em primeiro lugar: eu não te devo explicações sobre a minha vida, e em segundo lugar: sai imediatamente do meu quarto… Eu não te dei autorização para estares aqui! –
disse Miss K pegando nos sapatos e na mala que lhe tinham caído das mãos para os pousar no devido lugar.
- Porque é que não dormiste em casa? – perguntou Tom seguindo cada passo e movimento dela com o olhar – Por tua causa não dormi nada esta noite!
- Tens cá uma lata!!! –
disse Miss K espantada com o egoísmo dele.
- Não podias pelo menos ter-me atendido o telefone, em vez de mo desligares na cara?
- Eu não sou como tu! –
disse Miss K virando-se para ele, confrontando-o com o seu olhar magoado e revoltado – Para tua informação eu não te rejeitei a chamada, nem desliguei o telefone… Apenas fiquei sem bateria!
- Que timing perfeito para ficares sem bateria!
- Tom… Sai daqui antes que eu perca a cabeça! –
pediu Miss K levando as mãos à cara para esconder a frustração e dor que sentia no seu interior.
- Preciso falar contigo…
- Não, o que tu queres é que eu te dê justificações, e eu não vou fazer isso! Se tudo o que queres é simplesmente falar comigo, podemos falar noutra altura… Se nessa altura eu tiver coragem de olhar para a tua cara!

- TU ESTAVAS COM OUTRO!!! –
gritou Tom em tom de acusação – Tu preferiste-o a ele!!! Não é justo que me culpes por tudo o que aconteceu!!!
- E TU ESTAVAS COM A AMBER!!! E ao contrário de mim não estavas somente a falar e a conviver com ela como as pessoas normais fazem quando estão numa festa… Tu estavas na cama com ela, estavas a beijá-la, a come-la… Na mesma cama em que me tinhas convidado para estar momentos antes!!!
- Nós não chegámos a… -
começou Tom por dizer, na tentativa de se desculpar.
- DESAPARECE DA MINHA FRENTE!!! – gritou Miss K apontando para a porta do quarto desejosa de se ver livre dele. Apetecia-lhe chorar e gritar de raiva e dor – Vai!!! Deixa-me em paz!!!
- Eu juro que não aconteceu nada… -
disse Tom num tom mais calmo aproximando-se de Miss K devagarinho, testando terreno.
- EU VI TOM!!! Ninguém me contou, eu vi-vos juntos!!! Se não aconteceu nada foi porque a tua queridinha é demasiado gananciosa e queria juntar-me à festa… Nunca ouviste dizer que o que conta é a intenção??? Não é só para o bem… A tua intenção era levares as coisas até ao fim e estavas bem empenhado nisso… Eu não te estou a pedir justificações, tal como espero que não mas peças a mim… O que eu te estou a pedir é para ires embora e deixares-me em paz porque eu estou farta disto tudo!!!
- Mas eu…
- Eu, eu, eu… Já reparaste que és sempre tu que interessas… Contigo tudo se resume a ti!!! Não há espaço para ninguém na tua vida porque tu não sabes pensar em ninguém sem ser em ti!!!
- K… -
começou Tom por dizer, ao mesmo tempo que ouvia alguém bater à porta e abri-la. Virou-se em direcção à porta e viu Bill entrar e fechá-la atrás de si.

- Vocês estão a dar espectáculo! Toda a gente está a ouvir a vossa discussão! – disse Bill olhando para um e para outro percebendo que as coisas estavam feias entre eles.
- Vai-te embora Tom! – disse Miss K de forma autoritária – Não quero falar contigo neste momento…
- É melhor… -
disse Bill fazendo sinal ao seu irmão para que o seguisse.
- Mas eu vou-me embora desta casa daqui a pouco! – disse Tom suplicando com o olhar uma última vez.
- Ainda bem! – disse Miss K de forma fria. Sentia-se morrer por dentro. Pela primeira vez desde que se lembrava de existir, precisava estar sozinha e longe de Tom.
- Se não falarmos as coisas ficam piores… - disse Tom na tentativa de ainda conseguir algo – Eu preciso que me oiças e preciso saber onde é que estiveste esta noite…
- Não, o que tu queres é saber com quem é que eu estive e o que estive a fazer… O lugar é secundário! Mas acho que já sabes a resposta a parte dessa pergunta, antes mesmo de a fazeres… Por isso poupa-me os teus discursos egoístas e egocêntricos e não me procures tão cedo! –
disse Miss K sentindo lágrimas quererem inundar os seus olhos e afogá-los em mágoa.

- Anda… - disse Bill em tom de incentivo a Tom. Miss K estava disposta a ver-se livre de Tom de qualquer maneira, mesmo que o tivesse de magoar para isso. Precisava de tirar o seu irmão dali – Vamos preparar as malas, não tarda nada está aí o motorista para nos levar…
- Ok… -
disse Tom percebendo que não tinha como dar a volta a Miss K naquela manhã, e olhando para ela uma última vez apercebeu-se que ela não trazia consigo o lenço que ele lhe tinha oferecido e que se lembrava que no inicio da noite ela o usava como acessório à volta do pulso – Mas antes de ir, responde-me a uma pergunta… Onde é que escondeste o meu lenço?
- No mesmo sítio onde escondeste o meu brinco! –
respondeu Miss K sentindo-se encurralada e sem saber o que responder. Tinha tirado o lenço de Tom enquanto se ia embora da festa, tinha-o guardado na sua mala, num sítio onde não o precisasse de ver e se pudesse esquecer dele, pelo menos naquela noite.
- Duvido que haja espaço na minha carteira para esconder um lenço… - disse Tom olhando para ela abanando a cabeça da direita para a esquerda lentamente – Mas o teu brinco anda sempre comigo…
- Porquê? Para que é que te dás sequer a esse trabalho? –
perguntou Miss K sentindo uma lágrima colossal cair dos seus olhos.

Tom olhou para ela em silêncio sem saber o que responder. Sentiu uma mão de Bill puxar pelo seu braço e sem desprender os olhos dela, deixou-se levar para o exterior daquele quarto.
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MensagemAssunto: Re: [FF] - Kampf der Liebe   [FF] - Kampf der Liebe - Página 18 Icon_minitimeSeg Nov 28, 2011 9:03 pm

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[FF] - Kampf der Liebe - Página 18 189s

Vinte e quatro horas tinham-se passado desde que Bill, Tom e Nathalie tinham saído de casa de Nicky Fuller. Alguns jornalistas já se encontravam escondidos à porta do hotel à espera de conseguirem um exclusivo sobre a recente separação do casal maravilha de Hollywood. Naquele dia, um novo julgamento fazia-se figurar. O último agendado nos próximos tempos. Um julgamento doloroso e complicado para muitos, mas principalmente para Gabi que ia ter de enfrentar uma vez mais tudo o que se tinha passado consigo numa noite que iria para sempre assombrar o seu pensamento.

O ambiente à entrada do tribunal estava irrespirável. A quantidade de jornalistas que ali se encontravam deixava querer que o boato da separação de Bill e Nicky tinha chegado até aos media em força. Bill viu-se atacado por câmaras, microfones e perguntas pouco discretas, mas como combinado manteve-se calado e seguiu caminho até ao interior de edifício sem prestar qualquer tipo de declarações. Aquele dia avizinhava-se muito complicado. Ouvir Gabi falar publicamente sobre o que tinha acontecido num passado ainda tão recente, desenterrava o seu lado mais inumano e despertava a sua sede de vingança. Qualquer que fosse o desenrolar daquele julgamento, não ficaria feliz até ver James Mercier pagar por todos os seus pecados. Entrou para a sala de audiência e reparou que Nicky e Miss K estavam sentadas longe do seu lugar habitual, num sítio distante dele e de Tom para não causar conflitos de força maior. Nicky parecia triste e abatida. Seria apenas encenação ou aquela audiência também mexia esmagadoramente consigo devido ao seu passado trágico? Miss K evitava a todo o custo olhar para eles e ignorava a presença de Tom por completo. Olhou para Gabi sentada ao lado do advogado e estremeceu com o simples pensamento de a ver sofrer no banco das testemunhas. Como é que ia suportar vê-la sofrer? Como é que ia suportar ter de ir para o hotel a seguir ao julgamento, quando ela ia precisar de si naquela noite? Como? Ouviu o assistente do Juiz entrar na sala e pedir que todos se levantassem. Bill levantou-se e pouco depois entrou o Juiz que já tão bem conhecia.


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *


- Essas ameaças de que foi alvo… Alguma vez sentiu que corria realmente perigo de vida? - perguntou o Juiz a Gabi após uma breve descrição daquilo que a levava até aquela tribunal.
- Sim… Numa altura em especifico quando viemos a Los Angeles e fomos ter com a Nicky aos estúdios onde ela estava a gravar um filme e nos encontrámos com ele… - disse Gabi olhando para Mercier com desdém – Nessa altura ele voltou a ameaçar-me… A mim e aos gémeos Kaulitz que estavam comigo… Por mais que me custe admitir, pensei que talvez estivesse ao alcance dele, que aqui me tornava uma presa fácil, mesmo que ele se manobre muito bem e seja capaz de me aterrorizar à distância…
- Descreva o medo que sente de James Mercier… -
pediu o Juiz.
- Descrever o meu medo?! Não sei se consigo… É demasiado difícil descrever sentimentos, tudo o que lhe posso dizer é que é um medo tão forte que me faz ser acompanhada por uma psicóloga… Que por mais que me faça de forte para não assustar aqueles que se preocupam comigo… - disse Gabi olhando de soslaio para Bill – Muitas noites me deixa sem dormir ou me consome em pesadelos…
- Qual é o seu maior medo em relação ao Sr. James Mercier?
- Que ele seja bem sucedido naquilo que faz… Que destrua a vida de todos aqueles que me dizem alguma coisa!
- Pois porque segundo os dados que eu aqui tenho referentes a este caso… -
disse o Juiz observando a pasta do processo – Consta nos autos que a Menina não cedeu à chantagem…
- Não…
- Porquê?
- Porque me recuso a ser um instrumento de vingança e chantagem… Se o objectivo do Mercier é usar-me como isco e arma contra alguém, prefiro sofrer as consequências, a ser usada por ele!

- Quer-nos contar o que aconteceu a seguir à chantagem e a ter deixado bem claro que não iria ceder ao que lhe era pedido? –
propôs o Juiz.
- Sim… - disse Gabi respirando fundo na tentativa de se manter em controlo da situação – O enviado do Mercier utilizou as suas mãos para violar a minha privacidade, por assim dizer…
- O que a Menina quer dizer é que foi coagida sexualmente a tentar aceitar a chantagem…
- Exacto… -
disse Gabi sentindo-se estremecer, olhando para as suas mãos de forma nervosa, praticando a respiração lenta e controlada que a sua psicóloga lhe tinha ensinado.
- E mesmo assim não aceitou…
- Exacto…
- No entanto, não consta do processo nenhuma prova da agressão… -
disse o Juiz.
- Meritíssimo, a razão pela qual não consta no processo nenhuma prova do sucedido é porque a minha cliente quis abafar o assunto… - disse o advogado de Gabi - Como ela mesma disse, a Menina Gabriele não cedeu à pressão do seu agressor e enterrou o caso por ali… A minha cliente só nos contou o que se tinha sucedido, após ter sido repetidamente ameaçada de que a sua intimidade ia ser exposta perante o seu patrão, o Sr. Bill Kaulitz, e usada contra ele para chantagem também…
- Foi isso que aconteceu? –
perguntou o Juiz a Gabi.
- Sim… O Mercier encostou-me contra a parede… Ou contava o que tinha acontecido, ou isso seria usado a favor dele com novas ameaças e chantagens… Não tive alternativa senão contar...

- Consta aqui… -
disse o Juiz observando o processo – Que a Menina identificou o seu agressor…
- Sim… Foi o Sr. Patrick Franz que trabalha para o Mercier…
- E que apresentou provas… Como um saco que lhe foi enfiado na cabeça? –
disse o Juiz em tom de pergunta – Não me lembro de ter mencionado nenhum saco quando contava a sua história…
- Sim, o saco foi utilizado apenas na fuga do meu agressor… Quando o Patrick me largou eu estava em estado de choque, mas num acto de heroísmo tentei jogar-me a ele para lutar e o tentar reconhecer… Mas ele voltou a subjugar-me contra a parede e a apertar-me o pescoço, enfiando o saco na minha cabeça para que eu não o pudesse identificar…
- Então como é que foi capaz de o identificar?
- Pela voz e porque arranhei-o no pescoço e deixei marcas bem visíveis de defesa pessoal… Poucos dias depois vi-o e ele tinha as marcas das minhas unhas no pescoço… E não negou ter sido ele, pelo contrário, confessou à sua ex-mulher que tinha sido ele e que o tinha feito por vingança, mesmo que não se orgulhasse do sucedido…
- Hmmm… -
disse o Juiz reflectindo sobre o assunto – Pois… O saco que apresentou como prova, não pode ser levado em consideração uma vez que não foi recolhido pela policia e que não temos provas que seja autêntico… Mas temos um vídeo que mostra a Menina a ser empurrada para o interior da casa de banho pelo Sr. Franz, e uma amiga sua, curiosamente a ex-mulher do Sr. Franz, a ir acudi-la após ele sair da casa de banho a correr… - disse o Juiz criando um tumulto entre Mercier e o seu advogado que pareciam ter entrado em súbito pânico.
- Sim… A ex-mulher do Sr. Franz é uma das minhas melhores amigas e depois do sucedido, eu fiquei tão paralisada de medo que não era sequer capaz de me manter em pé por muito tempo… Precisava de ajuda e a Nathalie foi a primeira pessoa que me veio à cabeça…
- Então se ela é uma das suas melhores amigas, porque é que não reconheceu o Sr. Franz quando estava na casa de banho?
- Porque até então não o conhecia! Só conheci o Patrick no dia em que o reconheci como meu agressor… Quando conheci a Nathalie, ela já era divorciada…
- Muito bem… Está dispensada por enquanto… -
disse o Juiz a Gabi – Agora quero ouvir a sua amiga, a Sr.ª Nathalie Franz…

Gabi levantou-se do banco de testemunhas e enquanto se dirigia para o seu lugar ao lado do advogado, e ouvia o assistente do Juiz gritar pelo nome de Nathalie acolhendo-a na porta por onde entravam as testemunhas do processo, olhou para Bill e percebeu que a força e o à vontade com que tinha falado sobre o seu passado tinham desmistificado um pouco a dor que ele sentia. Os seus olhos já não estavam tão negros e consumidos de raiva, agora pareciam ter um vislumbre de justiça e paz. Estava prestes a recuperar a sua vida e a ver aqueles que amava em paz. Tudo se encaminhava.

- Nathalie Franz, jura dizer a verdade e nada mais que a verdade, que Deus a ajude? – perguntou o assistente do Juiz colocando a mão de Nathalie sobre a bíblia sagrada que segurava entre mãos.
- Juro! – respondeu Nathalie.
- Então pode-se sentar… - disse o assistente, encaminhando-se de seguida para o seu posto.

- Sr.ª Franz conte-nos o que aconteceu… - pediu o Juiz.
- Nós estávamos no concerto da Lady Gaga, tínhamos uma sala privada só para os Tokio Hotel e eu nem me apercebi que a Gabi tinha saído para ir à casa de banho… A dada altura ela telefonou-me com uma voz muito assustada e chorosa a pedir-me ajuda, disse que estava na casa de banho e eu fui a correr ao encontro dela…
- Quando chegou à casa de banho, com o que é que se deparou?
- A Gabi estava encolhida no chão, a um canto da casa de banho… -
disse Nathalie recordando aquela visão de forma dolorosa, deixando-se emocionar – Chorava e tremia compulsivamente… Tive de obrigá-la a contar-me o que tinha acontecido porque ela não queria que ninguém soubesse nada… Ela disse-me que tinha tido um ataque de claustrofobia, mas eu sabia que isso não era possível, não no estado em que ela estava!
- Viu alguém sair ou entrar da casa de banho?
- Não… Quando cheguei ela estava sozinha, e quando saímos não me lembro de nos termos cruzado com ninguém…

- Fale-me do saco que foi encontrado na casa de banho…
- O saco estava ao lado da Gabi quando eu entrei… Foi difícil convencê-la a contar-me o que realmente se tinha passado e qual tinha sido a utilização dele… A Gabi é claustrofóbica… Deve ter sido ainda mais sufocante do que para qualquer outra pessoa ter aquele saco enfiado na cabeça… O que lhe fizeram foi desumano!!! Fui eu que sugeri que guardássemos o saco como prova do que tinha acontecido, fui eu que o guardei até ele ter sido entregue quando começámos este processo legal…
- Sabe que ele não pode ser utilizado como prova neste tribunal… -
perguntou o Juiz.
- Calculava que não, mas mesmo assim, ele existe e por mais que o queiram ignorar, ele está na vossa posse e vocês sabem que ele foi utilizado e que a Gabi foi usada como um objecto para perpetuar a malvadez do Mercier…
- Protesto!!! –
disse o advogado de Mercier levantando-se em grande indignação – Não admito que tirem conclusões precipitadas sobre o meu cliente!
- Sr.ª Franz… Cinja-se aos factos! –
pediu o Juiz.
- Sim Meritíssimo… - disse Nathalie com ar aparentemente arrependido.

- É verdade que confrontou o seu ex-marido em relação ao que aconteceu? – perguntou o Juiz.
- Sim, em diversas ocasiões… Aquilo que ele fez é imperdoável… O Patrick é um homem muito fechado, eu sempre tive de puxar por ele para que ele falasse sobre aquilo que se passava na vida dele… Depois do que aconteceu, ele mudou… Parece mais aberto à ideia de falar e partilhar aquilo que vai no seu interior, antes que cometa grandes erros como os que cometeu! Ele falou-me diversas vezes naquilo que aconteceu com a Gabi, ele está verdadeiramente arrependido por se ter deixado levar pelo plano maquiavélico de alguém, e ter acreditado que tinha razões para se vingar do Bill… Conheço bem aquele homem Sr. Dr. Juiz e sei que ele está muito arrependido pelo que fez e que terá remorsos para o resto da vida… Por mais que ele não seja inocente e mereça pagar pelo que fez, o Mercier cicatrizou-o profundamente… De todas as maneiras possíveis!!! – disse Nathalie sentindo-se consumir em raiva ao recordar o corpo de Patrick estendido numa cama de hospital.
- Alguma vez o Sr. Patrick Franz mostrou ser capaz de tamanha crueldade? – perguntou o Juiz por curiosidade.
- Não, nunca! Como eu já disse, o Patrick é um homem muito contido e fechado, é o tipo de pessoa que não é capaz de fazer nada contra a sua vontade… Quando ele não quer fazer algo, não faz! Para fazer o que fez ele tinha de estar realmente cego por vingança e maldade, tinha de querer mostrar ao Bill aquilo que era capaz… Acho que na cabeça dele, ele deve ter pensado que era justo usar alguém próximo do Bill, se o Bill tinha usado alguém próximo dele… Acredito que tenha sido essa a desculpa que o fez dormir à noite… Pelo menos até se aperceber que estava errado e que o que tinha feito era uma monstruosidade!
- Muito bem… -
disse o Juiz escrevendo algumas notas – A acusação quer fazer alguma pergunta?
- Não Meritíssimo… -
disse o advogado de Gabi – Apenas gostava de deixar claro que aquilo que aconteceu com a minha cliente foi premeditado e munido de uma maldade atroz! Uma maldade que deixa marcas muito profundas na vida de uma pessoa! Quero ainda salientar que o facto de isto ter ficado por aqui não significa que era esse o planeado, a minha cliente foi ameaçada e acreditamos que as ameaças eram para ser levadas a cargo… O Sr. Mercier tinha intenções de continuar a usar a minha cliente como isco para atingir o Sr. Bill Kaulitz e era isso que estaria neste preciso momento a fazer se não tivesse sido travado e levado a tribunal para responder pelos crimes hediondos que cometeu!
- Fica registado Sr. Dr…. –
disse o Juiz – Defesa, pretende questionar a testemunha?
- Sim… -
disse o advogado de Mercier levantando-se de forma teatral, aproximando-se de Nathalie com um sorriso jocoso nos lábios – Já percebemos que a Sr.ª e o seu marido têm uma relação muito estranha… Que o Sr. Franz lhe admitiu ter feito aquilo de que é acusado… Mas porque é que ele não fez tudo sozinho? Ele mesmo disse neste tribunal que se queria vingar do Sr. Bill Kaulitz… Porque é que o Sr. Patrick Franz teve de fazer aquilo que fez a mando de outra pessoa? Ele tinha mais que razões suficientes para o fazer… A Sr.ª mesma o confirmou…
- Não! Ele não tinha razões para fazer nada! Nunca teve e mesmo que tivesse, ele podia lidar com os problemas dele de variadíssimas maneiras, sem ter de fazer um terço daquilo que fez! –
disse Nathalie irritada com a forma arrogante do advogado falar.
- Ok, ok… Mas a Sr.ª está a fugir à minha pergunta… O que é que a faz crer que o meu cliente está implicado nisto tudo?
- Basta conhecer o seu cliente, saber o ódio de morte que ele tem ao Bill… Conhecer o Patrick e saber que ele jamais me mentiria… Confiar na palavra dos meus melhores amigos quando me dizem que o Mercier lhes confessou que era autor destes crimes… Quer que continue?
- Não, deixe estar… Isso não será tudo uma tentativa de vingança da Sr.ª contra o meu cliente?

- Vingança?!?
- Sim, por ele ter-se defendido do seu ataque em casa da Menina Nicky Fuller…
- Ahh, o que o Sr. quer dizer é: por ele me ter tentado assassinar quando eu tentava evitar que ele afogasse um dos meus melhores amigos? Não… Acho que não tenho necessidade disso… Nem toda a gente precisa de subterfúgios para que seja feita algum tipo de justiça! –
disse Nathalie transbordando em raiva.
- Já ouvi essa conversa muitas vezes…
- E ainda não desconfiou que seja verdade? Um homem de justiça que acredita que a justiça tem de ser feita com as próprias mãos é no mínimo esquisito… -
disse Nathalie sem se controlar.
- Sr.ª Franz não ceda a confrontos! – disse o Juiz.
- A Sr.ª Franz ficou nervosa… - disse o advogado de Mercier a rir.
- Sr. Dr. Advogado… Estou farto do Sr. Dr. falar com as nossas testemunhas da maneira como fala! – disse o Juiz revoltado com aquela situação – Queira sentar-se por favor!
- Mas eu ainda não terminei as minhas questões! –
disse o advogado de Mercier muito indignado.
- Nem vai terminar! Sente-se! – mandou o Juiz.

Nathalie olhou na direcção de Bill e Tom e os gémeos trocavam um sorriso vitorioso e trocista entre eles. Desviou a sua atenção para o advogado que os defendia contra Mercier e viu-o acenar com a cabeça de forma agradavelmente surpresa e feliz, como se lhe agradecesse o facto de ter conseguido fazer com que o Juiz perdesse a paciência de uma vez por todas. Aquele era um trunfo monumental contra James Mercier e a sua defesa. O Juiz estava farto das histórias e dos ataques maldosos de Mercier. Agora era tempo de ser feita justiça, e nada mais que justiça.

- Sr.ª Franz está dispensada… - disse o Juiz, debatendo em sussurros algo com os seus assistentes, enquanto Nathalie voltava a sair de tribunal – Vamos fazer uma pausa de trinta minutos para estabelecer ligação com a próxima testemunha que se encontra hospitalizada.

- O QUÊ??? –
disse James Mercier em claro pânico, inquirindo o seu advogado sobre o significado das palavras do Juiz, ouvindo o seu martelo dar por encerrada momentaneamente a sessão.
- Estás tão fodido cabrão! – disse Tom com um sorriso visivelmente satisfeito, levantando-se para sair da sala de audiência.
- Tuuuuuu…. – disse James Mercier levantando-se de forma agressiva como se quisesse saltar para cima de Tom, sendo agarrado pelo seu advogado.
- Comporte-se homem!!! Isto hoje não nos está a correr bem! - disse o advogado de Mercier sem saber o que fazer para limpar a imagem dele e do seu cliente.
- Desde quando é que testemunhas hospitalizadas podem prestar declarações??? – perguntou Mercier em pânico.
- Desde que existe a possibilidade de fazer vídeo-conferência, se acredita que a testemunha é realmente relevante para o caso e haja um representante do tribunal presente no hospital… Porquê? – perguntou o advogado ficando preocupado com o pânico e o interesse súbito de Mercier – Não me diga que tem alguma coisa a ver com o que aconteceu ao Sr. Franz?!?
- Que disparate!!! Eu pago-lhe para me defender e não para me fazer acusações!!! –
disse Mercier mostrando-se ofendido.

Gabi saiu da sala de audiência e tentando manter-se o mais afastada possível de Bill, foi ao encontro de Nicky e Miss K que se mantinham também elas à distância dos gémeos por razões de diferente natureza.

- O advogado está muito satisfeito com o desenrolar do processo… - comentou Gabi com um sorriso no rosto.
- Levas a mal se eu me for embora? – perguntou Nicky com um olhar entristecido.
- Não, claro que não… Mas passasse alguma coisa? – perguntou Gabi preocupada.
- Não me sinto bem aqui hoje… Apetece-me desaparecer… - disse Nicky.
- Passasse alguma coisa que não me estás a contar? – perguntou Gabi interessada.
- Não, mas não consigo deixar de pensar em desgraças e isto está-me a deixar muito abatida… Não te importas mesmo que eu vá embora? - disse Nicky olhando de soslaio para Bill vendo-o falar animadamente com Tom – Além disso acho que até era um trunfo para o final do namoro… Eu abandonar a audiência mais cedo, prestar umas declarações emocionadas…
- Sim, isso era bom… Mas eu não quero que te vás embora por causa disso! Nem quero que vás embora sozinha e nesse estado… K… -
começou Gabi por dizer.
- Não, não, não… Nem penses que preciso de babysitters! Estou na minha própria cidade! - interrompeu-a Nicky.
- Não me custa nada acompanhar-te… - disse Miss K.
- Eu sei, porque tu és uma querida! Mas eu faço questão de ir sozinha! – disse Nicky com um sorriso forçado no rosto – De qualquer maneira vou directa a casa, encontramo-nos lá quando o julgamento acabar, ok?
- Ok se preferes assim… -
disse Gabi preocupada com a amiga mas sem querer escrutinar o que se passava nos corredores do tribunal.
- Prefiro! Até logo… - disse Nicky dando um abraço forte às duas.
- Se precisares de alguma coisa, diz… - disse Miss K.

Nicky sorriu de forma forçada e abanou a cabeça afirmativamente. Ajeitou a mala que trazia a tiracolo e encaminhou-se para a porta do tribunal colocando os óculos de sol quando passava por Bill e Tom. Gabi olhou para Miss K e percebeu que também ela tinha um olhar triste. As coisas entre ela e Tom andavam demasiado negras.

- Eu sei que não queres falar sobre o assunto mas… Não seria melhor falares com o Tom? Vocês nem se olham direito! – disse Gabi sentindo que tinha de fazer algo para os ajudar - Daqui a dois dias vamos em tour para a Ásia e depois não terás oportunidade de falar com ele…
- Eu não quero falar com ele… Quero esquecer que ele existe! –
disse Miss K respirando fundo – Não vale a pena andarmos sempre às turras… Ele quer ser livre, que seja e que me pare de chatear! A distância vai-nos fazer muito bem…
- … Ele ficou cheio de ciúmes de ter ver com o DiCaprio…
- Ciúmes de quê? De falarmos? De convivermos? Estávamos numa festa… É normal que existam outros homens e que as pessoas interajam!!! O que não é normal é ele andar a convidar metade da festa para ir para a cama com ele!
- Ele gosta de ti…
- Se aquela é a maneira dele demonstrar que gosta de mim… É doentia! Não estou interessada… Para mim chega…. Cheguei ao meu limite!

- Posso-te perguntar uma coisa? –
perguntou Gabi sentindo-se envergonhada por querer saber mais sobre a intimidade de Miss K.
- Sim…
- … Aconteceu alguma coisa entre ti e o Leonardo DiCaprio?
- Aconteceu uma amizade… E uns beijos… Mas foi só isso: uns beijos…
- … Ele não tentou mais nada?
- Não… Embora as mãos dele sejam bastante atrevidas para um primeiro encontro… Mas estávamos ambos inebriados e foi tudo muito natural…
- E durante esses beijos… Estavas a pensar no Tom? –
perguntou Gabi a medo de se estar a intrometer demais.
- Onde é que queres chegar Gabi? – perguntou Miss K sentindo-se incomodada com aquelas perguntas.
- É só uma pergunta… Não precisas de responder se não te sentes à vontade para falar comigo sobre esse assunto…
- … Não estava a pensar nele… -
disse Miss K timidamente e por entre um leve suspiro – Mas ele também não me saía da cabeça nem do coração… E não me senti nada bem comigo mesma por sentir que o estava a trair… Mas o Leonardo fez-me sentir bem… Fez-me sentir feliz, desejada, como se tudo fosse simples… Não tens noção há quanto tempo não sentia um alivio tão grande dentro de mim, como se a pressão que sinto sempre que estou com o Tom, tivesse desaparecido… Mesmo que ele estivesse tão presente dentro de mim… É tão difícil amar alguém que nos faz sofrer… Às vezes tudo o que precisamos é de um empurrãozinho e de alguém que nos abra os olhos e nos diga que merecemos mais, que não nos devemos contentar em ser um objecto porque algures no mundo existe alguém que vai olhar para nós como a mulher mais importante da sua vida… Como o Bill olha para ti… Gostava que o Tom tivesse a capacidade de amar do irmão… Mas ultimamente quando estou com ele sinto-me sempre a segunda opção… E isso dói tanto! – disse Miss K sentindo os olhos começarem a ficar repletos de lágrimas.
- Tens de dizer isso ao Tom… - disse Gabi abraçando Miss K, passando uma mão sobre os seus cabelos – Não o deixes ir embora sem tirares tudo isso de dentro de ti…

Miss K preparava-se para responder quando ouviu o assistente do Juiz à porta da sala de audiências a gritar para que toda a gente entrasse naquele momento pois o julgamento ia dar inicio novamente. Não demorou muito tempo para que estivessem todos sentados no interior da sala e o Juiz iniciasse novamente a sessão alertando para o facto de irem estabelecer ligação com o hospital onde Patrick estava internado para que ele prestasse o seu depoimento como peça fundamental do crime que tinha sido perpetuado contra Gabi.

- Sr. Franz… - disse o Juiz uma vez estabelecido o contacto com o hospital - Eu compreendo que o Sr. não se encontre em condições de fazer grandes esforços ou falar em demasia, mas gostaria que prestasse algumas declarações perante este tribunal, mesmo que sejam somente declarações iniciais e que no futuro, quando estiver mais recuperado, voltemos a marcar outra audiência para o Sr. falar connosco… Sente-se em condições disso?
- Sim… -
disse Patrick demonstrando alguma dificuldade em falar.
- Sr. Franz, uma vez que os seus médicos nos asseguraram que o Sr. se encontrava em condições mentais de responder às perguntas do tribunal, e partindo do pressuposto que o Sr. sabe do que está a ser acusado… Gostaria que dissesse de sua justiça e se defendesse perante as acusações que lhe são feitas.
- Não tenho do qual me defender… As acusações são verdadeiras… Eu fui o autor do crime… O Mercier o mandatário… -
disse Patrick com dificuldade.
- Está portanto a admitir que ameaçou e violou a intimidade da Menina Gabriele Asbach a mando do Sr. James Mercier? – perguntou o Juiz para confirmar.
- Sim… E estou muito arrependido… Ele queria… Que eu fizesse pior… Eu disse-lhe que não… Não era capaz… - disse Patrick com bastante dificuldade.

- Sr. Franz… Ouvi dizer que as razões que o levam até essa cama de hospital são no mínimo dúbias e que foi pedida a protecção da justiça… Acha que o julgamento de hoje teve algo a ver com isso? – perguntou o Juiz de forma curiosa.
- Sim… Foi o Mercier… Ele queria matar-me para eu ficar calado…
- Isso é um ultraje!!! –
insurgiu-se o advogado de Mercier – E mesmo que não fosse, não tem nada a ver com o julgamento em questão!!!
- Sr. Dr. acalme-se! –
disse o Juiz sem paciência para ele, e regressando à conversa com Patrick acrescentou – Sr. Franz vejo que está com dificuldades de articulação e que o esforço que lhe pedimos ainda é muito debilitante para si… Peço-lhe no entanto que na faculdade total das suas capacidades mentais nos tente descrever aquilo que aconteceu...
- Foi no concerto de Lady Gaga… Na zona dos camarotes V.I.P… Ela foi à casa de banho… Eu empurrei-a lá para dentro…. Contra a parede… E… -
disse Patrick fazendo uma pausa para respirar e ganhar fôlego novamente – Ameacei-a para ela fazer chegar um recado aos ouvidos do Bill Kaulitz… Ela resistiu… Eu abusei dela… Por trás… Com as mãos… Ela parecia em estado de choque… Ou pânico… Mas resistiu novamente… Quando a larguei… Ela atacou-me… Eu respondi… Mandei-me ao pescoço dela e enfiei-lhe um saco na cabeça para ela… Não me identificar… Depois, saí… - disse Patrick tendo um ataque de tosse fortíssimo que preocupou toda a gente.

Gabi escondeu a cara nas mãos e esperou que Patrick parasse de tossir. Sentia o seu corpo estremecer ligeiramente e a sua memória querer relembrar e viver de forma cruel tudo o que se tinha passado. Falar no assunto era algo com que começava a lidar de forma mais ou menos natural, mas ouvir o seu agressor falar nisso, era debilitante, principalmente quando sabia que ele tinha estado às portas da morte por querer pagar pelos seus erros, e que Bill estava sentado atrás de si a ouvir aquela descrição dolorosa de acontecimentos que o magoavam tremendamente.

- Muito bem… - disse o Juiz – Por enquanto vou-me dar por satisfeito com as respostas que obtivemos, mantendo-o no entanto informado que no futuro, como já tinha dito, caso seja necessário, entraremos em contacto consigo para marcar uma nossa audiência… Queria também salvaguardar que este tribunal como representante da justiça, gostaria que fosse apresentada uma queixa devido às suas agressões…
- Sim… -
disse Patrick debilmente, abanando a cabeça lentamente de forma afirmativa, dando a entender que pretendia fazê-lo.
- Crimes dessa natureza não devem sair impunes! – disse o Juiz olhando para Mercier e o seu advogado, dando a entender que acreditava que Patrick tivesse sido realmente vitima da maldade dele – Numa situação normal, perguntaria se os Srs. Advogados querem fazer alguma intervenção mas tendo em conta que o Sr. Franz se encontra muito debilitado, vou-me dar satisfeito… - disse o Juiz fazendo sinal ao assistente para que ele desligasse a vídeo-chamada. E ajustando os óculos sobre o nariz dirigiu-se aos Jurados – Srs. Jurados… Antes de dar por encerrada esta sessão, e de ouvirmos as alegações finais, gostaria de partilhar convosco que durante o pequeno intervalo que estabelecemos ainda há pouco, chegou até mim aquilo que eu considero ser uma proposta de suborno por parte do Sr. James Mercier…

- É tão estúpido que até mete impressão! –
disse Bill a rir, contentíssimo com aquela novidade.
- Está tão fodido!!! – disse Tom rejubilando de felicidade.
- Mas ele é tão inocente… Porque é que precisa de subornar alguém? – perguntou Bill de forma encenada, elevando a sua voz para que o ouvissem.
- Está calado seu filho da puta, olha que eu acabo com a tua raça em dois tempos!!! – disse James Mercier virando-se para trás por entre um ranger de dentes
- Isso quer dizer que também acabas comigo? – perguntou Tom a rir.
- Basta estalar os dedos… - disse Mercier de forma feroz.
- Cale-se homem!!! – disse o advogado de Mercier obrigando-o a virar-se novamente para a frente – Não percebe que cada vez que abre a boca se afunda ainda mais???

- Ordem!!! –
disse o Juiz batendo com o seu martelo sobre a mesa para chamar a atenção dos presentes – Sr. Mercier, a resposta à proposta que me fez ainda à pouco, é: Não, em tempo algum irei pactuar consigo… Pelo contrário, farei questão que seja condenado por esta tentativa de suborno!
- Sr. Dr. Juiz o Sr. interpretou mal o meu cliente, o que ele queria dizer era que… -
começou o advogado de Mercier a dizer.
- Eu sei perfeitamente o que é que o seu cliente queria dizer! Não tente fazer-me passar por burro! – interrompeu-o o Juiz com uma autoridade avassaladora – E volto a repetir: Farei questão que seja condenado por esta tentativa de suborno!
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MensagemAssunto: Re: [FF] - Kampf der Liebe   [FF] - Kampf der Liebe - Página 18 Icon_minitimeQua Nov 30, 2011 9:34 pm

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[FF] - Kampf der Liebe - Página 18 190rw

Saiu do tribunal em passo apressado e assim que começou a descer a grande escadaria que dava acesso à porta principal do mesmo, sentiu as luzes direccionarem-se até si e um grupo de pessoas correr na sua direcção de forma gananciosa, enquanto chamavam pelo seu nome.

- Nicky Fuller… Nicky Fuller… A audiência já terminou? – perguntavam uns.
- Não… - disse Nicky continuando a descer as escadas falando pela primeira vez com os jornalistas que se mantinham à porta do tribunal há semanas.
- Porque é que vai embora? – perguntava um.
- Onde é que está o Bill? – perguntava outro.
- Porque é que chegaram separados? Estão chateados?
- É verdade o rumor que vocês acabaram o namoro?


Nicky respirou fundo e parando no final das escadas, virou-se para os jornalistas e disse:

- Não tenho quaisquer declarações a prestar e agradecia que nos respeitassem num momento que é tão difícil para os dois…
- Isso quer dizer que vocês terminaram? –
perguntou imediatamente um deles.
- O Bill e eu somos amigos inseparáveis e apoiamo-nos mutuamente em tudo o que fazemos na nossa vida privada e profissional… - disse Nicky mostrando-se fragilizada enquanto tentava passar por entre os jornalistas à procura de um táxi que passasse à frente do tribunal.
- Mas fazem-no em separado a partir de agora? – perguntou um jornalista mais insistente.
- A nossa vida privada só a nós nos diz respeito! Por favor respeitem este processo judicial que é penoso o suficiente para andar nas bocas do povo… - pediu Nicky conseguindo fazer com que um táxi parasse, entrando no seu interior dando direcções ao taxista para onde ir.

Levantou os óculos de sol e passou as mãos sobre os olhos tentando acalmar a dor que sentia querer brotar deles. Respirou fundo e sentindo-se estranhamente desconfortável procurou relaxar e deixar-se guiar até casa. Só queria chegar a casa e encontrar a sua cama o mais depressa possível.

- Deve ser complicado lidar com a pressão e o mediatismo… - disse o taxista ao aperceber-se que Nicky não estava bem.
- Não tem ideia… - desabafou ela por entre um longo suspiro.
- Mas acho que em breve vou ter… - disse o taxista olhando para o espelho retrovisor – Acho que estamos a ser seguidos…
- É o normal! Mas quando chegarmos a casa, eu entro e eles ficam à porta… É o costume! –
disse Nicky voltando a colocar os óculos de sol.
- Não se preocupe Menina Nicky, comigo está a salvo! – disse o taxista de forma paternal.
- Obrigada… - disse Nicky sorrindo timidamente, ao mesmo tempo que encostava a cabeça à janela e fechava os olhos para relaxar e descansar um pouco.


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *


Saiu da sala de audiências e sentou-se numa escadaria esperando que o advogado acabasse de falar com Jost, Bill, Tom, Gabi e Nathalie sobre os julgamentos. Aquele tinha sido o último de uma série deles. Se tudo corresse bem não precisariam de regressar àquele espaço até ser pronunciada a sentença contra James Mercier e os seus cúmplices, e isso incluía-a a si. Mas Miss K não tinha medo, estava em paz com a sua consciência e sabia que os seus amigos a respeitavam e admiravam por aquilo que estava a fazer por eles e isso era o mais importante para si. Estava disposta a pagar pelos seus erros. Cada vez mais. Tudo o que queria era poder seguir em frente com a sua vida e encontrar finalmente a paz e sossego que merecia. Observou com atenção o advogado e percebeu pelo sorriso dele que as coisas tinham corrido exactamente como ele esperava ou ainda melhor, e que as hipóteses de colocar James Mercier na prisão por um bom tempo (se não para sempre) eram-lhes cada vez mais favoráveis. Olhou para Tom e sentiu o coração encolher como se se quisesse proteger de qualquer dor dali proveniente. Estava tão magoada que até olhar para ele se tinha tornado em algo doloroso. Desviou o olhar para Gabi e reparou que ela olhava para si com tristeza e compaixão no olhar. Viu-os despedirem-se do advogado e assim que ele começou a ir embora, apercebeu-se que Gabi trocava palavras sérias com Tom e temeu que elas fossem acerca da sua pessoa. Sentiu uma vontade imensa de sair dali a correr. Porque é que as pessoas se tinham de meter nos seus assuntos privados? Por mais que se preocupassem consigo, não podiam simplesmente deixar as coisas seguirem o seu curso natural? Porque é que ela não podia afastar-se e deixar que cada um seguisse o seu caminho, mesmo que as coisas ficassem amarguradas e mal resolvidas? Sentiu o olhar de Tom recair sobre si e desviou a cara. Ele não parecia contente com aquilo que ouvia. Conhecia aquele olhar. Tom estava magoado e ressentido, o seu orgulho impedia-o de tomar atitudes que ele julgava apenas diminuírem a sua virilidade. Estava a salvo. Miss K enterrou a cabeça nas mãos e deixou-se ficar. Fechou os olhos e por momentos conseguiu ignorar que estava naquele sítio.

- A Gabi disse que querias falar comigo… - disse uma voz que Miss K tão bem conhecia.
- Eu não lhe disse isso… - disse Miss K levantando a cabeça, vendo Tom parado à sua frente, acompanhado por Gabi.
- Disseste sim… Mas por outras palavras! – disse Gabi calmamente – Vocês precisam de falar, não adiem mais esta conversa… Vão falar, eu fico aqui à tua espera para depois irmos juntas para casa… Demorem o tempo que precisarem…

Miss K olhou para Gabi com vontade de a esganar. Levantou-se da escada e por entre um suspiro sentido fez sinal a Tom com a cabeça para que ele a seguisse até ao bar do tribunal, lá estariam em segurança e longe de olhares indiscretos, uma vez que os jornalistas não tinham permissão para entrarem dentro do edifício do tribunal. Não trocaram uma palavra até chegarem ao bar. Pediram um café para cada e sentaram-se numa mesa afastada de toda a gente. Tom fitava-a curioso e interessado naquilo que ela tinha para lhe dizer. Miss K fitava o café que tinha entre mãos e insistia em ficar calada. Não tinha vontade de falar com Tom. Não queria olhar para ele ou sequer recordar que o tinha visto na cama como Amber.

- Vais dizer alguma coisa? Era suposto virmos para aqui para falar… - disse Tom para quebrar o silêncio.
- Estou a pensar naquilo que quero dizer… Não estava à espera de falar contigo agora e para dizer a verdade não estou com grande vontade para isso… - disse Miss K bebendo um gole do seu café, sem nunca fitar Tom.
- … Ajuda se for eu a começar?
- Talvez…

- Eu sei que aquilo que te vou dizer não justifica o que aconteceu… -
disse Tom após um curto silêncio de quem ensaiava as palavras que ia dizer para tentar controlar os danos que podia causar – Mas eu estava bêbado… Não pensei naquilo que estava a fazer… Tu sabes que eu nem ligo nenhuma à Amber, pelo contrário, até agradeço a distância dela!
- A desculpa de estares bêbado só serviria se tu geralmente não te comportasses assim… Mas não é o álcool que te deixa naquele estado, és tu mesmo, a tua personalidade! –
e recordando mentalmente aquilo que tinha visto acontecer entre Tom e Amber, Miss K abanou a cabeça da direita para a esquerda de forma decepcionada - … Nunca pensei que te fosse encontrar com a Amber… A Amber! Que desilusão…
- Eu sei… -
disse Tom enterrando a cabeça nas mãos. Não estava orgulhoso daquilo que tinha acontecido Desculpa

Miss K olhou para ele espantada. Era inédito ver Tom pedir-lhe desculpas daquela forma. Deixou-se ficar a olhar para ele enquanto ele parecia não ter coragem de olhar para si e percebeu que ele estava realmente embargado em tristeza por tudo o que tinha acontecido.

- Calculo que com tempo seja capaz de o fazer… - disse Miss K desviando o olhar de volta para o seu café - Neste momento é difícil porque não percebo o que é que aconteceu… O que é que te fez procurá-la…
- Tu estavas com o DiCaprio! –
disse Tom olhando para ela profundamente – Eu fui ter contigo e tu rejeitaste-me!
- E tu estavas com a barmaid!!!
- Ok… Mas isso não era nada sério!
- E eu e o DiCaprio éramos?!? Eu nem o conheço!
- Conheces o suficiente para teres ido embora da festa com ele…
- Não era isso que planeavas fazer com a barmaid?
- Não é a mesma coisa! -
disse Tom tentando justificar-se.
- Porquê? Porque tu és homem e eu sou mulher? Porque é que eu não posso ter as minhas one night stands se quiser?
- … Foi isso que aconteceu entre vocês? –
perguntou Tom curioso.
- Não tens nada a ver com isso…

- Diz-me que não se passou nada entre vocês… -
pediu Tom após um curto silêncio.
- … Porque é que insistes? – perguntou Miss K por entre um suspiro cansado, sem nunca olhar para ele.
- Porque preciso de saber… - disse Tom levando a mão até uma das mãos de Miss K que segurava afincadamente no café – Não consigo pensar em mais nada…
- … Tu sabes que eu não sou fácil mesmo quando quero muito estar com alguém… -
disse Miss K sentindo-se derreter pela forma como ele tocava na sua mão, e olhando para ele sentiu-se ficar presa por um olhar doce que nunca tinha conhecido.
- Isso quer dizer que querias muito estar com ele?
- Não… Quer dizer que não sou capaz de me entregar a ninguém de mão beijada… Não fui capaz contigo, não ia ser capaz com o Leonardo…
- Então não aconteceu nada entre vocês?
- Aconteceu uma amizade… -
disse Miss K sendo incapaz de negar uma resposta àquele olhar – Uma troca de números de telefone e uns beijos…

Tom largou a mão de Miss K. Tinha a certeza que alguma coisa se tinha de ter passado entre ela e Leonardo DiCaprio, ela era uma mulher interessantíssima e DiCaprio não tinha propriamente fama de santo. Apoiou a cabeça numa das suas mãos e sentindo o olhar de Miss K sobre si, olhou para ela percebendo que também não era fácil para ela falar sobre aquele assunto. Tinha de tomar alguma atitude, era chegada a hora de ser o homem que Gabi esperava que ele fosse: alguém capaz de assumir as suas responsabilidades, erros e fazer aquilo que estava certo. Miss K sentia-se vazia agora que a mão dele estava afastada da sua. Lembrava-se de em tempos ele ficar excitado e entusiasmado com a ideia de ser seu amante. O que é que tinha mudado? Porque é que ele parecia entristecido por ela se ter envolvido com outra pessoa, mesmo que tudo o que tivesse acontecido fossem somente uns beijos?

- Diz-me alguma coisa… - pediu Miss K procurando uma das mãos dele para acariciar.
- Nós tentámos… - disse Tom soltando a mão dela, olhando-a com pesar - Tentámos vezes e vezes sem conta… Mas não dá… Tu precisas de algo que eu não te posso oferecer neste momento e é muito egoísta da minha parte manter-te em cativeiro só para meu prazer, principalmente sabendo que sofres com tudo o que eu faço, e que há outras pessoas que te podem fazer feliz… Eu não te posso prender a mim, é injusto, é egoísta….

Miss K sentiu o seu coração disparar. Nunca tinha visto Tom falar de forma tão séria. Sentia que ele estava disposto a abrir mão de si, e por mais que isso lhe parecesse algo de bom para a sua sanidade, era demasiado difícil fazer com que o seu coração aceitasse as palavras dele.

- Eu não mereço a tua confiança e o teu amor…
- Não digas disparates! -
disse Miss K de forma automática tentando evitar ouvir aquilo que sabia que vinha a caminho.
- Tu sabes que é verdade… - disse Tom olhando para ela sentindo que uma vez mais se preparava para a magoar, mas desta vez com o propósito de a proteger – Daqui a dois dias vou em tour para a Ásia… Vou ter muitas saudades tuas…
- … Vais? –
perguntou Miss K de forma praticamente inaudível. Não esperava ouvi-lo dizer tal coisa. Aquele Tom estava a surpreendê-la bastante.
- Vou… Vou mesmo… Quando a tour acabar sou capaz de regressar directamente para a Alemanha, estou cheio de saudades da minha família e de estar em casa e enquanto não for preciso vir para cá por causa dos julgamentos, vou-me manter afastado… Até porque dá jeito ao Bill e à Nicky estarem o mais distantes possível a partir de agora… - disse Tom humedecendo os lábios pensando em como ia continuar aquilo que tinha para dizer – Talvez seja melhor ficares por cá por mais uns tempos, aqui estás em segurança… Tenho medo que voltes para Londres e as coisas corram mal…
- Se a Nicky não se importar que eu fique, eu vou ficando… -
comentou Miss K – … Mas isso quer dizer que nós não nos vamos ver novamente tão cedo…
- Sim… Esta é capaz de ser a nossa despedida… E talvez não seja má ideia afastarmo-nos um pouco, tentarmos seguir em frente… Cada um tem a sua vida…
- Eu já percebi o que me queres dizer, não precisas ser tão cuidadoso com as palavras… -
disse Miss K sentindo-se esmorecer por dentro– O que tivemos foi bom enquanto durou… Mas acabou… Se eu pensar racionalmente vejo que tens razão… Há muito tempo que não estamos juntos e não somos mais do que dois amigos… Eu gostava daquilo que nós éramos antigamente… Gostava daquela paixão que nos consumia e daquela vontade de estar contigo em todo o lado…. Vai ser difícil deixar de pensar em ti noite e dia, principalmente porque os meus sentimentos evoluíram muito desde que nos conhecemos... Mas acho que está mesmo na altura de seguirmos caminhos diferentes… - disse Miss K sentindo uma vez mais o seu coração esvair-se em sangue e sofrimento e os seus olhos ficarem repletos de lágrimas – Por mais que me custe, eu preciso de paz, e tu precisas de ser tu mesmo… Sem ninguém que te faça sentir mal por seres como és…

- Talvez seja melhor não falarmos nos próximos tempos… -
sugeriu Tom sentindo-se embrenhado num mar de tristeza e solidão.
- Sim, é melhor… - disse Miss K limpando os olhos para evitar que as lágrimas escorressem pelo seu rosto.
- Quando quiseres regressar a Inglaterra podes falar com o Jost e ele trata de tudo… - disse Tom perdendo a coragem de olhá-la nos olhos – … Acredita que isto me está a custar…
- Eu sei, mas é como tu mesmo disseste: Nós tentámos e fizemos tudo o que podíamos para que isto funcionasse, mas não dá… Falta qualquer coisa… Não conseguimos encontrar um ponto comum que nos faça felizes aos dois… Tu precisas de aproveitar a vida, sair mais, ser livre… E eu preciso de encontrar o meu espaço e sarar as minhas feridas… Gostava de encontrar alguém que fosse feliz por me ter ao seu lado, que não tivesse vergonha de andar comigo de mão dada na rua, que me beijasse à chuva…
- Desculpa… -
disse Tom sentindo-se a pior pessoa do mundo por nunca ter sido capaz de a amar e respeitar como ela merecia.
- Não tenho nada que te desculpar, eu sei como tu és… Nunca me enganaste Tom Kaulitz! – disse Miss K com um sorriso doce, mesmo que entristecido - … O meu único erro foi pensar que um dia seria capaz de ser especial para ti…
- Mas tu és especial! Mesmo muito especial, ou isto não me estaria a custar tanto… -
disse Tom voltando a pegar numa mão dela para a acariciar – Apenas acho que não faz sentido continuarmos se…
- Deixa estar! –
interrompeu-o Miss K – Não precisas de dizer mais nada… Não vamos tornar isto ainda mais difícil… Dá-me um abraço e não olhes para trás…

Tom sentiu-se estremecer com as palavras dela. Sentia-se incapaz de acreditar que a ia abraçar pela última vez e que lhe seria capaz de virar as costas daquela forma. Mas se era essa a vontade de Miss K, se era isso que a ia ajudar a seguir em frente com a sua vida, tinha de assentir ao seu pedido. Abanou a cabeça de forma afirmativa e viu-a levantar-se da cadeira onde estava sentada. Intuitivamente copiou os gestos dela, mesmo sem se aperceber ao certo do que eles significavam. Olhou para os olhos muito azuis de Miss K e apercebeu-se que há muito tempo que não olhava para ela com olhos de ver. Tinha-a dado como certa, como um dado adquirido, e deixado de observar a beleza do seu olhar, o suavidade do seu cabelo, a perfeição do seu corpo, a meiguice das suas palavras, a paixão e dedicação do seu amor. Miss K tinha-se transformado em alguém simplesmente presente na sua vida, e não na pessoa excepcional que era e que merecia ser. Tom esperava do fundo do coração que alguém a amasse verdadeiramente e fosse capaz de olhar para ela com aqueles olhos que se lhe provinham naquele instante. Viu-a abrir-lhe os braços e sentiu um nó na garganta. Aproximou-se dela e abraçou-a pelo pescoço, esmagando-a contra o seu peito. Sentiu o aroma sedutor do seu perfume e fechou os olhos para a sentir apenas. Queria ser consumido por aquela essência, afagar o seu cabelo, sentir o seu corpo, a sua respiração, matar saudades... Mas as saudades apenas cresciam exponencialmente à quantidade de tempo que se mantinha preso ao seu corpo. Sentiu as mãos de Miss K afagarem as suas costas e um leve gemido libertar as lágrimas que ela tanto tentava esconder. Tom perdeu a coragem de se afastar. Não a queria ver sofrer. Pegou no rosto dela com ambas as mãos e olhou-a nos olhos. Via uma dor conformada neles. Como é que tinha sido capaz de a magoar tanto? Depositou um beijo longo e terno sobre a testa dela e sem se conseguir conter, uniu os seus lábios uma vez mais com os dela, beijando-a de forma lenta e demorada, como se quisesse prolongar e saborear aquele beijo até à exaustão. Queria que ela sentisse aquilo que ele sentia, e que percebesse o quão especial e incrível ela era. Entranhou as suas mãos no cabelo de Miss K e acariciou-a. Deixou-as descair até ao pescoço com ternura, e continuou até à cintura, desprendendo os seus lábios e puxando-a uma vez mais até si para a abraçar com uma força revitalizada.

- Espero que sejas muito feliz… - sussurrou Miss K ao ouvido dele. Não se sentia capaz de dizer mais nada, estava demasiado enfraquecida emocionalmente.
- Tu também… - disse Tom suspirando sem saber o que dizer.

Tom sentiu-a desprender-se dos seus braços lentamente. Estava a perdê-la. Libertou o seu corpo e olhou-a uma última vez, apercebendo-se que quanto mais tempo ali ficasse, mais tortuosa e difícil se ia tornar aquela situação. Passou uma mão sobre o rosto dela e deixou que o seu polegar acariciasse os seus lábios. Sorriu-lhe de forma tímida e contida, e virou costas a Miss K. Sem nunca olhar para trás.


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *


- Obrigada… - disse Nicky pagando ao motorista do táxi, abrindo a porta para sair.
- Quer que fique aqui até que entre em casa? – perguntou o taxista por precaução.
- Não, deixe estar! Mas obrigada… – agradeceu Nicky com um sorriso sincero, saindo do táxi.

Fechou a porta e acenou ligeiramente ao taxista que tinha sido tão simpático e atencioso consigo. Era incrível como de vez em quando encontrava pessoas que por a terem visto crescer consideravam-na parte da sua família e a acarinhavam e mostravam uma preocupação genuína consigo. Meteu a mão na mala e não encontrou a chave de casa. Devia ter-se esquecido dela naquela manhã turbulenta. Aproximou-se do portão destinado à entrada de pessoas e tocou à campainha. Enquanto esperava que alguém lhe respondesse, deu-se conta de um carro estacionar atrás de si. Nicky olhou para trás por achar que era demasiado estranho alguém estacionar à porta de sua casa, numa rua residencial e de vivendas com garagem. Geralmente quem estacionava ali os carros, eram jornalistas, paparazzi ou fãs. Viu a porta do condutor abrir e sentiu-se petrificar ao identificar o sujeito que conduzia aquele carro. Seria incapaz de não o reconhecer passassem os anos que passassem. Virou-se novamente em direcção ao portão e começou a tocar freneticamente à campainha, ao mesmo tempo que batia no portão e rezava mentalmente para que alguém estivesse atento às câmaras de vigilância e se apercebesse que ela estava em perigo.

- Não tenhas medo… Eu não te quero fazer mal! – disse o violador de Nicky levantando as mãos ao alto à medida que se aproximava devagarinho – Estás tão crescida…
- Não se aproxime de mim!!! –
disse Nicky sem conseguir projectar convenientemente a voz devido ao seu estado de choque. Sentia o seu corpo estremecer de forma violenta.

Nicky encolheu-se junto do portão e por momentos fechou os olhos e pediu a Deus que estivesse apenas a viver um pesadelo. Abriu os olhos e mandou um berro ao aperceber-se que aquele homem que tanto odiava e temia, estava à distância de um braço de si.

- Queria ver-te de perto… Falar contigo…
- Não se aproxime de mim!!! –
disse Nicky lembrando-se que tinha uma lata de spray pimenta no interior da mala, metendo a mão na mesma para se tentar defender e evitar que ele chegasse perto.
- Não te quero fazer mal! – disse o homem colocando uma mão sobre o braço dela que investigava o interior da mala, fazendo com que Nicky ficasse tão nervosa e aflita e deixasse cair a mala ao chão – Não precisas ter medo de mim…
- O que é que quer??? –
perguntou Nicky tentando afastar-se dele o máximo que conseguia.
- Falar… Estou muito arrependido daquilo que te fiz… Eu sei que os julgamentos acabaram hoje e que em breve saí a decisão do tribunal e o mais provável é eu cumprir pena… Não quero ir dentro sem falar contigo…
- Você já devia estar preso há muito tempo…
- Eu sei… Mas não estou… Toda a gente é inocente até que seja provado o contrário… Mas eu paguei pelos meus erros… Paguei-os muito caros… A minha vida tem sido infernal! –
disse Jason Declan mostrando um olhar rancoroso e demoníaco que fazia com que Nicky se apercebesse que ele estava mais perigoso que nunca. Tinha perdido a esperança de ser livre, e talvez estivesse insano ao ponto de ser capaz de fazer qualquer coisa para se vingar. Se ao menos ainda tivesse o spray pimenta por perto… - Porque é que não me convidas para entrar?
- Nunca! –
disse Nicky muito rápido, perguntando-se o porquê de ter negado a companhia do taxista até ter entrado em casa.

- Estás mesmo com medo de mim… - disse Jason Declan a rir como se fosse algo estúpido e impensável. E colocando uma mão sobre o ombro de Nicky, começou a fazer-lhe festinhas como se ela ainda fosse uma criança pequenina que precisasse daquele tipo de falso sentido de segurança – Não precisas de ficar assim pequenina…
- Tire a mão de cima de mim!!! -
disse Nicky em estado de pânico sentindo aquela mão arder sobre o seu ombro como se de fogo se tratasse.
- Sabes o que é que eu tenho aqui comigo? – perguntou ele fazendo uma voz infantil, tirando a mão do ombro dela para a levar ao bolso das calças e tirar lá de dentro um chupa-chupa Chupa Chups!!! Sempre foram os teus preferidos… Ainda são?
- Porque é que isto me está a acontecer!!! –
disse Nicky em tom de desespero, sentindo os seus olhos sucumbirem as lágrimas desesperadas de se ver ali encurralada por aquele homem que a assombrava desde sempre.
- Ou não me digas que agora gostas de chupar outras coisas? – perguntou ele de forma perversa voltando a ter um brilho demoníaco no olhar.

Nicky pensou imediatamente no pior. Sentia-se indefesa e uma presa fácil. Porque é que não se conseguia lembrar de nada que tinha aprendido nas aulas de kickboxing? Porque é que sentia que o seu corpo estava petrificado naquele lugar e que não seria capaz de sair dali, nem mesmo para se defender. Que poder estranho era aquele, que aquele homem exercia sobre si mesmo passados tantos anos e que a fazia sentir-se enfraquecida e vitimizada? Ouviu um som vir de trás de si e no momento em que se apercebeu que era o portão onde estava encostada a abrir-se, sentiu de imediato as mãos de um segurança agarrarem-na pela cintura, puxando-a para dentro de casa, ao mesmo tempo que Jason Declan se tentava jogar para cima de si numa tentativa de lutar pela sua posse. Sentiu o seu corpo cair indefeso e desamparado no chão assim que o segurança a largou e viu-o ir atrás do seu violador com uma ferocidade esmagadora, apanhando-o facilmente devido à sua condição física invejável. Nicky tentou levantar-se do chão mas o estremecer involuntário das suas pernas não a deixava ter forças para tal. Olhou à sua volta e apercebeu-se que a nova governanta e cozinheira corriam na sua direcção para a ajudarem, e enquanto esperava por ajuda, apurou os seus ouvidos para ouvir a conversa entre James Declan e o seu segurança.

- LARGUE-ME!!! – gritava Jason Declan ao segurança que prendia as mãos dele atrás das costas.
- Não penses que te vou deixar escapar! – dizia o segurança – Já chamei a policia… Vais ficar aqui sossegadinho até eles chegarem!
- A policia?!
perguntou Declan a rir – Não me diga que eles me vão prender por falar com uma pessoa na rua! Eu não fiz nada de mal… Não a ameacei, não lhe toquei, não nada… Nós somos velhos conhecidos… Fale com a Nicky e ela vai-lhe dizer… Somos amigos íntimos!
- Shhhh…. Quieto e calado! –
disse o segurança prendendo-o às suas mãos com mais força, ignorando aquilo que ele dizia.


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *


Há dez minutos que estava sozinha, sentada num banco perto da sala do tribunal onde se tinha dado o julgamento daquele dia. Bill, Tom, Jost e Nathalie já se tinham ido embora, mas Miss K continuava desaparecida e sem dar noticias. Começava a ficar realmente preocupada. Tom tinha regressado de ao pé dela demasiado abatido e triste para querer conversar sobre o que tinha acontecido. Talvez fosse boa ideia telefonar-lhe e tentar perceber onde é que ela estava. Tirou o telemóvel da mala e quando se preparava para procurar o número de Miss K, viu-a surgir ao fundo do corredor, com um semblante destroçado. Gabi levantou-se imediatamente e foi ao encontro dela.

- Estás bem?
- Não… -
confessou Miss K abraçando-se a Gabi.
- Vocês chatearam-se? – perguntou Gabi ainda mais preocupada que anteriormente. Não se lembrava de Miss K alguma vez a ter abraçado.
- Não… Mas acabou… Acabou tudo, e desta vez é para sempre… - disse Miss K lutando contra as lágrimas que a queriam dominar.
- Eu sei que custa… Mas talvez seja melhor assim… - disse Gabi acariciando o cabelo dela ao mesmo tempo que passava a mão sobre as suas costas e a tentava acalmar.
- Eu sei… - disse Miss K afastando-se de Gabi, colocando os óculos de sol para esconder os olhos raiados de sangue e as lágrimas que caíam dos seus olhos – Podemos ir embora? Quero ir para casa…
- Vamos… -
disse Gabi dando o braço a Miss K, encaminhando-se para o exterior do tribunal para verificar que os jornalistas tinham desaparecido e que sentado a um canto se encontrava o motorista de Nicky, que prontamente se levantou assim que as viu.
- Não é o motorista da Nicky? – perguntou Miss K estranhando o facto dele estar ali se ela já tinha ido embora – Como é que ela foi para casa?
- Deve ter apanhado um táxi e deixou o motorista para nós, para não termos de gastar dinheiro… -
pensou Gabi em voz alta.
- Ohhh… Que querida! - disse Miss K sentindo-se tocada por aquele gesto, num momento duro de fragilidade.
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MensagemAssunto: Re: [FF] - Kampf der Liebe   [FF] - Kampf der Liebe - Página 18 Icon_minitimeSex Dez 02, 2011 11:20 pm

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[FF] - Kampf der Liebe - Página 18 191gy


- Eu nem me conseguia mexer… Fiquei ali, petrificada até que alguém me salvasse… - disse Nicky sentindo-se totalmente inútil.
- Oh meu Deus… - disse Gabi chocada após ter ouvido a descrição daquilo que tinha acontecido a Nicky.
- Eu devia ter vindo contigo… - disse Miss K sentindo-se em parte culpada por tudo o que tinha acontecido – Se eu tivesse vindo contigo, nada disto tinha acontecido…
- A culpa não é tua! –
disse Gabi – Nós nunca íamos supor que aquele homem ia segui-la até casa e tentar aproximar-se da Nicky!
- Este dia está a ser para esquecer… -
disse Nicky bebendo um gole do chá que a sua cozinheira lhe tinha preparado para relaxar e descansar.
- Mesmo… - disse Miss K por entre um suspiro.
- Não queres tomar um comprimido para relaxares um pouco, ver se dormes um bocadinho até ao jantar… Ia-te fazer bem… - sugeriu Gabi de forma querida.
- Talvez… Neste momento só me apetece desaparecer… - disse Nicky.
- Então volto já… Vou ver se encontro alguma coisa para tomares… - disse Gabi dando um beijo terno sobre a testa de Nicky.

Miss K sorriu timidamente com o gesto carinhoso de Gabi e sentindo que Nicky precisava de muito apoio e afecto naquele momento tão difícil, aproximou-se dela e abraçou-a, acariciando o seu braço e costas a um ritmo lento e calmante.

Gabi saiu do quarto e respirou fundo, ainda em choque com tudo o que tinha ouvido. Porque é que Nicky tinha de ser sempre alvo de malvadez? Quando é que ela iria poder respirar descansada e viver a sua vida em paz? Procurou a governanta pela casa e encontrou-a na cozinha visivelmente transtornada com tudo o que se tinha passado. Pediu-lhe ajuda para encontrar no armário dos comprimidos algo que pudesse ajudar Nicky a descansar, de preferência que fosse forte e a deixasse a dormir para que ela pudesse realmente abstrair a sua mente daquilo que a perturbava. Enquanto procuravam, Gabi lembrou-se que talvez antes de dar o comprimido a Nicky, devesse telefonar a Bill, pô-lo a par daquilo que tinha acontecido e deixar que ele falasse com ela. Só Bill conseguia fazer com que Nicky se abstraísse de todo o mal de que era alvo. Agradeceu a ajuda da governanta para encontrar o comprimido e antes de se dirigir novamente até ao quarto de Nicky, foi até à zona da piscina, sentou-se numa das espreguiçadeiras fitando a paisagem idílica sobre as colinas de Hollywood e telefonou ao seu mais que tudo.

- Gabi… - disse Bill ao atender – Ia telefonar-te agora mesmo… Como é que estás? Estou preocupado contigo… Sinto que precisas de mim e eu estou tão distante…
- Estou bem… Mas tens razão, preciso de ti… Aliás não sou eu…
- Mas estás bem? Não tive oportunidade de falar contigo a sós depois do julgamento… Eu sei que não deve ter sido nada fácil…
- Para dizer a verdade não foi tão difícil quanto estava à espera… Perceber que estamos no bom caminho para que seja feita justiça, torna tudo mais fácil…
- Queria tanto abraçar-te e dar-te o meu apoio… -
disse Bill sentindo-se mal por não poder estar junto da mulher que amava num dia tão complicado para ela – Ficar deitado contigo em silêncio, a fazer-te carinhos, bem agarradinhos, só a aproveitar a companhia um do outro…
- Não tens ideia o quanto eu adorava poder ficar assim o dia todo… -
disse Gabi por entre um longo suspiro mas com a cabeça focada em problemas mais graves naquele momento – Mas preciso de ti… Preciso que me faças um favor…
- É por causa do Tom e da K? –
perguntou Bill curioso – Estás preocupada por causa deles? Eu também…
- Não, não é por causa disso, mas já que falas no assunto… Como é que ele está? Ele contou-te o que se passou?
- Sim… Eles acabaram… Ele não está nada bem amor… Está trancado no quarto e já avisou que hoje não janta connosco… -
disse Bill com uma voz entristecida – Eu sinto que ele precisa de sair daqui… LA começa a sufocá-lo…
- A tour vai-lhe fazer bem… Ele está a precisar de agitação, dos palcos, dos aplausos… Da vida dele de volta…
- Até eu estou… Já não aguento mais sentir-me preso aqui, a ter de comparecer em tribunal de dois em dois dias para olhar para a fronha do Mercier e conter-me para não o partir ao meio… Preciso de música… Preciso de te ter ao meu lado noite e dia mesmo que não te possa tocar como desejo…
- Eu sei… E felizmente daqui a dois dias vais ter isso tudo de volta e deixar LA para trás… Mas há alguém que não pode deixar LA assim tão facilmente e que precisava muito de ouvir a tua voz neste momento… -
disse Gabi de forma cuidadosa, querendo introduzir a conversa com alguma calma.
- A Nicky?
- Sim… Lembraste que a Nicky saiu do tribunal mais cedo? –
perguntou Gabi em forma de introdução.
- Sim… O que é que se passou para ela ter ido embora daquela maneira? Não percebi nada…
- Ela não se estava a sentir muito bem… O tema do julgamento não lhe é fácil de digerir… Foi muita pressão, então ela decidiu ir embora, apanhou um táxi e veio sozinha para casa… E quando ia para entrar em casa apareceu o… Nem sei como é que lhe hei-de chamar… Não há palavras que o descrevam melhor que: violador sem escrúpulos…
- O QUÊ??? –
perguntou Bill à espera de ouvir tudo menos aquilo.
- Está tudo bem… Não te preocupes… - disse Gabi imediatamente tentando tranquilizá-lo – Mas ele apareceu, disse que queria falar com ela antes que fosse preso… E como deves calcular ela entrou em pânico e está muito nervosa e abatida e acho que lhe fazia bem ouvir a tua voz…
- Eu vou já para aí… -
disse Bill levantando-se imediatamente do sofá onde estava sentado começando a preparar-se para sair.
- Não, não vais!!!
- Eu preciso de ir para aí… A Nicky precisa de mim… E eu quero estar contigo hoje… O meu lugar neste momento é aí!
- Eu sei, mas para além das razões óbvias para tu não vires ter connosco, a Nicky precisa mesmo de descansar, já lhe arranjei um comprimido para dormir, a ver se ela apaga um bocadinho e acorda mais leve… Por isso não vale a pena vires para cá, quando cá chegares ela já está ferrada a dormir… Mas, gostava que lhe desses uma palavrinha porque tenho a certeza que a vais fazer sentir melhor…
- Então e para falar comigo ao telefone ela não está ferrada a dormir?
- Ainda não lhe dei o comprimido…
- E não podes esperar que eu vá ter convosco para lhe dares o comprimido a seguir? –
perguntou Bill que queria mesmo estar com elas.
- Não… Senão isto vai prolongar-se durante tempos infindáveis e ela agora precisa é de descansar…. Podes falar com ela ao telefone, acalmá-la um bocadinho, pôr-lhe um sorriso no rosto e eu depois dou-lhe o comprimido e fica tudo bem… Podes fazer isso por mim?
- … Ok… -
disse Bill a muito custo e só porque era Gabi quem lhe pedia e sabia que era para o melhor da sua amiga – Mas acabaste por não me dizer o que é que aconteceu ao certo…
- Nada… Ele começou a disparatar e o segurança da casa conseguiu apanhá-lo, chamou a polícia e foi apresentada queixa contra ele… Claro que a polícia disse que não podia fazer nada porque era a primeira queixa que era apresentada e não tinha acontecido nenhum crime, mas que ficava registado e que à segunda já podiam actuar…
- E deixaram-no ir embora??? Assim: sem mais, nem menos??? –
perguntou Bill indignado.
- Parece que sim…

- Foda-se…. Tenho uma vontade de matar esse gajo que não tens bem noção!!! Só de pensar que o tive entre mãos e acreditei que ele era um coitadinho arrependido…. Ahhhhhhhhhhhhhh…. –
gritou Bill repleto de raiva.
- Calma amor… - disse Gabi percebendo bem a revolta dele – Preciso que fiques mais calmo para falar com a Nicky… Ela precisa do Bill doce e amigo…
- Eu sei… Mas estas coisas tiram-me do sério… Estas injustiças… Estas…. –
disse Bill sem acabar a frase, tentando respirar fundo para se acalmar – Ok… Passa lá o telefone à Nicky…
- Depois mais logo telefono-te para a gente conversar melhor, ok? Agora cuida da Nicky… Ela precisa de ti… -
disse Gabi levantando-se da espreguiçadeira, entrando no interior de casa para se encaminhar até ao quarto de Nicky, continuando a falar ao telefone com Bill.
- Não te preocupes… - respondeu Bill ainda fazendo exercícios de respiração para se acalmar um pouco mais.
- Amo-te muito… Vou passar o telefone… - disse Gabi momentos antes de entrar no quarto de Nicky, para se deparar com Miss K e Nicky abraçadas apoiando-se em silêncio uma à outra. E estendendo o telefone a Nicky disse – Há alguém que gostava de falar contigo…
- Não quero falar com ninguém… -
disse Nicky soltando Miss K.
- Com esta pessoa, acho que vais querer… - disse Gabi com um sorriso que denotava a certeza daquilo que dizia.
- Atende… - disse Miss K em forma de incentivo, sentida com o facto de imaginar que fosse Tom ao telefone, mas feliz por saber que ele lhe iria fazer bem.

Nicky pegou no telemóvel sem grande vontade e encostando-o ao seu ouvido proferiu um recatado:

- … Estou?
- Pequeno furacão… -
disse Bill com uma voz doce – Já sei o que aconteceu… Gostava muito de estar aí para te ajudar… Como estás? Como te sentes? O que é que ele te fez?
- Ohh Bill… -
disse Nicky desatando a chorar ao ouvir a voz dele e sentir à flor da pele todo o medo que se tinha apoderado de si.

Miss K fitou um ponto no chão e sentiu-se de certa forma aliviada por saber que não era o irmão gémeo de Bill que estava ao telefone. Sentia-se demasiado dorida e ao mesmo tempo ainda anestesiada com a ideia de não ouvir, ver ou estar com Tom nunca mais. Talvez no futuro se cruzassem novamente, mas nada seria como antes. O Tom que iria encontrar, seria sempre um Tom diferente, nunca mais seria o seu Tom.

- Eu não fiz nada… Fiquei ali em pânico… Foi preciso o segurança tirar-me de lá… - disse Nicky por entre o seu ataque de choro – Tantas aulas de kickboxing para quê? Para ser uma inútil… Não fui sequer capaz de me manter de pé…
- É normal, foi do choque…
- Não é normal, não pode ser normal, eu não quero que seja normal!!! Eu não quero viver assim… Prefiro morrer a sentir-me assim…
- Livra-te de repetires isso à minha frente!!! –
ralhou Bill – Vamos a tribunal… Vamos meter esse gajo na prisão para sempre…
- Não dá… Ele não me fez nada, só falou comigo… E tocou-me… Ele tocou-me Bill… Ele pôs a mão dele em mim… -
disse Nicky recordando-se com nojo daqueles momentos vividos em pânico.
- Filho da puta!!! … Eu sou testemunha em como ele te segue há já algum tempo… Saíram fotografias nas revistas do dia em que o encontrámos na rua… Isso pode servir de prova!!! Pedimos uma providência cautelar contra ele… Ele não se pode aproximar de ti assim, ele é perigoso!!! Temos de fazer alguma coisa Nicky…
- Estou farta de tribunais e processos… Sinto que estou prestes a entrar numa nova depressão… Tudo à minha volta se transforma em algo negativo… Não consigo viver assim… Não consigo…
- Tens de voltar à psicóloga… Ela tem ajudado tanto a Gabi… Tenho a certeza que fará o mesmo por ti! –
disse Bill apercebendo-se que Nicky estava muito transtornada e que precisava realmente de descansar e de ajuda clínica – Nicky, tu sabes que és como uma irmã para mim… Tudo o que eu quero é ajudar-te e proteger-te contra estas pessoas todas que se querem aproveitar de ti e magoar-te… Deixa-me falar com o meu advogado antes de ir embora para tour e pô-lo já a trabalhar numa maneira de te salvaguardar deste monstro… Por favor… A única maneira de te protegeres dele é fazendo aquilo que há treze anos atrás ninguém teve coragem de fazer… Precisas de pôr tudo isto atrás de barras… Não é justo que ele possa ser um homem livre e que possa andar atrás de ti, a importunar-te na tua própria casa… Não é justo que ele vá pagar uns três anos de prisão por rapto, quando no fundo eu acredito que ele tenha cometido crimes que o devam deixar apodrecer na prisão para sempre… Pensa naquilo que ele anda a fazer a outras crianças… Por favor Nicky… Eu sei que já te pedi isto inúmeras vezes, mas enquanto tu não fizeres nada, vai tudo continuar na mesma… Isto é uma guerra, entre ti e ele… E eu não quero que ele ganhe, não te quero perder… Por favor… Se não o fizeres por ti, fá-lo por mim e por aqueles que te amam e que te querem bem… Por favor… Eu imploro-te…

- Eu não tenho coragem…
- Tens!!! As coisas podem ser feitas ao teu ritmo… Mas têm de ser feitas, não podes viver mais assim!
- Eu não consigo viver assim… Não quero viver assim…
- Então… Por favor… Tudo o que eu te peço é que me deixes falar com o meu advogado… Tu conhece-lo, ele é de confiança, ele tem sido exemplar connosco… Vá lá deixa-me ajudar-te… Eu protejo-te a ti e tu proteges-me a mim, certo?
- … Ok… -
disse Nicky sentindo pânico de aceitar aquela proposta de Bill mas percebendo que aquele seria sem dúvida alguma o seu último recurso à vida.
- Posso falar com ele?
- … Sim… -
disse Nicky sentindo o seu corpo estremecer em medo e voltar ao pranto em que estava antigamente – Mas tenho tanto medo…
- Eu estou aqui… Mesmo que não esteja do teu lado, estou à distância de um telefonema… E nunca, nada, nem ninguém me vai fazer virar costas a ti… Adoro-te meu pequeno furacão… Obrigado por me deixares lutar por ti…
- Tenho muito medo…
- Eu sei…


Gabi sentia o seu coração apertado ao assistir àquela conversa tão sentida e dura entre Nicky e Bill. Olhou para Miss K e lágrimas silenciosas escorriam do seu rosto, embargada pela tristeza e cumplicidade que ali se vivia. Gabi colocou um braço sobre os ombros de Miss K dando-lhe força. Aquele dia não estava a ser fácil para ninguém. Sentiu os olhos de Miss K virarem-se para si e olhou para ela ouvindo-a dizer:

- Eu tomo conta da Nicky…

Gabi sorriu. Precisava de ouvir aquelas palavras, de saber que alguém zelaria pelos melhores interesses de Nicky, mesmo quando as suas forças fraquejassem. Que alguém se manteria em contacto consigo ou com Bill, mesmo quando Nicky se sentisse incapaz de fazer um simples telefonema que a tirasse da depressão. Precisava de saber que Miss K estaria ocupada com Nicky e não pensaria tanto na solidão que se ia abater sobre ela assim que Tom levantasse voo em direcção ao outro extremo do mundo.


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *


- Que cara é essa? – perguntou Gabi sentando-se ao lado de Tom na porta de embarque, enquanto aguardavam que chegasse o avião que os levaria para longe de solo americano.
- Cara de quem está a apanhar grande seca… - respondeu Tom suspirando ao mesmo tempo que cruzava os braços.
- Não queres ir fazer companhia ao Bill e à Nat no Free Shop? O teu irmão está a comprar a loja toda… - disse Gabi com um sorriso brincalhão na esperança de o animar um pouco.
- É o costume…

- Conta-me lá o que é que se passa... –
pediu Gabi pousando uma mão sobre os braços cruzados dele.
- Estou farto de estar aqui à seca… Quero entrar no avião, adormecer, e acordar noutro sitio…
- Estás farto de LA?
- Sim…
- … E é só isso que te está a deixar assim?
- Se sabes que não é só isso, porque é que perguntas? –
perguntou Tom percebendo onde ela queria chegar.
- Porque quero que fales comigo sem te sentires obrigado…
- Tu queres muita coisa…
- O que é que queres dizer com isso? –
perguntou Gabi não gostando da entoação que ele tinha utilizado para lhe dizer aquelas palavras, retirando a mão que tinha sobre os braços dele e o sorriso amigável do rosto.
- Querias que eu falasse com a K… Que acabasse tudo com a K…
- Wow! Espera aí… Eu queria que vocês falassem porque era ridículo vocês ficarem de costas voltadas um para o outro, principalmente quando nós íamos para a tour e vocês vão ficar imenso tempo sem se ver… Mas não fui eu que te obriguei a acabar com ela, se acabaste com ela foi de livre vontade e porque achaste que o devias fazer!
- Andas há não sei quanto tempo a dizer-me que ela merece melhor, e que ela isto e aquilo… O que é que querias que eu fizesse?
- Desde quando é que tu fazes o que os outros querem que faças e não aquilo que tu queres fazer???

- Eu não quero ficar zangado contigo… Vês? Era preferível ficar de boca calada…
- Não, agora vais falar! -
disse Gabi sentindo-se mal com aquilo que ele lhe dizia, como se ela fosse responsável pelos erros dele e o facto das coisas com Miss K não terem resultado – Eu nunca te obriguei a acabares com a K… Eu só te dei a minha opinião sincera sobre o assunto… Tenho a certeza que se acabaste tudo com ela é porque reflectiste sobre as minhas palavras e chegaste à conclusão que eu tinha alguma razão naquilo que disse… Não deites as culpas todas para cima de mim! Eu não tenho culpa que as coisas entre vocês não tenham funcionado… Eu tentei evitar que tu fosses para a cama com a Amber, lembraste?
- Não…
- Mas tentei seu bêbado! Não tenho culpa que não me tenhas ouvido e que estivesses mais para lá do que para cá naquele dia!
- E também tentaste evitar que a K fosse embora com o DiCaprio?
- Porque é que eu haveria de fazer isso? Se tu estavas com a Amber, ela tinha o direito de estar com quem quisesse! Além disso o estado em que ela saiu disparada de casa do Jost e da Nova, não deixava margem para dúvidas sobre o que tinha encontrado lá em cima…
- Eu sou muito estúpido… -
disse Tom passando uma mão sobre a cabeça.
- Vivendo e aprendendo! - disse Gabi encostando a cabeça ao ombro de Tom percebendo que ele estava transtornado com os seus erros.

- Achas que o DiCaprio gosta dela? – perguntou Tom após um curto silêncio.
- Não sei… - disse Gabi levantando a cabeça do ombro dele para o fitar nos olhos – Mas espero que sim e que a trate bem e faça feliz…
- Sim… E que e a respeite, porque se eu sei que ele lhe faz alguma, vou atrás dele para o castrar!
- Aiii que horror!!!
- É que vou mesmo!!! –
disse Tom muito seguro de si.
- Eles se calhar nem se voltam a falar, ou ficam só amigos…
- Isso dizes tu que és mulher! Se fosses um homem e tivesses a atenção da K só para ti não dizias a mesma coisa… É impossível um homem não querer nada com ela! Impossível!
- Tu lá sabes, mas não vamos pensar mais nisso, ok? Agora tens de olhar é para a frente… Estás livre e desimpedido de novo, podes fazer o que quiseres sem dar justificações a ninguém e sem ninguém te cobrar nada por isso! Mas vê lá o que é que fazes… Tem juízo!!!
- Juízo é coisa que nunca tive e espero nunca vir a ter… -
disse Tom com um sorriso atrevido que denotava o quanto gostava da ideia de ser finalmente um homem livre novamente – Já tu e o meu maninho têm de o ter, e em dobro nesta viagem…
- Não, eu tenho de ter em triplo, porque o teu irmão com esses vossos genes não consegue ter juízo por mais que queira! Mas eu já estou decidida, por mais que me custe, nesta viagem o meu quarto e o quarto do Bill estão interditos um ao outro… Não vou facilitar... Estas visitas à Ásia atraem tudo o que são jornalistas e paparazzis daquele lado do mundo… Qualquer rumor, qualquer notícia que saia sobre nós é uma potencial catástrofe, principalmente agora que ele acabou com a Nicky nem há uma semana!
- Oh não… Vou ter de aguentar o Bill em versão diva nos próximos vinte dias!!!
- Tem de ser… -
disse Gabi a rir.
- Ele não vai aguentar…
- Vai ter de aguentar!
- Vai tentar de tudo para dormir contigo…
- E vai levar com a porta na cara! Não vou facilitar… Não vou mesmo! Acredita que vai ser tão complicado para mim como para ele, mas não podemos ser descuidados, temos de ser profissionais ao máximo! O mínimo deslize dá logo azo a rumores e páginas de revista… Não pode ser…

- Achas que é mais fácil estar com ele e não lhe poderes tocar, ou estar afastada dele e aguentar as saudades?
- É mais fácil estar com ele… Sem sombra de dúvidas!
- Porquê?
- Porque eu gosto muito do teu irmão, e por mais que adore beijá-lo e abraçá-lo, gosto mesmo dele, da pessoa que ele é, da pessoa que eu sou quando estou com ele… Por isso estar com ele, mesmo que seja só como amigo, faz-me bem… Gosto de o ter por perto, poder olhar para ele, ouvir a voz dele, sentir o cheiro dele, conversar com ele… Gosto realmente da pessoa que ele é… Estar longe dele é mais complicado, porque acabo por sentir falta de tudo… Se o tiver por perto sinto somente falta da intimidade porque de resto temos tudo, a nossa cumplicidade excede o físico…
- Que lamechas! -
disse Tom a rir, passando uma mão sobre o cabelo de Gabi.
- Tu é que perguntaste! – disse Gabi a rir, puxando-lhe uma trança.

Tom riu-se e abraçou Gabi. Pensou na sua vida e inquiriu-se se seria esse o tipo de saudades que Miss K tinha de si quando estavam juntos. O que é que ela quereria dizer quando mesmo com ele, lhe dizia que tinha saudades suas? E não aguentando a curiosidade perguntou a Gabi:

- O que é que achas que alguém quer dizer quando está contigo e diz ter saudades tuas?
- Como assim?
- Alguém com quem estás habituada a ter uma relação física, mas que por uns tempos são obrigados a não ter nada…
- Alguém como tu e a K? –
perguntou Gabi percebendo onde Tom queria chegar.
- Por exemplo… Imagina que mesmo morando na mesma casa que ela, como foi quando estávamos em casa da Nicky, ela me dizia que tinha saudades minhas… O que é que achas que isso quer dizer?
- Que sente falta de ti… Que estar contigo como amigo não a satisfaz tanto quanto se pudesse estar contigo fisicamente e ser livre de fazer o que quisesse… Não te parece obvio?
- Sim, mas… Se nós estávamos juntos todos os dias… Eu percebo que ela me dissesse que tinha saudades de sexo ou assim, mas de mim?
- Da cumplicidade que tens quando estás com ela… Quando és só dela… Quando és o Tom que ela ama…

- E isso é bom? –
perguntou Tom meio confuso – Se uma rapariga nos diz isso… É bom?
- Depende… Se é dito porque sente saudades tuas e quer estar contigo, é bom… Se é dito no sentido em que sente saudades da pessoa que conhecia antigamente e que deixaste de ser… Talvez não!

- Eu sei que tu não queres saber disto para nada… Mas sabes há quanto tempo eu e a K não tínhamos nada? –
perguntou Tom, sentindo-se bem por poder desabafar com uma rapariga em quem confiava sobre o assunto.
- Não, mas calculo que desde a confusão toda com a Nicky…
- Sim… Quando estávamos em Hamburg e a Nicky apareceu… Desde então só trocámos palavras, beijos e abraços… Mas tudo em doses pequenas! Eu e a K não somos como tu e o Bill… Nós não somos capazes de nos alimentar somente de palavras e olhares… Nós somos físicos, precisamos de mais, de muito mais… Acho que foi isso que estragou tudo o que tínhamos… Estávamos obrigados a conviver com a tentação dia e noite, sem nos podermos tocar… Nunca estivemos tão bem como quando ela esteve em Hamburg lá em casa, onde éramos livres e se nos apetecesse não saímos do quarto o dia todo…. Agora aqui, em LA foi uma tortura… Eu só pensava em querer mais e acabei por fazer merda… Vocês miúdas são capazes de se controlarem muito melhor quando se sentem desesperadas por algo…
- Sim, os homens não têm qualquer sentido de sacrifício! Desistem sempre à primeira, basta aparecer um rabo de saia interessante e vocês já estão a milhas, enquanto nós somos capazes de sofrer, sofrer e sofrer e mantermo-nos fiéis ao homem que amamos… Mas a tua situação com a K foi diferente… Ela foi para casa da Nicky sabendo que tu ias estar com outra, e por mais forte que ela te tenha parecido, isso magoou-a muito e fê-la sofrer muito por ti, era normal que ela não se quisesse aproximar de ti mesmo que a dada altura pudesse…
- Eu sei que se nós tivéssemos estado juntos entretanto as coisas tinham sido diferentes… E eu bem tentei, mas nunca fui bem sucedido…

- Deixa-me contar-te uma coisa sobre as mulheres… -
disse Gabi percebendo que algo estava a escapar a Tom – As mulheres, mesmo as que são mais físicas (como tu dizes ser o caso da K), têm uma componente psicológica muito desenvolvida, e isso quer dizer que… Se a K te ama, ela sente necessidade de estar contigo por inteiro… O teu corpo, ou a tua mente sozinhos, não a satisfazem… Se ela estivesse contigo só pelo teu corpo, então ela não se iria submeter a metade das coisas que se submeteu… Ela só esteve do teu lado o tempo que esteve, porque te ama muito e porque acreditou que um dia talvez fosse capaz de ser retribuída no seu amor… Pelo menos no mínimo possível e indispensável para se sentir desejada, respeitada e necessária à tua vida, mesmo que isso não implicasse tu sentires amor por ela… Percebes?
- Mais ou menos… -
disse Tom confuso.
- O que eu quero dizer é que… Ela não estava à procura de promessas de amor eterno, mas estava à procura de respeito e dedicação constantes… Coisa que tu nunca lhe demonstraste ter, porque sempre que havia alguém a rondar a tua cama, tu esquecias-te dela… Tu foste deixando-a ficar para segundo plano… E Tom… Nenhuma mulher, nem mesmo as que dizem que sim, gostam de estar em segundo plano… Se estão, é porque não têm possibilidade de estar em primeiro e ainda acreditam que conseguem lutar pelo primeiro lugar! Mas lembra-te do que eu te digo… Nenhuma gosta de ser a outra… A K aguentou bastante tempo porque te ama, mas ela merece mais e tu fizeste o que estava correcto fazer em deixá-la partir…
- Ela também quis deixar-me partir…
- Depois de tudo o que já passou nas tuas mãos, acho que é normal… E vai acabar por se aperceber que é um alívio estar afastada de ti…
- Mas eu não queria que ela se sentisse aliviada por estar longe de mim… Queria que ela sentisse saudades minhas e me desejasse ainda mais…
- Não podes ser egoísta!
- Eu sei… Mas sou… Eu gosto que ela que me ame… -
confessou Tom.
- Ela nunca te vai deixar de amar… Nunca se deixa de amar alguém… Apenas se aprende a viver com um amor diferente! Vais poder contar com ela para sempre… Mas não brinques com ela… Não alimentes nada que não deva ser alimentado… Deixa o tempo passar e o coração dela fortalecer…
- Eu estou decidido em desaparecer da vida dela de uma vez por todas… Mesmo contra a minha vontade… Vou fazê-lo por ela…

- Porque é que não nos chamaram??? –
perguntou Bill com cara de pânico, ao aproximar-se de Tom e de Gabi.
- Hãh?!? – respondeu Tom sem perceber do que é que Bill falava.
- Acabaram de chamar os nossos nomes pelo altifalante a pedir para embarcarmos com urgência porque as portas vão fechar! – disse Nathalie pegando na sua mala de mão.
- Estávamos tão entretidos a falar que nem demos por isso… - justificou-se Gabi, levantando-se de imediato para pegar na sua mala.
- Vocês também podiam ter regressado mais cedo, ou terem estado com atenção às horas! - disse Tom refilando com eles, levantando-se com calma..
- Não se precisam de chatear… Estávamos todos entretidos com alguma coisa e perdemos a noção do tempo! O que interessa é que nos chamaram e estão à espera que embarquemos… Vamos? – sugeriu Gabi começando a encaminhar-se para a porta de embarque pedindo muitas desculpas às hospedeiras que ali se encontravam retidas à espera deles os quatro.
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