‘Cause our Love Would be Forever.

Você voltou. Voltou para os meus braços. Depois de tanto tempo sozinha, eu não sabia mais o que era um abraço. Você logo tratou de reensinar-me. Lá eu me senti segura, mesmo com toda essa guerra. Você nunca me deixaria. Nunca.

Todo o barulho de fora não importava, já que estavam na sala rodando, feitos loucos. Era isso que éramos, não?

De repente, algo atingiu a casa. Não abalávamos, estávamos tão conectados que nada mais importa. Você disse para me esconder num lugar seguro, mas que lugar é esse se não for nos seus braços? Diga-me! Estou desesperada de amor e você quer partir novamente. Diz que esse é o seu dever. Mas que dever é esse? De morrer? Você me disse que nosso amor seria para sempre. E se morrêssemos, morreríamos juntos. Um ao lado do outro. Você me prometeu isso. Cadê sua verdade?

Me deixou ali, parada no meio do nada. Me deixou insegura. Você disse que nunca mais iria fazer isso. Mentiu. Saiu correndo para socorrer outras vidas, e a minha? Eu também preciso de socorro. Não quero ser egoísta ou nada, só quero você comigo, para sempre.

Ouvi um grande estrondo, corri desesperada em sua direção. Escapando de qualquer outro braço que queria me oferecer ajuda. Não queria os demais. E quanto mais corria, mais longe você ficava de mim. Quanto mais te socorria, mais você morria. O que há de errado? Diga-me.

Você prometeu-me, e agora está estirado no chão. Só mais um no meio da multidão morta. Eu, a única viva, já estava morrendo. Para que viver se não for ao seu lado? Olha para você, se preocupava tanto a servir que se esquecia de você mesmo.

Vi que ainda lhe restava um mínimo de vida. Dei-lhe um beijo. Você não retribuiu. O que era, você não queria mais os meu beijos? Beije-me. Beije-me agora! Passei a minha mão por de baixo da sua cabeça e juntar-nos ainda mais. Um último abraço, apenas isso. E como de praxe, você adivinhou o que queria. Juntou sua, quase nada, força e me deu esse abraço. O que havíamos prometido? Se morrêssemos, morreríamos juntos. E é isso que vou por em pratica. Diferente de você, eu cumpro minhas promessas. Disso que o mundo precisa, promessas cumpridas.

Esperei o primeiro inimigo se aproximar e pedi-lhe, implorei-lhe para que fizesse o que fez com os tantos outros. Ele ficou próximo demais, sussurrei o meu pedido. E logo apareceu um riso cínico no seu rosto, parece que tinha gostado da idéia. Melhor para mim. Voltei e deitei ao seu lado, já sem vida, mas logo nos encontraríamos. Dei um último beijo nos lábios, e juntei nossas mãos num movimento eterno. Dei o sinal para o inimigo com a cabeça, ele atendeu. E no mesmo momento olhei para seus olhos ainda abertos.

Senti uma grande dor ao meu peito, depois outra e outra. Pronto. Promessa cumprida, agora poderíamos morrer felizes para sempre em um lugar bem melhor que esse, com certeza. Agora poderíamos descansar em paz, onde todo o tempo estaria em seus braços.