Além da morte

“Hoje acordei com uma sensação terrível, um buraco se abrira em meu peito, o mundo acabara pra mim, e percebi que não daria mais para agüentar, a vida desistiu das minhas chances e já é minha hora, sabia que amor guardado mata e pior machuca mais que qualquer outra coisa machucaria? Eu descobri isto da pior maneira.

Bom, não serei eu mesma daqui a alguns minutos e espero que entendas e que me perdoe por não ter coragem nem de tentar. Sua vida é tão perfeita que fiquei com medo de estragá-la, sua noiva seus amigos, eu não tinha esse direito.

Quando eu estiver bem longe só quero que você seja feliz e faça tudo que tens de fazer, por favor, não se sinta culpado por isso, a escolha foi minha e nada que você pudesse fazer mudaria esta realidade. Só quero agora te contar o que nunca tive coragem de contar que eu te amo e sempre te amei você era e será sempre a minha vida e pra não sofrer mais eu resolvi parar com ela por aqui. Saiba que sempre te amarei e nunca se esqueça de que um dia alguém te amou mais do que a própria vida.



Emilly.”



A carta havia chegado pouco antes de Tom dizer “aceito” em seu casamento, após ler a carta ele saiu correndo do recinto, deixando para trás sua noiva e os convidados.

Tom sabia que Emilly nunca fora apenas uma amiga, ele tinha que impedi-la, então pegou um táxi e seguiu em direção à ferrovia, Tom conhecia Emilly a ponto de saber onde ela estaria neste momento.

A ferrovia estava vazia então ele seguiu os trilhos. Depois de um tempo Tom avistou um trem gigantesco e se afastou dos trilhos prestando bem atenção à frente ele saiu correndo, pois enxergara Emilly mais a frente, pronta para se atirar na frente do trem.

Tom corria mais do que jamais correu ele nunca sentira algo tão ruim quanto estava sentindo agora.

- EMY – ele gritou com toda força ainda correndo.

Mas Emilly estava longe de mais para ouvir e o trem se aproximava rapidamente, então ela lentamente se pos no meio dos trilhos, onde o trem sem dúvida a atingiria.

Tom corria muito, mas não o suficiente, o trem acertou Emilly e ela foi lançada metros de distância, Tom agora corria chorando para alcançar o corpo provavelmente morto de Emilly.

Ao chegar nele Tom se debruçou no corpo e chorou, era apenas o que ele podia fazer, Emilly estava morta.

- Eu também preciso pedir perdão. – começou ele – por não ter te dito nada, por nunca ter demonstrado, eu também te amo e sempre te amei, você É a pessoa mais importante da minha vida e não me perdôo por ser tão estúpido a ponto de não dizer nada a pessoa mais maravilhosa deste mundo, eu fui um covarde, mas não vou deixar que isso tire você de mim.

Tom se levantou e carregou o corpo de Emilly consigo. Ele largou-a ao lado dos trilhos e esperou.

# 30 min. Depois

Outro trem, este um pouco menor que o anterior, apareceu ao longe, então tom que acariciava Emilly levantou-se e pos se no meio dos trilhos exatamente como Emilly fizera.

- Sem você eu não sei viver! – um sorriso fraco se formou em seus lábios.

Então o trem o atingiu e seu corpo foi lançado à grande distância.




Emilly andava lentamente pelos trilhos do trem, mas nenhum trem estava vindo. Tom apavorado correu, mas agora parecia flutuar.
- Emy não faça isso – ele gritou chegando perto da menina – Eu te amo e sempre te amei, desculpa por ser um covarde, mas eu não vou deixar que você morra por causa da minha estupidez.
A menina sorriu e falou suavemente:
- Sinto muito meu amor, você não conseguiu chegar a tempo, mas anime-se, estamos juntos pela primeira vez após sete anos!
O choque da realidade paralisou Tom, mas o fato dela estar ali tão perto fazia com que cada vez mais o que ela dizia parecesse irreal.
Tom se aproximou dela e a tocou no rosto, ele pode senti-la e ela não estava fria e sem vida como na última vez que ele a tocara, ela estava quente e reagia a seu toque.
Ela segurou sua mão e a acariciou lentamente, até Tom tocar-lhe os lábios em um beijo doce e terno. Ele a segurou pela cintura e a levantou, ao separar-lhes os lábios Tom disse:
- Diga que casaras comigo, que serei o homem mais feliz do universo.
- Mas... Não há como nos casarmos.
- Diga que aceitas só isso!
- Sim, sim, sim, sim... – ela sorriu mostrando os dentes – aceito.
Tom a beijou de leve e ali seguiram seu caminho juntos, rumo à eternidade e desta vez nem o “até que a morte os separe” valeria desta vez era além da morte.


FIM