UAL quantos comentários!
eu não ia postar Hoje mas Vou, porque tem bastante comentários e porque eu vi Monsoon na MTV
Musica Ouvia barulhos vindos da casa.
Algo arrastando os móveis.
Vozes.
Sussurros.
Gargalhadas.
Passos e por último algo berrava meu nome.
E tudo retornava ao seu mais perfeito silêncio.
Novamente.
Aquilo acontecia toda noite.
Ás três horas da manhã
Almas, demônios, espíritos?
Não, era Ele.
Abri os olhos, e vi as cortinas se fecharem, era ele novamente, e era assim toda santa noite há três meses.
Por quê?
Não sei.
Abri os olhos, aterrorizada.
Estava acostumada com aquilo, mas essa noite estava diferente.
Ele estava em silêncio.
Esse silêncio era perturbador.
Era assustador.
Joguei as imensas colchas para o lado e me levantei, colocando meus pés no chão gélido.
Engoli seco.
Olhei em direção da porta, de onde vinha uma fraca luz.
Era o único lugar totalmente iluminado em meu quarto, o resto estava escuro.
Em pé eu comecei á andar, em direção á porta.
E com medo em cada passo que eu dava.
Hesitei por alguns minutos antes de sair pela porta á fora.
Respirei fundo.
E saí.
O vento frio batia contra meu corpo.
A janela ao final do corredor estava aberta.
Ele abriu-a.
Caminhei pelo corredor até chegar à longa escadaria.
Parei.
Não tinha coragem para continuar.
Olhei em volta.
Não havia nada lá.
Apenas o silêncio daquela noite sombria.
Hesitei um pouco antes de berrar.
Algo não estava certo.
Respirei fundo e com lágrimas em meus olhos berrei.
“O QUE VOCÊ QUER DE MIM?”
Não houve respostas.
Mas algo passou por mim correndo.
Senti-o esbarrar em mim e descer pela escada correndo.
O impacto dele contra meu corpo me fez desequilibrar e cair.
Senti o chão, contra meu corpo.
E o silêncio acabou.
Ouvi seu choro, sua voz chamando pelo meu nome.
Seu toque.
Mas como?
Não sei, mas de alguma forma ele está aqui.
Levantei com dificuldade devido à dor em meu corpo e berrei
“SUMA DAQUI BILL, VOCÊ NÃO PERTENCE Á ESSA CASA!”
Ouvi ele sussurrar algo em meu ouvido
Não pude compreender o que ele havia dito.
Ouvi seus passos subindo a escada correndo.
A Porta bateu.
Subi correndo, ainda com dificuldade, corri pelo longo e sombrio corredor.
Cheguei ao meu quarto.
Segurei a maçaneta.
Hesitei antes de abrir a porta.
Virei a maçaneta e a porta estava trancada.
Bati, chutei, esmurrei a porta.
Mas nada fazia ela abrir.
Deixei-me escorregar pela parede e ao meio de lágrimas sentei no chão gélido.
Havia medo em meu corpo.
Havia pânico em minha mente.
Havia tristeza em meu coração.
Permaneci ali por alguns minutos.
Só eu e o silêncio, lado á lado.
Minutos depois a porta se abriu.
Levantei-me, olhei para trás, e meu olhar se afundou na escuridão daquele quarto.
Ainda tremendo entrei no quarto.
Quero voltar para a minha cama, e esquecer essa noite, esquecer todas aquelas noites de insônia, medo, pavor e solidão.
Esquecê-lo.
Ou acabar por esquecer de mim.
Deitei sob a minha cama, voltei á me cobrir com a colcha.
Fechei os olhos.
Agarrei-me em um travesseiro, cessando as lágrimas, mas os soluços eram incontroláveis.
Ainda o ouvia chamando por mim.
Parei de soluçar quando o senti subir na cama.
O colchão afundou com seu peso, olhei para o lado e vi o colchão no formato do seu corpo.
Ele estava ali.
Deitado.
Ao meu lado.
Fechei meus olhos com força, pedindo para que ele não fizesse nada comigo, que ele fosse embora e que me deixasse em paz.
Mas nada foi como eu pedi.
Ele sussurrava meu nome.
Eu podia o ouvir chorar.
Chorar de desespero.
“Bill eu estou aqui” _minha voz falhou, tinha medo de prosseguir, mas precisava dizer “seu lugar não é aqui”.
Tudo cessou, e o silêncio retornou, e foi ele que embalou meu sono, me fazendo dormir.
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CONTINUO?