Capítulo 129 - A Cripta
Calma, eu estava terminando de editar! Linne, hiper bem vinda a fic, garota! Só não fique louca como as outras, está bem?*ah, eu que deixo o povo louco...* Ah amores, amei cada respotas suas ao cap. de um ano, foi realmente especial pra nós! Se divirtam nesse cap. gigannte, ok? Boa leitura!______________________________________________________________________________________
Nunca havia estado tão feliz de estar em casa. Os cachorros nos receberam com a maior alegria possível, e logo foram correndo atrás da galinha pelo jardim, na esperança de depená-la. Enquanto abria as janelas via essa cena.
-Bill?
-O que?
-Precisamos comprar um cercadinho pra essa galinha, é sério.
-Que nada! Ela só está fazendo amizade com os primos distantes.
-Haa, engraçadão! – Joguei uma almofada nele, que fez o mesmo.
-Está com sono?
-Morrendo! Mas preciso abrir estas janelas, e sacudir a poeira da casa, pode ir dormir se quiser.
-Não sei se vai ser possível – ele disse apontando lá pra fora, dava pra escutar os cacarejos da galinha.
-Eu vou lá recolher esse bicho antes que matem.
-Eu ajudo!
-Não estava com sono?
-Eu durmo depois!
Quando cheguei lá fora, Camylly e Scooty revezavam em morder as penas do rabo da galinha. Foi um sofrimento só tirar a galinha da boca deles, e logo depois a bicha saiu correndo como pode. Bill, correndo desengonçadamente tentava pegá-la, mas os cachorros sempre eram mais rápidos. A galinha foi correndo até a entrada, fomos atrás, e Bill quase foi atropelado pelo carro do irmão.
-Ô idiota! Avisa quando entrar aqui!
Tom saiu do carro na hora
-E você avisa quando tiver correndo atrás de galinhas! Com todo o respeito, cunhada...
-Aiai. Aliás, pra onde ela foi?
-Sei lá, apareceu voando aqui, quase arranha minha pintura nova!
-O que quer? – Bill perguntou, impaciente.
-Vão fazer alguma coisa hoje?
-Além de perseguir a galinha e arrumar a casa... dormir! Amanhã temos um bilhão de entrevistas até o Comet.
-Ah, como vocês são chatos e velhos!
-Olha só quem fala... – disse. – o que pretendia fazer hoje?
-Hum... não sei. Só não quero ficar sozinho em casa.
-Sozinho? Uau!
-Para, mais novo. Você sabe que eu não sou mais disso... – ele baixou a cabeça e se apoiou no carro, o alarme disparou.
-Tá, tá! Entra logo aí antes que fira ainda mais meus ouvidos...
-Fresco!
Entramos em casa, e eu não sabia como ocupar os dois. Tom tirou os óculos escuros e o casaco exageradamente grande, jogando em qualquer canto.
-Vocês viraram a casa! – Tom disse, já intrometido ao mexer nas coisas.
-Tire a mão! – Bill bateu na mão dele. – Deixa de ser enxerido!
-Blah!
-Ei, Tom – disse – sabe descongelar geladeira? Meu amado Bill a deixou ligada cheia de sorvete antes da viagem, mesmo que eu tenha avisado um milhão de vezes pra deixar o congelador vazio.
-Foi mal, eu já me desculpei... – Tom lhe deu um tapa na nuca.
-Seu mané! Faça o favor de aplicar o que eu ensinei, seja uma boa de casa!
-Ora, vai pra...
-Temos a mesma mãe. Pode deixar Glorinha, eu descongelo.
-Muito obrigada, meu cunhado lindo.
-QUE?! ELE NÃO É LINDO!
-Oooo imbecil! Quando ela me elogia, elogia você também! Esqueceu que você não tem cara, só copiou a minha?
-Porque eu que copiei?
-Bill, vá tirar as cortinas, precisamos lavar. Vou lá em cima ligar pra Delana.
-Que legal isso, vai ligar pras miguxas e deixa os homens fazendo o trabalho sujo!
-Já volto, Tom...
Fiz bem em ter ligado pra ela do andar de cima, os gêmeos nunca paravam de falar quando juntos. O telefone nem tocou uma chamada.
-Hallo Glória!
-Olá, Lana! Pela animação, nem deve estar cansada, né?
-Pelo contrario, precisava falar com alguém. Se você adivinhar onde eu estou agora, te pago 50 Euros.
-Está na sua cama.
-Uau! Acertou de cara!
-Imaginei que o senhor Schäfer não fosse te deixar encostar os pés no chão. Ele está muito obsessivo, ou tem alguma chance de cura?
-Nunca desejei tanto já ter esse filho! Ele me carrega pra ir ao banheiro, quer ficar me segurar no banho pro caso de eu escorregar, estou proibida de usar uma escada sozinha, a cozinha é acesso negado, ah claro, o resto de todo planeta também! Eu já escutei ele gritar duas vezes por estar se queimando com a frigideira só porque eu comentei que queria um ovo!
-Hahahahaha! Ai, desculpa por rir!
-Claro, claro, você não está grávida de um lunático...
-Calma! Se anime por dois motivos: daqui há 8 meses sua vida quase que volta ao normal, e esse ainda é o primeiro!
-Ah, mas se é pra ser assim só quero ter um mesmo!... ah, tá vendo? Gritou de novo...
-Calma, Lana, na consulta do obstreta diga tudo isso. O doutor vai deixá-lo mais calmo.
-Jura?
-Te garanto, é só empolgação de ser pai.
-É, ele está louco, mas... é muito fofo receber tanto carinho e atenção dele. Não para de rir um segundo.
-Olha, e eu que pensei que o ursinho da banda não pudesse ficar mais fofo!
-Pois é, eu também! – Escutei Bill gritando com Tom.
-Ah, tenho que ir, dona Simone me deixou cuidando dos bebês dela hoje.
-Ai, isso é que é crueldade!
-Já estou acostumada. Beijos, e se cuida! Vocês dois!
-Pode deixar. Beijos meus e do nenê.
-E mande o Gustav respirar! Beijo, tchau.
Desci as escadas, já pensando o que teriam aprontado. Bill estrangulava o irmão no sofá.
-Seu idiota! Isso é gelado!
-Mas claro né!... cofcof... era gelo! – Mesmo assim ele ria.
-O que aconteceu? Será que eu não posso ficar longe um único segundo?!
-Ele pegou gelo e colocou dentro da minha blusa!
-Bill, pare de estrangular seu irmão, ainda precisamos de um guitarrista. – Mesmo reclamando, ele soltou, o pescoço de Tom estava marcado pelas unhas.
-Tom, poxa vida, né?
-Eu só estava brincando, ele nunca aceita nada!
-Ah, é? – Fui até o congelador e peguei um bom pedaço de gelo. Ele tentou fugir, mas Bill o segurou, e coloquei atrás da camisa dele. – Ah, agora é bom, né?
-Uiiii! Baixou minha pressão!
-Então pare de... AHHH! Bill! – Ele colocou gelo dento de minha camisa.
-Você é mandona!
-Ok!
Pronto, ficamos tirando o gelo do congelador e atirando um no outro. Em poucos segundos, o congelador estava vazio, mas a sala, nossas roupas, nossos cabelos, ficaram cheios de gelo e restos de sorvete pingando. Meu rosto já doía de tanto rir.
-Mas o quê que é... isso?! – Olhei em direção à porta. Cris estava com a boca escancarada, quase deixando a bolsa cair no chão.
-Chegou tarde pirralha... o gelo já acabou! – Disse Tom, tentando limpar o rosto com a manga da camisa.
-Eu... nem vou perguntar... e que rastro de sangue é aquele?
-Rastro de sangue? – Minha voz sumiu no ar.
-Iiii... os cachorros pegaram a galinha!
-Oh, não! – Saímos correndo à procura dela, ou melhor: do que sobrou dela. Os cães haviam destruído o canteiro de rosas, estava cheio de penas, e os pedaços do que sobrou da galinha. Bill fez cara de enjoado ao encontrar a cabeça.
-U-A-U! Isso é mais real que CSI!
-Cala a boca, Tom... – disse Cris.
-Quem foi?! – Fui até os cachorros, que já haviam se recolhido para o canil, como se não soubessem de nada. – Apareçam, já!
Todos estavam com a boca a e a pelagem manchadas de sangue. Bill fez cara de bravo pro Scooty, que baixou as orelhas.
-Mataram minha galinha, seus animais! Minha galinha japonesa que ganhei de aniversário!... Podem ter certeza: não vão dormir com a gente por no mínimo um mês! – Juro, parecia que eles entendiam.
-E agora? O que vão fazer com os... restos? – Cris perguntou. Ficamos em silêncio por um longo momento.
-Ah, já sei! – Tom bateu as mãos ao mesmo tempo – vamos fazer um enterro!
-Que?! – eu e Bill dissemos juntos.
-Claro! Um lindo enterro pra sua galinha! E vou chamar os Listing pra ajudar a cavar a cova!
-E onde seria, por acaso?
-Fácil: transformamos o canteiro de rosas em numa cripta!
-Alguém está vendo Fullmetal Alchemist demais – Disse Cris, cética.
-Eu sei, a Dannyzinha que recomendou!
-Devo confessar: é uma boa idéia!
-Tá Bill, mas... quem vai recolher os restos da galinha? – Perguntei.
-Eu e o Georg! Vou lá ligar pra ele.
-O Tom ficou realmente animado com essa história.
-Concordo, Cris. Vamos lavar os assassinos antes que o sangue seque no pêlo.
Demorou um bom tempo para que eu, Cris e Bill os limpássemos. Georg e Danny chegaram meio assustados, mas resolveram nos ajudar. Enquanto o baixista e o guitarrista tiravam o resto das flores e cavavam a cova, Danny pegou uma das pedras do jardim que fosse grande o suficiente para parecer uma lápide, e com a ajuda dos filhos a pintou de branco, depois começou a escrever nela.
Já era quase o pôr-do-sol quando tudo estava pronto. Eles embrulharam os restos da galinha numa caixa de sapato, recém-pintada de preto pelos mini-Listing, que ainda estavam sujos de tinta e achavam graça de tudo. Tentamos ligar para Gustav e convida-lo, mas ele disse que Lana estava de resguarda e não podia sair. Eu quase ri ao ler a lápide:
Galinha do Bill
2015 Japão – 2015 – Alemanha
Uma Galinha que Não Será Esquecida
-Parabéns pela lápide, senhora Listing – sussurrei.
-Estava inspirada hoje.
-Tá! – Começou Tom – Bill, você era o dono dela, tem que dizer alguma coisa!
-Que?
-Isso, discurso. – Apoiei. Ele foi para perto da cova com uma rosa na mão, tive de fingir que tossia para não gargalhar. Ele pigarreou.
-A minha galinha... era uma grande galinha. – Todos concordamos, Georg não conseguiu conter o riso – Ela... me deu um baita susto! Eu juro que quase mijei nas calças! – Rimos. – Se não fosse certos cães... ela ainda estaria viva. Vou sentir sua falta, galinha. – Ele nos olhou, como se implorasse: já podemos acabar com isso?!
Tom fingiu um choro descontrolado e pegou o “caixão” nos braços, os mini-Listing ficaram olhando assustados, pensando que ele estivesse chorando mesmo. Ele colocou a caixa dentro da cova funda, e logo em seguida, colocamos as flores. Georg foi o coveiro, e passou a jogar as pás de terra com ar de tristeza.
-Que foi, mamãe? – Júnior perguntou.
-Nada, meu filho. Só um bando de adultos doidos que não tem o que fazer...
À noite, com a casa ainda virada, eu, Bill, Tom e Cris tomávamos café, sem dizer nada tentando entender que tipo de loucura tínhamos feito. Eu evitava olhar para a cripta super bem-feita que agora decorava a entrada de carros.
-É. – Tom apoiou as mãos na bancada e se levantou – Foi divertido e trágico. Danke, mas tenho que ir.
-Ok... –dissemos.
-Cris, quer carona?
-Não, não! Eu também já estou indo. Tchau pra vocês.
-Tchau, maninha. E Tom?
-Fala.
-Cuide da sua galinha.
-Pode deixar! – Fiquei vendo os dois tentando se despedir pela janela.
De noite, era impossível dormir, já pensava em dar um fim naquela cripta. Até os cachorros pareciam perturbados.
-Não consigo dormir...
-Eu também. – Disse.
-Será que o fantasma dela vai vir puxar nosso pé?
-Galinhas não tem mãos, Bill.
-Ah...
-E não existe fantasma.
-Tem certeza? – Lá fora, o vento trazendo o frio gritava.
-Quase.
-Quase?!
-Ah, vamos dormir que amanhã o dia é cheio!
-Tá, boa noite, anjo.
-Boa noite, fofinho.
Mesmo dizendo aquilo, e estando super cansada, eu dormi muito pouco.