- Spoiler:
ahahahaah, pois não. Se te puseres a caminho ainda cá chegas hoje xP
Aqui está o capitulo ^.^
Capítulo nr. 11
Entrou no quarto que Jéssica lhe indicou, fechou a porta atrás de si e deitou-a sobre a cama, sentando-se de seguida ao fundo da mesma.
- Tens a certeza que não queres ir ao hospital?
- Absoluta. – afirmou Jéssica, acabando por fechar os olhos por um momento.
Ela ia ficar bem, só precisava que aquelas dores de cabeça passassem para pelo menos conseguir pensar numa solução para o que tinha acontecido. Se pelo menos o Bill pudesse sequer imaginar como ela gostava dele, como ela se via tantas vezes irritada consigo própria por não conseguir nunca esquecer-se dele... e mais agora, que finalmente as coisas pareciam estar a correr bem. Se ele soubesse como se tinha tornado insuportável estar assim longe dele, nunca teria posto em causa o facto de ela estar a dizer a verdade!
- Jéssica... passou-se alguma coisa em casa dos Kaulitz? – acabou por perguntar, sabendo à partida que ela não estava bem e o motivo não era só o acidente.
Jéssica anuiu simplesmente. Não faria mal contar-lhe porque ele saberia de qualquer forma. Além disso, Gustav era uma pessoa sensata, e talvez fosse o único no meio daquilo tudo a conseguir manter uma posição pelo menos imparcial enquanto as supostas provas existentes de que Jéssica era não mais do que uma oportunista fossem assim tão vagas.
- Podes-me contar?Jéssica abriu os olhos e olhou-o, recomeçando a chorar. Não aguentava mais saber que naquele momento o Bill a odiava!
- O Bill odeia-me. – murmurou simplesmente por entre as lágrimas, tentando por tudo controlar-se minimamente.
- Porque é que dizes isso? – perguntou Gustav, limpando-lhe as lágrimas que lhe corriam pela face.
- Porque... – começou, tentando pelo menos controlar a respiração para conseguir explicar-lhe o que tinha acontecido, e talvez ele pudesse ajudá-la a convencer o Bill de que ele estava completamente errado... ou então não... –
Porque eu estava lá com ele em casa e... e o Tom e a Joana chegaram e viram-nos juntos. Digo juntos de uma forma... mais íntima. – tentou explicar sem entrar em grandes pormenores –
Depois o Tom passou-se e disse que eu os tinha ameaçado. Depois, sei lá... não percebi nada, começaram a falar de umas mensagens que supostamente eu tinha mandado a dizer que ia acabar com os Tokio Hotel e que ia ficar com o vosso dinheiro todo. Mas eu não mandei nada, eu juro que não mandei nada!
- E o Bill não acreditou em ti... – supôs Gustav, esperando que ela continuasse.
- Não... até porque existia, de facto, uma mensagem... mandada com o meu número. – foi contando, tentando ao mesmo tempo perceber de onde teria vindo aquilo e como –
Mas não fui eu que a mandei! Juro por tudo, juro pelo meu pai! Mas a Joana tinha-a no telemóvel dela, e o Bill leu e claro... ficou a pensar que eu tinha mesmo mandado aquela mensagem... mas não mandei Gustav, juro por tudo o que me é mais sagrado, acredita em mim! Eu... eu gosto tanto dele! Eu nunca me ia arriscar a perdê-lo desta forma... além disso, para que é que eu precisava do vosso dinheiro? Eu tenho dinheiro, tanto! E eu disse-lhe, mas ele não acreditou em mim! E agora odeia-me!
- Jéssica não tens que ficar assim porque o Bill não te odeia, pelo contrário... sabes, ele de vez em quando falava de ti. Era muito raro, mas falava, e era só comigo. Ele partilha tudo com o Tom, mas quando queria falar de ti, não o fazia com ele, pela razão que deves imaginar, o Tom não morre propriamente de amores por ti. O que eu quero dizer com isto é que o Bill nunca se esqueceu de ti... naquela altura ele via-te como uma espécie de irmã mais nova. Depois lembrava-se de ti porque sempre quis saber o que te aconteceu. Agora ele está desiludido, e porque gosta de ti e te tinha em consideração é que ficou triste contigo.Jéssica tentou imaginar o que sentiria ele por ela... poderia até falar de si apenas por uma questão de curiosidade, mas então o que é que tudo aquilo tinha significado para ele?
- Mas eu não fiz nada Gustav... – acabou por murmurar simplesmente, sentindo-se completamente derrotada.
- Eu acredito em ti. – afirmou Gustav, olhando-a sério.
- Acreditas? – perguntou ela, olhando-o intrigada.
Ele anuiu simplesmente, enquanto ela tentava entender porque é que ele acreditaria nela e não em Tom e Joana, o que seria indubitavelmente mais lógico.
- Porque é que acreditas em mim? – perguntou com uma expressão confusa.
- Bom, tu foste sincera comigo, por isso eu vou ser o mais sincero possível contigo. Eu não gosto da Joana. – afirmou sem o mínimo de receio fosse do que fosse, até porque nunca tinha escondido esse facto de ninguém –
Ela sim, está com o Tom por interesse.
- Por dinheiro? – perguntou-lhe, não estando nada à espera de ouvir aquilo.
- E não só.Jéssica suspirou baixinho. Não gostava de meias palavras nem de fazer muitas perguntas.
- Vais-me contar ou não?
- Vou. – respondeu Gustav, sorrindo perante a sua impaciência –
Ela está com o Tom porque gosta do Bill. – contou-lhe, fazendo uma breve pausa –
Quer dizer, eu não digo que ela não gostasse do Tom quando eles começaram a namorar, ela certamente gostava. Mas isso mudou, se é que me faço entender. Já há alguns anos que ela é completamente apaixonada pelo Bill, só que ela não pode simplesmente acabar com o Tom... primeiro porque é ele que a sustenta, ela não tem para onde ir nem tem dinheiro para se aguentar sem ele, e segundo porque ela acabar com o Tom é o mesmo que afastar-se do Bill, e ela prefere ficar com uma pessoa de quem já não gosta do que “ficar sem o Bill”, entendes? Por isso eu não me admirava nada se ela tivesse arranjado alguma forma de te tirar o telemóvel sem te aperceberes ou algo do género... mas não culpes o Tom, porque ele no meio disto tudo só pode ser uma vítima nas mãos dela. Ele gosta dela a sério.Jéssica não se sentiu capaz de dizer fosse o que fosse durante alguns minutos. Demasiada informação!
Como é que de repente a Joana gostava do Bill? Como é que isso tinha acontecido?! Desde que se lembrava que ela sempre tinha sido completamente apanhada pelo Tom, pelo menos quando as duas eram miúdas ainda... como é que as coisas tinham mudado quando ela tinha tudo o que sempre tinha querido ter?
- Como é que tu sabes disso? – acabou por perguntar, completamente perdida em pensamentos.
- Bom, eu fiz uma coisa que não devia. – respondeu a rir –
Primeiro eu comecei a desconfiar de alguma coisa, porque a atitude dela com o Tom mudou completamente de um momento para o outro, assim como com o Bill. Depois o Tom começou a perceber que ela se tinha afastado dele e andava mesmo mal, eu nunca tinha visto o Tom assim. Então, na nossa última tour, como estavamos todos no autocarro, eu aproveitei para fazer umas pesquisas inocentes, sem o mínimo de maldade claro... a Joana costuma escrever um diário, e eu fui procurá-lo quando ninguém estava a ver, e lá estava a confirmação das minhas suspeitas.
- Mas... mas alguém sabe? Contaste ao Bill?
- Não, claro que não. És a primeira pessoa a quem eu estou a contar isto... e estou a fazê-lo apenas porque sei que não tens culpa e ela está a fazer toda a gente sofrer só para... enfim... só porque quer que o Bill esteja sempre sozinho como se alguma vez pudesse olhar para ela com outros olhos.
- E não podia? Achas que o Bill não se interessaria pela Joana? – perguntou apenas para ter a certeza.
- Bom, ela é a namorada do irmão dele.
- Mas se não fosse...
- Se não fosse talvez o Bill pudesse olhar para ela como uma rapariga interessante com quem se poderia divertir, só isso...Pensou em perguntar-lhe se ele achava que era dessa forma que o Bill olhava para ela, mas acabou por não fazer a pergunta, simplesmente porque sabia que ele não ia propriamente dizer-lhe o que ela queria ouvir, e preferia continuar a acreditar que tinha algum significado para ele.
- Como... como é que é suposto eu conseguir fazer com que ele acredite em mim?
- Dá-lhe tempo...
- Mas eu não tenho tempo Gustav... dentro de dias estou de volta a Portugal, não posso ficar cá. Posso voltar depois mas... eu não vou aguentar ir-me embora e saber que ele tem esta ideia errada de mim!
- Olha Jéssica... eu acho que devias descansar um bocado agora. Amanhã é outro dia, e vão os dois acordar e falar de cabeça fria.
- Ele não vai querer falar comigo.
- Eu posso tentar dar uma forcinha, se me prometeres que agora vais dormir que nem um anjinho.Jéssica sorriu ao ouvi-lo. Aquele rapaz era um anjo, pelos vistos tinha tido sempre a ideia certa dele. E ela precisava mesmo de dormir, porque pelo menos enquanto estivesse a dormir não estava a pensar nos problemas...
- Certo. Obrigada, Gustav.Ele sorriu-lhe simplesmente e levantou-se, cobrindo-a com um cobertor que se encontrava dobrado ao fundo da cama.
- Eu vou andando então, e vou falar com ele, não te preocupes. Mas agora descansa.Dito isto, acabou por sair do quarto.
Já no corredor, ouviu vozes lá em baixo na sala, e percebeu que os restantes já tinham entrado em casa, por isso deixou-se ficar ali enquanto ligava ao Bill. Depois de quatro tentativas, Bill acabou por lhe atender o telefone, mal disposto.
- Diz!
- Boa noite também para ti!
- Gustav, não estou com grande paciência, o que é que se passa?
- Passa-se que a Jéssica teve um acidente de carro. O que é que se passou aí em casa?
- ... um acidente? Como? Ela está bem?
- Nem por isso. – respondeu Gustav... não fazia mal se ele exagerasse um bocadinho na dose.
- Como assim? Magoou-se muito?
- Mais ou menos Bill. Sei lá, a miúda passou-se, começou a delirar, a dizer que não queria que a odiasses, e que não tinha mandado nenhuma mensagem mas tu não acreditavas nela... o que é que se passou?
- Hum... não se passou nada de que me apeteça falar Gustav. Levaram-na ao hospital?
- Não, ela não quis.
- Como não? Ela não tem que querer!
- Ela diz que se recusa a ir ao hospital antes de falar contigo. Eu levei-a para o quarto ao colo porque ela não conseguia andar, mas pouco depois de sair ouvi-a a rodar a chave e a trancar a porta. Depois ouvi cenas a cair ao chão e um grito. Fiquei preocupado e fui tentar abrir a porta mas não dava. Ela disse que estava bem mas que não saía de lá enquanto tu não viesses cá...
- Pois... mas podes-lhe dizer que ela não vai lá com chantagens.
- Porque é que não lhe dizes tu isso? Passa cá amanhã, ela agora parece-me que está a dormir...
- Esquece. Se ela está suficientemente bem para se levantar da cama sozinha é porque não precisa de ir ao hospital.
- Bill, o que quer que seja que se tenha passado, não interessa agora. A miúda pode ter deslocado alguma coisa, tem que ir ao hospital ver se está tudo bem. O que é que te custa passar cá? Depois disso não precisas de lhe dirigir a palavra se não quiseres mas pelo menos vem cá só para ver se ela abre a porta.
- Pronto, eu passo aí antes do ensaio.
- Fixe, eu venho contigo se preferires. Até amanhã então.
- Até amanhã... vai lá ao quarto mesmo assim ver se ela está bem... pode ser que abra a porta.
- Certo. Às 9h no estúdio.Dito isto, desligou a chamada e desceu as escadas, indo-se juntar ao Georg, à Ana e à Raquel.
- Como é que ela está? – perguntou Raquel.
- Mal... – respondeu Gustav simplesmente, sentando-se ao lado de Ana.
- Já agora, ela disse-te porque é que eu sou uma traidora? – perguntou-lhe Ana.
- Não, mas agora também não era uma boa altura. Deixa-a dormir, amanhã podem conversar sobre o assunto.Ana não ficou propriamente convencida com aquela conversa, mas acabou por simplesmente se levantar do sofá com um suspiro ruidoso.
- Não me levem a mal mas eu também vou dormir. Boa noite. – balbuciou simplesmente, retirando-se para o seu quarto.