[One-Shot] - Sentimento Oculto

Eu me chamo Bruna, tenho 17 anos e sou morena de olhos azuis. Na verdade, meu cabelo é castanho claro com uma mecha rosa choque, me diferenciando de todos.
Vou contar a história do meu primeiro amor, o homem que sempre sonhei, que me fazia passar noites em claro, que tanto me fez feliz.
“São Paulo, 03 de março de 2009
Era uma manhã fria, praticamente congelante. Os termômetros marcavam -3ºC, caía uma neve fraca, porém forte para deixar qualquer um doente.
Eu seguia em direção ao metrô, precisava sair do solitário apartamento que vivia há 5 anos com meus pais. Estava subindo a escada rolante e indo até a plataforma correspondente.
Pude vê-lo. Aquele rapaz que tanto me chama a atenção. Ele sorriu pra mim, me encarando, olhando profundamente em meus olhos, me fazendo arrepiar, sentir um calafrio percorrer a espinha. Correspondi o olhar bobamente, meu coração estava a mil por hora.
Havia uns 6 meses que nos encontrávamos naquelas escadas. Elas marcariam a nossa história para todo o sempre. Ao perceber o meu estado, olhei rapidamente para atrás num impulso, ele me deu uma de suas mais lindas expressões faciais. Me derreti por completo.
Continuei minha caminhada, de braços cruzados e encolhida no cachecol bege que carregava, o barulho dos finos saltos ecoando no vazio dali me assustavam, me dando a impressão de completa solidão.
O metrô chegou, entrei e me sentei rapidamente num canto da janela, começando a cantar de olhos fechados, sentindo sua presença em meu coração. Não consegui segurar as lágrimas, elas se derramavam como pequenas gotas de cristais escorregando pelo meu rosto.
“Eu o amo” – foi a única coisa que pensei. Não queria que esse sentimento crescesse em mim, nós mal nos conhecíamos, estava tudo tão claro e ao mesmo tempo confuso. Não sabia o que fazer. Aceitar ou fingir, inventar uma grande mentira que só me machucaria ?
Ainda de olhos fechados, senti um abraço me envolver, não me importei com quem fosse, apenas tentei me acalmar e sem intenção, chamei seu nome entre os soluços:
- Bill ... Eu o amo tanto, mas não posso.
- E por que não ? – indagou uma voz que eu tanto conhecia
Abri os olhos rapidamente e me soltei daquele abraço tão aconchegante, o vi, a me observar.
- Por que não ? – repetiu – Eu também gosto de você. Te amo, apesar da gente nem se conhecer direito, você tem o maior espaço em meu coração – seus olhos brilhavam
Ele me beijou calmamente, nossos sentimentos foram mesclados e nossos destinos para sempre ligados.”